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Saint Seiya - Atlântida: Contos dos Renegados (Parte 2)


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ATLÂNTIDA

Contos dos Renegados

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Toda a vez que as forças do mal se manifestam, os caveleiros da esperança ressurgem. Eles são capazes de romper o céu com as mãos e abrir a terra apenas com os pés. Seus nomes não constam na mitologia, mas eles sempre serão


OS CAVALEIROS DO ZODÍACO

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Como havia anunciado no início e o próprio título já indicava, a história de Atlântida teve que ser dividida em duas partes, principalmente devido às diferentes abordagens, agilidade e foco na trama. Mas seguimos. Quero agradecer a todos os leitores que concluíram a Parte 1 e espero que essa continuação e conclusão da história agrade vocês

Para os "intercapítulos", continuarei com as fichas, mas também terá algo a mais nesses posts. Na hora certa vocês saberão.

Quem ainda não leu a Parte 1 e está aqui de curiosidade, sugiro que não avance mais nesse tópico, ou descobrirá spoillers que tiram o gosto pela leitura inédita.

Para acessar a Parte 1, clique aqui

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Lista de Capítulos:

Balanços dos Capítulos:

Ficha dos personagens:

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Versão em PDF: 4shared

Editado por Nikos
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Apresentação

A fragmentação da Guarda de Ouro atingiu brutalmente os cavaleiros do refúgio. O apoio da única integrante da antiga guarda é diminuto, já que esta, Libânia de Peixes, permanece isolada em Jamiel, ofuscando qualquer tentativa de contato. Assim, com a morte de quatro dos seis integrantes originais, a reclusa de uma e a rebeldia de outro, a grande esperança de Atena foi completamente dissipada, deixando todos em um estado de insatisfação e receio.

 

Os ataques, porém, diminuíram e a guerra entrou em um estado de marasmo com a rebelião das nereidas e a intriga entre Nereu e Poseidon, que parece cada vez mais amansada. Sem a sua principal arma, Nérites, as atitudes do Imperador estão muito mais cautelosas e a breve paz entre Poseidon e Atena aparenta pendurar por mais algum tempo.

 

Parecendo não aproveitar a situação de instabilidade no Império Atlante, o Grande Mestre continua inativo e impassível perante a guerra, não tomando nenhuma atitude ofensiva. A irritação aumenta a cada instante, gerando uma bolha interna a ponto de explodir a qualquer momento.

 

Alheio a isso, Propus, o mais novo cavaleiro de Gêmeos, começa a intensificar seu treinamento e estudo nas terras nórdicas, em um reino azulado conhecido como Graad Azul, o local onde Pavel de Aquário se tornou um grande herói. A ida para estudos em um lugar onde a batalha e a honra são as leis principais, porém, pode significar algo muito maior e mudar de vez o rumo do cavaleiro.

Editado por Nikos
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Ah meu Deus, está chegando!!! Muito ansioso pra ler a segunda parte da sua fic e ver como toda essa batalha entre Poseidon e Atena vai se desenrolar!

Olá Gustavo! Um dos leitores mais fiéis de Atlântida, kkk; Que bom que estás ansioso, isso quer dizer realmente que a minha fic está agradando! Também estou ansioso para postar, mas só mandarei dia 31 de março mesmo, em comemoração a um ano da minha fic.

 

Abraços e até lá!

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Bem, a apresentação foi como o nome sugere. Basicamente um resumo do que está acontecendo após o epílogo. Pelo visto a guerra deu uma pausa e Propus está expandindo seus conhecimentos com Pavel. Quero muito ver mais de Bluegraad e do que esse plot irá reservar!

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Bem, a apresentação foi como o nome sugere. Basicamente um resumo do que está acontecendo após o epílogo. Pelo visto a guerra deu uma pausa e Propus está expandindo seus conhecimentos com Pavel. Quero muito ver mais de Bluegraad e do que esse plot irá reservar!

Eu adoro Graad Azul e a minha fic no torneio é uma prévia para o primeiro conto, apesar de não terem nenhuma ligação cronológica ou algo do tipo. Só o conceito que é um pouco parecido.

 

A Guerra está como Nereu deixou após a rebelião de Dóris. Pouquíssimas intrigas, a Legião de Atena também deu uma pausa. O Grande Mestre não age, Poseidon está tentando resolver as crises internas. Tudo contribui para a paz.

 

Mas agora é ver o que se dará.

 

Te aguardo dia 31 aqui com o Prólogo!

 

Abraços Gustavo Fernandes.

 

 

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  • 2 semanas depois...

Prólogo

Uma mulher com a pele extremamente branca cruzou o corredor do salão principal do palácio. Sua presença chamava a atenção de todos os habitantes do local, não somente pela beleza hipnotizante, mas também pela imponência do olhar e pela posição de destaque que ocupava no Império Atlante. Não era difícil ver, inclusive, generais do alto panteão de Poseidon se curvando diante de sua presença, mesmo ela sendo somente uma comandante marina.


Apesar de toda a atenção que lhe era oferecida, ela parecia não ligar para nada disso. O orgulho interno lhe deixava em uma bolha de reclusão mental que tornava impossível a percepção de algo que não estivesse dentro da sua visão e objetivo. Marchava imperativamente para frente, seguindo um ritmo perfeito. Mesmo com o caminhar lento, tudo se fundia numa perfeição estética incrível, que derretia os corações de todos os homens que a viam.


Sua beleza se complementava com os trajes que vestia. Portava escamas avermelhadas, instigando o desejo e a paixão. Seus cabelos eram loiros e agitados, mas não muito longos, sendo finos e indo até o começo das costas. Tinha olhos azuis e doces, uma bochecha rosada, contrastando com a pele branca. Possuía sobrancelhas grossas, mas a pigmentação clara tornava-as aparentemente menos densas, não chamando muito a atenção.


Com um andar suave, ela cruzou mais um corredor do palácio. Era um lugar extremamente luxuoso, cheio de estátuas de Poseidon, de Nereu e até mesmo de algumas esculturas de Oceano, ainda que ele fosse um inimigo de longa data do Imperador de Atlântida.


O caminhar se seguia sobre um gigantesco chão de pedras, tal como as paredes. Era um local de completa riqueza, banhado por ouro e pedras preciosas. Tais artefatos, no entanto, pareciam não causar nas pessoas mais do que o interesse estético. Todos que andavam por ali não aparentavam se importar com a riqueza e a ganância se tornava até algo que poderia ser digno de condenação.


Como se adivinhassem sua presença ou como se alguma magia agisse por ali, quando a guerreira se postou de frente às grandes portas de uma entrada, elas se abriram instantaneamente. Com a luz do sol entrando, seus cabelos loiros radiaram-se ainda mais, reluzindo sua beleza como nunca. Nada disso, contudo, parecia interromper sua missão. Portanto, continuava andando.


Na saída da porta, se deparou com um imenso hall, se assemelhando a um grande parque. Havia uma fonte central, sendo rodeada por mais uma infinidade de estátuas, além de muitos canteiros e vegetações. As águas da fonte pareciam despertar ainda mais o interesse dos habitantes do castelo, que sentavam próximos dali para passar o tempo, curtindo a paz.


Atravessando o hall, ela virou a esquerda em meio a algumas árvores, abrindo outro portão. Agora, não estava em um corredor tão luxuoso, mas em outro muito mais modesto, inclusive mais escuro e sombrio, podendo causar medo às mentes fracas. É fato que, apesar de não ter estátuas, havia algumas inscrições gravadas nas paredes, mas nada que chamasse muita a atenção. Não existiam pedras preciosas, nem desperdício contínuo de ouro, apenas um pequeno caminho mais simples que conduzia a outra saída. Diferentemente dos outros corredores, este estava completamente vazio, parecendo que repudiava as pessoas. Apenas a mulher continuava ali, seguindo o caminho, não parecendo dar muita relevância para aquilo.


Terminado o corredor, ela abriu a porta e se deparou com outro hall gigantesco e, dessa vez, o luxo voltou a prevalecer. Não havia uma fonte no centro, mas sim um grande lago cercado, não por pedras, mas por cristais das mais diferentes cores, tamanhos e dos mais intensos brilhos. As árvores eram quase nulas e, como nas bordas do lago, pareciam que grandes cristais substituíam a paisagem. Ao redor, as paredes do castelo completavam o local, com várias colunas e portas.


Não tardou e um vulto surgiu em meio às pedras e colunas. Era um homem alto e corpulento, com uma aura divina e amplamente imponente, sendo coberto por um longo manto, com um brasão de tridente estampado no peito. Seus cabelos negros eram longos e ondulados, indo até os ombros. Tinha uma expressão de calma que era complementada por uma barba e por bigodes intensos e negros, além de olhos castanhos e tranquilos. Mantinha uma postura constantemente ereta, sem jamais perder a pose. Olhava fixamente para cima, desviando os olhos da guerreira, demonstrando certo desdém e até mesmo repúdio.


– Que tanto deseja a minha filha traidora para vir falar com aquele que tanto ignorou por eras? – indagou o homem imponente, ainda sem olhar para ela.


– Papai Nereu, eum Thetis de Sereia, nereida, e, sobretudo, comandante do Império Atlante, vim para implorar a tua reconsideração. – comentou a mulher, sem perder a compostura, apenas mantendo um grau de formalidade. – Volta a fazer paz com nosso Imperador Poseidon, por favor.


O Deus manteve os olhos distantes, não dando muito a atenção para todas aquelas formalidades.


– Continuas sem olhar para mim, papai? – perguntou ela, abandonando o tom imponente e passando para uma expressão de decepção, que era complementada por algumas lágrimas que corriam pelos seus olhos azuis.


– Agora me tomas por pai, mas durante a morte de Anfitrite, eu não era nada mais do que simplesmente um marechal de guerra. – continuou Nereu, sem perder a serenidade e o ar divino. – E quanto ao óbito de tua mãe, Dóris? Se soubesses da história completa, nem estarias aqui para me fazer esse pedido absurdo.


– Mamãe teve o destino infeliz e o Imperador Poseidon a homenageou como pode. – argumentou Thetis. – Peço-te novamente para parar com essas picuinhas e voltar a lutar ao lado do Império.


O Deus não se moveu, agitou seu manto, deu algumas palmas e, com isso, dezenas de mulheres invadiram aquele local, todas com belezas hipnóticas.Junto com elas, um homem ruivo baixo e esbelto, com uma perfeição estética também se acomodou. Tinha o corpo cheio de cicatrizes e uma concha cobria um de seus olhos. Por fim, timidamente, um rapaz jovem de cabelos negros e curtos adentrou no hall, mas ficou parado atrás das colunas.


– Tais guerreiras que vês são o símbolo do verdadeiro laço, tal como Nérites. – explicou Nereu apontando para as mulheres e para o homem ruivo. – Laço este que foi quebrado por ti. Não obstante, continuas a me pedir um favor.


– A minha alma agora está presa ao Imperador Poseidon. – grunhiu – Devido a este fato, rompi com o ciclo vicioso que paira na vida de todas as minhas irmãs e do meu irmão Nérites. Minha alma agora é independente de ti. Todavia, a ligação que ainda nos une não pode ser ignorada. Ouve os pedidos da tua filha e vamos vencer essa guerra.


Nereu fechou os olhos, colocou a mão no rosto e fez uma expressão pensativa. Sua aura divina causava o respeito de todos, fazendo até Nérites se conter. Thetis se mantinha nervosa, esperando por alguma resposta, mas, somente pela expressão do pai, sabia que a separação continuaria por mais algum tempo.


– Já que não aceitaste o apelo da tua filha, eu venho agora apresentar as propostas como diplomata do Imperador Poseidon. – afirmou Thetis, contendo as lágrimas, ficando séria e imponente. – A rebelião de Dóris e das nereidas se iniciou com as mortes sucessivas das ninfas. Pois bem, o Imperador Poseidon entende que o Império explora demais as minhas irmãs e, portanto, resolveu ceder.


Nereu manteve-se sério, enquanto as demais nereidas cochichavam sobre o assunto. Jamais imaginaram que o Imperador Poseidon pudesse enfim atender aos apelos e as exigências.


– Se vocês voltarem a seguir o Império, haverá uma divisão mais justa. – explicou Thetis, mantendo a seriedade, enquanto Nereu permanecia com os olhos distantes, parecendo não querer olhar a filha diretamente. – As nereidas continuarão a serem enviadas para as missões. Todavia, elas terão direito de serem acompanhadas por, no mínimo, a mesma quantidade de Enviados Marinas, que serão os seus subordinados. Além disso, o senhor será promovido de marechal de guerra a Chanceler de Atlântida. Manterá praticamente os mesmos direitos que sempre teve, mas agora será formalizado. Além disso, o novo cargo lhe dará poder para possuir um exército particular próprio de soldados rasos e também de criar leis, desde que sejam aprovadas pelo Imperador Poseidon.


Encerradas as propostas, Thetis ficou em silêncio e fitou o pai, tentando encontrar com os olhos dele, mas foi mais uma vez em vão. Nereu continuava distante, mantendo a mesma aura poderosa e divina, parecendo raciocinar sobre tudo. As nereidas e Nérites seguiam com os murmurinhos, empolgadas com as novas mudanças que teriam. Apesar dos protestos, estavam cansadas de não fazerem nada e a morte de Dóris, há mais de um ano, só contribuiu para o marasmo.


Parecendo ter finalmente uma resposta, Nereu assentiu com a cabeça e se pronunciou:


– Após três anos, as intempestividades iniciadas por Dóris se cessaram! Podes relatar a Poseidon que Nereu, o Profeta dos Oceanos, tal como Nérites e as nereidas restantes, voltarão a servi-lo com toda a força e lealdade, desde que as condições sejam reconhecidas e divulgadas por ele em público.


Não conseguindo mais esconder o sorriso, Thetis abandonou toda a sua postura diplomática e tentou desferir um abraço no pai, que foi repentinamente evitado com um avanço do tridente do Profeta dos Oceanos. A comandante se paralisou ao perceber a ameaça, fechando sua expressão completamente. Aquela situação já a corroia de maneira insuportável. As outras nereidas a olhavam, algumas com desprezo, enquanto outras demonstravam pena.


Percebendo que o atrito com o pai não iria se encerrar, Thetis se virou, fez uma condolência e deixou o hall de entrada. Parecendo estar atento a todos os movimentos da filha, Nereu aguardou até o último som ecoar pelo corredor sombrio para bater as palmas e ordenar para que todos os seus filhos se retirassem, voltando para os aposentos. A ordem servia também para Nérites, que se virou com graça e adentrou em uma porta.


Nereu sorriu e estava pronto para também se recolher, quando a figura do homem jovem de cabelos negros e curtos deixou o seu esconderijo por detrás das colunas e parou à sua frente. Estava com uma expressão tímida e um pouco temerosa, pronto para dizer algo.


– Vamos mesmo voltar a nos aliar a Poseidon? – questionou o jovem.


– Meu caro Pítia, estás só há alguns meses aqui para entenderes. Quero que saibas que as minhas relações com Poseidon um dia iriam voltar ao normal. – explicou Nereu, mantendo a imponência. – Esse protesto foi ideia de minha mulher Dóris e eu só continuei para que ele não se esqueça do respeito que deve ter por mim. Além do mais, ele já cumpriu com as exigências.


– E quanto àquilo que estávamos preparando? – perguntou o antigo cavaleiro de Áries.


– Aquilo continuará sendo preparado e melhorado. – frisou o Deus Profeta – É sempre bom ter um pé atrás com Poseidon. Mesmo servindo-o com fidelidade, não custa nada ter cautela. Agora vamos nos recolher, pois, a partir de agora, eu e minhas nereidas nos dedicaremos a uma coisa só: vencer a Guerra Santa.


Diante de tais palavras, Pítia engoliu a saliva. Há um tempo, estava justamente do lado oposto e lutando para evitar exatamente o que Nereu estava determinado a fazer. Percebendo a angústia do filho, o Profeta dos Oceanos lhe disse algumas palavras reconfortantes e se despediu. O antigo ariano se recolheu aos aposentos, deixando-o sozinho ali.


Passado algum tempo, Nereu deu dois passos para frente e ficou diante de uma torre de cristal. Com o cosmo se elevando, ele arrastou o dedo por entre as estruturas daquele artefato brilhante e exclamou:


– Ah Poseidon, resolveste ceder finalmente em alguns pontos. Pena que tiveste que matar Dóris, pois sabias que, com ela viva, as exigências não parariam por aí. Mas tudo bem, eu aceito essa volta, apesar de tão ter me esquecido do que fizeste. É bom não cometeres mais nenhuma ousadia. Se ousares sequer romper com tua postura devida, quem vencerá o próximo joguinho serei eu. Assim, serás o prisioneiro favorito de Nereu.

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Contos dos Renegados Parte 2 - Prologo lido.

 

Muito intenso, difícil e cheio de emoções e de muita insistência por parte de Thetis que teve de assumir uma postura complicado de modo a persuadir seu pai a juntar de novo com Poseidon como um grande aliado com mais regalias e promessas justas que tornaria a decisão de rejeição mais difícil.

 

Tenho pena de Thetis ter um pai tão carrancudo como Nereu, mas de certeza que existem razões para tal.

 

Abraços por este prologo curto, mas cheio de impato.

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Contos dos Renegados Parte 2 - Prologo lido.

 

Muito intenso, difícil e cheio de emoções e de muita insistência por parte de Thetis que teve de assumir uma postura complicado de modo a persuadir seu pai a juntar de novo com Poseidon como um grande aliado com mais regalias e promessas justas que tornaria a decisão de rejeição mais difícil.

 

Tenho pena de Thetis ter um pai tão carrancudo como Nereu, mas de certeza que existem razões para tal.

 

Abraços por este prologo curto, mas cheio de impato.

 

Minha garganta tá me pegando e teu comentário foi pequeno, logo dá de responder aqui, apesar de ser bem ruim de escrever (mas tá pior para falar)!

 

Então,

 

Pelo que pareceu, esse diálogo mostrou que há uma grande desavença entre Nereu e Thetis, a quem ele, por um motivo, despreza e não olha nos olhos! Pelo que ela falou, a alma dela está ligada a Poseidon, diferente das outras nereidas. O que será que isso significa?

 

Poseidon resolveu ceder, mas concordo com Nereu, ele só cedeu algumas coisas para ser formal, já que Nereu não era totalmente pendente à rebelião de Dóris. Ele sempre foi mais neutro. Tanto que os generais continuarão em Atlântida, sem realizar missões. Dessa forma Poseidon ganhou, já que vai ter as nereidas de volta para fazer o trbabalho sujo. Claro que a custas de alguns Enviados Marinas.

 

veremos então no que vai dar agora que a aliança, em tese foi retomada, já que Nereu continua com um pé atrás.

 

Valeu pela presença Saint e abraçoes

 

 

 

 

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Atlântida — Contos dos Renegados (parte 2, A Fortaleza)

 

apresentação...

 

A qualidade visual, manifesta pela formatação do texto, sua organização, links, imagem... mostrou-se impecável. Aliás, tais coisas, foram predicados da saga anterior da história e parece que nessa, não será diferente, o que, diga-se de passagem, torna a leitura mais aprazível.

 

O resumo da Parte 1, além de se revelar consistente, o que permitiria a um leitor partir da Parte 2 sem que se sentisse a deriva, passou também o “convite” ao mesmo para que esse começasse a ler a história desde o seu início.

 

Foi mencionado que, além das fichas, haverá “algo mais”, estou ansioso para saber do que se trata.

 

Prólogo

 

Deslumbrante!

 

É assim que trato a descrição envolvendo Thetis.

 

O cenário segue a mesma premissa, mas a Nereida o eclipsava em quanto passava por ele.

 

A cena com Nereu se revelando e em seguida os seus, não foi ruim, mas também esteve longe de estar bom.

 

O mesmo aconteceu com o diálogo que se sucedeu entre o mesmo e a Comandante Marina.

 

As convicções de Nereu, tanto como sua decisão de se manter ao lado de Poseídon, não me convencem inteiramente.

 

Seja como for, o império marítimo parece solidificado outra vez.

 

Para encerrarmos, tivemos uma surpresa agradável: Pítia.

 

Foi muito bom revê-lo!

Editado por Leandro Maciel Bacelar
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Oi Nikos tudo bem?

Então depois de muito tempo a Atlandida voltou com uma nova saga. Me pareceu bem interessante

 

Nào pude deixar de notar semelhanças entre os prólogos das partes, afinal no primeiro o Nereu estava andando por Atlântida, admirando a paisagem( com a Thetis dentro da rolpa dig-se de passagem), para encontrar Poseidon. Nesse Thetis anda pelo castelo, admirando a arquitetura do loca, indo encontrar Nereu. Realmente existem semelhanças, não sei foi intencional, mas enfim

 

A Ninfa então tentar convencer o pai a voltar a ficar do lado de Poseidon, depois de algumas concessões não tão justas assim na minha opinião, o deus sede Mas ainda tem um plano na manga, to curioso para ver isso

 

E o Pitia parece estar bem próximo ao pai, mas será que ele lutara contra os antigos companheiros por ele?

 

Realmente sta nova parte promete

Parabéns Nikos e até a prox

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Atlântida — Contos dos Renegados (parte 2, A Fortaleza)

 

apresentação...

 

A qualidade visual, manifesta pela formatação do texto, sua organização, links, imagem... mostrou-se impecável. Aliás, tais coisas, foram predicados da saga anterior da história e parece que nessa, não será diferente, o que, diga-se de passagem, torna a leitura mais aprazível.

 

O resumo da Parte 1, além de se revelar consistente, o que permitiria a um leitor partir da Parte 2 sem que se sentisse a deriva, passou também o “convite” ao mesmo para que esse começasse a ler a história desde o seu início.

 

Foi mencionado que, além das fichas, haverá “algo mais”, estou ansioso para saber do que se trata.

 

Prólogo

 

Deslumbrante!

 

É assim que trato a descrição envolvendo Thetis.

 

O cenário segue a mesma premissa, mas a Nereida o eclipsava em quanto passava por ele.

 

A cena com Nereu se revelando e em seguida os seus, não foi ruim, mas também esteve longe de estar bom.

 

O mesmo aconteceu com o diálogo que se sucedeu entre o mesmo e a Comandante Marina.

 

As convicções de Nereu, tanto como sua decisão de se manter ao lado de Poseídon, não me convencem inteiramente.

 

Seja como for, o império marítimo parece solidificado outra vez.

 

Para encerrarmos, tivemos uma surpresa agradável: Pítia.

 

Foi muito bom revê-lo!

 

Olá Leandro, seja bemvindo de novo, agora à Parte 2!

 

Resposta rápida por causa do meu dedo e pq não será longa para um vídeo. kkk

 

Tentei embelezar um pouco, por fotos! Que bom que te agradou. Tem a versão em PDF caso prefiras, o Bizzy falou que é melhor para ler.

 

Quanto à formatação, eu sempre opto por Times new Roman (ou outra letra serifada). É mlehor para leitura.

 

O resumo foi mais ou menos que nem Star Wars. Foi uma passagem entre a primeira e a segunda parte. Explicando mahom menos como a primeira deixou para a segunda. Que bom que gostaste do "convite";. kk

 

 

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Indo ao prólogo!

 

A descrição de Thetis meio que veio para dar um brilho ao capítulo. kkk Ela é uma nereida e comandante (tipo o elo entre Nereu e Poseidon) e portanto, merecia uma descrição melhor do que aquela apresentada no Conto "Ligações", quando encontrou-se com Gale, mas era secundária na situação. Agora ela era a protagonista e merecia o devido destaque.

 

Também serviu para descrever mais sobre o castelo de Atlântida, apesar de teres dito que foi eclipsado pela nereida (não sei se isso foi um elogio ou uma crítica)

 

A cena entre Nereu e Thetis teve muito mais efeito de ser prática do que simplesmente ser fantástica. Se eu não consegui dar o drama devido, peço desculpas. Mas o assunto trabalhado é de vital importância e creio que haja detalhes nessa conversa que possam ser bastantes decisivos.

 

Quanto a Nereu, daí terias que lembrar do Conto Implosão! O pivô de tudo era Dóris e as nereidas, Nereu sempre aconselhou Poseidon a tomar cuidado ou então as nereidas iam se rebelar. Isto é... o Profeta nunca foi o mais ávido a manter a separação. Ele manteve mais para segurar o pedido de Dóris E não deixar transparecer que Poseidon ou venceu no jogo caça-e-rato, do que qualquer outra coisa. Agora, que algumas condições foram estabelecidas, ele não teve problema em ceder, principalmente porque estava com algo na retaguarda.

 

Que bom que gostaste de rever Pítia!

 

Valeu por tudo e abraços!

 

 

Oi Nikos tudo bem?

Então depois de muito tempo a Atlandida voltou com uma nova saga. Me pareceu bem interessante

 

Nào pude deixar de notar semelhanças entre os prólogos das partes, afinal no primeiro o Nereu estava andando por Atlântida, admirando a paisagem( com a Thetis dentro da rolpa dig-se de passagem), para encontrar Poseidon. Nesse Thetis anda pelo castelo, admirando a arquitetura do loca, indo encontrar Nereu. Realmente existem semelhanças, não sei foi intencional, mas enfim

 

A Ninfa então tentar convencer o pai a voltar a ficar do lado de Poseidon, depois de algumas concessões não tão justas assim na minha opinião, o deus sede Mas ainda tem um plano na manga, to curioso para ver isso

 

E o Pitia parece estar bem próximo ao pai, mas será que ele lutara contra os antigos companheiros por ele?

 

Realmente sta nova parte promete

Parabéns Nikos e até a prox

 

Olá Fimbul, quanto tempo. Até me sinto mal contigo comentando aqui e eeu devendo tantos capítulos na tua fic! Mas é que, além das viagens, do torneio, a facu está corrida, daí estou me atualizando bem aos poucos. Mas a tua é a próxima da fila, logo após terminar os dois capítulos da do Leandro.

 

Rá! Alguém que percebeu que o primeiro prólogo se tratava de Nereu. Ninguém perguntou na época ou ninguém relacionou depois, eu acho. Que bom que pescasse essa parte.

 

Mas não foi intencional não, só para declarar. kk. Realmente não foi.

 

Sim! Como falei pro Leandro, Nereu cedeu porque não estava tão interessado assim na separação. Nem o restante das nifnas. Como algumas exigências foram atendidas... Ele resolveu voltar ao Império. A rebelde era Dóris, na realidade, além de uma gama de ninfas (Galateia e Spio).

 

Não sei se ele lutará, é ver! Só espero que não haja um confronto clichê entre ele e Safiya.

 

Valeu, e espero que atenda ao que esperas.

 

Abração

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Nifnas

 

Li o seu prólogo Ninos. Particularmente teve o intuito de resolver uma das questões em aberto da primeira fase, que era a relação estremecida entre Nereu e Poseidon. Thetis pelo que pude entender é originalmente uma Nereida, mas que ao mesmo tempo abriu mão da ligação com seu pai para servir ao Imperador. Não sei ao certo o motivo exato dela ter feito isso e espero que tal justificativa seja condizente. Mas de certa forma essa explicação acerca de sua origem encaixa-se bem com a trama clássica de Poseidon de Kurumada.

 

Enfim, o Profeta aceitou a proposta de se aliar novamente a Poseidon, mas não confia nele totalmente, mantendo algum plano por trás das sombras caso Poseidon vacile em alguma atitude. Considero um plano realmente calculista vindo de Nereu, mas fico me perguntando como esse impasse entre ambos irá se resolver.

 

Parabéns Ninos e abraços!

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Olá Gustavo, seja rebenvindo.

 

Ninar no teclado é mais difícil, exige uma proeza. kkkk

Nereu representava principalmente as ninfas, mas a relação dele não estava completamente estremecida, tanto que ele elogiou o golpe de Poseidon contra Dóris. Só não aceitou antes acabar com a rebelião porque estava com um pé atrás (e ainda está), fora que não iria pegar bem com as nereidas.

Pelo que eu entendi, não sei ainda, Thetis é filha de Nereu, originalmente, mas a alma dela agora está ligada à de Poseidon. Talvez isso explique o teste do peixe e o fato de ela manter o mesmo nome em todas as reencarnações. Mas o que significa estar ligada ainda não sei dizer, é só uma suposição.

Quanto ao impasse... veremos se haverá alguma coisa. Talvez Poseidon não vacile... ALiás, não dá para entender Nereu completamente.

Bem, acho que é isso. Prólogo um pouco morno, mas bem importante.

Abraços.

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CAPÍTULO 1

 

Propus caminhou dois passos em meio àquele terreno infinito de neve. O frio era intenso, gerando uma sensação térmica absurda, se aproximando dos muitos graus negativos. Era praticamente impossível pensar na sobrevivência de alguma criatura naquele inferno gélido. Complementando o clima extremo, uma nevasca caía incessantemente, prejudicando a visão, o movimento e a própria noção de existência.


Andava por lá há dias. Sua velocidade estava extremamente abaixo da normal. Caminhar em meio àquele volume de neve atrasava qualquer um que não quisesse ter seu poder interior notado. O percurso se assemelhava a um deserto, onde o deslocamento se dá sem um ponto fixo de olhar, acabando, por muitas vezes, fazendo o indivíduo girar em círculos. A nevasca contribuía para isso e, além disso, a própria ausência de acidentes geográficos, especificamente naquela região. As poucas manifestações que se enxergavam eram, espaçadamente, algumas árvores cobertas por neves. Entretanto, isto era tão irrelevante que nem servia para deixar que o terreno ficasse menos homogêneo.


Com dificuldades, ele seguia caminhando. Contudo, não demonstrava nenhuma ansiedade ou preocupação. Apenas continuava o percurso, olhando para todos os lados a cada segundo, parecendo absorver toda a paisagem com o olhar. A tempestade e a neve somente o atrasavam, mas, pelas suas condições físicas, não se podia dizer que o prejudicava.


Trajava roupas um pouco mais pesadas, mas não tão protetoras. Portava um manto de pele de animal, além de botas apropriadas para andar naquele terreno. Todavia, por debaixo daquilo tudo, escondia uma veste leve, que lhe permitiria lutar sem problemas. Em suas costas, levava uma mochila muito grande, provavelmente com alguns mantimentos.


O tédio também era marcante. A falta de luz solar e a homogeneidade do caminho só contribuíam para aumentar os sentimentos depressivos de qualquer um. Propus, porém, parecia não estar abalado com aquilo. Era impossível delimitar seus pensamentos naquela ou em qualquer hora. Apenas podia-se perceber que ele continuava dando uma extrema atenção a tudo em volta.


De repente, como num estalo, ele parou, fechou os olhos e deu um salto para trás, se esquivando de uma grande pressão cortante que viera em sua direção, causando uma imensa fenda no chão coberto por neve. Propus olhou para o buraco e, não parecendo impressionado, apenas apontou a mão para um lugar, fechou os dedos, causando uma pequena explosão num ponto.


Um grito grave ecoou e um pequeno guerreiro se atirou de frente a Propus. Vestia roupas de guerreiro, que o deixavam completamente coberto. Tinha uma capa de pele de urso, botas altas e um capacete com chifres. Na mão direita, portava um machado grande, o que contrastava com a sua altura. Já na esquerda, havia um escudo, também grande demais.


De pé, Propus o fitou enquanto se levantava. O agressor era mais baixo do que havia suposto. Tinha longas barbas onduladas e castanhas, indo até metade da sua barriga. Os bigodes eram grossos e se misturavam com a barba e com o próprio cabelo ondulado. No conjunto, podia-se perceber pouca coisa da sua face, apenas um nariz grande e olhos castanhos e firmes.


– Parece que nem a minha camuflagem conseguiu esconder o cheiro da ambição. – comentou Propus apontando para a própria mochila. – Farejasse o ouro da minha caixa, mesmo estando dentro de um compartimento e escondido debaixo das minhas ilusões.


– Quem és tu, protótipo de feiticeiro? – rosnou o baixo guerreiro com uma expressão espantada por ele ter notado a maneira com que havia descoberto o ouro. – Por acaso és banhado pelo poder místico dos enviados de Niflheim?


– Sou apenas um viajante do sul em busca do Reino de Graad Azul. – comentou Propus, continuando a fitar o guerreiro dos pés a cabeça com seus olhos profundos. – Porém, não imaginava encontrar um ladrão por esses locais.


– O Reino de Graad Azul? – indagou o guerreiro, fungando. – Deves ser apenas um filho de mercante, em busca dos artefatos raros do Reino Azulado. Não terei nenhum receio em cortar a tua cabeça com meu grande machado sagrado, abençoado pelos anões de Nidavellir. Eu, Lofar, um ferreiro castanho, guerreiro das minas de Eldsmíði Castanho, roubarei todo o teu ouro. Tua idade não me será impedimento.


Sem demoras, Lofar correu para cima de Propus desajeitadamente. O tamanho e o excesso de peso o impediam de se movimentar com facilidade. Apesar disso, a velocidade dos seus ataques era elevada, conseguindo desferir um golpe certeiro com o machado.


A cabeça da Propus caiu rolando no chão e o guerreiro riu com tudo aquilo. Entretanto, o corpo desfalecido simplesmente foi-se evaporando, deixando Lofar intrigado, não menos que assustado. Tal espanto deu lugar à dor, quando uma forte pressão de ar o atingiu pelas costas, derrubando-o no chão rapidamente.


Irritado, Lofar apoiou o machado no chão e voltou a se levantar. Seus olhos ferviam de raiva e ambição e ele já preparava para atacar a figura de Propus, que surgia em meio à tempestade de neve, ileso e aparentemente sem nenhum ferimento. Contudo, o golpe foi mais uma vez em vão, o que resultou em mais uma queda desastrosa e alguns ferimentos no grosso braço do baixo guerreiro nórdico.


– Posso ir embora? É claro o teu espanto com as minhas ilusões, sentimento equiparado com tua habilidade com armas. – disse Propus, erguendo o braço, mostrando-lhe um corte com sangue escancarado. – Mas não conseguirás me atingir mortalmente.


– Tinha certeza das tuas técnicas vis e da tua feitiçaria, mas não poderás escapar das armas de Lofar. – grunhiu o guerreiro, empunhando o machado para frente. – Mesmo jovem, és um oponente valoroso e eu terei honra de te enfrentar num duelo mortal.


Com um movimento rápido, aparentemente inconcebível para aquela criatura desproporcional, Lofar girou rapidamente o corpo, produzindo uma força cortante que se arrastou toda num círculo em expansão para os lados e para cima. Surpreso, Propus tentou desviar, mas acabou sendo atingido por parte do golpe, tendo seus braços e troncos praticamente todos atingidos, mas sem danos muito profundos.


Satisfeito, Lofar já corria em sua direção com o machado em mãos, quando Propus lançou várias fagulhas de energia, todas defendidas com um movimento rápido do escudo que o ladrão empunhava.


Sem tempo para pensar, o garoto lançou uma pressão de ar, o suficiente somente para arrastar o pequeno guerreiro para trás. Lofar grunhiu, mas ficou satisfeito, pois não sofrera nenhum dano graças ao escudo, que também permanecia ileso.


– Eu já havia te relatado que não terias como me derrotar graças às minha habilidades de guerreiro e essas armas de Nidavellir. – gabou-se o ladrão apontando para os próprios artefatos. – Graças a elas eu posso ser considerado indestrutível.


Lofar riu mais um pouco, enquanto Propus se levantava levemente, ainda com o olhar profundo. Sem hesitar, o pequeno guerreiro voltou a agitar o machado, lançando mais uma pressão cortante. O jovem deu um salto para escapar e lançou sua pressão de ar novamente, mais uma vez defendida pelo escudo.


Sem demorar, Lofar se ergueu novamente. Estava com levemente cansado devido à pressão, mas nada muito danoso. Por outro lado, Propus sentia a testa latejar com um grande corte no centro dela. Mesmo evitando o ataque total, a pressão do machado o havia atingido. Ao perceber o ferimento do adversário, Lofar cuspiu no chão e começou a gargalhar sem parar. Tudo aquilo o divertia.


– Eu deveria imaginar, tais armas são incríveis e me conter durante a luta só causará riscos à minha vida. – comentou Propus em voz baixa, mas não imperceptível.


– Te conteres? O que estás falando? – grunhiu Lofar, já com o machado para frente.


– Não terei escolhas a não ser recorrer a isto. – respondeu Propus, cruzando os braços para cima. – EXPLOSÃO GALÁCTICA!


Uma forte energia foi emanada por Propus. Era como se todo o universo estivesse sendo pulverizado. A neve logo se desintegrou, bem como todos os seus átomos. Impressionado com tamanho poder, Lofar ergueu o escudo para frente para tentar conter a supernova, mas não impediu que ela praticamente engolisse seu corpo.


Estático, Propus abriu os olhos após o final do ataque e ficou olhando para onde estava Lofar. Não tardou e o guerreiro voltou a se manifestar. O escudo estava intacto, mas o restante do corpo estava afetado, todo queimado, cheio de ferimentos.


– A ambição e a honra não te permitem parar, não é mesmo? – relatou Propus. – Porém, tu sabes que, se eu mandar mais um ataque, os ferimentos superficiais se abrirão e tu morrerás de vez, só restando as tuas armas que, a meu ver, são indestrutíveis.


– Cala-te, guerreiro! – resmungou Lofar com uma voz seca. – Uma criatura que nasceu banhada pelo sol jamais entenderá a nossa honra. Nós apenas lutamos para sobreviver. A vida é uma batalha e a honra é o que nós alimenta. Fugir não é uma opção e só nos causará uma eternidade dolorosa nas profundezas de Hel. Não me importa se eu morrer, desde que seja lutando e…


Interrompendo as próprias palavras, ele se calou. Seu rosto suava incansavelmente e seus olhos exprimiam um grande espanto. Propus o fitou com atenção e, em seguida, olhou para frente. Ouvia barulhos estranhos, como se uma manada de antílopes estivesse correndo por perto, fugindo de uma espécie de tempestade.


– Jötnar! – murmurou Lofar, se virando para a frente.


De repente, uma gigantesca avalanche de neve foi em direção de ambos. Num movimento rápido, Propus lançou uma pressão de ar, mas foi em vão. Não tardou e ela consumiu tudo o que havia pelo caminho, incluindo os dois lutadores.


Quase que no mesmo instante, Propus sentiu a mente deixar o corpo. Não estava dormindo, mas sim hibernando. Pouco a pouco, os pensamentos iam desaparecendo até se evaporarem por completo.


Então, como num estalo, tudo voltou à tona e ele abriu os olhos. Estava vivo, mas ainda não conseguia distinguir as luzes. Apenas após algum tempo, pouco a pouco, a visão foi se acostumando com a situação. Acompanhando-a vagarosamente, os outros quatro sentidos voltaram em seguida.


Estava num quarto muito espaçoso, deitado sobre uma cama de pedra, repousando sobre um travesseiro de pele de animal e coberto também por algo do gênero. Havia pouca iluminação, sendo abastecida por velas. A parede era de pedra e todo o restante era de madeira. Ao lado, havia uma pequena bancada, com uma espécie de prato com um líquido estranho. De resto, várias camas iguais à que estava, todas de pedras e vazias, completavam o ambiente. Havia somente uma abertura no topo de uma parede, levemente larga, agindo como uma janela.


Não tardou e uma figura adentrou por entre a abertura que representava a porta. Era um garoto, não aparentava mais que treze anos, fato notado apenas pelo rosto infantil, pois era muito corpulento e aparentemente forte. Não havia barba no rosto, o que permitia distinguir muito bem a sua face. Tinha o nariz um pouco acima do normal, bochechas largas e lábios grossos. Seus olhos eram azuis claros, o que combinava com seu cabelo denso e um pouco escorrido até as orelhas. Trajava uma roupa de frio, muito semelhante à que Pavel havia cedido.


Propus correu o olhar profundo no jovem dos pés a cabeça por várias vezes. Este, por outro lado, apenas concentrava os olhos no rosto do cavaleiro e, de vez em quando no seu braço, onde se encontravam as cicatrizes das feridas do duelo contra Lofar.


– Eu sou um espécime estranho, não é mesmo? – observou Propus com a voz baixa. – Mas o diferente desperta sempre curiosidade e interesse.


O jovem o fitou, parecendo compreender o que ele quisera dizer e se espantou um pouco, porque era exatamente isso que estava pensando. Achava-o muito interessante pelo simples fato de destoar do resto das pessoas do local, que possuíam a pele mais clara e eram bem mais corpulentas. Agora, com o visitante desperto, isso só atiçou ainda mais a curiosidade e interesse do anfitrião.


– És mais enigmático do que eu pensava. – elogiou o jovem, com uma voz ainda de adolescente, mas que começava a ter um tom mais grosso. – Eu sou Henrike e tu estás em Graad Azul.


Propus retribuiu a apresentação, mas não disse seu nome, ficando apenas calado e observando tudo em volta. O jovem, por outro lado, continuou falando:


– Tiveste sorte que nós estávamos por lá. Eu estava assistindo a uma batalha entre os Guerreiros Azuis e os Jötnar Esbranquiçados, no preciso momento em que eles produziram uma grande avalanche. Meu pai, um dos guerreiros, conseguiu afugentá-los, enquanto eu fiquei olhando os destroços para ver se havia alguém morrido. Foi então que encontramos um Ferreiro Castanho e tu. Pela tua sorte, ainda estavas vivo, já o outro, pereceu.


Propus ouvia tudo atentamente e ergueu a sobrancelha em vários momentos. Parecendo entender o que aquilo queria dizer, Henrike deu uma risada leve.


– Estou falando de mais não é? – indagou o garoto loiro, não tirando os olhos de Propus. – Todas essas informações devem ser estranhas para alguém que veio do sul. Os Guerreiros Azuis são a elite dos soldados de Graad Azul. Ou melhor, vou explicar tudo calmamente. O universo é sustentado por uma árvore imensa chamada Yggdrasil. De cada um dos ramos dessa planta emerge um mundo diferente. São nove ao todo.


Respirando fundo, Henrike olhou para o jovem na cama e murmurou poeticamente:


– No topo da árvore está a terra dos Aesires, os deuses guerreiros, como Thor, Odin, Loki e Tyr. Lá é Asgard. Não muito distante e neste mesmo plano, está Vanaheim, o mundo dos Vanires, os deuses da fertilidade e da profecia, como Freyja, Freyr e Njörðr. Dizem que é o único dos nove que escapará do fim de tudo. Junto com ambos, há Alfheim, a terra dos Elfos de Luz. No nível mais inferior está Niflheim, o mundo do gelo, onde habita Hela, a Deusa dos Mortos, que rege tudo em sua grandiosa cidadela: Hel. Todos aqueles que não morrem em batalhas repousam neste mundo. No nível central, há o restante deles: Jotunheim, a terra montanhosa dos gigantes em geral; Svartalfheim, o mundo dos Elfos Negros; Nidavellir, a residência dos anões forjadores; Musphelhein, o reino dos gigantes de fogo e da própria chama. Por fim, Midgard, o habitat dos homens, onde nós vivemos.


Propus continuava observando tudo atentamente, parecendo mostrar um amplo interesse no que o graadiano contava.


– Durante milhões de anos, todos com poder podiam caminhar livremente entre os mundos, mas Odin fechou todas as portas, mantendo apenas uma ligação com Midgard: Bifrost, a ponte de arco-íris que nos liga a Asgard, mas sua passagem é eternamente bloqueada pelo Deus Heimdall. Logo, estamos isolados em Midgard, sem possibilidades de chegar a Asgard ou em qualquer um dos outro mundos.


Henrike mantinha as pausas na explicação e ficava aliviado ao ver Propus atento a cada detalhe.


– No entanto, todas as criaturas ainda conseguem interferir de alguma forma em Midgard. – continuou o jovem. – As nossas civilizações se organizam em clãs. Alguns são tão grandes, como Graad Azul, a ponto de se tornarem um reino. Cada clã tem uma própria organização política e é abençoado por uma entidade dos nove mundos. Graad Azul é agraciada por Asgard e seus guerreiros recebem a força cedida pelos próprios Aesires, representadas por armaduras azuis. Por isso temos tanto poder. Aquele Ferreiro tinha as armas abençoadas pelos anões de Nidavellir. São tão poderosas que são praticamente inquebráveis. Estávamos batalhando com os Jötnar, que são guerreiros muito corpulentos que recebem as grossas armaduras e habilidades dos gigantes de Jotunheim. Esses tinham a capacidade de produzir avalanches com forças extraordinárias e…


Antes que pudesse continuar a frase, três homens adentraram no recinto. O que mais se destacava era uma grande figura loira e corpulenta, coberta por uma armadura completamente azulada e altamente protetora. Ele tinha barbas longas que se misturavam com cabelos ondulados e longos e com um bigode. Acima de tudo, tinha uma expressão imponente, refletida por olhos azuis, e uma postura altamente ereta.


Ao lado direito, estava um homem um pouco mais baixo, também com barbas longas e com traços físicos do rosto muito semelhantes, mas com os olhos um pouco mais escuros, o nariz levemente maior e sem o mesmo porte físico. Tal fato era um pouco acobertado pelo longo manto acinzentado que cobria o corpo e um capuz traseiro. Apesar disso, também tinha uma postura imponente e um olhar autoritário.


Com um manto muito semelhante ao segundo, mas com o capuz ao redor da cabeça, uma figura praticamente da mesma altura se refugiava dentre aqueles dois. A vestimenta deveria ser padrão para os altos cargos políticos de Graad Azul. Ele não tinha o mesmo brilho e nem a mesma juventude. Pelo contrário, era extremamente velho, cheio de rugas e parecia que aquele manto era perfeito para esconder a calvície. Tinha os olhos verdes, que observavam Propus com desdém.


– O senhor deve ser o pai de Henrike. – comentou Propus, olhando para a figura mais corpulenta, enquanto o jovem citado fazia uma condolência aos três senhores que ali estavam.


O homem que supostamente seria o pai deu uma longa risada e se aproximou da cama de Propus. Ao mesmo tempo, Henrike se levantou.


– Exatamente, e também sou o Grande Jarl deste clã. Meu nome é Erik. Pavel relatou sobre tua perspicácia e não vou cair nela. – alertou o homem corpulento, com uma voz extremamente grossa, tirando uma carta amarela de bolso. – Eu li tudo nesta carta e fico feliz em acolher um amigo do nosso brilhante Pavel. Ele foi um grande herói aqui. Este jovem ao meu lado, por infortuno do destino, é meu irmão Harald, o Rei de Graad Azul e, aquele velho ali… é só Leif, o Conselheiro, mas não dês importância para ele, ninguém dá mesmo.


O Rei Harald e Erik riram sonoramente, enquanto Henrike se virou para o lado, tentando conter a graça por respeito. Leif rosnou, parecendo incomodado com aquela situação e, principalmente, aparentando estar muito irritado pela zombaria em frente a um estrangeiro. Já Propus corria os olhos de uma figura para a outra atentamente, mantendo seus olhos profundos sempre alertas a tudo.


– Estás melhor? – indagou o Rei Harald com uma voz serena, não escondendo o riso. – Eu também li a carta e fico feliz por te ajudar. Se estiveres em condições, pode nos seguir.


Propus assentiu com a cabeça e, cuidadosamente levantou. Ainda sentia o corpo dormente e ferido, mas isso não parecia estar causando muitos problemas ao cavaleiro. Sem demoras, ele seguiu o trio, que caminhava em direção à porta. Não querendo ficar fora disso, Henrike se levantou desajeitadamente e também foi atrás. Durante o percurso, o Rei ia explicando tudo, enquanto Propus observava todo o ambiente à volta.


– Diferentemente de muitos clãs, Graad Azul é uma diarquia, quase uma triarquia. – constatou o Rei Harald, olhando com desdém para Leif. – Eu sou o Rei, e sou designado a este posto desde o meu nascimento. Cuido de toda a parte administrativa de Graad Azul, bem como a tomada de decisões, mudanças, praticamente tudo. Erik é o Grande Jarl, isto é, o comandante dos Guerreiros Azuis, escolhido por eles pela sua glória. Ninguém além deles pode questionar essa decisão. Tudo o que eu elaboro precisa ser discutido com meu irmão, sem exceções. Por isso somos uma diarquia. Por fim, temos o Conselheiro, eleito pelos habitantes, que analisa tudo o que fazemos e dá o seu aval. Ele não tem o poder de criação, mas tem o de veto.


– Interessante! Vocês conseguem manter um equilíbrio aqui. – comentou Propus, atento. – Vossa Majestade é o representante da vontade divina e do direito de nascença. Desde pequeno é preparado para ocupar tal cargo. O Grande Jarl é o símbolo da guerra, valorizada muito pelos povos daqui. Se ele é o melhor dentre os guerreiros, impõe muito respeito. Por fim, há a aprovação do Conselheiro, representante de uma democracia. Ou seja, o povo tem que estar de acordo com todas as decisões.


– Exatamente! Impressionante que percebas tanto o mundo nessa idade. – concordou o Rei Harald, aplaudindo. – E eu não tenho como ser um guerreiro porque passo a vida inteira me preparando aqui, nesse lugar que estás prestes a ver.


Ditas as palavras, eles chegaram de frente a um grande salão, em meio a um dos corredores do palácio onde estavam. Sem demoras, o Rei Harald abriu a gigantesca porta de madeira e todos adentraram.


Era como se tivessem sido transportados para outra dimensão. Dentro do salão havia uma quantidade infinita de livros, postados organizadamente em forma de uma biblioteca. Propus corria os olhos por tudo, parecendo fortemente interessado.


– Esta é a grande biblioteca de Graad Azul. – indicou o Rei Harald. – Aqui há todo o conhecimento referido à sabedoria de Odin. O Rei deve ler grande parte destes livros desde pequeno e escrever outra parte, de acordo com o seu conhecimento e com o que Odin nos transmite. Desde a fundação do Reino, abastecemos esse local. É uma sala praticamente infinita.


Propus avançou e foi percorrendo a sala. O Rei Harald observava de longe e riu pelo claro fascínio esboçado nos olhos profundos do jovem. Henrike o fitou com maior interesse do que antes. Era a primeira vez no dia que a mente do visitante parecia refletir um ar de previsibilidade. Propus estava realmente adorando aquele local.


– Fica à vontade para ler o quanto desejares. – apontou o Rei. – Não estranhes se me encontrares durante o caminho. Eu também preciso me atualizar. Nunca é tarde para adquirir mais conhecimento e jamais um Rei ou qualquer outro conseguiu ler todas essas obras. Duvido que consigas, apesar de Pavel ter me descrito que tens um grande potencial.


Parecendo ignorar todas essas palavras, Propus se dirigiu a um ponto da biblioteca, como se estivesse sendo guiado por uma corda invisível. Em seguida, pegou um livro e começou a folheá-lo. Os seus olhos devoravam as palavras e, por mais depressa que os lia, parecia que estava extremamente atento até às marcas de dedos e sujeiras que havia nas páginas.


Sem demorar, ele virou mais uma página, e na sequência outra e mais outra. Mais de um ano e meio havia se passado e ele continuava lendo, devorando, parecendo deliciar com tudo aquilo.


Nem um barulho na entrada da biblioteca o dispersava. Porém, em um movimento imperceptível, ele agitou as mãos e uma labareda de fogo surgiu em frente ao indivíduo que adentrara o local. Assustado, o intruso caiu para trás, mas logo se recompôs. Era Henrike, que repetia mais uma de suas visitas diárias e, mesmo estando acostumado, sempre se surpreendia com as artimanhas de Propus.


O graadiano estava com uma aparência um pouco mais velha. Não tinha o porte adulto ainda, mas era possível perceber alguns traços de pelos no rosto, ainda que muito finos e claros. O bigode mal existia e o cabelo escorria um pouco mais. Seu olhar, contudo, permanecia com o mesmo ar infantil de sempre, não tirando o foco de Propus, a quem observava com tanto afinco. Estava mais corpulento e alto, mas ainda com o físico de um adolescente.


Propus também mudara um pouco. Não era tão alto quanto Henrike, mas tinha uma estatura respeitável. Seus cabelos continuavam lisos, indo agora um pouco abaixo do pescoço, mas sem ser longo. Como todo cavaleiro, ele não permitia o crescimento de barbas ou bigodes e nem tinha e genética para tê-los nessa idade. Apenas mantinha o rosto liso, sem perder a imponência.


– Parabéns! Vejo que finalmente entraste na academia dos aprendizes de Guerreiro Azul. – relatou Propus, sem tirar os olhos das páginas do livro, enquanto Henrike adentrava com um largo sorriso no rosto.


– Tu és realmente alguém muito interessante. – exclamou o jovem loiro, agora com uma expressão levemente de espanto. – Estás certo, como sempre! Dentro de uns dois anos eu finalmente poderei me transformar em um Guerreiro Azul oficial.


– E creio que teu pai e Sua Majestade também estavam lá, não é mesmo? – perguntou Propus, ainda sem olhar. – A cerimônia dura um dia e permitiram a entrada do Rei Harald justamente por ser teu tio.


– Sim, Propus, mas por que essas perguntas? – questionou Henrike, ainda muito interessado.


– Por que parece que essa foi a oportunidade perfeita para alguém se ausentar de Graad Azul.

 

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A semana passou rápido em Graad Azul. Ninguém parecia ter sentido a falta daquela figura encapuzada que acabara de entrar nos portões principais do castelo. Gotas de suor caíam sobre a sua face enrugada, apesar de ter saído de um local onde o frio era predominante e eterno. Estava claramente nervoso e cansado, como se tivesse andando por algum tempo em um lugar árduo e de difícil acesso. Seus olhos verdes, no entanto, brilhavam como se houvesse acabado de receber uma grande notícia.


Sem demorar, a figura cambaleou com um andar manco pelo hall, ignorando a todos que passavam. Era possível perceber que, apesar do cargo democrático que ocupava, ela não era nem de perto uma pessoa simpática. Pelo contrário, parecia que todos a olhavam rapidamente e com desprezo, desviando-se do caminho com a mesma proporção com que ela grunhia palavras de raiva.


O caminhar durou por mais alguns minutos, quando a figura encapuzada subiu a escada principal, cortou caminho para a direita e chegou a frente de uma porta de madeiras escuras, mas muito imponente, com a palavra “Conselheiro” grafada no topo.


Antes que pudesse entrar, todavia, um homem alto e corpulento, vestindo uma armadura azulada, colocou a mão na frente e o interceptou:


– Finalmente o coelho voltou para a toca. – murmurou o homem loiro. – É bom me explicares onde estiveste nos últimos dias, Conselheiro Leif, ou então terás que arcar com a ira de Erik, o Grande Jarl de Graad Azul.

 



Gente, Atlântida está de volta agora de vez. Capítulo foi meio morno, mas foi introdutório e necessário para dar vários conceitos para vocês. Desculpem a enxurrada, mas os termos aos poucos vão sendo reforçados.

Eu MUDEI parcialmente o conceito sim do Mangá. Apesar do Kuru não ter dito nada, dá a entender que Graad Azul é perto da Sibéria. Eu considerei nórdica e adaptei a mitologia.

No mais é isso!

Abraços a todos.

 

Editado por Nikos
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replicando ao autor, quanto a sua resposta, ao meu último comentário...

 

Também serviu para descrever mais sobre o castelo de Atlântida, apesar de teres dito que foi eclipsado pela nereida (não sei se isso foi um elogio ou uma crítica)

 

Certamente que foi um elogio. O que eu quis dizer com o termo “eclipsado” foi que ambas as descrições estavam muito boas, mas a que se referia a Thetis tinha se sobressaído, e isso tinha se dado de tal forma, que acabara fazendo a descrição do cenário passar, quase que, desapercebida.

 

 

 

 

Capítulo 1

 

As descrições do cenário em seu início e no decorrer, tanto como a forma apresentada de Propus chegando ao Graad Azul, me lembraram muito o arco com a aparição de Libânia na primeira fase de Atlântida.

 

E aqui, como foi daquela vez, tudo foi apresentado de forma impecável, com o cenário se sobressaindo, dada sua vivacidade.

 

Similaridades a parte, achei espetacular a maneira como o autor adaptou o Graad Azul, mesclando-o com elementos da mitologia nórdica, resultando daí, uma química incrível.

 

Parabéns!

 

A forma como as peculiaridades dos nativos da região gélida fora trabalhada, incorporara-se ao cenário tão perfeitamente, que durante cada situação, trejeito dos personagens... me senti transportado para o Reino Azul.

 

Particularmente nunca tinha me interessado pelos Guerreiros Azuis e seu lar.

 

Seja no clássico de Saint Seiya ou em outras adjacências, jamais fora despertado em mim, qualquer interesse.

 

Isso até agora...

 

Pois graças a Atlântida começo a enxergá-los com outros olhos.

 

Falando de Propus (e quando ele aparece não dá para não mencioná-lo)...

 

Achei que seu combate com o anão ferreiro se estendera demais. Mesmo tendo em mente os argumentos que o autor queria passar com o duelo (as armas, supostamente, inquebráveis de Nidavellir, a performance do próprio Propus depois de seu embate com seu pai e o Sagitário...) fiquei com essa impressão.

 

Para encerrarmos...

 

Estou devolvendo, merecidamente, o elogio quanto ao apego aos detalhes que o autor endereçou a minha obra (Crônicas de Athena).

 

Percebe-se todo o cuidado e apreço com que as informações e detalhes desse capítulo fora trabalhado.

 

Novamente o parabenizo e me despeço.

Editado por Leandro Maciel Bacelar
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Taí, li o primeiro capítulo e achei muito interessante. Gostei bastante!

 

Realmente o que você me falou antes, sobre a fic do torneio ser um prelúdio do que estava por vir na sua, se tornou realidade. Eu não fazia ideia do que viria, justamente por achar que ambas as histórias (Atlântida e a do torneio) não serem nem um pouco semelhantes. Mas me enganei em cheio! A ideia de tornar Graad Azul um lugar, ou melhor, um reino, subsidiado por Asgard deu uma contextualização tão incrível a esse lugar tão pouco explorado que mereceu minhas palmas. Incrível ideia a sua, bem explicada e, de certa forma, bem encaixada também. Gostei demais!

 

A explicação para os nove mundos também me soou muito do meu agrado. Sou fascinado pela mitologia nórdica, dada a sua riqueza de material a ser explorado e ver que este tema está sendo tão bem abordado nesta aba (Fic do Fimbul, Mystic e agora a sua) me deixam ainda mais empolgado! E isso é bom porque acabo conhecendo mais a respeito dessa diversidade de mitos.

 

Bem, gostaria muito de saber o motivo que torna Pavel um herói em Graad Azul. Espero que a história dele seja explicado nos próximos capítulos. Acho que, ao contrário do que você disse no final do capítulo, as informações não ficaram muito concentradas não, pelo contrário, achei até tudo bem organizado e sem exageros. Eu ri bastante da cena do Conselheiro sendo ridicularizado pelos outros colegas e o sumiço dele no final do capítulo me faz pensar que talvez ele tenha alguma ligação com Poseidon. Maaas, sua fic passa longe de ser uma história linear, então fico aguardando pela justificativa.

 

Inicialmente tinha pensado que o Lofar duraria pouco, mas parece que ele não era muito poderoso. O que o tornava um guerreiro formidável eram suas armas forjadas pelos anões. Bem, eu confesso que fiquei desapontado com o fato de Propus não ter vencido esse combate de forma mais fácil, porque ele havia se saído muito bem em combates anteriores contra personagens que julgo serem mais poderosos. Enfim.

 

Fiquei curioso pelo próximo capítulo, para descobrir o motivo da ausência do Conselheiro e do seu encontro com Erik, o grande Jarl de Graad Azul. Ele veste a mesma Armadura (Ou alguma parecida) que o Alexei do mangá clássico? Abraços e parabéns pelo capítulo!

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Capítulo 01 da parte 2 lida.

 

Gostei imenso e demais até, deste capítulo. Este primeiro começou muito bem na medida em que foi apresentado uma proposta muito interessante em descrever à tua imagem, inspiração, ideia, imaginação e fantasia do que seria Bluegraad, embora no mangá não passa de um rascunho à vista deste tornou-se uma obra essencial e rica em conteudo por causa da mitologia nórdica que ajudou imenso a dar corpo, destaque esquelético e até espiritualmente em matéria literária.

 

Falando do comentário sobre o capítulo, aquele guerreiro anão foi muito ousado e ganancioso e até ignorante em desafiar um recém nomeado Cavaleiro de Gémeos, porém tinha um grande trunfo e isso complicou por causa das armas invenciveis. Para Propus tinha grandes contra medidas e mesmo assim o jovem inexperiente guerreiro, soube conduzir para a sua vitória muito bem.

 

Chegando à parte do Bluegard, gostei imenso das apresentações, vejo um grande potencial nas personagens que compõem a triarquia e grandes tramas também. Conseguiste focar a minha atenção por causa da influência nórdica, portanto eu fui um prisioneiro que não conseguir sair da leitura.

 

A última parte gerou grandes questões e muita especulação.

 

Parabéns por este capítulo, conto com a qualidade igual ou superior nos vindouros. Abraços, meu caro companheiro ficwriter.

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Capítulo 01 da parte 2 lida.

 

Gostei imenso e demais até, deste capítulo. Este primeiro começou muito bem na medida em que foi apresentado uma proposta muito interessante em descrever à tua imagem, inspiração, ideia, imaginação e fantasia do que seria Bluegraad, embora no mangá não passa de um rascunho à vista deste tornou-se uma obra essencial e rica em conteudo por causa da mitologia nórdica que ajudou imenso a dar corpo, destaque esquelético e até espiritualmente em matéria literária.

 

Falando do comentário sobre o capítulo, aquele guerreiro anão foi muito ousado e ganancioso e até ignorante em desafiar um recém nomeado Cavaleiro de Gémeos, porém tinha um grande trunfo e isso complicou por causa das armas invenciveis. Para Propus tinha grandes contra medidas e mesmo assim o jovem inexperiente guerreiro, soube conduzir para a sua vitória muito bem.

 

Chegando à parte do Bluegard, gostei imenso das apresentações, vejo um grande potencial nas personagens que compõem a triarquia e grandes tramas também. Conseguiste focar a minha atenção por causa da influência nórdica, portanto eu fui um prisioneiro que não conseguir sair da leitura.

 

A última parte gerou grandes questões e muita especulação.

 

Parabéns por este capítulo, conto com a qualidade igual ou superior nos vindouros. Abraços, meu caro companheiro ficwriter.

 

https://www.youtube.com/watch?v=n-zK_BkF3UM&feature=youtu.be

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BALANÇO: CAPÍTULO 1

 

Então povo, aqui está um balanço do melhor do Capítulo 1, com resumo em vídeo, personagens e os nove mundos nórdicos para quem quiser consultar.

 

 

Resumo em vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=TEfyk66YjYA&feature=youtu.be


Personagens

Propus: Garoto que veio do sul em busca de conhecimento no Reino Azulado de Graad Azul. Seus pensamentos são um mistério, bem como sua personalidade e verdadeiro poder.

Henrike: Jovem graadiano, filho de um dos líderes da cidade. Quando conheceu Propus, era corpulento, com nariz acima do normal, bochechas largas e lábios grossos. Possuía olhos azuis claros e um cabelo denso e loiro. Um ano e meio se passou, e apenas pequenos pelos apareceram na sua face, praticamente imperceptíveis devido à cor clara.

Grande Jarl Erik: Um dos três líderes do Reino de Graad Azul. Representa a força, a honra e os Guerreiros Azuis. É alto, corpulento, loiro, com cabelos ondulados e olhos azuis e um bigode.

Rei Harald: Um dos três líderes do Reino de Graad Azul. Representa o conhecimento e a vontade divina. Irmão de Erik, é um pouco mais baixo e menos corpulento, mas com traços do rosto muito semelhantes, exceto pelo nariz, um pouco maior e pelos olhos, um pouco mais escuros.

Conselheiro Leif: Um dos três líderes do Reino de Graad Azul. Representa a democracia e a satisfação do povo. Veste sempre um capuz ao redor da cabeça, o que oculta um pouco seu rosto velho e desgastado, representado pelos olhos verdes de desprezo. Possui praticamente a mesma altura, com claros sinais de calvície.

Lofar: Ferreiro Castanho adorador de Nidavellir. Muito baixo, com barbas castanhas indo quase até metade da barrida. Possuía cabelos ondulados da mesma cor.

 

 

Nove Mundos

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Asgard: Mundo dos Aesires, os deuses guerreiros, como Thor, Odin, Tyr.

Vanaheim: Mundo dos Vanires, os deuses da fertilidade e profecia, como Freyja e Freyr. É um mundo pacífico, da agricultura e é o único dos Nove Mundos que sobreviverá após o Ragnarök, o fim dos tempos
.

 

Alfheim: Mundo dos Elfos de Luz, que habitam em florestas densas e altas.

Svartalfheim: Mundo dos Elfos Negros.

Nidavellir: Mundos dos Anões, que constroem as melhores armas em suas forjas.

Jotunheim: Mundo dos Gigantes em geral, que habitam em uma região montanhosa. Os mais famosos são os de gelo, mas também há os Gigantes da Montanha e os Gigantes de Pedra.

Midgard: Mundo dos homens, onde vivem os clãs nórdicos.

Musphelhein: Mundo do fogo, onde habitam os Gigantes de Fogo.

Niflheim: Mundo do gelo, onde a Deusa dos Mortos Hela coordena tudo na sua fortaleza Hel. Nesse lugar, ficam os que não morreram em batalha.

 

 

Curiosidades

  • Harald e Erik realmente existiram. Foram reis vikings em épocas remotas. Erik é mais famoso.
  • O atual Rei da Noruega se chama Rei Haroldo V
  • A Suécia teve vários reis com o nome Érico
  • Os nove mundos nórdicos não são unanimidade. Tem fontes que consideram Hel como um dos nove mundos e não como parte de Niflheim. Essas mesmas desconsideram Nidavellir e tratam os anões como elfos negros.

Editado por Nikos
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Oi Nikos tudo bem ?

 

Depois de um prólogo bem interessante a parte dois começou, abordando algo bem diferente e inesperado

Realmente me surpreendi com vc baseando os habitantes do graad azul na mitologia nórdica! Particularmente gostei muito disso, toda a idéia de basear um povoado em cada um dos nove mundos foi muito criativa fico curioso para saber como os reinos serão retratados

Propus me pareceu ter se tornado um tanto arrogante depois de conseguir a armadura, afinal ele substimou o adversário e acabou se dando mau por isso, para alguém tão observado nessa hora ele parece ter relaxado um pouco

A estrutura do graad foi muito bem apresentada. Pensei que o propus fosse lá para treinar, mas na verdade ele foi para adquirir conhecimento, o que é mais a cara dele se for ver

No final o conselheiro parece estar tramando alguma coisa estou curioso para saber o que vai acontecer e tb para saber que papel estes povos desempenharão na guerra santa

 

Parabéns pelo cap Nikos, e melhoras para seu dedo

Até a prox

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CAPÍTULO 2

 

Leif recuou dois passos diante daquela aparição repentina, cambaleando devido às pernas desgastadas. A expressão de Erik era firme e imponente, digna de um líder de um exército respeitável como o dos Guerreiros Azuis. O Conselheiro do Reino Azulado, porém, não parecia se intimidar com ele. Apenas mantinha o mesmo olhar frio e de desprezo que costumava a demonstrar para todos ao redor. Era, com certeza, uma figura difícil de lidar.


Não obstante, Erik segurou-lhe o punho, forçando-o. Leif pigarreou alguns resmungos, mas manteve a mesma postura de antes, como se a presença e as atitudes do Grande Jarl fossem iguais às de qualquer outro. O líder do exército graadiano pareceu perceber que tal tentativa fora falha e, como sinal de respeito, largou-lhe o braço, sem perder o olhar severo.


– Então, Conselheiro Leif, onde estiveste na última semana? – repetiu Erik, enquanto a figura encapuzada ajeitava o manto. – Aproveitaste que eu e o meu irmão estávamos na consagração de Henrike, que teve o direito de entrar para a academia de treinos dos Guerreiros Azuis, para escapar daqui.


Leif arregalou aqueles olhos verdes e desgastados, que brilhavam em meio ao rosto sombreado pelo capuz; mas não respondeu de imediato. Apenas se virou para adentrar na porta do aposento. Furioso, Erik segurou a maçaneta, não aceitando o fato de ser ignorado.


– Eu não te devo satisfações, Erik. – rosnou Leif, aparentemente irritado. – Eu ocupo um cargo político importante em Graad Azul e tenho o direito de me ausentar à vontade. Não há nada nas regras que me impeça disso.


– Regras, regras, é o que sempre te agarras, não é Leif? – provocou Erik seriamente. – Mas uma saída de uma semana é por si só suspeita. Eu, como Grande Jarl de Graad Azul, exijo que me digas aonde foste. Eu tenho poder para isto, caso esqueceste.


– Então eu veto a tua exigência! – respondeu a figura encapuzada prontamente. – Eu também tenho poder para isso, poder este que foi me dado pelo povo graadiano, que não suporta mais essa autoridade bruta que tu tanto adoras.


Diante de tais palavras, Erik abriu um largo sorriso por entre as barbas loiras e gargalhou profundamente. Leif resmungou ainda mais como se aquela atitude fosse uma ofensa e um desrespeito à própria autoridade.


– Leif, tu és uma piada! – observou o Grande Jarl, ainda não conseguindo conter as risadas. – Graad Azul sabe muito bem as circunstâncias de tua eleição e é bom não te agarrares muito à ideia de estares representando o povo. Tua popularidade cai a cada instante e essas tuas saídas só contribuem ainda mais para a desconfiança geral.


– Blasfêmia! – grunhiu o Conselheiro, mordendo os lábios.


– Sabes que é verdade, Leif. – continuou Erik, um pouco mais sério. – Daqui a uns dois anos, chegarás à metade dos teus dez anos de mandato. E, como dita o regulamento que tanto te agarras, haverá o clássico referendo de aprovação do teu posto. Se continuares contrariando a mim e ao meu irmão, as figuras mais populares de Graad Azul, duvido que consigas te manter no cargo.


Aparentemente derrotada, a figura encapuzada olhou para baixo e deu um passo para o lado. Sabia que não adiantaria nada ir de encontro com o Grande Jarl naquele momento. Como ele havia previsto, seu cargo como terceira entidade mais importante do Reino Azulado estaria correndo sérios riscos, caso persistisse.


– Eu estava em Ljós Ouro! – respondeu Leif rapidamente, tentando acabar logo com aquela tensão.


– O clã dourado adoradores dos Vanires? – questionou Erik, com um olhar incrédulo. – Não acredito que ousaste te dirigir àqueles recintos dos covardes abençoados por Vanaheim. Eles louvam deuses da agricultura e de paz. Isso não combina com nossas crenças de guerra.


– Pelo visto, vocês continuam com a ideia de isolamento. – observou o Conselheiro, fitando-o com superioridade. – Precisamos nos expandir, juntar nossas culturas ou então nosso inimigos farão isso e nos arrasarão. É hora de parar com essas rivalidades inúteis. Temos que nos juntar aos clãs mais próximos e neutros como os de Vanaheim, Alfheim e Nidavellir. Constituiremos metade dos clãs veneradores dos oito mundos além de Midgard. Seremos indestrutíveis.


– Já somos indestrutíveis, Leif, não precisamos nos aliar a veneradores de deuses agrícolas, de elfos ou de anões. – resmungou Erik, também autoritariamente.


– Como eu falei, essa mente fechada que tu, Harald e a maioria dos habitantes de Graad Azul conservam que nos arruinará.


– Rei Harald… demonstra respeito para com teus superiores. – grunhiu Erik, indignado.


– Eu respeito quem merece, não quem fica fechado numa biblioteca e num escritório achando que administra um reino corretamente. – rebateu Leif, mantendo um tom irritado. – Ou confias tanto assim nele só porque é teu irmão? Será que ele não te apunhalaria pelas costas na primeira oportunidade?


Parecendo tomado pela fúria, Erik segurou novamente o punho de Leif, emanando uma energia extremamente poderosa. Era como se o supremo Deus Odin estivesse por detrás dele. Ao mesmo tempo, o braço da figura encapuzada se congelou, bem como grande parte do manto dela. Leif recuou, tentando em vão demonstrar que não estava assustado.


– É assim que resolves tudo? Na violência, como um ogro sem argumentos? – provocou Leif, olhando-o com fúria e temor. – Mas sabes que não podes me matar, pois sou uma figura política importante. Já eu posso pensar em maneiras muito mais inteligentes de te afetar.


– Estás ameaçando o Grande Jarl de Graad Azul? – resmungou Erik sorrindo levemente como se achasse tudo aquilo engraçado.


O Conselheiro não disse nada, apenas manteve o olhar firme e decidido. Erik, pelo contrário, deu uma sonora gargalhada e, parecendo ter se divertido o suficiente com tamanha ousadia, largou o braço da figura encapuzada. Em seguida, a fitou com desdém e caminhou pelos corredores do palácio, deixando-a sozinha, com o braço congelado.


Ao ver o Grande Jarl deixar o corredor, Leif respirou fundo, ainda mantendo um ar decidido. Olhou para o próprio braço e isso só aumentou o mau humor. Parecia que não conseguiria aceitar aquela situação por muito mais tempo. Assim, se virou novamente para a maçaneta e se prontificou a abri-la com a mão esquerda, que não sofrera com o ataque de Erik. Contudo, no preciso momento, uma voz lhe chamou a atenção:


– É engraçado, não é mesmo?


Leif se virou rapidamente, não mudando a expressão carrancuda ao ver Propus, mantendo um olhar profundo e um tom claramente debochado na face.


– O que estás fazendo aqui, seu estrangeiro metido? – bufou a figura encapuzada. – Vais atormentar a minha vida como Erik adora fazer?


– É engraçado como odeias tanto a minha presença aqui por eu ser um estrangeiro, mas, ao mesmo tempo, defendes um ideal de integração. – provocou Propus, correndo o olhar pelo corpo todo do Conselheiro. – Isso é ao menos curioso!


– O que tens a ver com isso? – resmungou Leif, olhando-o com cada vez mais ódio.


– Está claro que não gostas de mim. – repetiu Propus, sem perder o tom. – E é óbvio que vais dizer que é por que não tenho as mesmas crenças que os adoradores de vocês, dos Vanires, Elfos e tal. Mas… será que é só isso mesmo?


Leif rangeu os dentes, irritado com aquele falatório do visitante. Propus, contudo, não se importava e continuava a falar.


– O Rei Harald e Erik são extremamente populares. – continuou o garoto. – Está visível que não tens tanto carisma assim, apesar de ter sido escolhido pelo próprio povo. Por isso, mesmo tendo poder, não te arriscas a bater tão de frente assim nas decisões políticas com os dois. Sabes que só vais piorar a situação.


A figura encapuzada ficou quieta, ouvindo tudo com atenção e irritação.


– Entretanto, seria tão interessante se conseguisses abolir a popularidade dos dois, não é mesmo? – observou Propus. – Trazer membros de outros clãs, que não tenham a mesma idolatria à guerra como os habitantes de Graad Azul, com certeza reduziria a influência de Erik. Além disso, sendo o pivô de uma união, é certo que conseguirias muita força dos recém-chegados, rivalizando até com o poder do Rei Harald. Além disso, fazer intriga entre os dois contribui ainda mais para transferir o poder para ti. É bem curioso se olharmos por esse ponto.


Os olhos de Leif brilharam e a sombra feita pelo capuz lhe deu um ar sombrio e assustador. Propus permaneceu impassível, como se não temesse nenhum um pouco qualquer ameaça daquela figura encapuzada.


– É bom cuidares com as tuas palavras, garoto. – disse Leif, se encurvando um pouco, fitando-o diretamente nos olhos. – Não sabes do que eu sou capaz. Se começares a fazer uma campanha contra mim eu…


– PROPUS! – exclamou uma voz do outro lado do corredor.


Ambos se viraram, quando Henrike, trajando vestimentas de treinamento, se aproximou sorridente de ambos. Leif bufou um pouco, mas soltou um urro aliviado ao ver a conversa sendo interrompida. Propus manteve a mesma expressão de sempre, desviando o olhar profundo para o amigo que acabara de chegar.


Henrike sorriu mais uma vez ao chegar do lado dos dois, mexendo levemente nos cabelos loiros. Fitava o Conselheiro com um grau de ironia, um pouco menor que o provocativo de Propus.


– Leif, o que tanto discutes com Propus? – indagou o jovem graadiano, erguendo uma das sobrancelhas. – Por acaso temes que ele fique mais popular que tu? Se bem que isso não é muito difícil.


Henrike riu com a provocação e, parecendo acompanhar o amigo, Propus também deu uma leve risada. Leif bufou de raiva e, querendo evitar mais uma discussão desnecessária, abriu rapidamente a porta, entrou no próprio aposento e fechou-a com força. Os jovens olharam aquilo, considerando novamente o tom divertido da situação.


Vendo que não havia mais nada para fazer ali, ambos deixaram o local, caminhando pelos corredores do palácio. Henrike falava a maior parte do tempo, contando sobre a primeira semana de treinamento na academia e como se sentia à vontade combatendo. Segundo o graadiano, ele nascera para isso e esperava se tornar tão brilhante como o pai um dia, apesar de achar isso impossível. Propus apenas concordava, mantendo os olhos atentos a tudo.


Eles viraram no primeiro corredor e desceram uma das escadas. Estavam indo em direção à torre central, onde se encontrava o salão mais famoso do Reino. Propus olhou com atenção para aquela porta e abriu-a sem demoras. Como se um portal para outra dimensão fosse aberto, eles estavam novamente na gigantesca biblioteca infinita de Graad Azul.


Parecendo novamente hipnotizado, Propus foi em direção a uma das estantes, como se estivesse sendo guiado, pegou um livro e abriu em uma página marcada. Cansado, Henrike sentou em uma das poltronas, revestidas com peles de animal; e tirou as pesadas proteções do corpo, ficando apenas com roupas leves. Apesar do frio, o jovem graadiano transpirava, demonstrando um claro cansaço após dias árduos de treinamento.


– Não deverias provocar tanto o Conselheiro assim! – alertou Henrike, passando a mão no rosto para limpar as gotas de suor. – Ele não é uma pessoa muito simpática e já tem muita aversão por ti.


– Eu imagino! – respondeu Propus, lendo com atenção a página do livro que segurava. – Ele é uma pessoa amarga e nada confiável. É alguém que pode dar um bote a qualquer instante.


– Ele te odeia tanto porque te vê como a sombra de Pavel, uma ameaça à pouca popularidade que ainda tem. – relatou Henrike, rindo um pouco.


Ao ouvir aquelas palavras, Propus fechou rapidamente o livro e virou os olhos para Henrike. O jovem graadiano sorriu novamente, parecendo extremamente satisfeito por finalmente conseguir chamar mais atenção do amigo do que as infinitas obras da biblioteca.


– Tu disseste Pavel? – questionou Propus. – Gostavas muito dele, pelo visto.


– Não dá de esconder nada de ti! – comentou Henrike, dando um sorriso cativante. – Pavel foi um grande herói aqui em Graad Azul, como bem sabes, e Leif não o suporta por causa disso. Ele sempre temeu que Pavel tomasse o seu lugar.


Parecendo amplamente interessado com aquele assunto, Propus manteve a atenção firme no amigo, enquanto Henrike contava mais sobre a presença de Pavel em Graad Azul. Conforme o jovem graadiano ia falando, as imagens iam tomando forma em sua cabeça, se relembrando do dia em que o ainda desconhecido guerreiro chegara ao Reino Azulado.


A sala do Rei Harald estava agitada naquele dia, há alguns anos. Recém-nomeado Grande Jarl de Graad Azul, Erik discutia com o irmão todos os detalhes do novo posto que assumiria. Apesar da grande congratulação, Erik tentava não demonstrar uma grande empolgação, apenas tratava as coisas com frieza. O Rei, por outro lado, parecia extremamente satisfeito em ter que dividir o poder com o irmão mais novo. A administração seria muito mais fácil.


O escritório era grande, típico de uma figura importante como o líder mais poderoso das terras nórdicas. As paredes eram todas de pedra acinzentadas, padrões dos castelos da região, mostrando uma elevada resistência. Havia uma mesa no lado oposto à porta, onde uma janela comprida, mas baixa, se destacava próximo ao teto, permitindo a entrada de luz. Uma estante de pedras, contendo vários livros, ocupava o lado direito a partir da entrada, enquanto, no esquerdo, havia alguns bancos rochosos.


Em um deles, Henrike se divertia balançando-o para frente e para trás, já que achava a discussão entre o pai e o tio bem desinteressante. O garoto era baixo e muito novo, aparentando uns nove ou dez anos, tendo traços completamente infantis. Os cabelos loiros eram muito mais curtos na época, mas ainda mantinham uma textura mais grossa.


Após alguns minutos, a porta do salão se abriu, revelando a presença de dois indivíduos. O primeiro era uma mulher, baixa, com uma idade já um pouco mais avançada, refletida em algumas rugas que permeavam sua face. Tinha olhos azuis escuros, que se destacavam, ainda mantendo a beleza que insistia em permanecer, mesmo com os anos decorridos. Seus cabelos eram extremamente claros e encaracolados, sendo escondidos por de trás de um capuz que lhe rodeava a cabeça e se juntava a um longo manto acinzentado. Possuía um ar autoritário e não menos maternal.


Acompanhando a mulher, um jovem de cabelos loiros e curtos se destacava. Aparentava uns vinte anos, mas ainda mantinha traços da juventude, principalmente devido à baixa altura. Possuía olhos azuis, também claros, demonstrando certo grau de orgulho e imprudência. Assemelhava-se em alguns pontos aos graadianos e aos povos nórdicos em geral, sendo diferenciado por apenas alguns nuances da face e do corpo.


A presença de ambos no escritório chamou logo a atenção do Rei Harald, que os cumprimentou e olhou para o jovem com interesse e não menos curiosidade. Erik se aproximou da dama e beijou sua mão, enquanto também fitou o acompanhante. Henrike, por outro lado, continuou brincando na cadeira, ignorando quase que completamente o ocorrido. Nem a presença do recém-chegado fora suficiente para desviar a atenção que dedicava à sua diversão.


– Seja bem vinda, Conselheira Kelda. – cumprimentou o Rei Harald, ainda sentado atrás da mesa. – A que devo a honra de sua presença?


– Boa noite, Vossa Majestade e Grande Jarl Erik. – retribuiu Kelda, com uma voz um pouco envelhecida e desgastada. – Eu gostaria de apresentar esse jovem, que veio ampliar os seus treinamentos e conhecimentos aqui. Ele veio por recomendações do velho Filat, que prestou vários serviços a Graad Azul nos últimos séculos.


O Rei Harald o fitou com ainda mais interesse, correndo o olho por todo o corpo do rapaz como se estivesse a avaliá-lo. Erik fez a mesma coisa e, por um momento, ergueu a sobrancelha, parecendo não compreender como alguém baixo e aparentemente sem músculos poderia ser um guerreiro. O jovem, sem demonstrar timidez, simplesmente se curvou, mantendo um sorriso superior.


– É um prazer conhecê-lo, Vossa Majestade. – cumprimentou o jovem. – Meu mestre Filat falou muito bem de Graad Azul. Creio que ele não o conheceu diretamente, mas manteve um contato mais próximo com seu avô.


– Certamente que conheceu nosso avô. – interrompeu Erik, parecendo achar graça naquela situação. – Ele contou muitas histórias sobre o velho Filat e sua habilidade incrível de dominar o gelo. Se foste treinado por ele, com certeza deves ser um grande guerreiro, apesar dessa tua aparência frágil.


– Sim, eu desenvolvi bastante as minhas habilidades, mas penso que somente nas condições extremas daqui eu conseguirei avançar completamente. – continuou o visitante, sem parecer modesto. – A propósito, quem é o senhor?


– Meu nome é Erik, sou o novo Grande Jarl de Graad Azul, ou seja, líder do exército dos Guerreiros Azuis e um dos triarcas. – respondeu o guerreiro graadiano prontamente, dando uma longa risada em seguida.


– É um prazer conhecê-lo! – cumprimentou o jovem, estendendo-lhe a mão. – Meu nome é Pavel, e eu sou um guerreiro que luta em batalhas no sul.


Ao ouvir aquelas palavras, Henrike parou de agitar a cadeira e olhou com mais atenção para o visitante. O garoto o fitou com ainda mais interesse do que seu pai e tio. Parecia que ele estava analisando Pavel com atenção, querendo achar alguma coisa. Porém, após alguns segundos, ele abaixou a cabeça, demonstrando certa decepção.


Nem Erik, nem Kelda, nem o Rei Harald e muito menos Pavel notaram a atenção dedicada por Henrike. Eles simplesmente continuaram com as cerimônias e apresentações. Após algum tempo, o Rei ordenou para que a Conselheira dirigisse o recém-chegado para um dos aposentos. No outro dia, ele mesmo apresentaria todo o palácio, como de costume.


Obedecendo sem problemas, Kelda guiou Pavel pela saída do castelo e o conduziu até um dos aposentos. Durante o dia, ele foi recepcionado pelas três figuras políticas, que o levaram para conhecer o Reino e o próprio castelo. Como sempre, o último local mostrado foi a grande biblioteca de Graad Azul, que causou certo interesse ao visitante, mas nada tão grande quanto o treinamento dos Guerreiros Azuis.


Terminada a visita, o Rei Harald voltou para a sua sala, enquanto Kelda guiou Pavel novamente para o aposento. Segundo Erik, a partir do dia seguinte, o visitante estaria livre para treinar suas habilidades próximo das fronteiras das muralhas do Reino, além de poder acompanhar em partes os treinos dos Guerreiros Azuis. As reuniões militares e administrativas eram confidenciais, mas a prática das habilidades poderiam ser liberadas, já que Pavel tinha uma boa recomendação.


No dia seguinte, um pouco interessado, Pavel seguiu diretamente para a biblioteca. Mesmo não adotando a leitura como um grande hábito, aquela estrutura toda lhe era muito impressionante. Não imaginava que aquele reino em terras isoladas pudesse ter tanta informação e conhecimento. Precisava, por obrigação à própria consciência, ler pelo menos uma daquelas obras.


Antes que pudesse pegar um livro, entretanto, a porta se abriu. Pavel se virou rapidamente e, sem perder a pose, olhou para quem acabara de chegar. Ele forçou a memória e, por um instante, se recordou de ter visto aquele rosto uma vez, mas não lembrou onde.


– Quem és tu? – indagou Pavel com um leve sorriso.


– Eu sou Henrike, filho do Grande Jarl Erik e sobrinho do Rei Harald. – respondeu com uma voz infantil.


Pavel cumprimentou e olhou com mais atenção para aquela criança, que não tirava os olhos dele. Parecia que Henrike estava amplamente interessado, o que deixava o estrangeiro um pouco satisfeito.


– O senhor disse que veio do sul, mas é estranho. – comentou Henrike, ainda olhando Pavel com interesse. – Eu sempre pensei que as pessoas do sul fossem bem diferentes. Mas o senhor parece muito com as pessoas daqui.


Pavel ergueu a sobrancelha com o comentário, dando uma leve risada em seguida.


– Tu és engraçado! – riu Pavel, colocando a mão no queixo. – É muito estranho alguém perguntar isso. Mas eu vou te responder. Eu luto no sul, mas eu vim na realidade do leste, em uma região com condições semelhantes às daqui. Por isso somos tão parecidos.


Henrike olhou para baixo, aparentando novamente uma decepção. Sem entender direito, Pavel se virou, pronto para ler o livro que pegara.


– Mas os guerreiros do sul, são diferentes em geral? – perguntou Henrike rapidamente, tirando novamente a atenção de Pavel.


– Muito diferentes! – reforçou Pavel, com a paciência intacta; aquelas perguntas não o incomodavam. – Eles têm a pele mais morena, cabelos e olhos mais escuros e, dependendo do local, alguns têm um porte mais acentuado.


Henrike ouviu com atenção e com um interesse elevado. Pavel não entendeu, mas continuou explicando e contando histórias no decorrer do dia, até Erik localizar o garoto e o chamá-lo de volta.


O interesse de Henrike pelas histórias do guerreiro do sul não se findou naquele dia. Durante várias manhãs, o garoto instigava Pavel a contar cada vez mais dos seus feitos e explicar como eram as pessoas com quem convivia e por que lutavam. Parecendo gostar de ter tamanha atenção e admiração do garoto, ele explicou, com certo cuidado, sobre uma guerra que travava e de como a situação estava crítica. Frisou também em sua infância no leste e como treinou para ser um guerreiro.


Os meses foram passando e o interesse de Henrike aumentava ainda mais. Encontrava-se mais de uma vez por semana com Pavel na biblioteca, no pátio, nos locais treinamentos. Ver o guerreiro treinar, na realidade, era quase tão interessante quanto imaginar as práticas da academia dos Guerreiros Azuis. Como era muito jovem, não tinha acesso a elas e, por isso, se contentava em ver Pavel.


Naquele dia, pouco mais de um ano após a sua chegada, Pavel estava com Henrike, na parte de cima de uma das muralhas do Reino Azulado. A cidade tinha uma camada de cinco muros, sendo permitido andar por cima deles, como própria forma de armazenar guerreiros de defesa. As barreiras rodeavam o Reino, se findando no mar, que havia atrás do palácio.


Henrike o perguntava mais sobre as aventuras que passou no leste e sobre a origem do poder. Pavel explicava como podia, ampliando a verdade para parecer mais espetacular. O garoto acreditava em tudo, não querendo questioná-lo de maneira alguma. Apenas continuava a ouvi-lo, como se ele fosse um grande herói.


– Aquele era um guerreiro muito forte, mas eu e meu amigo conseguimos derrotá-lo. – explicava Pavel, mexendo as mãos. – Utilizamos não só a força bruta, mas também uma grande estraté…


Antes que Pavel pudesse completar a frase, um som de uma trombeta tomou conta de Graad Azul. Henrike caiu para trás, completamente assustado, pois sabia o que significava. Pavel ouviu aquele barulho, não entendendo o que estava acontecendo e nem o motivo de tamanho agito na cidade. Vendo de cima, era possível observar várias pessoas se agrupando assustadas, dispostas a entrar no castelo. Enquanto isso, uma leva de guerreiros marchava pelas ruas da cidade, prontas para atravessar as muralhas.


Então, um ponto brilhante surgiu além dos muros. Pavel forçou a vista e viu dezenas de guerreiros se aproximando, todos equipados com roupas de guerra. Portavam uma espécie de tocha nas mãos, o que lhes destacavam a uma distância muito grande. Henrike observou ainda assustado, temendo pelo que estava por vir.


O som da trombeta soou mais uma vez, quando dezenas de guerreiros defensores deixaram as muralhas, todos trajando armaduras azuis brilhantes, sendo liderados por Erik, que portava um pingente do pescoço e a proteção mais revestida e imponente.


– São Conjuradores Alaranjados! – indicou Henrike, ainda espantado, notando a grande bandeira que hasteavam. – Aquele é o símbolo de Eldur Laranja, um clã que detém o fogo sagrado de Musphelhein. Eles podem derreter qualquer gelo em segundos e… PAVEL!


Parecendo ignorar as informações do garoto, Pavel saltou entre as cinco muralhas facilmente, ficando de pé na mais externa. Henrike observou com atenção, impressionado com a agilidade do guerreiro.


Sem perder tempo, Pavel analisou as condições da batalha, enquanto os exércitos se atacavam verbalmente. Havia com certeza uma quantidade muito maior de invasores do que defensores. Por mais que os Guerreiros Azuis fossem os combatentes mais poderosos das terras nórdicas, estava claro que mesmo com uma vitória, haveria algumas baixas.


Concentrando uma grande energia interior, Pavel fechou os olhos e elevou o cosmo. Vários cristais de gelo começaram a cair por de volta do seu corpo, promovendo um belo espetáculo luminoso que atingiu em cheio os olhos de Henrike. As criaturas que estavam se digladiando verbalmente, contudo, pareciam ignorar aquilo. Apenas se olhavam e se ofendiam, antes de a batalha realmente começar.


Quando todos estavam prestes a se atacar, Pavel abriu os olhos rapidamente e esticou os braços para o lado, mantendo a palma da mão para cima. Com o cosmo se elevando a cada instante, ele começou a erguer o punho, aparentando estar sofrendo muito para produzir aquilo.


No instante seguinte, o queixo de todos os Guerreiros Azuis e Conjuradores Alaranjados caíram. Um grande muro de gelo começou a emergir do chão, ficando entre os exércitos, rodeando todo o Reino Azulado. Pavel transpirava muito, parecendo ter feito grande esforço para produzir tamanha façanha. Henrike, mais do que todos, se entusiasmava, admirando cada vez mais aquele guerreiro.


Também impressionados, mas não derrotados, os combatentes de Eldur Laranja agitaram as tochas que carregavam e, num ato rápido, apontaram-nas para frente. O fogo produzido se espalhou em segundos, atingindo a muralha de gelo produzida por Pavel. Os ataques produziram um dano considerável, não o suficiente para derreter de imediato aquela barreira.


Ao mesmo tempo, várias lanças de fogo cortaram o céu, atravessando a parede e chegando até os Guerreiros Azuis. Alguns lançaram uma rajada de ar frio, enquanto outros tombaram perante o fogo que se espalhava rapidamente ao atingir o corpo.


Percebendo que a muralha logo tombaria e que as lanças poderiam ser um desequilíbrio na batalha, Pavel saltou do muro sólido de Graad Azul e parou em cima da própria parede gélida. Com o cosmo no limite, ele foi rodeado por vários cristais de gelo e apontou o braço para frente.


– AVALANCHE AVASSALADORA! – exclamou Pavel, com os olhos brilhando.


Uma imensa quantidade de neve começou a rodear Pavel e, a um sinal dele, se espalhou para frente, atingindo praticamente metade dos Conjuradores Alaranjados. A pressão engoliu quem estava no caminho e o frio intenso liquidou com o que restava de vida dos atingidos. Terminado o ataque, Pavel respirou fundo e, transpirando muito, tombou no chão.


Henrike ficou ainda mais boquiaberto com aquela demonstração de poder. No campo de batalha, os Guerreiros Azuis se impressionaram, achando, por um instante, que Pavel fosse um enviado dos Gigantes de Gelo de Jotunheim. Entretanto, ao ver que os adversários tiveram seu poder reduzido à metade, resolveram aproveitar e atacá-los.


Com mais ou menos a mesma quantidade de combatentes, o exército de Guerreiros Azuis, sob o comando de Erik, arrasou qualquer tentativa de ataque dos Conjuradores Alaranjados. As baixas, ainda que existissem, foram quase nulas, mal representando um grande dano ao poderoso exército graadiano. Os soldados de Eldur Laranja foram completamente dizimados em cerca de uma hora, praticamente sem deixar rastros.


O feito de Pavel se espalhou rapidamente por toda Graad Azul após a batalha. Erik ficou completamente agradecido pelo seu poder, decretando que ele era um guerreiro de honra. Nem o Rei Harald, nem o próprio Grande Jarl fizeram o mínimo de esforço para impedir que os boatos se espalhassem. Eles louvavam a guerra e, por causa disso, na visão da maioria dos graadianos, inclusive das autoridades, Pavel merecia aquela glória.


Durante os dias, a fama dele foi crescendo de modo assustador, tornando-o um grande herói. Pavel parecia adorar ser o centro das atenções, conforme andava pela vila e pelos corredores do palácio. Estava sendo muito melhor tratado por quase todos, inclusive pelo Rei Harald, que disse que ele teria grande potencial para ser um Guerreiro Azul. Pavel, contudo, negava qualquer interesse. Para ele, bastava manter o sucesso que fazia.


O interesse de Henrike, que já era grande, se expandiu ainda mais. O garoto jamais imaginara a intensidade do poder de Pavel e, agora, acreditava ainda mais nas histórias que ouvia. Nos meses que se seguiram, ele fez o possível para ampliar a fama do guerreiro pelas ruas da cidade, principalmente entre as crianças, que agora o idolatravam quase tanto quanto louvavam os Guerreiros Azuis.


Mais de um ano se passou depois da batalha contra os conjuradores de Eldur Laranja. Naquele dia, Pavel fora convocado para comparecer ao escritório do Rei Harald, por um motivo até então desconhecido. Chegando lá, a figura encapuzada de Kelda o abraçou, parabenizando-o completamente. Sentado à mesa, estava o Rei Harald, escrevendo em um papiro. Erik permanecia de pé, com os braços cruzados. Ao lado do Grande Jarl, Henrike sorria, com os olhos brilhando, cheios de esperança.


– O que aconteceu? – perguntou Pavel interessado, não menos satisfeito com a atenção das três figuras mais importantes de Graad Azul.


– Tu foste eleito para ocupar o meu cargo, Pavel. – comentou Kelda com uma voz amável e maternal. – A partir de amanhã, poderás assumir o posto de Conselheiro de Graad Azul.

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Capítulo 2

 

Predicados, que já são costumeiros aqui em Atlântida, se destacaram no capítulo anterior e agora neste, merecendo esta nota em especial. Me refiro a abordagem política envolvendo suas intrigas e exercício de poder (entenda Leif), além de sutilezas dos personagens (entenda Henrike), como vindas de suas personalidades e hábitos.

 

Um pouco mais foi nos apresentado do Graad Azul além de uma abordagem dos anos vividos ali pelo Cavaleiro de Ouro de Aquário.

 

Num incidente com os Conjuradores Alaranjados (a cena com eles manipulando as chamas das tochas me lembrou muito a série animada de Avatar) tivemos um vislumbre importante de como Pavel se tornará uma lenda no reino azul do norte.

 

Confesso que esperava mais ao ver em ação os Guerreiros Azuis, em principal por tratar-se de uma confrontação coletiva (o que é sempre interessante de se observar). As cenas, há meu ver, careceram de um pouco mais de esmero, tanto para elaboração da ação como da estética numa amplitude geral.

 

Para encerrarmos, e ainda nos remetendo ao passado de Pavel no Graad Azul, tivemos a Conselheira Kelda (destaque pela bela descrição feita pelo autor de sua figura) dizendo que o futuro Cavaleiro de Ouro de Aquário, fora designado a ocupar seu posto.

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