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Saint Seiya - Atlântida: Contos dos Renegados (Parte 2)


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CAPÍTULO 20

O frio era intenso e tão insuportável quanto à falta de umidade que rachava os lábios de todos ali presentes. Eram pouco mais de dez homens, todos reunidos em volta de uma espécie de fogueira, cuja própria existência era um milagre em meio aqueles ventos gélidos e cortinas de areia que deslizavam no ar. Atrás deles, algumas peles de animais formavam tendas, se assemelhando com barracas, que deveriam servir para protegê-los durante o sono.


Os modos e a higiene pessoal pareciam estar muito longe daquela área. Todos tinham a pele levemente morena, com longas barbas negras e bigodes empoeirados e mal cuidados, provavelmente não só devido à areia do deserto. Gritavam, se esperneavam, riam completamente à toa, agindo como se fossem os donos do local, ignorando qualquer significado de boas maneiras.


As roupas, entretanto, apesar de relaxadas, apresentavam uma fiação nada simples e dignamente pronta para conseguir seus objetivos. Eram túnicas longas, cobrindo todo o corpo, aparentemente confortáveis e suficientemente úteis para protegê-los de temperaturas extremas, como o frio da noite desértica e o calor do meio-dia. Elas eram cobertas por uma espécie de armadura de guerra leve, muito inferior à dos soldados gregos. Ao lado de cada homem, havia uma lança longa e um escudo gigantesco não circular, tendo um formato semelhante ao número oito.


– E então, Rashne, qual é o próximo passo? – indagou um dos homens ao companheiro que se encontrava no centro, vestindo as roupas aparentemente mais caras.


– Estamos apenas em uma missão de reconhecimento. –o homem chamado Rashne se levantou, emanando uma voz grossa, seca, um pouco bárbara. – Precisamos abrir alas hoje pela madrugada para o exército que virá amanhã. Esta é uma das poucas localidades da região que ainda não está sobre o nosso controle.


– Claro! Logo tudo fará parte do Império Persa! – reforçou um terceiro homem, agitando a própria lança.


De repente, um barulho soou forte atrás do grupo, chamando a atenção de todos. À mesma proporção, os ventos começaram a ficar cada vez mais intensos, carregando muito mais areia. Ouvindo passos largos, Rashne pegou sua lança e escudo, ordenando para que o restante seguisse suas atitudes. Estava escuro, sendo a única iluminação, a parca luz das estrelas e da própria fogueira.


O som dos passos ficava cada vez mais alto, como se elefantes estivessem rumando a caminho dali. Não tardou e o forte vento extinguiu o que restava das chamas da fogueira, deixando-os em um breu total. Rashne rosnou algumas palavras, mas não recuou, tinha que manter a sua autoridade e percebia que, pela respiração dos aliados, nenhum deles estava realmente temerário.


Entretanto, tal coragem se esvaiu em instantes, quando duas esferas vermelhas brilharam em meio à escuridão, como dois olhos grandes e luminosos. Rashne bufou e começou a ficar preocupado ao ver que não tinha mais controle sobre o próprio corpo, estando completamente paralisado. Não imagina, mas o pânico começava a tomar o seu peito e pior, sabia que seus guerreiros também estavam sofrendo de tal pesar.


Um raio vermelho cortou o céu a partir de uma daquelas esferas e atingiu diretamente um dos homens, que caiu no chão, berrou de dor e expirou logo em seguida. Todos respiraram assustados e Rashne bufou, não acreditando na incrível potência e velocidade daquele ataque repentino.


Não demorou e a outra esfera vermelha se transformou num feixe de luz, consumindo a vida de outro dos guerreiros de Rashne, deixando-o cada vez mais estupefato. Tal preocupação foi se tornando cada vez mais preenchida pelas dúvidas quando outro brilho vermelho foi emanado, dessa vez muito próximo deles, revelando a face e a estatura de uma pessoa.


Era uma mulher, coberta por um grande manto, que lhe ocultava o corpo. Sua face era bela, com olhos negros, combinando com uma boca pequena e pele morena. Tinha cabelos também negros, lisos, densos, indo até o pescoço. Rashne tentou recuar, mas sentia-se completamente paralisado.


– Quem és tu, feiticeira das sombras? – rosnou o persa


– Eu sou Safiya e não permitirei que façam mal às minhas terras. – grunhiu a moça com uma voz aguda. – Agora recebam a grande ferroada do escorpião do deserto. AGULHA ESCARLATE!


Safiya apenas levantou o dedo e oito luzes vermelhas foram emanadas seguidamente pela sua unha, sem que os guerreiros pudessem perceber. Em segundos, todos estavam caídos no chão, sem vida, deitados em pequenas poças formadas pelo próprio sangue de cada um. Satisfeita, a mulher levantou o manto para cobrir o cabelo, agitou a capa e se retirou dali.


Ela caminhou por mais algum tempo em meio ao deserto. Carregava uma caixa dourada nas costas, objeto que não era suficiente para alterar a postura e a velocidade de seu andar. Nem a baixa temperatura das noites desérticas parecia afetá-la de alguma maneira. Estava amplamente acostumada a tais intempéries, principalmente por ter nascido naquelas regiões.


Parou em frente a uma espécie de pico, deu alguns passos para escalá-lo até ver, lá de cima, um hall gigantesco, formado de grandes estátuas de barro de governantes egípcios, com inúmeras colunas sustentando uma grande edificação. Ao topo dela, uma gigantesca escultura de uma mulher com os braços que se misturava com às próprias asas se destacava em meio a tudo.


Seus olhos se encheram de lágrimas naquele momento. As lembranças de um passado lhe atiçaram e, por alguns instantes, viu a si mesma brincando naquelas colunas, para desespero dos servos, que não a deixavam sair de jeito nenhum. A nostalgia só não era menor que a ansiedade por aquela situação. Estava com a mente tão distante que, sem que percebesse, já estava na entrada do templo, de frente para dois homens, ambos vestindo longos mantos, cobrindo todo o corpo, portando também uma máscara prateada.


– Quem és tu que pretende incomodar o descanso dos habitantes do templo da Deusa Néftis? – grunhiu um dos homens, com a voz abafada devido à máscara. – Já não bastam as invasões persas em cima deste nomo tranquilo de Hwt-Sekhem.


Safiya não respondeu, apenas ergueu o braço para cima, abaixou o manto, revelando uma brilhante pulseira dourada. Os dois guardas exprimiram um urro de surpresa ao observarem aquela joia e terem certeza da identidade da mulher. Sem demorar, eles se abaixaram, se curvando dignamente, como se estivesse promovendo adorações a um Deus.


Logo, outro indivíduo de manto surgiu no local, mas com uma máscara dourada, uma espécie de cetro nas mãos e um grande colar de ouro envolvendo o pescoço. Ao se deparar com Safiya, ele deixou o cetro cair e, com uma expressão de surpresa total, abaixou o manto que cobria o cabelo, tirou a máscara e começou a respirar com uma grande expressão de felicidade.


Não era um homem, mas sim uma mulher, com olhos negros como a da amazona, pele um pouco mais velha e cabelos compridos, mas também densos e negros. Tinha o corpo bem definido, com estatura mediana, a mesma de Safiya.


Ignorando todas as regularidades e normas, a mulher de manto correu em direção à amazona e deu-lhe um abraço forte. Fazia mais de uma década que não se viam. Tomada pela nostalgia, Safiya retribuiu. Lágrimas caíram dos seus olhos incessantemente. Estava ficando cada vez mais reconfortada e não imaginava por que tinha permanecido tanto tempo longe disto.


– Minha querida irmã, Haqikah, há quanto tempo! – pronunciou Safiya, não se desfazendo do abraço.


Passado o gesto, a anfitriã deu um passo para trás, segurou no braço da irmã e o arrastou no próprio rosto, como se quisesse ter certeza que era real. Safiya entendia aquele ato e ficava satisfeita, cada vez mais feliz por estar se sentindo em casa.


Não tardou e um homem surgiu no corredor, sem manto, apenas com um traje leve, com sandálias nos dedos, uma pequena túnica cobrindo as coxas e a cintura, indo até o joelho. O corpo estava recheado por joias, inclusive um anel na mão, com o símbolo de uma chave. Era corpulento, aparentemente com uma grande força física. Sua altura não era tão elevada, mas considerável, um pouco maior que Safiya e Haqikah. Tinha cabelos negros, lisos e densos, mas muito curtos, indo somente até as orelhas.


Safiya o olhou de cima a baixo, fechou os olhos rapidamente e começou a reviver as próprias memórias. Algo nele lhe atraía de uma forma que ela não conseguia explicar. Então, passado alguns segundos seu queixo caiu ao perceber a identidade daquela figura, que retribuía o olhar, mas sem o mesmo interesse.


– Mensah? – indagou a amazona. – És tu mesmo, meu irmão?


– Sim, Safiya, é ele mesmo. – afirmou Haqikah, se abaixando para pegar o cetro. – Mensah, esta é a sua irmã, que desapareceu quando só tinhas cinco anos.


Com um sinal de Haqikah, Safiya e Mensah foram ao encontro um do outro e se abraçaram também. Não conseguia acreditar em como seu irmão, que era um pequeno garoto, havia crescido daquela maneira. Ele havia se tornado quase um homem, apesar da extrema juventude estampada.


– Essa situação merece um banquete. – aplaudiu Haqikah, olhando para os dois homens da porta. – Donkor, Kazemde, mandem os servos aprontarem a ceia. Iremos jantar em família hoje.


Se sentindo um pouco envergonhada, Safiya ficou corada, mas seguiu os irmãos, que andavam pelo longo pátio, após o hall de entrada. Chegando à entrada, passaram por um corredor amplamente pintado, grifado e tomado por colunas. As imagens dos deuses egípcios eram frequentes nas pinturas, além de haver várias estátuas completando o cenário.


O refeitório também era espaçoso, com um teto rodeado de pinturas de deuses e com uma grande mesa central de barro recheada de frutas e safras da colheita anual. Vários servos rodeavam a mesa, trazendo ainda mais comida, que teria capacidade de alimentar um exército. Após servirem os alimentos, alguns dos indivíduos de manto que ficaram lá, redirecionaram os servos para fora, deixando que apenas os membros da nobreza e clero pudessem se alimentar.


Haqikah tomou a dianteira e se sentou numa espécie de assento de barro, numa das pontas da mesa, ordenando que Mensah e Safiya se postassem cada um de um lado dela. Os outros locais, um pouco mais distantes, foram preenchidos pelas figuras de manto, os sacerdotes, que somavam oito. Após todos se acomodarem, Haqikah fez um sinal e todos se serviram, comendo e conversando.


– Minha querida, Safiya, estávamos com saudades. – comentou Haqikah com uma voz doce, não menos autoritária. – Abandonaste o Egito quando tinhas oito anos, logo depois da minha nomeação como grande Nomarca de Hwt-Sekhem. Nos mandaste cartas algum tempo depois dizendo que estava treinando para ser uma amazona na Grécia, defendendo outro Deus.


– Sim, durante a minha fuga eu fui encontrada por um guerreiro de Atena, seu nome era Feres. – explicou Safiya. – Ele me levou para lá para começar o treinamento como uma amazona de Atena.


– Eu soube que os deuses gregos estavam em guerra, principalmente essa tal de Atena. – murmurou a Nomarca, após comer mais uma fruta. – Por que voltaste de lá? Por acaso perderam a guerra.


– Eu só me iludi com eles! – rebateu Safiya. – Vi que não eram confiáveis, mas a guerra não está tão boa assim. Muito desfavorável!


– Guerras sempre são ruins. – comentou Mensah, interrompendo-os com uma voz grossa. – Mas no final, o resultado acaba sendo benéfico. Principalmente nossas batalhas com relação a esses persas, que não cansam de atacar nossa região e agora já destruíram grande parte do Império Egípcio.


– Eu sei, acabei com um grupo agora a pouco que pretendia fazer uma missão de reconhecimento aqui. – Safiya pegou um pouco a mais de comida e provou, satisfeita por voltar a comer bem.


– Que ótimo! – Haqikah observava a irmã se alimentando, sorrindo com a satisfação explícita. – Fico feliz que estejas interessadas nos nossos assuntos.


– Esquecendo esses temas políticos, eu gostaria de saber uma coisa. – comentou Mensah. – Por que nos deixaste, irmã?


Safiya pensou em responder, mas realmente não conseguiu. A nostalgia e o próprio clima familiar recheavam tanto sua mente dos mais perfeitos pensamentos, que isto lhe deixava culpada. Não conseguia entender como tinha abandonado tudo aquilo. Adorava brincar com o irmão pequeno quando era criança, admirava muito a irmã mais velha e sorriu quando ela foi coroada Nomarca. Tudo ali parecia estar perfeito.


A refeição durou mais um tempo, juntamente com a conversa. Ao fim dela, os sacerdotes se retiraram, como de costume e os três irmãos se felicitaram. Os servos estavam na porta, prontos para recolherem tudo.


Safiya agradeceu a todos e se retirou, sendo direcionada por um servo para um dos aposentos. Seu queixo caiu ao reconhecer o quarto onde dormia quando era pequena. Colocou a mão no peito e sentiu o coração bater acelerado. Estava tudo igual a como deixou, como se todos esperassem a sua volta mais cedo ou mais tarde.


Em meios às lágrimas, se deitou na cama. Não se lembrava de se sentir com tamanho conforto. Os aposentos do refúgio sempre eram apertados e com pouca preocupação com quem dormia ali. Não os culpava, afinal o treinamento de um cavaleiro não podia ser coberto por regalias, tendo que ser o mais rigoroso possível.


Os pensamentos continuavam a surgir na sua cabeça e as boas lembranças também. Parecia cada vez mais que a vida fora dali havia sido um grande pesadelo e que, só naquele instante, estava completamente realizada. Não demorou muito e caiu no sono, sonhando com a infância e família.


Um pequeno barulho lhe acordou no início da manhã. Olhou para o lado para ver o que era e se impressionou. Sua pulseira estava emitindo uma nuvem de poeira levemente intensa. Logo, a areia tomou a forma de pequenos homens armados, que marchavam aparentemente com um rumo definido. Num instante posterior, tudo desapareceu. Safiya respirou preocupada, pois sabia que a pulseira tinha poderes e os usava sempre para localizar Pítia, quando eles ainda eram companheiros, mas nunca tinha visto uma manifestação assim.


Mal se aprontou e correu para o corredor, andando sem se preocupar com o que encontrava, até que adentrou no quarto de Haqikah, que estava se aprontando. Vendo o susto da irmã, a Nomarca a confortou, mandando-a sentar na cama e perguntou-lhe o que houve.


– Eu vi vários guerreiros numa projeção da minha pulseira. – bradou Safiya, deixando Haqikah atenta.


A pulseira brilhou de novo e novamente a imagem dos homens apareceram, dessa vez em uma vila, arrasando com tudo.


– Persas! – exclamou a Nomarca, irritada. – Graças a tua pulseira, conseguimos antecipar um ataque. Que maravilha!


– Mas o que está havendo? – indagou Safiya.


– Não há tempo de explicar, precisamos montar as nossas defesas. – bradou Haqikah, se levantando e pegando o manto, a máscara e o cetro de uma escrivaninha.– Vamos nos defender!


– Eu posso ajudar! – pediu Safiya. – Tenho poder para tal!


– As questões do Egito devem ser resolvidas pelo próprio Egito. – rebateu Haqikah.


– Queres dizer que… os sacerdotes vão lutar?


Haqikah assentiu com a cabeça, terminou de se vestir, andou pelos corredores e fez um sinal, chamando todos os sacerdotes e o irmão. Por fim, se dirigiu a uma espécie de santuário central, onde apanhou o colar dourado. Colocando-o no pescoço, ela comandou todos para se dirigirem para a entrada do templo.


Safiya arregalou os olhos e se impressionou ao ver uma multidão de mais de centenas de guerreiros persas se aproximando. Todos estavam armados com lanças, escudos grandes e trajando as mesmas vestimentas do que os homens que a escorpiana atacou no dia anterior. Pensou em deferir-lhes um golpe a distância, mas Haqikah a impediu, dizendo-lhe que não precisava.


Com um sinal da Nomarca, os oito sacerdotes tomaram a dianteira, cada um vestido com um manto que cobria o corpo inteiro, um cetro e uma máscara. Os persas riram com tamanha falta de compostura, mandando apenas poucos guerreiros para enfrentar o grandioso e numero exército invasor.


A um grito do que parecia ser o líder do exército persa, todos saltaram para atacar os sacerdotes. Estes, no entanto, empunharam o próprio cetro para frente e pronunciaram algumas palavras. Quase que instantaneamente, uma criatura mitológica egípcia atrás da outra se manifestou em frente a cada um, devastando tudo o que encontrava pelo caminho.


O exército persa tentava lutar, mas era impossível. Não demorou e centenas foram sufocados por Apep, a grande serpente do submundo egípcio; chifrados por Hapi-ankh, o imponente touro branco sagrado e por Mnévis, o touro negro divino. Além disso, foram devorados por Petsucho, um gigantesco crocodilo, servo do Deus Sobek; dilacerados por Miuty, o grande gato; cortados ao meio por Anubite, um monstro com cabeça de cachorro, idêntico ao Deus Anúbis; arrasados pouco a pouco pelo pássaro Bennu, que se assemelhava a uma garça; destruídos por Ammyt, com cabeça de crocodilo, corpo de leão e traseira de um hipopótamo;


Safiya admirava tudo impressionada. Era criança quando tinha visto a luta dos sacerdotes pela última vez e não lembrava o quanto eles eram fortes. Sabia que cada um era abençoado pelos deuses e poderia invocar uma criatura mitológica, fundindo a própria alma com a dela para aniquilar um inimigo.


Satisfeita, ela olhou para o lado, mas Haqikah respirava rapidamente, como se estivesse preocupada. De repente, as criaturas mitológicas começaram a evaporar no ar, encerrando o encantamento. Safiya se impressionou, não acreditando no que estava acontecendo.


– Enviados de Aúra-Masda, o Deus benevolente dos persas! – grunhiu Haqikah, irritada.


Logo, homens cobertos por mantos que só revelavam a face surgiram de frente aos sacerdotes egípcios, conjurando magias para derrubá-los. O restante do exército persa se empolgava e estava pronto para atacar, parecendo abençoados por certa energia luminosa que os enviados produziam.


– Deixa eu ajudar, irmã. – pediu Safiya, já erguendo o dedo para lançar as ferroadas.


– Minha irmã, não te lembras dos poderes de Néftis? – perguntou a Nomarca, mostrando o próprio colar. – Com este artefato, jamais invadirão esse templo.


Haqikah colocou as duas mãos em paralelo de frente ao colar e um gigantesco poder foi emanado, lançando várias personificações de energia em direção aos enviados dos persas, devastando-os em um segundo. No instante seguinte, dezenas de pequenos feixes de luz se dirigiram ao exército restante, destruindo tudo.


A Nomarca sorriu, enquanto Safiya observou tudo impressionada. Não lembrava que aquele colar tinha tanto poder assim. Era uma energia incrível, superior a de qualquer um dos cavaleiros de ouro, podendo se aproximar, inclusive, da emanada por Atena. Todavia, logo anulou essa última possibilidade. Faltava muito para isso.


A um sinal de Haqikah, Mensah apontou o anel para frente e uma poeira brilhante caiu em cima dos sacerdotes. Não tardou e todos se levantaram, aparentemente curados. A Nomarca os aplaudiu, parabenizando-os pelo bom trabalho. Em seguida, se virou para Safiya e colocou a mão no seu ombro.


– Eu falei que nunca iriam invadir este templo. – reforçou a líder do nomo. – Com as relíquias de Néftis: o meu Colar do Poder e o Anel da Cura de Mensah, jamais terão alguma chance. Neste templo elas ganham mais poder ainda.


– É por isso que a minha Pulseira da Localização avisou com tanta precisão assim? – indagou a amazona. – Antes só localizava aqueles cujo algum vestígio do corpo foi depositado nela. Como vocês dois e meu amigo Pítia.


– Exato! – confirmou Mensah, se aproximando da conversa. – Aqui no templo, essas relíquias são muito mais poderosas. São fragmentos do poder da Deusa Néftis e, assim, quanto mais próximos elas estão do seu santuário, maior é a manifestação do poder.


– É o que nosso irmão falou! – comentou Haqikah. – E é por causa disso que esse templo sofre inúmeras invasões. Querem roubar as relíquias a qualquer custo, principalmente esse colar, que tem toda a manifestação destrutiva da energia de Néftis. Se os persas o possuírem, ou qualquer outro, terão forças suficientes para invadirem a localidade que desejarem sem problemas. Só que seu poder é tão grande que nem eu posso dominar, por isso o guardo para evitar que ele me possua.


Safiya respirou fundo e olhou para o próprio artefato. Sentia-se cada vez mais em casa e com a obrigação de defender aquele lugar. Não entendia como tinha conseguido ficar tanto tempo longe da sua terra, da família e de tudo. Olhava para Haqikah e se lembrava daquela jovem autoritária e inteligente, que sempre comandava bem. Recordava de Mensah, pequeno e atrevido. Mas não se esquecia também de seu pai, que falecera um ano antes de fugir, mas era um grande Nomarca.


– É bom estar com vocês, irmãos. – comentou Safiya, dando um abraço em Haqikah e depois em Mensah.


– Ficamos felizes em acolhê-la e esperamos que fiques aqui conosco para sempre. – comentou Haqikah, tirando a máscara para olhá-la nos olhos.


– Concordo! Eu fico triste por não ter crescido ao teu lado, minha irmã. – reforçou Mensah, abraçando-a novamente.


– Viu como trabalhamos bem juntos? – relembrou Haqikah. – Se não fosse por ti certamente teríamos tido alguma baixa e…


De repente, um estalo surgiu na mente de Safiya e ela colocou a mão na cabeça, que começou a doer muito. Várias lembranças de sua infância voltaram como um estalo e, dessa vez, não era como as outras, eram muito diferentes.


Percebendo o abalo da irmã, Haqikah foi ao seu encontro, mas levou um tapa no braço. Safiya os estava olhando de forma repreensiva.


– Interesseira, estrategista e meticulosa. Agora eu me lembro de ti, Haqikah. – afirmou Safiya com os olhos completamente diferentes. – E tu, meu irmão, mimado desde sempre, egoísta, só pensava em ti mesmo, fora que vivia em outro mundo.


– O que estás dizendo? – questionou a Nomarca, um pouco ofendida. – Não estou te reconhecendo!


– Ah! Estás! – rosnou Safiya, com lágrimas nos olhos refletindo a sua raiva. – Era exatamente assim que eu agia quando não aguentava as tuas artimanhas. Como eu pude me deixar enganar? Foi Néftis, não foi? Ela tem o poder de tirar do ser humano todas suas lembranças ruins. Por isso eu achava que aqui era um paraíso. Quando tu me enfeitiçaste?


– Não consigo te entender, o que está acontecendo? Por que me tomas dessa maneira? – insistiu Haqikah, ainda indignada.


Safiya respirou fundo e logo se acalmou. Sentia que estava sendo exagerada e que aquilo tudo não passava de uma pequena intriga de infância. Lembrou-se das incansáveis brigas que tinha com Haqikah e como se incomodava com Mensah. Contudo, resolveu dar razões à sua irmã, isso poderia ter sido uma grande infâmia.


– Eu peço perdão. – lamentou Safiya, chorosa. – É que falando assim, eu achava que estavas mais interessada na Pulseira da Localização do que em mim e todas as nossas antigas brigas voltaram à tona.


– Sendo sincera, eu fico feliz que estejas de volta, mas também, pensando no Egito, quero que a pulseira fique aqui. – admitiu a Nomarca seriamente. – Eu sei que eu era arrogante no passado, mas muita coisa mudou. Eu dependia muito do nosso pai e, quando ele morreu, me senti na obrigação de cuidar de tudo e… acho que me passei.

– Eu também confesso que era bem mimado quando criança. – confessou Mensah, olhando para baixo, lamentoso. – Mas tudo isso passou. Não sou um primor de pessoa, mas não penses mal de mim.


Em choro, Safiya abraçou os irmãos e, com dor de cabeça, pediu para se retirar. Não sabia mais o que pensar, se estava sendo injusta ou não. Aparentemente doente, ela tombou na cama e ficou lá o dia inteiro. Seu irmão Mensah lhe fez companhia várias vezes, juntamente com Haqikah, em uma oportunidade.


Na entrada da noite, no entanto, seus pensamentos dispararam, estava em uma crise interior muito maior do que quando deixara o refúgio. Mais do que nunca, não sabia se podia confiar em alguém. Por outro lado, se lembrava do rosto do irmão e da serenidade da irmã. Poderia estar cometendo uma grande injustiça. Todavia, algo estava fixo, sabia que, realmente, aquilo não parecia ser o seu lugar.


De repente, sua pulseira começou a brilhar e seu coração disparou naquele momento ao ver a imagem de um guerreiro persa se aproximando. O perigo estava perto.


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Capítulo 02 da segunda parte lida.

 

Então este arco é dedicado à passagem de Safiya de Escorpião, a guerreira de ouro egípcia.

 

Gostei desde o início de como as coisas estavam a ser conduzidas e como a trama esta também.

 

Quando li sobre os persas contra o povo do Antigo Egipto, fez me lembrar do jogo de God of War Chains of Olympus, Sobre esta questão de persas e egipcios foi uma boa aula de história.

 

A maneira como está a ser impregnada sobre os assuntos desta terra dos antigos faraós tem sido bastante agradável, mostrando uma grande e boa temática desta mitologia.

 

O capítulo parecia ser bom demais para ser verdade, quase como uma espécie de utopia, depois vem uma parte intrigante quando conseguiram afastar os persas ao defender as terras.

 

Aí pensei que o seu autor jamais foi tão linear ou previsível, agora resta descobrir o porquê.

 

Excelente capítulo e abraços, mon ami!

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Capítulo 18

 

Belo capítulo. Gostei do confronto entre o Cavaleiro de Centauro e o Marina. Não haviam laços entre eles, ou alguma interação prévia, foi o típico confronto corriqueiro de uma guerra, o que me chamou atenção, pois não sabia o que esperar. Os poderes de ambos eram praticamente idênticos e o Ateniense só conseguiu vencer com uma diferença mínima, embora tenha ficado bastante ferido. Curti as técnicas dos dois combatentes, principalmente do Centauro, que manteve as características flamejantes, mas as usou de forma original.

 

Halia, uma nova Nereida, surgiu e venceu Hadar com facilidade, até por conta dos ferimentos deste. Gerd finalmente entrou em ação e mostrou todo seu poder com a Trombeta de Elnath (/sex), achei interessante que mesmo em combate sua personalidade ponderada e tranquila se manteve. Curti o tom de humanização dos personagens após os confrontos, com eles indo buscar informações acerca da cidade onde estavam e de estarem em um hotel repousando. Também achei pertinente comentar sobre ter curtido a habilidade do Cavaleiro de Hidra de cura.

 

Por fim, conhecemos Kraz de Corvo, cujo qual apresenta uma personalidade covarde e depois, o fim do capítulo o mostra com um cadáver aos seus pés. Não sei porque, mas fiquei com a impressão dele ser traidor... /pensa Veremos.

 

Capítulo 19

 

Nossa, eu bem que suspeitei com a descrição da criatura gigantesca que ele fosse o Ain. O modo como a criatura dizia incessantemente para Gerd perder a calma indicava que ele já o conhecia e a única pessoa que poderia fazê-lo era o antigo Cavaleiro de Touro. Como o Leandro disse, as minúcias do capítulo me agradaram de uma forma grandiosa, como o fato de Gerd não poder efetuar o Grande Chifre por conta da sua estatura, mas isso acabou fazendo com que o personagem adquirisse um leque maior de ataques, como a Explosão Sísmica, que me lembrou demais o Super Nova Titânica do Hasgard.

 

Fiquei triste que Kraz acabou morrendo, eu gosto de personagens covardes. Mas gostei de ver que ele não era um traidor como eu suspeitei. Achei o confronto entre Gerd e Ain meio enfadonho em alguns momentos com aquela sequência de "atira golpe, barreira repele, golpe devolvido, oponente atingido", mas o final foi bastante legal e fiquei mais feliz ainda de ver que Sertan reapareceu e tinha participação nisso! Gostei de ver que ele deu fim ao Ain. Por sinal, também gostei de ver que você se dispôs a explicar o motivo da deserção de Ain, foi uma maldição causada por uma Oceânide. Isso me deixa muito ansioso para ver quem sabe um Gaiden ou uma outra fic contando essa guerra, ficaria bem feliz com isso.

 

Só achei estranho Ain ter a habilidade de ver almas mesmo ainda sendo um humano, já que geralmente tal característica é pertencente aos Cavaleiros de Câncer. E fico muito ansioso em ver futuramente uma circunstância onde Gerd perca sua calma inabalável e desperte essa fúria incontrolável da qual tanto foi mencionada no capítulo.

 

Capítulo 20

 

Esse capítulo me agradou bastante pela ambientação totalmente diferente dos anteriores. Focou em Safiya de Escorpião e seus parentes, no Egito. De cara me lembrou o começo de um dos Gaidens da Shiori, onde vemos um personagem conhecido participando de uma nova aventura e nos deixando ávidos em descobrir mais daquele universo que se expande aos nossos olhos. Curti ver que ela descende de adoradores de Néftis e achei interessante ver os artefatos terem mais poder quando estão em seu Santuário.

 

Achei interessante também o Egito estar em guerra com os Persas, isso mostra que o universo da fic é muito mais amplo do que simplesmente Atena vs Poseidon. Cada cultura tem seus próprios inimigos e essa abordagem dá um tom muito mais global e rico para a trama em si. Achei genial a ideia dos Sacerdotes Egípcios poderem invocar criaturas tão poderosas e mais ainda do conceito deles unirem suas energias vitais às feras, tornando-se um só. Imagino que eles são bem poderosos, tanto que liquidaram um exército sem precisarem de Safiya intervir.

 

Safiya ter surtado na frente dos irmãos me deixou temeroso quanto aos acontecimentos. Estaria ela certa quanto a aquele local ser um paraíso? Ou será que ela está sendo enganada pelos seus irmãos? No momento eu logo pensei que ela possuia algum tipo de problema mental que a fazia ter crises de personalidade, não sei se isso vai se confirmar, ou se alguma das minhas perguntas terá algum fundamento daqui por diante. No entanto, mais uma vez os Persas invadem o Templo de Néftis, acho que agora a Amazona de Escorpião vai finalmente lutar.

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Capítulo 02 da segunda parte lida.

 

Então este arco é dedicado à passagem de Safiya de Escorpião, a guerreira de ouro egípcia.

 

Gostei desde o início de como as coisas estavam a ser conduzidas e como a trama esta também.

 

Quando li sobre os persas contra o povo do Antigo Egipto, fez me lembrar do jogo de God of War Chains of Olympus, Sobre esta questão de persas e egipcios foi uma boa aula de história.

 

A maneira como está a ser impregnada sobre os assuntos desta terra dos antigos faraós tem sido bastante agradável, mostrando uma grande e boa temática desta mitologia.

 

O capítulo parecia ser bom demais para ser verdade, quase como uma espécie de utopia, depois vem uma parte intrigante quando conseguiram afastar os persas ao defender as terras.

 

Aí pensei que o seu autor jamais foi tão linear ou previsível, agora resta descobrir o porquê.

 

Excelente capítulo e abraços, mon ami!

 

Olá Saint!

 

Safiya estava merecendo um arco só dela! Mas também esse será o último arco solo, depois a história volta mesmo.

 

Os persas contra os egípcios foi baseado realmente na história, porque o Egito foi dominado pelo Império Persa até a chegada de Alexande o Grande. Ali estava mostrando já o meio das invasões, linkando não só mitologia, como história também.

 

Falando no jogo, eu desconheço quase que completamente.

 

Meu conhecimento da mitologia egípcia está muito abaixo do que sei da mitologia nórdica (que ainda é pouco, segundo eu). Mas ainda assim, tentei dar uma abordagem, ainda que curta desse trecho.

 

O Nomo de Hwt-Sekhem é um dos que resistem às investidas dos persas, isso se dá principalmente devido ao poder de Néftis e dos sacerdotes (e do colar principalmente kkk)

 

Valeu pelos comentários Saint, a gente se fala

 

Abraços

 

 

Capítulo 18

 

Belo capítulo. Gostei do confronto entre o Cavaleiro de Centauro e o Marina. Não haviam laços entre eles, ou alguma interação prévia, foi o típico confronto corriqueiro de uma guerra, o que me chamou atenção, pois não sabia o que esperar. Os poderes de ambos eram praticamente idênticos e o Ateniense só conseguiu vencer com uma diferença mínima, embora tenha ficado bastante ferido. Curti as técnicas dos dois combatentes, principalmente do Centauro, que manteve as características flamejantes, mas as usou de forma original.

 

Halia, uma nova Nereida, surgiu e venceu Hadar com facilidade, até por conta dos ferimentos deste. Gerd finalmente entrou em ação e mostrou todo seu poder com a Trombeta de Elnath ( /sex), achei interessante que mesmo em combate sua personalidade ponderada e tranquila se manteve. Curti o tom de humanização dos personagens após os confrontos, com eles indo buscar informações acerca da cidade onde estavam e de estarem em um hotel repousando. Também achei pertinente comentar sobre ter curtido a habilidade do Cavaleiro de Hidra de cura.

 

Por fim, conhecemos Kraz de Corvo, cujo qual apresenta uma personalidade covarde e depois, o fim do capítulo o mostra com um cadáver aos seus pés. Não sei porque, mas fiquei com a impressão dele ser traidor... /pensa Veremos.

 

Capítulo 19

 

Nossa, eu bem que suspeitei com a descrição da criatura gigantesca que ele fosse o Ain. O modo como a criatura dizia incessantemente para Gerd perder a calma indicava que ele já o conhecia e a única pessoa que poderia fazê-lo era o antigo Cavaleiro de Touro. Como o Leandro disse, as minúcias do capítulo me agradaram de uma forma grandiosa, como o fato de Gerd não poder efetuar o Grande Chifre por conta da sua estatura, mas isso acabou fazendo com que o personagem adquirisse um leque maior de ataques, como a Explosão Sísmica, que me lembrou demais o Super Nova Titânica do Hasgard.

 

Fiquei triste que Kraz acabou morrendo, eu gosto de personagens covardes. Mas gostei de ver que ele não era um traidor como eu suspeitei. Achei o confronto entre Gerd e Ain meio enfadonho em alguns momentos com aquela sequência de "atira golpe, barreira repele, golpe devolvido, oponente atingido", mas o final foi bastante legal e fiquei mais feliz ainda de ver que Sertan reapareceu e tinha participação nisso! Gostei de ver que ele deu fim ao Ain. Por sinal, também gostei de ver que você se dispôs a explicar o motivo da deserção de Ain, foi uma maldição causada por uma Oceânide. Isso me deixa muito ansioso para ver quem sabe um Gaiden ou uma outra fic contando essa guerra, ficaria bem feliz com isso.

 

Só achei estranho Ain ter a habilidade de ver almas mesmo ainda sendo um humano, já que geralmente tal característica é pertencente aos Cavaleiros de Câncer. E fico muito ansioso em ver futuramente uma circunstância onde Gerd perca sua calma inabalável e desperte essa fúria incontrolável da qual tanto foi mencionada no capítulo.

 

Capítulo 20

 

Esse capítulo me agradou bastante pela ambientação totalmente diferente dos anteriores. Focou em Safiya de Escorpião e seus parentes, no Egito. De cara me lembrou o começo de um dos Gaidens da Shiori, onde vemos um personagem conhecido participando de uma nova aventura e nos deixando ávidos em descobrir mais daquele universo que se expande aos nossos olhos. Curti ver que ela descende de adoradores de Néftis e achei interessante ver os artefatos terem mais poder quando estão em seu Santuário.

 

Achei interessante também o Egito estar em guerra com os Persas, isso mostra que o universo da fic é muito mais amplo do que simplesmente Atena vs Poseidon. Cada cultura tem seus próprios inimigos e essa abordagem dá um tom muito mais global e rico para a trama em si. Achei genial a ideia dos Sacerdotes Egípcios poderem invocar criaturas tão poderosas e mais ainda do conceito deles unirem suas energias vitais às feras, tornando-se um só. Imagino que eles são bem poderosos, tanto que liquidaram um exército sem precisarem de Safiya intervir.

 

Safiya ter surtado na frente dos irmãos me deixou temeroso quanto aos acontecimentos. Estaria ela certa quanto a aquele local ser um paraíso? Ou será que ela está sendo enganada pelos seus irmãos? No momento eu logo pensei que ela possuia algum tipo de problema mental que a fazia ter crises de personalidade, não sei se isso vai se confirmar, ou se alguma das minhas perguntas terá algum fundamento daqui por diante. No entanto, mais uma vez os Persas invadem o Templo de Néftis, acho que agora a Amazona de Escorpião vai finalmente lutar.

 

Olá Gustavo, achavas que tinhas perecido

 

Vamos às respostas (não faltou o capítulo 17??)

 

Capítulo 18

 

O bizzy me comentou em off que esse confronto foi um pouco aleatório porque não se tinha empatia com nenhum deles. Mas tudo certo, mostrou outros pontos da Guerra. Que bom que curtisse as técnicas. Não quis colocar Hadar de Centauro só lançando bolas de fogo, quis fazer outra coisa.

 

Halia venceu Hadar machucado com facilidade. Acho que ela venceria de qualquer jeito, mas se ele estivesse inteiro, talvez desse um suor na nereida.

 

Eu falei para ti que tinha usado Elnath de alguma forma. Estrelas sempre são base dos personagens de cavaleiros do zodíaco, kkk.

 

Gerd é tranquilaço, nunca perdendo a calma, nem nos comabtes. A humainização é normal, principalmente os cavaleiros que foram se divertir ao invés de procurar.

 

E é amazona de Hidra! Ficou confuso??

 

GF desconfiando até do Kraz. kkk

 

 

Capítulo 19

 

É, foi algo um pouco mais previsível ser o Ain, mas fazer o quê? Que bom que as minúcias te agradaram. E quanto à Explosão Sísmica, é uma explosão em raio (círculo), enquanto a Super nova titã explode de baixo para cima, pelo que eu entendi.

 

Por quê gostas de personagens covardes?? uhauha. Sim, o confronto entre Ain e Gerd foi da leva antiga e eu ainda dei uma editada, mas concordo que acabou ficando repetido (mais porque são dois cavaleiros defensivos também) Darei bastante atenção nisso no próximo combate do Gerd.

 

Sertan sempre dá as caras nos momentos cruciais. (Viva o canceriano)! E ele deu um fim sem dó nem piedade. E esse capítulo também explica a névoa que existia na entrada da caverna da Legião de Atena.

 

A deserção de Ain foi a maldição da Oceânide e o golpe que Gerd deu quando perdeu a calma. Talvez quem saiba saia uma fic da balha contra Oceano. Daí Ras e Tamuz terão mais destaque do que o pouco que já tiveram.

 

Ain foi amaldiçoado e conseguiu ver as almas a partir daquilo. E os outros conseguiam ver somente naquele espaço de transição que Sertan havia criado.

 

Também estou curioso para ver Gerd perdendo a calma (se é que perderá)!

 

Capítulo 20

 

Foi um capítulo (arco) solo da Safiya e o último arco inteiro dedicado a um cavaleiro. O resto seguirá mais a pegada de uma história completa, alternando cenas, dentre outras coisas. Safiya estava merecendo o seu destaque, já que estava sumida desde então.

 

Se assemelhou aos Gaidens sim, só que é um arco com influência no restante.

 

Na idade antiga, como eu falei pro Saint, os egípcios foram constatemente invadidos pelos persas. Tentendi dar uma situada histórica na fic, abordando a parte dos egípicios. Sim, cada cultura tem seus inimigos (egípcios x persas, clãs nórdicos entre si)

 

O nível de poder dos sacedordes ainda é desconhecido, se comparando com os próprios cavaleiros! O que deu para perceber é que eles liquidaram um exército normal, mas perderam para um feiticeiro dos persas, tanto que a Haqikah teve que intervir com seu colar.

 

Safiya teve uma dessas crises no refúgio também, não sei se tem relação.

 

Vamos ver então se ela vai lutar!

 

Valeu pelos comentários gustavo!

 

Abraços

 

 

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BALANÇO: CAPÍTULO 20

Seguem o resumo, os personagens e algumas informações.

 

Resumo

 

Descontente com as intrigas entre os cavaleiros, Safiya de Escorpião retornou às terras egípcias, onde abandou quando era pequena. Entretanto, toda a região sofria com invasões persas, que dominavam cada vez mais os nomos do Egito.

Funcionando como uma espécie de resistência, o nomo de Hwt-Sekhem resistia sob o comando da Nomarca Haqikah, irmã de Safiya e abençoada pelo poder da Deusa Néftis. A entidade mitológica abençoou o templo e concedeu seu poder na forma de três relíquias: a Pulseira da Localização, pertencente à Safiya; o Anel da Cura, destinado a Mensah e o Colar de Néftis, da própria Haqikah.

Após enfrentar alguns persas, Safiya finalmente alcançou o templo, quando foi tomada pela nostalgia, não sabendo porque abandonara seus irmãos e aquele lugar.

As invasões continuavam e, naquele dia, a Pulseira da Localização indicou mais um ataque persa ao templo. No entanto, ele foi contido pelos sacerdotes egípcios, convocadores de bestas mitológicas e pelo próprio Colar de Néfits, uma relíquia valiosa, com um grande poder destrutivo.

Satisfeita com o trabalho em conjunto, Haqikah agradeceu Safiya e disse estar feliz pelas relíquias estarem de novo no templo. Como um estalo, a escorpiana caiu em prantos e acusou a irmã de interesseira, se lembrando finalmente porque havia deixado o templo.

Em meio a um dilema, Safiya se retirou, foi para os aposentos, quando descobriu que havia mais uma invasão a caminho.

 

 

Personagens

Safiya de Escorpião: Nasceu nas terras egípcias, mas acabou fugindo do lar, recebendo treinamento para virar amazona de ouro. Portadora da Pulseira da Localização, tem uma personalidade extremamente emotiva e instável.

 

 

Haqikah: Nomarca (chefe) do Nomo de Hwt-Sekhem e irmã de Safiya. É gentil, amigável, sendo parecida com a irmã, mas com cabelos mais longos.

 

Mensah: Irmão mais novo de Safiya e Haqikah. É forte, alto, moreno, quase sem cabelos.

Sacerdotes: Combatentes egípcios que podem invocar criaturas a partir de seus cajados. Servem à Nomarca diretamente.

 

Curiosidades

* Néftis é a deusa dos mortes e realmente abençoava o Nomo de Hwt-Sekhem, segundo a mitologia.

* Todas as criaturas abordadas fazem parte da mitologia egípcia

* Safiya usou a Pulseira da Localização para achar Pítia, quando ele atacou alguns marinas no arco em que ele abandonou o refúgio.

* A estrutura egípcia era formada por aldeias, nomos e o império. Os nomos era um conjunto de aldeias, comandada por um Nomarca.

Editado por Nikos
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CAPÍTULO 21

Os dois sacerdotes continuavam montando guarda de frente ao santuário interior do templo de Néftis. Um barulho soou no canto e eles se movimentaram prontamente, preparados para defender o salão mais importante do local de qualquer coisa. Não tardou e ambos caíram no chão, vítimas de uma forte energia que surgiu em meio ao corredor.


Uma figura coberta por mantos dos pés à cabeça emergiu das sombras, passando pelos sacerdotes sem se importar. Trajava roupas típicas dos feiticeiros persas que atacaram o templo durante a manhã, anulando o efeito dos cetros dos guerreiros de Néftis. Parecendo satisfeito com tudo aquilo, o invasor bufou seriamente e adentrou no santuário da Deusa.


As pinturas que recobriam o local pareciam brilhar sem motivo nessa noite. Mas nada daquilo parecia despertar a atenção do invasor. Apenas o objeto que estava em cima do altar lhe desviava o olhar. Lá estava aquilo que mais procurava. O grande Colar de Néftis.


Aproximou-se cautelosamente para pegá-lo, quando, porém, uma cortina de fumaça tomou conta do local. Sabia que tinha caído numa armadilha. Logo, os outros seis sacerdotes guardiões, todos vestindo os mantos característicos, apareceram atrás da Nomarca, que também trajava o manto e a máscara e ao lado de Mensah, que portava o anel da cura, para qualquer eventualidade.


Antes que a figura pudesse fazer qualquer coisa, no entanto, a Nomarca saltou para frente, apontou o cajado para o invasor e lançou uma grande criatura em direção a ele. Uma gigantesca esfinge, com corpo de leão, asas de águia, cabeça de mulher e grande o suficiente para ocupar quase todo o santuário. Sem demorar, a besta pulou em cima do invasor, arrastando-o com tudo para o chão, retirando todo o seu manto protetor.


Emanando uma forte energia, a figura lançou a esfinge para longe, esvaindo-a no ar. Todos ficaram boquiabertos ao observar o invasor que, por baixo da túnica, estava recoberto por um traje dourado.


– Safiya? – alegou Mensah, impressionado.


– Eu mesma, Haqikah! – revelou a amazona, com um olhar frio e distante.


– Minha irmã, como podes ter traído o Egito e a tua família? – indagou a líder do nomo.


– Eu abandonei tudo quando fui para a Grécia. – explicou a dourada, chorando de raiva. – Achei que poderia voltar aqui e ser feliz, mas isto não é o meu lugar. Eu sei que vocês podem ter mudado, mas nunca vão apagar os nossos conflitos do passado. Quando eu vi que um invasor persa estava a caminho, eu rapidamente o derrotei e tomei o seu traje para conseguir o que queria. Agora, como guerreira de Atena, pegarei o Colar de Néftis e usarei os seus poderes para reverter a guerra ao nosso favor.


– HERESIA! – bufou Haqikah. – Usar o poder de um Deus egípcio para dar a um grego. Isso nunca será perdoado, mesmo vindo de ti, minha irmã. Ataquem meus soldados!


Os sacerdotes tomaram a linha de frente e, com o cajado para cima, um a um avançaram, lançando suas criaturas mitológicas. Estas, porém, não atacaram, apenas ficaram paralisadas, de frente para Safiya, que parecia estar emanando uma onda telepática de sua cabeça. Os sacerdotes tentaram reverter o processo, mas foi inútil, todos eles logo estavam paralisados juntos.


– Essa é a minha “Restrição”, que paralisa o cérebro dos meus oponentes. – esclareceu Safiya. – Mas nada disso supera a grande energia do meu próximo ataque. A grande ferroada do escorpião. AGULHA ESCARLATE!


Safiya apontou o dedo para frente e sua unha cresceu rapidamente, se tornando avermelhada. A um movimento, vários feixes de luzes foram produzidos, atingindo os sacerdotes um a um. Sem forças, todos tombaram no chão, ainda com vida. Haqikah resmungou e ergueu o cetro para frente, pronta para enfrentar a escorpiana, que parecia não se importar mais com nada.


– Eu falei que vou te deter! – reforçou a Nomarca. – Sente a energia da minha grande Esfinge.


Mais uma vez a figura mitológica egípcia saltou para cima da amazona de ouro, que tentou deferi-lhe um ataque, em vão. Logo, a Esfinge colocou as duas patas no braço da guerreira, prendendo-os no chão. A criatura abriu a boca, pronta para devorar a amazona.


Safiya, diante do perigo, elevou o cosmo e, usando sua força, arremessou o animal para frente, da mesma maneira que havia feito com o lobo de Psâmate. Em seguida, ergueu a mão para frente, um feixe escalarte cortou o céu e atingiu o cetro da Nomarca, que a encarou tremendo. Não tardou e Haqikah se atirou no chão, banhada em sangue, sofrendo com uma ferroada de Safiya.


– Quando foi que me atingiste? – grunhiu Haqikah.


– Nunca entenderás a velocidade de um cavaleiro de ouro. – explicou Safiya, erguendo o dedo para cima. – Mas esta foi apenas uma agulhada, com mais quatorze a tua morte será certa. Mas não pretendo te matar, então desista.


Com uma velocidade incrível, Safiya agitou a mão para cima e para baixo, lançando vários feixes de luz seguidamente. Sem o cetro, a Nomarca recebeu cada golpe, um a um, sem bloqueá-los. A cada ferroada gemia de dor, mas não implorava pela vida, continuava aceitando seu destino com honra.


Na oitava agulhada, porém, não resistiu, tombou no chão quase inconsciente, presa em um mar de sangue. Vendo que não havia mais adversários, Safiya ignorou a todos e voltou em direção ao altar do santuário, quando algo a atingiu. Um dos sacerdotes se erguia novamente, apontando o cetro para frente.


– Não desperdices a tua vida, velho. – aconselhou Safiya, ainda com um rancor nos olhos. – Eu posso acabar contigo facilmente, mas não quero fazer isso. Não quero matar ninguém! Apenas quero pegar esse artefato.


– Tu traíste a tua terra e pagarás caro por isso! – murmurou o sacerdote com os olhos negros brilhando de raiva. – Não posso permitir que roubes o legado do nosso Nomo. Sentirás a ira da grande serpente Apep!


Com uma força de vontade incrível, o defensor apontou o cajado, evocando uma gigantesca serpente negra, com um olho fino e ameaçador, parecendo que iria devorar toda a luz. As presas se destacavam na grande boca, enquanto longas espirais percorriam a extensão do corpo, dando impressão de ser ainda maior.


Sem pensar duas vezes, Safiya a olhou com imponência e lançou sua rajada telepática. Contudo, como reflexo, a criatura brilhou os olhos novamente e, no momento seguinte, a escuridão se espalhou pelo templo, domando inclusive a escorpiana.


– O que está acontecendo? – perguntou ela, olhando de um lado para o outro, tentando entender a situação.


– Não deves se lembrar das lendas, porque eras uma criança, mas a serpente Apep é uma das grandes inimigas de Rá, o Deus-Sol. – explicou o sacerdote, em meio à escuridão. – Ela habita o Nilo e surge para atacar a barca do Deus quando ele menos espera. É a rainha da escuridão.


Ainda perdida em meio às sombras, Safiya deu um passo para trás, quando foi derrubada. A serpente negra emergiu do chão e começou a rodeá-la. A dor era tamanha, causando-lhe um enorme sofrimento. Parecia que seus ossos poderiam despedaçar a qualquer instante.


Com um pensamento rápido, Safiya relaxou os músculos. Sabia que aquele poder não poderia derrotá-la e que era razoavelmente menor do que o da esfinge que havia derrotado. Com todas as forças, Safiya moveu o indicador e, concentrando a energia, apontou uma ferroada para o meio da escuridão. Um grito veio em seguida e, logo depois, as trevas começaram a desaparecer.


O sacerdote gritava no chão, largando o cetro. No mesmo instante, a serpente se desfazia, dissolvendo-se no ar. Safiya se aproximou irritada, enquanto o defensor do templo colocava a mão no peito, tentando suportar os efeitos de mais uma das ferroadas mortais da amazona.


Parecendo suportar a dor, o sacerdote se ergueu novamente e segurou o cajado. Prevendo o que ele iria fazer, Safiya apontou o dedo novamente para frente e desferiu outra agulhada. Não resistindo, ele caiu no chão, sem consciência, com o corpo emerso no próprio sangue.


Com o foco novamente direcionado, ela se virou para o altar do templo, quando um vulto surgiu outra vez à frente.


– Não vais me impedir, Haqikah. – ameaçou a escorpiana friamente. – Eu preciso pegar esse colar! Já falei que não quero mais lutar.


– Estás fora de si Safiya! – comentou a guerreira, com o corpo todo dormente, com muitas dificuldades de se manter de pé. – O feitiço de Néftis parece que rebateu ao contrário. Agora que não estás mais envolvida pela aura pacífica dela, queres agir a qualquer custo. Mas se parares para pensar, saberás que estás cometendo uma injustiça!


– SILÊNCIO!


Sem olhar para frente, Safiya lançou mais seis ferroadas, causando ainda mais sofrimento na adversária. Esta, sobretudo, manteve-se de pé, com os braços abertos, não se importando com nada, apenas mantendo o desejo de proteger o altar. A amazona olhou para aquela cena e, de repente, ficou tomada pelas dúvidas, não sabendo se estava fazendo a coisa certa.


Lágrimas começaram a jorrar dos olhos de Safiya, quando ela tombou no chão ajoelhada. Não sabia por que estava agindo daquela maneira agressiva e imprudente. Sentiu-se uma assassina naquele momento, sendo completamente egoísta. Por um instante, julgou-se tão pérfida quanto acreditava que a irmã fosse, quando conviviam durante a infância.


Percebendo a hesitação de Safiya, a Nomarca se aproximou e tentou reconfortá-la, quando seus pensamentos desapareceram. A amazona acabara de cravar o dedo no seu peito, proferindo a última ferroada: Antares, o ataque fatal de Escorpião.


Sem ações, a comandante egípcia tremeu o corpo e tombou no chão. Safiya a olhou, ainda tomada pelas lágrimas, não conseguindo esconder o arrependimento. Porém, não adiantaria sofrer com isso. Precisava cumprir seu objetivo e levar o artefato sagrado para poder derrotar Poseidon. Com ele, poderia até se unir a Ário, arrasar com o Império Atlante e… resgatar Pítia.


A imagem do antigo companheiro lhe vinha à mente muitas vezes. Vivendo praticamente isolada pelas suas origens egípcias, Pítia foi um dos únicos amigos que tivera no refúgio, o único que a compreendia. Jamais aceitara a traição do amigo e sabia que havia alguma coisa errada. Precisava derrotar Poseidon de qualquer maneira para enfim trazê-lo de volta à realidade.


Sem pensar duas vezes, ela atravessou o corpo quase morto da irmã, sacou o colar e o colocou no próprio pescoço. Tentou usá-lo, mas nada aconteceu. Intrigada, ela o retirou e o olhou bem. A raiva surgiu no seu cérebro ao perceber o que havia ocorrido.


– Não posso acreditar… o colar… é falso!

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Oi Nikos como andas?

 

Sei que estou meio atrasado mas estou aqui para comentar seus ultimos capitulos

 

Bom começando pelo 19 a luta entre o Gerd e o gigante foi realmente bem desenvolvida, principalmente ao saber que na verdade a criatura era o ex-taurino Ain, foi uma boa oportunidade para vermos quanto o touro atual é poderoso, gostei do desempenho dele mas acho que gostaria ainda mais se ele tivesse derrotado o antigo mestre sozinho

Sertan surge para salvar o dia e parece que realmente ele tem algo na manga, a legião de Atena finalmente vai agir, mas qual sera o objetivo deles?

 

Qto ao arco do Egito gostei de ver Safiya de volta, então ela era uma sacerdotisa de uma deusa egípcia, gosto quando outras mitologias surgem e interagem com a grega na fic. Mas dito isso esperava mais dos guerreiros egípcios, eles me pareceram apenas magos conjuradores, quer dizer nem pareciam tem conhecimento cósmico, na minha opinião poderia ter desenvolvido melhor esta parte

 

Qdo a escorpiana se voltou contra sua irma para mim me pareceu um pouco jogado demais, não parecia (excluindo a parte final)que ela estava sofrendo com em ferir a própria irma, não ficou claro se estava sobre uma feitiço ou não o que deixou as coisas meio confusas, e se ela possuía mesmo um ressentimento acho que vc poderia ter passado mais tempo explicando o mesmo

 

Então Safiya pretende mesmo salva Pitia, legal gosto qdo os personagens tem motivo mais pessoais para lutar, acredito que desta forma se torna mais facil de se relacionar com eles

 

Por enquanto então é isso nikos

Parabéns e ate a prox

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Capítulo 21 lido da segunda parte.

 

Bem que sabia que Safiya não iria ficar quieto desde que teve aquela memória má na sua cabeça.

 

E ela ataque tudo de dentro e ainda confrontou a sua própria irmã, se ela gostasse mesmo dela. Não iria ordenar a execução dela, afinal nestas situações existe um dilema entre escolher a família e o dever, para Haqikah não hesitou em escolher a execução.

 

Os sacerdotes e ela são fracos em comparação a ela, uma vez que ela os viu e também está mais dentro do assunto do que os outros Dourados.

 

O final foi intrigante e bem curioso, será que o seu irmão mais novo está por detrás disso ou outra personagem, intrigado estou.

 

Parabéns e continua assim, mon ami e abraços!

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  • 2 semanas depois...

Olá Fimbul...

Mal pela demora, estou meio que isolado e a internet aqui é coisa rara, mas amanhã eu tento liquidar com o atraso que to contigo. (ou provavelmente segunda-feira)

O motivo pelo desaparecimento de Ain foi enfim revelado. E Gerd derrotou o mestre dele sozinho. Desculpa se não ficou claro, mas Ain morreu pelo ataque de Gerd. Quem ficou foi o espírito dele, já que estavam numa zona de transição entre o mundo normal e o externo. Sertan apenas conduziu o espírito de Ain para onde deveria estar.

Safiya não é uma sacerdotiza egípcia. Ela é a irmã da líder da comunidade. Eu também gosto de abordar outras mitologias. Não trabalharei a egípcia tanto quanto a nórdica, mas ela parecerá sim.

Eles são magos conjuradores e não tem conhecimento cósmico. Talvez por isso o Egito esteja sucumbindo aos persas. Lembrando que, no período áureo da Grécia Antiga (mais ou menos a época em que está a fic), o Império Egípcio já estava bem enfraquecido. Além do mais, esses são os guerreiros de UM TEMPLO! Os dos outros podem ser melhor.

O arco não acabou ainda, então pode ser que haja mais explicações.

Safiya é um pouco egoísta. Isso já deu para notar também, e isso reflete nela também querer lutar por motivos pessoais.

VAleu então FImbul!

Abraços.

 

----

 

Hi Saint,

Safiya agiu sujamente, derrotou todo mundo. Acho que não deves julgar Haqikah tçao rapidamente.

Os sacerdotes são fortes, mas não chegam nem perto dos cavaleiros de ouro.

Interessante tua teoria, é possível!

Abraços Saint!

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  • 2 semanas depois...

CAPÍTULO 22

O resplandecer de luz emanado do colar falso cessou seu brilho instantes depois de ter sido retirado do altar. Safiya voltou a fitá-lo para ter certeza se não estava cometendo um erro, mas logo teve certeza que se tratava de uma imitação e bem mal feita. Não tinha os mesmos detalhes do amuleto, nem tampouco sua joia central era verdadeira. Tudo não passava de um truque.


Não demorou e as lágrimas de sofrimento se converteram em um ódio incrível. Irritada, ela apertou o objeto por entre as mãos e o despedaçou sem problemas. Já imaginava o que poderia ter acontecido. Correu em direção à irmã e tentou agitá-la. Haqikah produziu alguns movimentos com as mãos, tentou exclamar algumas palavras, mas não conseguiu. Não demorou e o corpo começou a esfriar rapidamente. Diante disso, Safiya mordeu os lábios ao confirmar o óbito.


Um sentimento de arrependimento novamente passou pelo coração dela ao segurar aquele cadáver nos braços. As dúvidas sobre suas próprias atitudes cresciam ao ponto que o corpo esfriava ainda mais. Lágrimas correram por sua face e, por um momento, teve certeza que aquilo não foi obra da irmã. Sabia, mais do que ninguém, que Haqikah jamais seria capaz de fazer algo que custasse a própria vida dessa maneira.


Assim, largou-a no chão e olhou para todo o entorno. Todos os sacerdotes estavam caídos, inconscientes, tudo obra de sua ambição e desejo de ganhar a guerra contra Poseidon, que nada tinha haver com o Egito. Não sabia por que havia feito tudo aquilo. Pensara, por um instante, que a irmã estava certa e que talvez o próprio feitiço de Néftis tinha funcionado ao contrário.


Sua tristeza aumentou mais ainda com sua determinação. Se já tinha chegado até ali, não fazia sentido parar agora. Precisava continuar para que, ao menos, todos os seus atos inconsequentes e impulsivos não tivessem sido completamente em vão.


De repente, um estalo veio à sua cabeça. Olhou novamente para o ambiente e descobriu a peça que faltava no quebra cabeça.


~~~~

A misteriosa figura ria com o amuleto nas mãos. Nem a forte luz do nascer do sol do deserto era intensa o suficiente para ofuscar ou competir com o brilho do colar, que reluzia sem parar naquelas mãos cobertas por uma luva de pano. Material este que revestia todo o corpo do indivíduo, inclusive a face, formando um traje típico de um enviado divino do Império Persa, mas muito afetado e mal cuidado, cheio de rasgos e falhas.


Andando cautelosamente, o indivíduo chegou a um acampamento formado por vários guerreiros que repousavam em cabanas que se camuflavam com o ambiente desértico. Eram cerca de cinco e todos trajavam o mesmo uniforme da figura. Estavam gargalhando, conversando, sem notar a presença da figura que acabava de chegar.


Parecendo incomodado com a falta de atenção, o recém-chegado pisou fortemente no chão, causando um tremor de larga intensidade. No mesmo instante, todos pararam e o observaram intrigados. A suspeita logo se esvaiu quando observaram, em sua mão, o grande colar reluzente de Néftis, que continuava emanando o brilho através de sua joia central e da própria composição de ouro.


Com uma grande empolgação, todos correram em sua direção e passaram a admirar o artefato de perto. Num impulso, um dos guerreiros estendeu o braço, a fim de arrancá-lo da mão do recém-chegado, mas o portador da joia recuou o cotovelo rapidamente, empurrando o curioso no chão. Irritado com a agressão sofrida, o guerreiro pegou uma grande cimitarra brilhante, contendo uma energia rodeando o entorno dela, como se fosse uma arma mágica.


– Por que me empurraste? – rosnou. – Será que o sucesso dessa missão te subiu à cabeça e não sabes mais reconhecer a autoridade suprema desse grupo.


– O Enviado Mestre tem razão. – concordou outro guerreiro. – Esse colar não é teu, mas de todo o Império Persa. Com ele podemos conquistar facilmente todas as terras do norte da África e, quem sabe, marchar para a Grécia.


– Não! – bradou o recém-chegado com o amuleto ainda em mãos. – Jamais tocarão nisso. O poder dele é todo meu e nunca ficará nas mãos de vocês, seus ratos nojentos.


O portador do amuleto colocou os braços para baixo, produzindo uma larga energia. Sem se preocupar, o líder do grupo empunhou a cimitarra para frente, lançando uma espécie de tornado mágico. Contudo, a uma palavra pronunciada, o rebelde apontou o braço para frente, dois brilhos vermelhos surgiram por debaixo do turbante que lhe cobria o rosto e uma forte pressão atingiu a todos, engolindo o golpe do Enviado Mestre.


Os efeitos foram desastrosos, produzindo um largo buraco de areia no chão, arrasando o corpo de todos e partindo a cimitarra mágica em duas. O Enviado Mestre ainda tentou reagir, mas cuspiu uma bolha de sangue e caiu morto, junto aos seus companheiros. A figura rebelde gargalhou, mas logo suas risadas foram interrompidas por aplausos atrás dele.


– Meus parabéns, vejo que não abandonaste completamente o Egito. – grunhiu uma voz.


O portador do amuleto se virou e viu uma amazona de meia altura, cabelos negros, densos e curtos, trajando uma armadura de ouro dos pés à cabeça. Sem a máscara, ela o encarava com seus olhos irritados e altamente reprovadores.


O indivíduo tentou recuar, mas Safiya apontou o braço para cima e um tufo de areia subiu aos céus, derrubando-o no chão e retirando seu manto rasgado. Os olhos da escorpiana se arregalaram naquele instante, menos pela identidade do guerreiro e mais pelos trajes que cobriam o corpo dele, com uma escama altamente protetora e imensa, não deixando praticamente nenhum espaço vazio.


– Sempre intrometida, não é, minha irmã? – grunhiu Mensah, fitando-a com um olhar frio. – Deverias ter ficado no templo de Néftis. Como me achaste?


Safiya ergueu o braço, mostrando-lhe a Pulseira da Localização, ainda completamente abismada com o que estava vendo.


– O que fazes com uma escama no corpo? – perguntou Safiya, não acreditando naquilo que via.


– Não te pareces óbvio? – zombou Mensah. – Enquanto tu ficavas brincando com a nossa irmã e com os sacerdotes dela, eu peguei este amuleto pelo mesmo motivo que tu: vencer a Guerra Santa entre o Imperador Poseidon e Atena, mas para o outro lado. Eu sou Mensah de Leviatã, e fui consagrado comandante marina do Mar Mediterrâneo este ano. Com o amuleto, garantirei o triunfo de Atena com o poder de Néftis. Entrei, peguei o traje do invasor que roubaste e dei uma lição nos imundos persas que queriam atacar o Egito.


Safiya recuou dois passos para trás e observou o irmão. Ele segurava o amuleto na mão e a olhava apenas com uma expressão vitoriosa, sem aparentemente nenhum sentimento fraternal. Fora do templo de Néftis, conseguia perceber certos detalhes e não estava tomada pela nostalgia da infância, nem pela raiva posterior. Sabia que o irmão que ela conhecera não era confiável e tais atitudes atualmente só comprovavam o seu pré-julgamento quando mais jovem.


– Como viraste um mero marina e por que traíste o Egito dessa maneira? – rosnou Safiya, aparentemente irritada.


– Eu sempre tratei dos negócios do Egito e, por isso, viajei muito, mesmo quando tinha pouca idade. – explicou ele. – Não demorou e, há quatro anos, quando tratava de negócios em uma colônia de Atlântida, um general me identificou e realizou o meu treinamento, me tornando um aprendiz. Sabendo disso, dediquei meus últimos anos a um treino secreto, fazendo jogo duplo. Além disso, resolvi melhorar ainda mais o meu físico.


– Tu és um traidor! – repetiu a amazona.


– Traidor? Minha traição só foi possível graças à tua. – provocou Mensah, seriamente. – Eu jamais teria conseguido roubar o colar se não fosse por tua tentativa.


– Isso é diferente, eu já tinha abandonado o Egito há muito tempo.


– Não, o teu caso é muito pior. Tu usas as brigas de família para justificar os teus atos, de forma a amenizá-los. Mas, no final, temos o mesmo objetivo, só que eu não tenho vergonha de falar que agi para lutar pelo aquilo que acredito: a supremacia do Imperador Poseidon. E com esse colar, dominaremos todo o Egito também.


Safiya piscou os olhos algumas vezes. Estava tomada pela raiva, amplificada porque sabia que o irmão estava certo. Queria vencer Poseidon a qualquer custo e a briga de família não foi nada menos um pretexto para desafogar o desejo que tinha brotado desde que vira o grande poder do Colar de Néftis.


Sua fúria aumentava cada vez que tentava negar isso para si mesma, enquanto o irmão apenas a fitava, com um olhar de superioridade. Irritada ela ergueu o dedo para cima e depois o apontou para Mensah, produzindo sua grande ferroada escarlate. Sem tempo para desviar, ele recebeu o golpe em cheio, colocando a mão no local da picada.


Entretanto, logo após o ato, Mensah retirou a mão de cima e deu uma leve risada Os olhos de Safiya se arregalaram ao ver que não havia um mísero buraco nas largas escamas do seu irmão.


– Mas o que aconteceu? – indagou a amazona, intrigada. – Como minha ferroada não te atingiu?


– Por Rá! Como podes achar que uma picada de inseto pode fazer mal a grande criatura marinha conhecida como Leviatã? – indagou Mensah. – As minhas escamas são as mais resistentes de todo o panteão atlante, mais inclusive que a de todos os generais. São feitas de um tipo de cerâmica, tão forte quanto o aço. São como a grande pele do monstro Leviatã.


Safiya olhou para todo o revestimento, impressionada. Tentou observar alguma rachadura nele, mas nada encontrou. Era como seu irmão havia falado: uma grande muralha de aço.


– Vejo que apreciaste a minha proteção. – comentou Mensah, elevando seu cosmo. – Agora sentirás a fúria do Grande Leviatã. MANIFESTO DOS MARES!


O cosmo de Mensah se ergueu rapidamente ao mesmo passo em que seus olhos negros se avermelharam, formando duas esferas vermelhas, como se fossem as pupilas do grande monstro marinho. Safiya se postou em posição de combate, pronta para defender de qualquer tentativa. A um estalo, ele ergueu o braço para frente e, como se uma grande baleia tivesse saltado para a praia, lançou uma grande pressão em direção à amazona.


Uma leve cortina de areia tomou conta do local ao passo que a pressão atingiu o chão. Mensah sorriu com o ataque e já se preparava para lançar outro. Porém, quando a poeira baixou, seus olhos se arregalaram ao ver que a irmã não estava ali. Intrigado, levantou o pescoço e viu Safiya concentrando a energia no dedo e deferindo-lhe mais uma ferroada.


Com um movimento singelo, ela desceu no chão. Mensah sorriu com uma nova falha do ataque de Safiya, que permanecia séria.


De repente, os olhos dele se arregalaram quando ouviu um leve barulho. Olhou para baixo e viu um minúsculo ponto sobre a sua escama, que logo se espalhou, formando uma rachadura de aproximadamente o tamanho da palma de uma mão. Impressionado, ele colocou a mão por cima do ponto, mas não sentia dor, pois só a proteção havia sido atingida.


– Como afetaste as minhas poderosas escamas? – grunhiu Mensah, irritado.


– Toda a matéria é feita de átomos e a sua resistência só depende das forças que unem as moléculas e sua disposição no espaço. – explicou a escorpiana. – Foi só concentrar a minha ferroada em um único átomo e atacá-lo sucessivas vezes até romper sua estrutura básica. Quando uma base quebra, o todo fica defeituoso e ocorre o que acabaste de ver.


– Mas só perfuraste as minhas escamas, não me atingiste ainda!


– Questão de tempo! – murmurou Safiya, erguendo o dedo para cima. – AGULHA ESCARLATE!


Com um movimento harmônico, a escorpiana apontou o dedo para Mensah, a sua unha cresceu, se tornando avermelhada, produzindo um enorme feixe de luz escarlate. Tentando desviar, Mensah deu um salto para cima e desceu ao chão em seguida, produzindo um largo buraco devido ao grande peso. Sem se abalar, Safiya ficou parada, apenas observando o irmão, se preparando para qualquer ofensiva.


Logo, Mensah ouviu outro barulho e lamentou ao perceber que outra rachadura havia sido formada em suas escamas. Ele olhou para baixo e em seguida para a irmã, quando outro feixe de luz foi produzido, abrindo um terceiro buraco e, antes que ele pudesse fazer outra coisa, um quarto foi produzido.


– Tua velocidade é digna de pena. – zombou a escorpiana. – Eu posso ver todos os teus movimentos, foi assim que consegui desviar do teu ataque e te agulhar sem que pudesses perceber. Não tens como me derrotar. Logo perfurarei os onze pontos que faltam e não terás mais chances de nada.


– Não cantes vitória ou te arrependerás bruscamente. – rosnou Mensah, elevando o cosmo.


– O que um mero comandante marina pode fazer? Tens apenas uma grande força física e uma escama protetora, mas como guerreiro és inútil. – ironizou Safiya. – AGULHA ESCARLATE!


– MANIFESTO DOS MARES!


Com o dedo para frente, Safiya lançou uma ferroada avermelhada ao mesmo tempo em que Mensah atirou uma grande pressão de ar em cima da escorpiana. Um caminho sobre a areia foi aberto, atingindo a adversária em cheio, que tombou no chão. Outra rachadura surgiu na escama dele, mas ele não se importava. Havia conseguido o que queria.


Safiya se levantou, tremendo de dor. Seus ossos pareciam que tinham sido esmagados, como se uma grande baleia saltasse sobre seu corpo. Cuspia sangue pela boca e tinha dificuldades de se movimentar. No entanto, mantinha a postura de batalha e seu cosmo não diminuía, mas sim aumentava.


– Que grande espírito de luta, mas parece que a resistência das minhas escamas que me dará a vitória final. – relatou o marina, confiante. – Quando usas a tua ferroada, ficas inapta a te defenderes e acabas levando toda a potência do meu ataque. Podes continuar com isso. Ataca os quinze pontos da tua constelação, mas eu sei que, graças ao poder defensivo dessas escamas, só podes atingir um ponto por vez. Será que teu corpo aguentará mais dez ataques meus?


– Não zombes de mim! – rosnou Safiya. – AGULHA ESCARLATE!


– Não aprendeste a lição? – grunhiu Mensah, apontando o braço para baixo. – MANIFESTO DOS MARES!


Concentrando o cosmo, Mensah lançou a grande energia em direção a Safiya, que foi atirada para longe, rodopiando sobre a areia, que contribuía para aumentar ainda mais os ferimentos. Porém, concentrando sua força, ela colocou a mão no chão e se levantou. Sabia que, embora todos aqueles danos fossem imensos, sua armadura de ouro a protegeria de mais alguns ataques.


Mensah riu e já elevava o cosmo novamente, quando uma dor imensa lhe atingiu o cérebro e uma bolha de sangue saiu de sua boca. Não conseguia mais raciocinar direito e sua cabeça doía demais. Num impulso, olhou para baixo e esticou os olhos mais ainda ao ver cinco poças de sangue emanando dos locais das rachaduras.


Antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, um sexto buraco foi aberto. Olhou para frente e viu Safiya apontando o dedo para frente e lançar mais um feixe de luz para abrir a sétima rachadura e, antes que ele pudesse reagir, a oitava.


– Maldita, que dor imensa! – comentou o marina. – Não consigo nem pensar com clareza.


– A minha “Agulha Escarlate” produz um ferimento pequeno, mas mortal, causando uma dor que atinge tanto o cérebro quanto o corpo. – explicou Safiya, já produzindo a nona rachadura. – Não achaste que eu iria ficar parada enquanto me atacavas não?


– Ora, sua…


Antes que Safiya pudesse atacar, Mensah foi avançar, tentando golpeá-la. Esta, contudo, se moveu rapidamente, se desviando sem dificuldades. O marina apertou o dedo entre as mãos, respirou forte tentando conter a dor. No mesmo momento, a décima abertura surgia dentro de sua proteção.


– Seus reflexos estão mais lentos. – comentou Safiya, com um olhar mortal. – Se antes não conseguias me atacar direito, agora mesmo que nem o teu contra-ataque servirá. Teu cérebro não permite mais tamanha agilidade.


– Maldita!


– Não há mais chances para ti! AGULHA ESCARLATE!


Outro feixe de luz foi produzido, abrindo a décima primeira rachadura nas escamas de Mensah, que mal tinha tempo e condições de raciocinar. Safiya já contava vitória, quando o cosmo de seu irmão se modificou de maneira surpreendente, deixando-a impressionada, ao mesmo passo em que um grande nevoeiro tomava conta do local.


– O que está acontecendo?


– Essa é a força de um guerreiro dessa terra. – bradou Mensah. – AS PRAGAS DO EGITO!


Com a mão direita para frente, Mensah lançou grande parte de sua energia em direção a Safiya, fazendo-a ser atacada pelas mais variadas criaturas; como rãs, gafanhotos, moscas; até fenômenos; como águas em sangue, trevas, chamas; e doenças, como sarnas. Sem tempo para reagir, ela lamentou com os ataques, até tombar no chão, muito próximo da inconsciência.


Mensah deu uma leve risada, aprovando o próprio triunfo. No entanto, outras pontadas lhe atingiram e ele também tombou no chão. Sem que percebesse, Safiya o tinha atingido novamente, perfurando os seis novos pontos que haviam sido expostos antes.


Se já sentia uma dor horrível com os primeiros ataques, agora ela parecia completamente insuportável. Sua cabeça formigava e seus pensamentos fugiam totalmente. Só conseguia pensar na dor imensa e uma forma de estacá-la o mais brevemente possível. Safiya, por outro lado, se erguia e já produzia a décima segunda e a décima terceira rachadura nas escamas do irmão. Estava toda ferida e ensanguentada, mas parecia não perder o seu espírito de luta.


– Faltam mais duas rachaduras e quatro ferroadas. – comentou Safiya. – Se bem que nem acredito que chegaremos a tanto. Acho que teu corpo não aguentará mais uma picada.


– Silêncio! – grunhiu o marina, com muitas dificuldades de respirar. – Não me venceste ainda. AS PRAGAS DO EGITO!


Se levantando com muita dificuldade, Mensah concentrou energia, aumentou o nevoeiro e lançou todas as suas pragas. Safiya, porém, apenas ergueu o braço para frente, produzindo uma cortina de areia, formando uma parede contra tudo. A um estalo, ela avançou, engolindo tudo que havia no caminho. Mensah a fitou abismado, não entendendo o que estava acontecendo.


– Não penses que me vencerás repetindo ataques. As areias móveis do deserto levam tudo para as mais longínquas distâncias. – explicou Safiya. – Não importa se sejam feras ou até mesmo um mar de sangue. TEMPESTADE DESÉRTICA!


A cortina de areia logo foi aumentando a intensidade, se tornando um vendaval e, por fim, se converteu em um grande tornado arenoso, que arremessou Mensah para o alto, atirando-o ao chão em seguida, produzindo um grande buraco no chão. Cambaleando, o marina tentou se levantar, quando mais uma rachadura abriu-se entre as suas escamas.


Safiya deu uma sorriso vencedor, quando o irmão concentrou sua energia e aumentou ainda mais o nevoeiro. Logo, tudo parecia estar em meio a um grande pântano, com uma visibilidade quase nula. A amazona ouvia as risadas esboçadas de Mensah, ainda tomado pela dor, quando viu dois grandes olhos vermelhos em meio a névoa.


Um grande ataque foi emanado a partir dele, arrastando Safiya vários metros para trás. A gargalhada de Mensah aumentou, mas logo se cessou, indo junto com o nevoeiro, que era disperso por um vendaval de areia produzido por Safiya.


Intrigado, o queixo do marina caiu mais ainda quando avistou a irmã com a mão direita para frente, segurando a grande pressão de ar. Não sabia o que fazer, apenas sentia que estava derrotado.


– Quantas vezes achas que me mandaste este golpe? – rosnou Safiya. – Não importa se o lançaste de maneira escondida, eu posso ouvi-lo muito bem. AGULHA ESCARLATE!


Com um movimento rápido, ela deferiu-lhe mais três agulhadas, perfurando os três buracos abertos que ainda não tinham sido atingidos. Ele gemeu de dor, tombando no chão, praticamente sem energias. Sentia que a morte estava se aproximando e que não poderia fazer nada. Seu desespero só aumentou quando sentiu que mais uma rachadura se abria.


– Agora só resta Antares! – comentou Safiya. – Quando eu atingir esse ponto, nada mais restará da tua existência e eu poderei ficar com o colar.


De repente, um estalo surgiu no cérebro do rapaz. Culpou a si mesmo por não ter pensado naquilo antes. Era tão óbvio, mas parecia que a distância mental que havia mantido do Egito nos últimos anos e as suas tarefas originais lhe tinham fechado o cérebro.


A um movimento rápido ele ergueu a mão direita, mostrando para Safiya o Anel da Cura. Ela arregalou os olhos e se preparou para atacar. Contudo, antes que pudesse fazer qualquer coisa, o anel brilhou, curando todos os ferimentos do marina, estancando as agulhas e o deixando completamente revitalizado. Em seguida, ele ergueu o colar que havia mantido guardado durante toda a luta e colocou no seu pescoço. Safiya o fitou com reprovação.


– Pretendes usar esse colar contra a tua própria irmã? – questionou Safiya, preocupada.


– Agora, só existe o Imperador Poseidon na minha mente. – rebateu Mensah, com os olhos secos. – Não importa o que digas, nada vai me fazer mudar de ideia. Recebe o poder deste colar pela glória de Atlântida!


Mensah colocou as duas mãos de frente para a joia do artefato e concentrou a própria energia. Um grande brilho foi emanado por ela, pronto para lançar um gigantesco poder. Safiya postou os braços para frente, preparada para se defender do que viesse. Todavia, o brilho do colar logo se cessou e ele se desmanchou por completo, deixando ambos de queixo aberto.


– Mas o que está acontecendo? – indagou Mensah. – Não é possível, esse colar também é falso?


– É claro que é falso, o verdadeiro sempre esteve comigo. – bradou uma voz ao lado.


Safiya e Mensah se viraram para o lado e seus olhos se arregalaram ao ver a figura imponente de Haqikah, com um longo manto, cetro na mão e um belo colar no pescoço. Antes que qualquer um fizesse qualquer coisa, a Nomarca colocou as duas mãos, uma de frente para a outra, deixando a joia entre elas e lançou uma forte energia contra os irmãos, fazendo com que ambos desmaiassem.


A escorpiana viajou nos pensamentos. Parecia que estava sendo arrastada para o poço dos mortos com aquela energia. Os efeitos de tal artefato a impediam de sonhar, apenas mantendo seus pensamentos. Estava impossibilitada de comandar o corpo ou entender qualquer coisa que acontecia ao redor. Estava totalmente inapta, apenas perdida em um buraco da própria mente.


Após algum tempo, sentiu um calor agitar o seu corpo e, no mesmo instante, abriu os olhos, despertando para a realidade. Estava no seu quarto no Egito, deitada numa cama. Haqikah repousava sentada no canto, com o Anel da Cura no dedo, que encerrara o brilho instantes depois do acordar de Safiya. A Nomarca estava com uma expressão séria e aparentemente reprovativa.


– Como podes estar viva? – grunhiu Safiya, ainda deitada. – Eu te matei com o poder de Antares.


– Uma líder não é eficaz se não tiver bodes expiatórios para morrerem no seu lugar. – gabou-se Haqikah, mantendo um tom autoritário, não menos sereno.


Safiya arregalou os olhos, não entendendo a princípio. A irmã, contudo, parecia não ligar para isso.


– Tu enfrentaste simplesmente uma das minhas servas mascaradas, que usava o meu traje e foi treinada para comandar o meu cetro de Esfinge. – explicou a líder egípcia. – Infelizmente ela morreu, mas treinei outras também, continuarei usando esse meu sistema.


Safiya rangeu os dentes irritada e tentou se levantar, mas Haqikah passou a mão sobre a joia do colar, produziu um veio de energia pequeno, mas o suficiente para derrubar a amazona na cama, ainda consciente..


– Sempre foste egoísta e mimada. – rosnou a escorpiana, tomada pela indignação. – Como podes sacrificar alguém só para te manteres vivas. Consideras os outros inferiores?


– Olha quem fala! Alguém que traiu a própria terra para ajudar os gregos. – replicou Haqikah, ainda séria. – Não imaginaste quantas pessoas iriam morrer sem a proteção do colar?


– Isto é diferente! – contestou Safiya. – Eu fiz tudo isso porque eu…


– Porque eu quis! – interrompeu Haqikah com os olhos brilhando. – Desde que chegaste aqui, eu fiz de tudo para atiçar tua ambição, inclusive fingir que só estava interessada na tua pulseira e alterar o feitiço de Néftis para te deixar insana e inconsequente. Tu, minha irmã, foste apenas um meio de caçar Mensah.


O queixo de Safiya caiu, não conseguia entender o que o irmão teria haver com isso.


– É claro que eu já desconfiava da traição de Mensah. – explicou a Nomarca. – Mas como provar isso? Não podia simplesmente chegar e atacar o meu irmão, principalmente porque ele pode assumir o meu lugar caso os sacerdotes desejarem. Foi quando tu chegaste e eu planejei tudo. Te induzi a tentares roubar a réplica do meu colar, sabendo que Mensah iria se aproveitar enquanto todos lutavam contra ti para também tentar roubá-la.


Safiya olhou para irmã, que permanecia séria. Lágrimas começaram a cair dos olhos da escorpiana, mais de raiva do que de tristeza. Haqikah simplesmente desviou o olhar e ajeitou um pouco a colcha, ignorando os sentimentos dela.


– Como tens coragem de manipular teus irmãos? – lamentou Safiya. – Por acaso não tens coração? Por que fizeste tudo isso?


– Eu fiz tudo isso? – rebateu a Nomarca com um suspiro de decepção. – Eu não fiz nada! Quem tentou roubar o colar foram vocês. Eu apenas os provoquei para fazerem aquilo que estavam interessados. E, tal como vocês, apenas defendi os interesses de quem eu acredito: Néftis e toda esta terra.


– Isso não muda o fato de… de…


Safiya não conseguiu terminar de falar, simplesmente porque não tinha o que dizer. Apertou os dedos na colcha, pois sabia que a irmã estava completamente certa. Se caíra na armadilha dela, não foi por causa de outro fator que não vindo de si própria, que se deixou levar pela ambição. O feitiço de Néftis não causou sua insanidade, ele apenas aflorou o que estava no interior da sua mente.


– E o que vais fazer conosco? – perguntou Safiya, tentando conter as lágrimas. – Vais nos executar?


– Por que me tomas? – disse com uma voz amorosa, passando a mão no rosto de Safiya. – Eu jamais faria algo assim contigo, minha irmã. Apesar de ser uma Nomarca, respeito os valores da nossa família e, principalmente, porque foste útil para os meus planos. Entretanto, como líder desse templo e deste nomo, sou obrigada a fazer alguma coisa e a atitude menos drástica é o teu exílio. De amanhã até que seja necessário, estás banida do nomo de Hwt-Sekhem. Mas, antes disso, eu queria fazer uma coisa.


Surpreendendo Safiya, Haqikah se levantou, andou em sua direção e lhe deu um abraço caloroso. A escorpiana não sabia o que fazer, apenas tentou retribuir, mas sabia que tal gesto não estava acompanhado do mesmo sentimento que a irmã esboçava. Sua mente estava tomada pela culpa e pelo arrependimento.


Terminado o gesto, a Nomarca se afastou da cama e se virou. Tomada por um sentimento estranho, Safiya colocou a mão no pulso, tirou a Pulseira da Localização e a atirou em cima da cama. Haqikah arregalou os olhos, parecendo não entender do que se tratava.


– É tua, minha irmã. – grunhiu Safiya. – Como estou banida das terras de Néftis, não tem por que eu continuar usando os artefatos da nossa Deusa.


– De jeito nenhum! – disse Haqikah, com uma expressão indignada. – Essa pulseira é tua por direito!


– Não adianta, eu trai o Egito e esta deve ser a minha punição. – insistiu Safiya. – Não tem mais volta!


Não querendo discutir, Haqikah pegou a pulseira gentilmente, ao mesmo passo em que Safiya se levantou, guardou suas coisas e se aprontou para deixar o local. A Nomarca acompanhava tudo, ainda mantendo os olhos serenos.


Quando estava prestes a sair pela porta, no entanto, Safiya se virou e a olhou com uma expressão preocupada e indagou:


– O que vai acontecer com Mensah? Ele não foi um peão do teu plano como eu. Eu sei que eu estava prestes a matá-lo, mas vejo que estava errada.


– Não te preocupes! – consolou a Nomarca. – Mensah será punido, mas apenas psicologicamente, não terá nenhum dano físico. Digamos que… ele receberá uma benção que, para ele, será o pior dos castigos.


Não entendendo, Safiya sorriu e saiu pela porta. Sentada na cama, Haqikah fechou os olhos, se concentrou e, alguns minutos depois, abriu um largo sorriso no rosto, segurando a pulseira em uma das mãos e uma espécie de fio de cabelo negro no outro. A uma atitude, ela pegou o fio e o colocou em cima da joia da pulseira, sendo absorvido em seguida.


– Minha querida irmã, agora jamais escaparás da minha vista novamente. – comentou Haqikah, observando a pulseira. – Achaste que eu iria te abraçar por puro amor? Continuas sendo um peão nas minhas mãos e acabaste me surpreendendo. Nem precisei te pedir para que me deixasses esta pulseira. Com ela e com o teu fio de cabelo, poderei te localizar por toda a eternidade.


Tá muito ruim de formatar, depois eu ajeito! Próximo arco é a invasão!

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Capítulo 21 da segunda parte lida.

 

Bem que sabia que ias usar o irmão dela para servir de um traidor à sua pátria, jamais pensaria em que ele fosse um Marina ao serviço de Poseidon.

 

Mensah "seguiu" os passos da sua irmão e olha no que deu, nisso ele tem bastante semelhança com ela.

 

Apesar da Escama de Leviathan ter bastante resistência e dureza, Safiya aplicou muito bem o conceito básico dos Cavaleiros/Amazonas ao golpear no mesmo sítio que enfraquecia a resistência e assim usar a famosa Agulha Escarlate, no entanto ela não se saiu ilesa do combate, há um grande mérito para Mensah. O que ressalta aqui é a experiência de guerreira de Safiya sem dúvida.

 

Um combate fraternal que foi devido entre opiniões e crenças distintas que os iguala em ajudar o "novo deus/a".

 

Eis que me surpreendas novamente e não consigo acertar sequer, pois não pensava que a Haqikah usaria uma sósia ou doppelganger para isso, se bem que é muito comum nesta era e vários locais confirmam isso.

 

Achei a atitude de Safiya muito passiva perante o que a sua irmã fez, se bem que a Haqikah se mostrou bem saliente e firme no julgamento, no final deixou a sua verdadeira personalidade mostrada e revelada.

 

Excelente arco da Safiya, abraços e meus parabéns.

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  • 1 mês depois...

Capítulo 21 da segunda parte lida.

 

Bem que sabia que ias usar o irmão dela para servir de um traidor à sua pátria, jamais pensaria em que ele fosse um Marina ao serviço de Poseidon.

 

Mensah "seguiu" os passos da sua irmão e olha no que deu, nisso ele tem bastante semelhança com ela.

 

Apesar da Escama de Leviathan ter bastante resistência e dureza, Safiya aplicou muito bem o conceito básico dos Cavaleiros/Amazonas ao golpear no mesmo sítio que enfraquecia a resistência e assim usar a famosa Agulha Escarlate, no entanto ela não se saiu ilesa do combate, há um grande mérito para Mensah. O que ressalta aqui é a experiência de guerreira de Safiya sem dúvida.

 

Um combate fraternal que foi devido entre opiniões e crenças distintas que os iguala em ajudar o "novo deus/a".

 

Eis que me surpreendas novamente e não consigo acertar sequer, pois não pensava que a Haqikah usaria uma sósia ou doppelganger para isso, se bem que é muito comum nesta era e vários locais confirmam isso.

 

Achei a atitude de Safiya muito passiva perante o que a sua irmã fez, se bem que a Haqikah se mostrou bem saliente e firme no julgamento, no final deixou a sua verdadeira personalidade mostrada e revelada.

 

Excelente arco da Safiya, abraços e meus parabéns.

 

Olá Saint!

 

Havias desconfiado realmente que Mensah era um traidor! Mas se for ver bem, apenas Haqikah fora realmente fiel ao Egito. Tanto Safiya quanto o irmão agiram em benefício próprio (mesmo pensando num bem maior)

 

Sim, uma estrutura rígida é feita de uma grande ligação de átomos, mas se quebrar um dos átomos, o todo se quebra!

 

Mensah teve méritos, mostrando-se extremamente superior a todos os comandantes marinas apresentados até aqui. Inclusive Altevir, que era ardiloso, mas não tão poderoso quanto o egípico.

 

Haqikah usou uma sósia e aqui eu realmente devo agradecer a idéia à nossa eterna Rainha Amidala, que usou esse método em uma galáxia muito distante.

 

Safiya foi passiva em relação ao que a irmã fez? Veja bem, foi Mensah e Safiya que agiram errado. Haqikah manipulou a escorpiana para que pudesse prender o irmão. Mas, no fim, ela realmente não fez nada. Ela só deixou o circo pegar fogo e tomar proveito disso.

 

Brigado pelos elogios e até a próxima!

 

 

 

Egito, interessante.

Valeu Grimlock

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BALANÇO: CAPÍTULO 21 e 22

Seguem o resumo e os personagens.

Resumo

 

Um invasor chega ao salão central do templo do nomo de Hwt-Sekhem, onde se encontra a mais poderosa relíquia das terras egípcias: o Colar de Néftis, com um poder de destruição extremamente avassalador.

Os sacerdotes egípcios o confrontam e descobrem que se tratava de Safiya de Escorpião, pronta para roubar a relíquia para ajudar Atena a destruir Poseidon. A escorpiana venceu facilmente os sacerdotes e matou Haqikah, sua irmã. Entretanto, quando foi pegar o colar, descobriu que ele era falso.

Desconfiada da identidade do sequestrador, Safiya foi em direção ao porto e encontrou Mensah, que se revelou o comandante marina de Leviatã. O guerreiro possuía uma escama praticamente impenetrável, mas conseguiu ser sobrepujada, aos poucos, pela Agulha Escarlate.

Safiya tomou as rédeas do combate e desferiu os quatorze pontos da constelação de Escorpião. Entretanto, quando foi aplicar Antares, Mensah se recuperou com o Anel da Cura, outra relíquia egípcia. Em seguida, pegou o colar que roubara e estava pronto para destruir a irmã, mas não conseguiu ativar os poderes do artefato.

Como uma sombra, Haqikah surge diante dos dois, mostrando o verdadeiro colar no pescoço e tirando os irmãos de combate. A Nomarca disse a Safiya que usou os feitiços de Néftis para atiçar a ambição da irmã, a fim de forçá-la a roubar o artefato e enfim revelar a identidade de Mensah. Ela revelou também que quem morrera fora uma sósia, que sabia conjurar as bestas egípcias.

Indignada com tudo aquilo e mais consigo mesma por ter caído naquela armadilha, Safiya entregou a Pulseira da Localização para a irmã e se prontificou para deixar o Egito, já que estava na condição de banida. Haqikah a abraçou, dizendo que não guardava rancor.

Quando Safiya deixou o quarto, Haqikah ergueu um fio de cabelo da irmã, dizendo para si própria que ela continuava a ser um peão nos seus planos.

 

Personagens

 

Safiya de Escorpião: Amazona com origens egípicias. Se rebelou contra o mestre para ir para as terras egípcias, onde também só encontrou decepção. É uma guerreira emotivamente instável, possuindo uma ambiação forte no interior.


Haqikah: Nomarca (chefe) do Nomo de Hwt-Sekhem e irmã de Safiya. É gentil, amigável e, ao mesmo tempo, extremamente política, fria e ardilosa. Capaz de manipular seus irmãos apenas para conseguir os objetivos.


Mensah de Leviatã: Comandante marina do Mar Mediterrâneo. Irmão mais novo de Safiya e Haqikah. É ambicioso e altamente focado em ajudar o Império Atlante.

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CAPÍTULO 23

Roald olhou para frente e a felicidade lhe tomou conta naquele instante. Após vários anos, finalmente voltou a colocar os pés em solo verdadeiramente atlante. Era um prazer imensurável, principalmente para quem vivia na infame cidade de Gabala. Sempre desejou, acima de tudo, deixar aquele inferno terreno e passar a viver no paraíso que era Atlântida. Nem a companhia irritante do enviado marina Koil de Água Viva parecia lhe tirar o bom humor e a plenitude de satisfação daquele momento.


Praticamente ignorando o acompanhante enquanto caminhava pelas ruas da capital imperial, Roald olhava de um lado para o outro, praticamente se desfrutando de toda a boa qualidade de vida de Atlântida. Em antagonismo com a cidade onde vivia, a Ilha era praticamente perfeita em tudo, seja na organização, na arquitetura e no próprio respeito e atitudes das pessoas. Praticamente inexistia miséria, pecado ou vandalismo por ali.


Ele continuou seu caminho pela cidade e foi surpreendido pela maneira como lhe tratavam. Trajando suas escamas douradas, Roald era reverenciado por todos e até adorado. Como o guerreiro de elite da guarda de Poseidon, sua posição dentre os habitantes de Atlântida era algo para ser admirado, mesmo não sendo propriamente um atlante. Já havia estado na capital uma vez, mas tinha se esquecido de como essa sensação de adoração e respeito eram bons. Algo que era praticamente inexistente em Gabala, onde todos pareciam se odiar, lutando eternamente pela sobrevivência.


Para a tristeza momentânea de Roald, não tardou e eles já estavam na porta do castelo central. O período de admiração terminara e ele tinha certeza que, a partir daquele instante, seria repudiado pelos companheiros ou teria que prestar serviço. Sabia que morar em Atlântida era um sonho e que, provavelmente, jamais desfrutaria de verdade dessa glória.

Como mágica, a porta se abriu sozinha, revelando uma mulher loira de escamas avermelhadas e com uma beleza incrível. Roald corou levemente ao vê-la, fato que o fez ser repreendido por Koil.


– Peço perdão por ele, comandante Thetis. Ele não está acostumado com os hábitos atlantes. – pediu o enviado marina, fazendo uma reverência. – Mas, sem atraso, eu trouxe o General Roald para servir a Sua Majestade, o Imperador Poseidon.


Roald ficou levemente irritado com aquele comentário e com o desprezo pelo fato de não ser atlante, mas se conteve. Agora que estava na capital do Império, não poderia cometer nenhum deslize, ou então seria castigado e provavelmente jamais retornaria. Teria que agir como submisso e aguentar as provocações de todos os preconceituosos que existiam na ilha. Sabia que eram poucos, mas que, com certeza, o incomodariam de modo brutal.


Com uma simpatia não menor que uma postura autoritária, Thetis sorriu para Roald e dispensou o comandante, mandando-o se retirar. Koil respirou fundo, demonstrando uma satisfação por finalmente se livrar daquela missão que, segundo ele, era algo realmente desnecessário. Fora treinado para lutar e não para servir de acompanhante para um estrangeiro em uma terra provida de malefícios e pecados. E, para piorar, ainda detentor de uma categoria militar mais elevada. Para um enviado disciplinado como Koil, isso era algo que ele não conseguia aceitar.


Vendo que o enviado se afastara, Thetis piscou para Roald, chamando-o para entrar, enquanto as portas imensas e caprichadas do castelo se fechavam magicamente. O general corou lentamente, não imaginando que alguém tão próximo a Poseidon pudesse ser tão simpático com um estrangeiro.


– Eu peço desculpas se fui ríspida contigo em algum momento na tua única vinda aqui, durante o funeral da Imperatriz. – Thetis se virou e começou a andar pelo palácio, enquanto Roald ouvia atentamente o que ela dizia. – Dada a situação em que o Império se encontra, é bom saber que, pelo menos, posso confiar em alguém.


Roald não entendera aquele comentário e tentou se lembrar, se algum momento, a comandante o havia magoado. Haviam se encontrado pouquíssimas vezes naquela ocasião e, pelo que recordava, ela se mostrava bastante indiferente a todos e cheia de orgulho. Parecia que, no entanto, alguma coisa havia acontecido para tirar a nereida da postura arrogante que sempre se encontrou.


– A confiança é algo difícil de explicar. – continuou a nereida. – Eu costumava valorizar as pessoas pela posição que ocupavam. Todavia, minha fé nos habitantes deste castelo foi totalmente abalada depois que houve uma suspeita de traição. Estou selecionando melhor as pessoas as quais devo contar.


O general arregalou os olhos, impressionado com aquela informação, enquanto Thetis virou o rosto rapidamente, como se estivesse arrependida de ter deixado escapar a suspeita de traição. Antes disso, ela somente havia relatado a tentativa de invasão de uma membra da Legião de Atena a Poseidon e, num momento de raiva, para Íchos de Sirene.


– Esquece o que acabou de ouvir, por favor. – pediu Thetis, tentando falar firmemente. – São meros boatos que apenas sujam a reputação de Atlântida.


Roald concordou com a cabeça, mas continuou pensando naquela informação. Se havia um traidor nos quartos do castelo, havia um grande risco envolvendo todos os atlantes. Queria pensar em algum suspeito, mas conhecia muito pouco dos defensores de Poseidon. O primeiro indício apontava para Nereu e seus filhos, mas não quis se estender. Vira pouco da rebelião de Dóris e ainda nutria um respeito muito grande pelo Profeta dos Oceanos.


Perdido nos pensamentos, ele continuou acompanhando Thetis pelos corredores, parecendo nem observar as atitudes dos habitantes do castelo em relação a ele. Os criados e soldados de patente média o olhavam com um respeito muito grande, enquanto que, alguns marinas o fitavam com certo desprezo, provavelmente pela mesma razão que Koil. Todos conheciam o local onde Roald vivia e imaginavam que ele não seria digno de vestir aquela escama imponente.


Após alguns minutos, eles adentraram em uma porta e, rapidamente, fizeram uma reverência, mediante a aquele imenso cosmo que se manifestava. O Imperador Poseidon, com seus lábios finos, cabelos loiros e agitados e uma aparência ainda jovem, sentava em seu trono, segurando o tridente de maneira imperativa. Roald olhou de relance e não deixou de se sentir amplamente intimidado. Aquele poder, mesmo contido, representava a essência de um Deus e, embora não estivesse nem com uma parcela ínfima de sua plenitude, ainda tinha uma imponência sem igual.


– Então, o nosso general bastardo chegou. – pronunciou uma voz, deixando a sombra ao lado do trono do Imperador. – É um prazer te rever Thetis, mas agora, deixa o assunto para os generais.


– Não tens o poder de me dar ordens, Íchos de Sirene. – rebateu Thetis. – Eu ficarei aqui até…


– Te retira agora! – ordenou o Imperador com uma voz divina, sem olhar para nenhum dos membros do salão, deixando Thetis apreensiva e Íchos vitorioso. – Íchos, quero que apenas Thetis e Roald fiquem aqui.


O sorriso nos lábios do general de Sirene sumiu quase que num estalo, enquanto Thetis o encarou de maneira triunfante. Roald esboçou uma expressão de satisfação, pois, dentre todos os generais, Íchos era o único que lhe desagradava completamente, principalmente devido aos comentários recheados de ironia e preconceito. Por mais distante que eram os outros, mantivera uma relação amigável com Febo e Deolinda e levemente formal com Yuri e Shail.


Sendo totalmente contrariado, Íchos deu alguns passos em direção à saída e deixou a porta, seguindo pelos corredores do palácio. Thetis e Roald continuavam na posição de reverência, enquanto o Imperador nem sequer olhava para eles. Mantinha uma postura imponente, como se aqueles dois não passassem de meros servos, indignos de sua atenção total.


– General Roald de Kraken, pela primeira vez, foste chamado para cumprir a missão de general e não de destruir as cidades infiéis. – revelou Poseidon, ainda com uma voz divina. – Estamos numa situação delicada e, portanto, quero que tu e os outros quatro generais a cumpram de maneira plena e competente.


– Sim, Vossa Majestade! – concordou Roald, ainda em reverência. – Farei isso!


– Evita ao máximo ficar no castelo, ou então Zeus achará que estás tendo algum luxo e que estarei descumprindo o acordo. – continuou Poseidon, mostrando desprezo com aquelas palavras. – Agora te retira para cumprir de imediato a tua missão. Thetis, avisa o restante para se preparar. Temos muito pouco tempo.


Concordando rapidamente, ambos fizeram uma reverência e se retiraram. De prontidão, Thetis chamou um enviado marina para conduzir Roald para o local devido, enquanto ela voltou a caminhar pelos corredores do palácio, indo em direção aos próprios aposentos. Precisava cumprir as ordens do Imperador e não poderia demorar mais um segundo.


A nereida adentrou no corredor dos generais e foi em direção a um dos sete quartos. Originalmente, cada um deles era dedicado a um dos generais. Entretanto, após o acordo entre Poseidon e Zeus, o portador do poder do Kraken não poderia ser atlante. Portanto, um dos cômodos acabou sendo cedido a Thetis, a comandante marina mais importante.


De frente para um dos quartos, ela se preparou para fazer um sinal, quando a porta se abriu, revelando um jovem de olhos castanhos, pele branca, destacado por uma franja negra. Trajava uma escama dourada, muito protegida.


– Bom dia, General Gale! – cumprimentou Thetis, sem fazer uma reverência de submissão, apenas dando-lhe um sorriso. – Está na hora de cumprir a tua missão.


Com um ar jovial, o pequeno general também sorriu e marchou empolgado, enquanto Thetis se dirigia a outra das portas.


– É engraçado, não é? – Gale parou, chamando a atenção da comandante. – Há mais de quatro anos, a senhorita me repreendeu por estar andando por esses corredores irregularmente. Agora eu sou um general marina, feliz por finalmente estar servindo o Império.


Thetis se virou rapidamente, com uma expressão um pouco confusa, que logo deu lugar a um rosto corado e sorridente.


– Nem me lembrava disso direito! – confessou ela, se aproximando do companheiro. – Eu devo ter sido bem severa contigo, por isso peço desculpas também. Tu és um jovem bom e foste treinado pela virtuosa Deolinda e depois por um grande homem que é Febo. Estamos precisando de mais pessoas confiáveis como vocês em Atlântida.


Gale fez uma expressão intrigada, enquanto a comandante se voltou para outra porta.


– Não adianta chamar o mestre Febo. – comentou o jovem, ainda não se acostumando que ocupava a mesma posição hierárquica que o general de Dragão Marinho. – Ele, bem como os demais generais, já estão devidamente posicionados.


Thetis se virou rapidamente e sorriu para o jovem, satisfeita que seu trabalho estava cumprindo. Sem dizer mais nada, eles se dirigiram para a porta de saída e seguiram os seus caminhos, pronto para cumprirem suas missões.





Shail de Chrysaor meditava no topo de uma gigantesca escadaria. Não trajava suas escamas e sim um pequeno manto que destacava ainda mais sua magreza e aparência distante de um guerreiro tradicional. Seus olhos estavam fechados, praticamente lhe conferindo um grau de concentração extrema. Parecia que nenhum barulho poderia abalar aquela postura intocável e distante de tudo.


Nem mesmo um vulto que descia do céu em uma gigantesca ponte parecia retirar a concentração e a imobilidade de Shail, sentado em postura de meditação. Quem acabara de chegar era um guerreiro alto, com cabelos loiros e brilhantes, olhar irônico e escamas douradas no corpo. Parecia olhar o general de Chrysaor com interesse e curiosidade.


– Então vamos finalmente ser úteis, não é mesmo, Shail? – comentou Íchos, com um tom claramente irônico. – Se bem que duvido que haverá a necessidade de eu agir, quem dera tu. Acho que tudo isso é alarde e, mesmo que não seja, tenho certeza que não precisaremos fazer nada.


Sem dizer uma palavra, Shail permaneceu imóvel, ainda mantendo uma postura séria e concentrada. Íchos fez uma expressão fechada e incomodada diante daquela indiferença e começou a andar em volta do general de Chrysaor, tentando lhe chamar a atenção, em vão.


– Não vais dizer nada? – murmurou Íchos. – Tu és mesmo um homem muito estranho e misterioso. Se não fosses um marina e atlante, eu desconfiaria de ti.


Íchos riu novamente, enquanto Shail continuou sério, sem dizer uma palavra. Irritado com tudo aquilo, o general de Sirene agitou sua capa e começou a se preparar para descer a escadaria, completamente contrariado.


– Eu vejo a escuridão… teu coração é recheado de sombras e pecados. – afirmou Shail, permanecendo sentado e com os olhos fechados.


– O que estás dizendo? – resmungou Íchos, se voltando novamente para o general de Chrysaor. – Quando resolves abrir a boca é para me julgar?


– Eras envolto pelo amor, mas quando ele se perdeu, o mesmo se transformou em ódio, que corrompeu completamente o teu coração. – continuou Shail, praticamente ignorando os resmungos de Íchos. – Por isso, agora vives em uma mente recheada de egoísmo e ages por si só, sem pensar nas consequências. És indigno de vestir essas escamas.


Íchos ouviu aquelas palavras e, por um instinto, colocou a mão na flauta que estava presa em sua cintura. Não conseguia conter a irritação e, naquele momento, odiava o general de Chrysaor.


– Falas que eu pratico atos indignos, mas eu sei muito bem que cometes atrocidades. – rebateu Íchos, tirando a mão da flauta. – Se eu sou impuro, tu também és.


– Eu só cumpro as ordens do Imperador. – Shail abriu os olhos e produziu um cosmo que emanava uma energia que misturava luz e sombras. – Todo o ser humano possui luz e escuridão no seu coração. O livre arbítrio nos leva a tender para um lado. Por essa maneira, abandonei as minhas escolhas e dedico às minhas ações sempre ao Imperador Poseidon.


Com um elevar de cosmo magnânimo, o general de Chrysaor produziu novamente uma aura em volta do corpo, que equilibrava luz e escuridão. Ao mesmo tempo, a luz atingiu Íchos, mostrando um resplandecer completamente sombrio, com uma pequena luz escondida.


– Como eu falei, deixaste que a escuridão ofuscasse completamente a luz que provinha do teu amor. – Shail voltou a fechar os olhos, praticamente ignorando novamente a presença de Íchos.


Irritado com aquilo tudo, o general de Sirene agitou a capa e voltou a seguir o seu caminho. Antes disso, no entanto, ele virou o rosto e encarou Shail.


– É muito fácil cometer atrocidades e dizer que foi tudo em nome de um Deus. – rosnou Íchos. – Eu, pelo menos, vivo da minha maneira, assumo todas as responsabilidades dos meus atos e…


Antes que pudesse terminar a frase, um som de trombeta ecoou por toda a ilha. O coração de Íchos se gelou, não menos que o de todos os habitantes de Atlântida. As crianças logo correram para as suas casas, enquanto a maioria da pessoas tentavam buscar abrigo o mais rápido possível. Aquele era o som mais temido e inimaginável em todo o Império, algo impensável, que ocorria raramente. Atlântida estava prestes a ser invadida.

Editado por Nikos
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Capítulo 23 da segunda parte lida.

 

Yo, Nikos! Como estás? Já tinha saudades da tua fic, mon ami!

 

Gostei da maneira como começaste a descrever o passar de uma personagem que vai-se conhecendo deste instante, provando que mesmo nesta época a xenofobia era bem mais acentuado e notório. Em especial, consegui entender o que este General de Kraken sentia na sua pele.

 

Eis que todo este capítulo dedicado aos Marinas e a Poseidon foi bem merecedor e acho muito gratificante ao descrever o que poderia ser um exército como Poseidon do que ele ter somente Sete Generais em seu poder, um deus como ele merecia muito mais.

 

Além do Roald, ainda conheci Shail que ele manteve a tradição dos Chrysaor budistas. Finalmente alguém conseguiu ter a tamanha coragem de dizer uma verdade perante Ichos que mereceu bem, aquela verdade crua.

 

Meu amigo, esta passagem foi interessante e bem fixe, abraços!

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Mano que saudade da tua fic.

Bem... ela está de volta! kkk

 

 

Capítulo 23 da segunda parte lida.

 

Yo, Nikos! Como estás? Já tinha saudades da tua fic, mon ami!

 

Gostei da maneira como começaste a descrever o passar de uma personagem que vai-se conhecendo deste instante, provando que mesmo nesta época a xenofobia era bem mais acentuado e notório. Em especial, consegui entender o que este General de Kraken sentia na sua pele.

 

Eis que todo este capítulo dedicado aos Marinas e a Poseidon foi bem merecedor e acho muito gratificante ao descrever o que poderia ser um exército como Poseidon do que ele ter somente Sete Generais em seu poder, um deus como ele merecia muito mais.

 

Além do Roald, ainda conheci Shail que ele manteve a tradição dos Chrysaor budistas. Finalmente alguém conseguiu ter a tamanha coragem de dizer uma verdade perante Ichos que mereceu bem, aquela verdade crua.

 

Meu amigo, esta passagem foi interessante e bem fixe, abraços!

Pois então agora ela voltou, podes matar a saudades.

 

Roald já deu sua participação no final do arco "a teia". Se não me engano capítulo 15 ou 17. Ele foi convocado pelo próprio Koil em uma cidade que beira à prostituição chamada Gabala.

 

Sim, mesmo um paraíso como Atlântida, sofre com a xenofobia. Oou por ser um paraíso, os habitantes do Império acabem por jultar os demais.

 

Ele tem generais, comandantes, nereidas e enviados.

 

Shail também já havia aparecido antes, mas não falado. Ele quem ajudou Poseidon a matar Dóris.

 

Valeu então Saint, próxima semana começa o grosso da invasão.

 

Abraços

 

 

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  • 2 semanas depois...

CAPÍTULO 24

O grande navio balançou mais uma vez com as ondas do gigantesco oceano. A forte brisa que percorria o ar naquela tarde ajudava no deslocamento da embarcação, mas também aumentava a grande agitação da superfície e do interior do mar. O clima, porém, não era árduo. O frio de inverno atrapalhava o bem-estar para um trajeto marítimo, ainda mais porque o céu estava encoberto por nuvens que sufocavam o sol, impedindo a passagem de um calor agradável. Para compensar, a ausência de chuvas tornava a viagem bem mais branda e relaxante.


A embarcação se destacava no meio do mar, com um grandioso tamanho, reluzindo apenas com a parca iluminação. Era toda de madeira, com vários remos laterais que se moviam sozinhos. Um grande mastro se erguia no centro, portando uma vela branca com a imagem da Atena mitológica estampada. A frente do barco possuía uma ponta para cima e uma escultura da Deusa à frente.


Com um olhar sereno e confiante, Ário deu dois passos em direção à proa, colocou a perna em cima da borda e fitou o grande oceano à frente. O vento marinho logo balançou os longos cabelos negros do rapaz e a capa da armadura de ouro agitou para trás. As baixas temperaturas pareciam não causar nenhum dano à sua figura impassível e imponente.


Seus pensamentos voavam pelas mais longas distâncias. Observava o céu nebuloso e, em seguida, fitava o horizonte com a esperança do surgimento de um pequeno veio de terra que representaria a grande ilha de Atlântida. Pelas coordenadas baseadas nos estudos das constelações do Grande Mestre, ele sabia quase que exatamente onde a capital do Império se encontrava. A maior dificuldade foi na elaboração do barco, precisando de uma grande mão de obra, além de uma ajuda de Atena, que, mesmo agindo contra o mestre, resolveu abençoar partes do navio, antes que partisse com ele em fuga.


Os poderes da Deusa deram mais que proteção. Graças a algumas técnicas, a embarcação praticamente se deslocava sozinha em meio ao mar, sem precisar de nenhum esforço dos guerreiros. Ário só precisaria corrigir a trajetória caso alguma força natural desviasse o caminho original. Atena sabia que o próprio cosmo de Poseidon poderia impedir um controle total e, quanto mais próximo eles estivessem de Atlântida, menor seria a influência dela.


Não tardou e um cavaleiro de armadura prateada se aproximou do capricorniano com um olhar sereno. Tinha cabelos negros agitados, olhos castanhos escuros, com uma juventude ainda estampada na sua face, mesmo aparentando já um pouco de maturidade. Sua baixa altura contrastava com a de Ário, praticamente excluindo a hierarquia que havia entre eles, devido ao material de suas armaduras.


– Algum problema, Acrux? – indagou Ário. – Estamos saindo da trajetória por acaso?


Ário sabia da capacidade do cavaleiro de Cruzeiro do Sul de localização. Mesmo em grandes distâncias desconhecidas, Acrux conseguia utilizar o cosmo para se guiar para a direção correta, sem praticamente nenhum erro. No planejamento da viagem, agradeceu muito por ele tê-lo acompanhado, pois poderia acabar com qualquer tentativa dos deuses de confundi-los.


Acrux, não parecia estar preocupado com uma eventual mudança de distância. A sua quietude parecia estar representando outra coisa. Não muito atento às expressões dos outros, Ário simplesmente repetiu a pergunta.


– Como eu tinha te falado, eu me encontrei com Sertan há mais de sete anos e presenciei a sua luta com Nérites. – comentou Acrux, ainda um pouco receoso.


– Eu sei, mas não me detalhaste nada, já que estávamos planejando somente a invasão de Atlântida. – respondeu o dourado.


– Eu odiava o teu irmão! – revelou o prateado. – Achava que ele tinha destruído a cidade de uma jovem que eu me enamorava. Eu era muito imaturo e isso quase me fez cair em uma armadilha que poderia ter custado a vida de Atena. Sertan descobriu tudo e seus homens acabaram com a nereida que tentou me enganar, mas ele acabou sendo pego por Nérites. Eu o salvei no último instante.


Ário prestava atenção naquela história, ainda não acreditando muito. Tinha alguma noção das capacidades de Acrux, mas jamais tinha o visto em batalha. Por outro lado, a imagem de Sertan ter sido salvo por um cavaleiro de prata o deixou um pouco satisfeito ao imaginar a irritação do irmão naquele momento. Sabia muito bem como ele era orgulhoso e como odiava receber ajudas, ainda mais de alguém que considerava inferior.


Após dar uma risada leve ao imaginar novamente a cena, Ário relaxou os braços e se voltou para Acrux. Não sabia por que ele estava contando tudo aquilo, mas era algo agradável. Pela primeira vez, em muitos anos, se sentia livre, longe da prisão do refúgio. Lembrava-se de sua infância, antes de ser levado com Sertan para os treinamentos e como ele sempre fora autoritário.


– É uma história fascinante, mas um pouco fantasiosa. – rebateu Ário, voltando a si. – Aliás, por que estás me dizendo tudo isso?


– Por que tu deste esperança para todos aqui. – disse Acrux apontando para os guerreiros que repousavam no interior da embarcação. – Creio que a maioria concordava que estávamos nos destruindo aos poucos lá no refúgio. Nossas mentes se entregavam à estagnação, não nos sentindo úteis.


– E o que isso tem a ver com Sertan? – questionou Ário.


– Sertan tentou fazer a mesma coisa que tu, mas fracassou. – explicou o prateado. – Além de apresentar atitudes completamente questionáveis, ele não nos deu sentimento de esperança, só de rebeldia. Eu lhe falei isso um dia. Disse que, pelo menos ele estava fazendo alguma coisa e que só não me unia com seu grupo porque não concordava com a maneira como estava agindo. Ário, tu fizeste algo muito além.


– Mas vocês sabem que talvez estejamos navegando em direção à morte, não é mesmo?


– Não importa, pelo menos morreremos lutando e com o coração acalentado por finalmente termos sido cavaleiros de Atena.


Acrux sorriu, se virou e caminhou para o interior do barco, se juntando aos companheiros. Satisfeito com os elogios, Ário fez uma expressão de orgulho, agitou a capa e voltou a olhar para frente, observando as nuvens, que se fechavam cada vez mais. Todas as leves dúvidas que ainda restavam na sua mente pareciam evaporar a cada instante. Estava cada vez mais certo e tinha plenas confianças do sucesso.


– Parece que o rapaz satisfez teu ego, Ário. – comentou uma voz se aproximando.


Levemente indignado com as interrupções na sua mente, Ário se virou rapidamente com um olhar irritado. Sua fúria, no entanto, desapareceu ao ver de quem se tratava. Era um guerreiro alto, com cabelos loiros curtos e olhos azuis. Parecia ter a mesma idade de Ário, já com a maturidade do final da juventude indo embora, dando lugar a algumas intempéries do tempo.


Ao perceber a identidade do guerreiro, Ário respirou aliviado, não perdendo um pouco do seu olhar indignado, principalmente por ele ter mudado a sua voz propositalmente.


– Me perdoa, Raynard, mas por um momento pensei que fosse Propus. – comentou Ário, olhando para baixo. – É que normalmente era ele que fazia essas interrupções.


– Por acaso esqueceste que eu fazia a mesma coisa quando treinávamos juntos? – rebateu o cavaleiro de Cães de Caça. – Eu sempre te perturbei com a minha leitura mental.


– Sim, por isso que Propus me irritou desde a primeira vez. – resmungou Ário. – Eu sempre odiei que lessem a minha mente. Mas não é este o problema, porque Propus parecia ler não só a minha cabeça, mas os meus sentimentos também.


– É, eu imagino. Sentes falta dele, não é? – indagou o prateado. – Mais do que isso, te consideras impotente por ele ter desaparecido e não ter te seguido.


Ário o fitou intrigado. Parecia, mais do que nunca, que estava conversando com Propus. A maneira como Raynard falava era diferente da do aprendiz, que interferia de maneira direta a fim de torturar os outros psicologicamente. O prateado, por outro lado parecia mais um amigo dando conselhos, sabendo muito bem o que ele sentia por dentro.


– Tudo isso tu viste na minha cabeça? – questionou o dourado.


– Nem é preciso ler a tua mente! – se antecipou Raynard. – Teus sentimentos estão muito escancarados. A própria forma como tu agiste com o teu aprendiz para defendê-lo e o jeito como desapareceu. Estás muito decepcionado, mais contigo mesmo do que com ele.


Ário olhou para baixo e concordou, quando Raynard finalizou:


– Mas… na realidade, eu li tua mente mesmo.


Ambos deram risadas e olharam um para o outro. Treinaram juntos na infância e parecia que nada havia mudado desde então. Mesmo adultos e separados pelas atividades posteriores, ainda cultivavam a amizade que tinham no interior. Sabiam, mais do que nunca, que aquela batalha poderia ser a final e que nunca mais poderiam voltar. Queriam cultivar ao máximo aqueles momentos.


Próxima dali, Libânia cheirava um ramalhete de flores que carregava em sua mão direita. Seus cabelos claros também agitavam com o vento, deixando-a extremamente atraente. Porém, apesar da beleza, a solidão a acompanhava. De vez em quando, corria os olhos castanhos pelo entorno do navio, resmungando para si mesma ao ver o quanto os cavaleiros a temiam. Não sabia se era pelo seu sangue venenoso ou pelo fato de ser uma mulher guerreira com o rosto exposto. Quando quebrou a máscara, pensou que seria o símbolo de uma mudança, mas não imaginava ainda a intensidade do conservadorismo dos cavaleiros e das próprias amazonas que a acompanhavam. Das pouquíssimas mulheres que frequentavam o navio, apenas ela mostrava a verdadeira face.


Não parecendo se preocupar com isso, um rapaz baixo de armadura prateada se aproximou dela. Tinha cabelos claros, um pouco mais longos do que os dela, com olhos castanhos e serenos. Parecendo insatisfeita com tal presença, Libânia não pôde deixar de fazer uma expressão de desacordo, ainda mais quando ele sentou ao seu lado, roubou as flores de sua mão e também a cheirou.


– Não tens medo do veneno dela, Indru? – perguntou a pisciana, desviando o olhar.


– Eu conheço todas as tuas flores, minha amiga. – respondeu o cavaleiro de Compasso. – Não será um leve conjunto de margaridas que irá consumir a minha vida.


Com um movimento delicado, ele agitou as flores de seus dedos e deixou o vento carregá-las. Libânia exclamou um olhar de reprovação, quando Indru ergueu a mão, paralisando todas as pétalas no ar. Com um agitar dos braços, ele moveu todas em direção a elas, fazendo uma chuva de pequenas flores brancas cair sobre sua pele.


– Tu não mudas nunca, Indru, mas não vais conseguir nada. – bufou Libânia, demonstrando impaciência. – Já falei que eu renunciei às paixões.


– Nós dois éramos discípulos do mestre Kullat de Peixes. – começou Indru, ignorando os resmungos da amiga. – Ele era um cavaleiro completo. Tinha todas as habilidades de um pisciano e, além disso, dominava as técnicas psicocinéticas. Tu ficaste com o poder das flores, enquanto eu me dediquei quase que totalmente ao treinamento paranormal.


– Por eu ser mestiça descendente de outro mestiço, não consegui ter a capacidade de dominar a telecinesia. – bradou Libânia, olhando para o céu enevoado. – Mas não me faltam qualidades como guerreira.


– É claro que não faltam, eu percebi isso logo quando chegaste para treinar comigo. Eu já estava lá uns três anos antes e acompanhei todo o teu treinamento, mesmo depois que virei cavaleiro. – confirmou o prateado. – Mas, além de tuas capacidades combativas, também não te faltam qualidades estéticas. Eu só via o teu rosto quando éramos pequenos e, de relance, o fitei naquele dia do ataque a Jamiel. Mas só agora eu pude admirá-lo com mais atenção.


Libânia o olhou novamente com reprovação, enquanto Indru sorriu e fez mais um movimento telecinético utilizando as pétalas que estavam no chão, fazendo com que todas voassem por cima do cabelo da amiga, formando uma espécie de tiara florida.


Parecendo cansada de tantos galanteios, ela se levantou, pronta para reclamar, quando uma voz cortou o ar, chamando a atenção de todos no barco:


– UM PONTO NO HORIZONTE! É ATLÂNTIDA!


Com os olhos negros aguçados, um cavaleiro de prata que se pendurava no topo do mastro gritou mais uma vez para chamar a atenção de todos. Era um jovem alto, musculoso, com cabelos longos e castanhos escuros, mesma cor dos olhos. Sua empolgação só não era maior do que a satisfação e a apreensão geral. Por um lado, estavam ansiosos por cumprirem seus objetivos. Já de outro, estavam temerosos pelo que poderia vir.


Outro gritou urrou no ar e todos que estavam sentados se levantaram e se juntaram a Ário na proa. Somente o guerreiro gritante permanecia de pé sobre o mastro, como se estivesse guiando a todos o rumo ao seu destino.


– Então, Ézio de Águia, o que mais vês? – perguntou um dos cavaleiros que vestia uma armadura roxa, levemente protegida, com um chifre na testa.


– Eu vejo esperança, Calino de Unicórnio. – respondeu com um sorriso no rosto. – Mas, concretamente, vejo Atlântida se aproximando cada vez mais.


As palavras de Ézio se tornavam cada vez mais realidade aos de olhos menos aguçados. O pequeno ponto de terra que emergia no horizonte se tornava cada vez mais magnânimo. A ansiedade começava a percorrer a mente de todos. Sabiam que, com a velocidade do navio, não demorariam mais que dez minutos para alcançarem, ao menos, a zona marítima da ilha, onde poderiam desembarcar.


Logo, uma gota de água caiu na testa de Ário. Intrigado, ele olhou para cima. As nuvens que cobriam o céu estavam completamente negras, prontas para despejarem uma gigantesca tempestade. Não se importando com isso, ele voltou a fitar o horizonte, vendo Atlântida se tornar cada vez mais visível. Um pouco à frente na observação, Ézio já notava algumas colunas de pedra rodeando a entrada marítima da ilha.


A chuva começou a ficar ainda mais intensa. Nenhum dos cavaleiros aparentava se importar com isso e nem o barco parecia sofrer com a influência da tormenta. O cosmo de Atena presente em todos os pontos do navio agia bem para impedir qualquer atrocidade natural que pudesse impedir o percurso.


De repente, Ézio deu um urro de espanto ao observar um pequeno ponto em cima de um dos pilares de rocha. Todos olharam para o cavaleiro de Águia, quando as nuvens no céu giraram, como se estivessem preparando para formar um tornado, ao mesmo passo em que a chuva aumentava a cada momento.


Uma explosão tomou o céu no instante seguinte, formando uma tempestade elétrica. Os trovões seguiam, como se os deuses estivessem enfurecidos e lançando energias naquele espetáculo luminoso. A trovoada continuou, concentrando todo o poder elétrico num ponto, formando um gigantesco dragão de raios que desceu sobre Ézio, lançando-o rapidamente no chão do navio, provocando uma imensa rachadura.


Preocupado, Calino de Unicórnio correu em direção ao cavaleiro de Águia e seus olhos se arregalaram ao ver o estado em que se encontrava. Sua pele estava negra e seu corpo todo paralisado. Tentando dizer alguma coisa, Ézio abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som. Não tardou e seus olhos ficaram secos e seu corpo gelado. Calino chorou levemente no instante seguinte, confirmando o óbito do amigo.


Ao perceberem a situação, os cavaleiros resmungaram boquiabertos, enquanto a chuva continuava a cair, se tornando cada vez mais forte. Num impulso, Ário se virou para as colunas vendo o ponto tomar uma forma humana. Libânia o acompanhou, também observando aquele suposto guerreiro parecendo mover os braços de um lado para o outro.


Perto dali, Íamo de Cobra viu a morte de Ézio e algo lhe atingiu o cérebro, causando-lhe uma imensa dor de cabeça. Com o corpo tremendo, ele se ajoelhou no chão, colocando a mão na testa. Seu coração disparava e ele não entendia o motivo daquilo tudo.


– O que aconteceu, Íamo, estás bem? – Raynard correu em direção ao antigo companheiro de missões, agitando-o.


– Eu não sei, parece que um grande peso sumiu da minha mente. – Íamo se levantou lentamente, enquanto os demais se agrupavam, assustados com o trovão. – É como se eu não tivesse o controle das minhas ações nos últimos anos.


– Como assim?


Antes que Íamo pudesse responder, outro trovão cortou o céu, formando novamente um dragão elétrico. Num movimento rápido, Libânia saltou, lançando uma barreira de flores, anulando os efeitos do golpe. Os soldados olharam admirados, não acreditando que meras pétalas pudessem ter tamanho poder defensivo.


A comemoração durou pouco. De repente, o mar começou a tremer fortemente e, antes que pudessem fazer qualquer coisa, uma coluna de terra emergiu do chão, partindo a grande embarcação em vários pedaços. Sofrendo com a pressão, os cavaleiros caíram sobre o mar. Alguns estavam emersos, sem vida, enquanto outros aparentavam graves ferimentos.


Irritado, Ário olhou novamente para aquela coluna de rochas. A correnteza parecia arrastar a todos para próximo dela, tornando as feições do autor dos ataques cada vez mais claras. Era um homem de altura mediana, mas levemente corpulento. Tinha os braços grossos e fortes, com todo seu corpo coberto por uma escama dourada, com um elmo circular com barbatanas laterais. Os olhos eram castanhos claros, possuindo a mesma cor dos cabelos curtos e agitados. Demonstrava um ar maduro e extremamente imponente.


A uma movimentação da mão direita do guerreiro, a chuva caiu mais forte. Diante disso, ele fechou os olhos e, em seguida, os dedos. Logo, a correnteza começava a desviar sua trajetória, formando um gigantesco redemoinho.


A agonia tomava conta. Um a um, eles tentavam usar a própria força para escapar, mas parecia impossível se desvencilhar daquele curso de água, que os levava para uma espécie de buraco negro submarino. Numa rápida tentativa, Ário moveu os braços de um lado para o outro, lançando sua energia cortante no sentindo oposto ao fluxo dos redemoinhos, em vão.


Tudo se caminhava para aquele buraco sem fim, quando, num estalo, Ário sentiu o corpo levitar. Seus olhos se arregalaram ao ver que, um a um, os companheiros começavam a deixar o mar, ficando parados no ar. Um sorriso tomou conta de seu rosto ao ver Indru de Compasso, produzindo sua energia telecinética. Libânia o fitou impressionada, não imaginando que a capacidade do amigo tivesse chegado a tanto.


Não abalado com a interferência, o guerreiro marinho agitou as mãos mais uma vez, aumentando a intensidade da chuva. As nuvens circundaram o céu novamente, quando o grande dragão de raios desceu do vão, indo em direção a Indru. Sem defesas, o cavaleiro de prata arregalou os olhos, pronto para receber o ataque. Seu queixo caiu, no entanto. Uma cortina de flores formava uma espécie de escudo. Num impulso, ele olhou para o lado, Libânia sorria e já preparava para defendê-lo novamente.


Uma cosmo energia, porém, se manifestou na superfície do oceano. O redemoinho começou a girar cada vez mais rápido, submergindo num instante até formar um tornado de água que atingiu Indru por baixo. Os olhos de Libânia se arregalaram ao mesmo tempo em que todos caíram novamente no mar. O guerreiro guardião manteve a seriedade e voltou a aumentar a intensidade da chuva.


O corpo de Indru boiou no mar, sendo arrastado até os braços de Libânia. Uma veia de alívio surgiu no peito dela ao ver que ele ainda estava vivo, mas isso não diminuía os seus sentimentos. Lágrimas de ódio caíram nos olhos castanhos ao mesmo momento em que ela largou o amigo junto com o aprendiz dele, Vikas de Triângulo.


Com sede de vingança, Libânia fitou o guerreiro marinho, elevou o cosmo e saltou para cima do seu pilar de rochas. Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, ela lançou várias flores em sua direção, atingindo o solo. Num estalo, as raízes cresceram rapidamente, envolvendo toda a coluna até despedaçá-la por completo.


Pronto para cair no mar, o guerreiro tentou fazer alguma coisa, quando foi atingido por uma rajada de flores da pisciana, que também descia pelos céus.


O cérebro dele logo paralisou com aquele golpe. Os sentidos diminuíam a cada instante, enquanto a capacidade motora se reduzia. Contudo, com uma atitude rápida, ele conseguiu recuperar suas capacidades, ergueu a mão para o céu e subiu ao ar em cima de uma grande coluna de terra que emergiu naquele instante.


Tentando mais uma vez, Libânia saltou para cima da nova coluna e atirou mais uma rajada de flores. Preparado, o guerreiro moveu seus braços de um lado para o outro, aumentou a intensidade da chuva, e, rapidamente, emergiu várias colunas d’água, formando barreiras contra as flores. Com outro ataque, ergueu a mão para cima, lançando outra tromba d’água.


Já tendo visto tal artimanha contra Indru, a pisciana produziu uma barreira de flores, anulando o fluxo de água, conseguindo cair suavemente no mar sem sofrer muitos danos.


Satisfeito, todavia, o guardião apontou os braços para frente, seus olhos brilharam e a agitação do mar recomeçou. A correnteza aumentava, formando redemoinhos, arrastando todos os cavaleiros para o fundo.


– Eu não posso forçar mais. – murmurou Libânia, enquanto tentava salvar Indru e Vikas. – Se eu me ferir, o meu sangue correrá por esse mar e matarei a todos.


Ário olhou para a companheira dourada e se sentiu impotente. Por maior que fosse a sua força, não conseguia escapar daquela imensa correnteza. Pelo contrário, a cada segundo, era arrastado cada vez mais para o centro. Sabia que poderia usar sua força cortante, mas receava atingir os aliados.


O desespero tomava conta. O redemoinho se tornava mais intenso e nenhum cavaleiro parecia ter condições de escapar. Já recuperado, o guardião agitava os braços, fazendo com que várias trombas d’água emergissem ao lado. Ário e Libânia resmungaram boquiabertos. Sabiam que caso fossem atingidos, seria pouca a chance de sobrevivência do exército.


– Eu acabarei com isso agora! – alertou um cavaleiro com pele morena e cabelos loiros longos. – Camiro de Hércules fará todo o serviço.


O cavaleiro de prata loiro elevou o cosmo a um ponto incrível, impressionando inclusive Ário. Logo, o redemoinho começou a frear ao redor de Camiro, até cessar quase que por completo. Pouco a pouco, os cavaleiros foram se aproximando, atraídos por aquele círculo de calmaria.


– Agora irmão! – Camiro elevou ainda mais o cosmo, enquanto o cavaleiro Camilo de Unicórnio se aproximava dele. – PODER SUPREMO DE HÉRCULES!


Produzindo um tornado no sentido contrário ao rodamoinho, Camiro lançou Camilo no céu, fazendo ele cortar rapidamente a tempestade a uma velocidade praticamente igual à da luz, até chegar em frente ao pilar de rochas que recém emergira do oceano. O guardião olhou impressionado para aquele feixe de luz e, antes que pudesse fazer qualquer coisa, o cavaleiro de Unicórnio exclamou:


– GALOPE DO UNICÓRNIO!


Como um grande cavalo, Camilo avançou a perna, desferindo um chute no guardião, derrubando o elmo dele. Camiro olhou para cima e comemorou o sucesso do irmão, que rapidamente descia do ar e ficava parado em frente ao guerreiro que acabara de derrubar. Como um estalo, a agitação do céu diminuía, tal como os redemoinhos e a tempestade. Tudo parecia, gradativamente, melhorar, para alívio geral.


– Só o fato de eu ter te derrubado já fez toda essa tempestade diminuir sua intensidade. – Calino arregalou os olhos impressionado, ao mesmo passo em que o guardião se erguia, revelando seus cabelos agitados e curtos. – Então tu és o responsável por produzir tamanho desastre natural?


Sem responder nada de imediato, o guerreiro guardião se postou de pé e ergueu a palma da mão para cima. Camilo respirou preocupado ao ver que a chuva voltava a aumentar de intensidade, à medida que o cosmo do adversário crescia de maneira assustadora.


Engolindo a saliva, o cavaleiro de Unicórnio se postou para o combate, enquanto o guardião o olhava de maneira séria através de olhos castanhos claros e imponentes. Possuía uma aura magnânima, que era complementada pelas escamas douradas que vestia.


– Tu tens uma grande força, conseguiste tirar o meu elmo. – parabenizou o guerreiro escamoso, com uma expressão nobre. – É uma pena que estejamos em lados opostos dessa guerra. O meu nome é Febo de Dragão Marinho, sou um general do Império.


– Eu sou Calino de Unicórnio, um cavaleiro de bronze. – disse, com gotas de suor caindo pela sua face, principalmente ao ver que a chuva aumentava e seus amigos só se salvavam pela força do irmão Camiro. – Pelo visto, este desastre é tua obra. Então vou te derrotar para salvar meus companheiros! CHIFRE CINTILANTE!


Calino moveu os braços para frente da testa, fazendo com que a imagem de um unicórnio surgisse por trás do seu corpo. O chifre da criatura brilhou no instante seguinte, produzindo um brilho luminoso, que se espalhou por todo o pilar rochoso. Mesmo tentando escapar da agitação do mar, os cavaleiros abaixo não deixaram de olhar para cima e se impressionarem com tamanho poder de um cavaleiro de bronze.


Sem abrir os olhos, Febo moveu o braço direito para frente, fazendo um arco. A chuva rapidamente começou a aumentar, concentrando principalmente seu foco em cima do pilar rochoso. Calino respirou fundo e deu um passo para trás ao ver que toda a sua luminescência se dissipara em meio às gotas de água que continuavam a cair.


– Como gosta de chuva podem destruir um ataque de energia como o do meu chifre? – perguntou Calino, indignado. – Que poder é esse?


– O grande oceano a Oeste é um dos locais mais temidos pelos navegadores. Há criaturas inimaginavelmente poderosas lá. – respondeu Febo, seriamente. – Dentre essas bestas, encontra-se o Dragão Marinho, capaz de produzir tempestades sagradas e situações que impedem a passagem de qualquer um. Não é uma água comum, é uma chuva com meu cosmo, que preenche todo esse ambiente.


– O quê?


– Olha para baixo e veja o sofrimento dos teus amigos. – Febo apontou para o mar, fazendo com que Calino respirasse preocupado. A chuva havia aumentado e os redemoinhos voltaram com forte intensidade, cercando cada vez mais o irmão Camiro, diminuindo a energia do tornado dele.


– Eu não posso permitir isso, preciso acabar contigo. – lamentou Calino, voltando-se para o marina. – Vou mostrar a minha força!


– É impossível, pois tu estás no meu cenário! – respondeu Febo, aumentando ainda mais o cosmo e as tempestades.


– Teu cenário? – grunhiu Calino. – O que queres dizer com isso?


– Assim como o Santuário tem as doze casas, Atlântida tem suas próprias defesas. – explicou Febo, ainda agitando o mar. – A capital do Império, a grande ilha, é protegida pelos sete generais marinas. Cada um guarda um cenário, que é adaptado a fim de ampliar suas habilidades. Eu sou o guardião do primeiro e não permitirei que uma alma chegue ao próximo. TEMPESTADE ELÉTRICA!


Os olhos do marina brilharam e, com um movimento rápido, um dragão elétrico emergiu do céu, atingindo o cavaleiro de Unicórnio certeiramente, atirando-o velozmente contra o mar. Camiro gritou assustado, conseguindo saltar para pegar o irmão, fazendo com que seu cosmo parasse de proteger os companheiros, que gritavam em desespero sendo sugados pelo redemoinho.


Camiro segurou o irmão e seus olhos se preencheram de raiva ao confirmar o óbito. Completamente irritado, o cavaleiro de prata de Hércules elevou o cosmo, produzindo novamente uma energia ao redor do corpo. Rapidamente, ele conseguiu saltar até o pilar, parou em cima dele e encarou Febo, que permanecia sério. Sem pensar duas vezes, o cavaleiro de Hércules avançou os punhos, pronto para golpeá-lo.


Uma rajada de sangue cortou o ar. Camiro estava paralisado, com os punhos a um palmo da face de Febo e com o braço do general marina atravessando o seu peito. Sem forças para mais nada, o cavaleiro de Hércules tombou, caindo morto no pilar rochoso.


– Eu sinto muito, mas não posso permitir o avanço de ninguém. – pediu Febo, como se Camiro pudesse ouvi-lo. – Agora vou acabar com o restante. TEMPESTADE ELÉTRICA!


Os olhos de Febo brilharam novamente, produzindo o imenso dragão elétrico, que voou em direção ao mar, pronto para atingir as águas e eletrocutar todos os cavaleiros. Uma barreira de flores produzida por Libânia foi lançada para cima, sendo logo dissipada pelas chuvas de Febo, que se tornavam cada vez mais intensa. A cada segundo que passava, o desespero dos cavaleiros aumentava, principalmente aqueles que morriam sendo sugados pelo rodamoinho.


Sem bloqueios, a rajada de raios atingiu o mar, espalhando a eletricidade em todos os cantos. Febo fechou os olhos, não querendo ver a chacina, enquanto que um grande estrondo percorria todo o mar.


Como se algo lhe chamasse a atenção, Febo abriu os olhos e seu queixo caiu. Todos os pouco mais de quinze cavaleiros sobreviventes flutuavam no ar, sendo carregados por centenas de bolas esfumacentas. Sentindo um cosmo incrível, ele olhou para o céu, impressionado com o que via. Um barco gigantesco navegava sobre o ar, muito acima da coluna onde estava.


Logo, uma figura de baixa estatura saltou do barco e levitou sobre o ar, ficando de pé em cima de várias massas de fumaça semelhantes. Tinha cabelos negros, compridos, com uma mecha para frente. Os olhos de Ário se impressionaram ao rever aquela armadura dourada e o mesmo rosto fechado e irritado que cansara de presenciar durante boa parte de sua vida.


– Eu estou impressionado contigo, mas decepcionado com tua falta de habilidade, meu irmão. – bradou o guerreiro dourado que acabara de chegar. – Mas não te preocupas, eu, Sertan de Câncer darei um jeito.



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Capítulo 24 da segunda parte lida.

 

Eis que o capítulo começou de uma forma bem apresentada no avanço para uma invasão.

 

Ao longo deste, vi a forma como Capricórnio se comportando no comportamento de líder, amigo, companheiro e guerreiro também.

 

Outros Cavaleiros foram surgindo conforme a sua necessidade para a ação, porém o temível e calmo Febo não perdoou a "entrada" deles.

 

Gostei bastante da descrição do barco deles e seus detalhes.

 

Este General Marina de Dragão aniquilou alguns Cavaleiros, fazendo referência ao seu poder de dragão dos mares.

 

A surpresa no final do capítulo foi muito interessante.

 

Abraços e parabéns por este, mon ami!

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Capítulo 24 da segunda parte lida.

 

Eis que o capítulo começou de uma forma bem apresentada no avanço para uma invasão.

 

Ao longo deste, vi a forma como Capricórnio se comportando no comportamento de líder, amigo, companheiro e guerreiro também.

 

Outros Cavaleiros foram surgindo conforme a sua necessidade para a ação, porém o temível e calmo Febo não perdoou a "entrada" deles.

 

Gostei bastante da descrição do barco deles e seus detalhes.

 

Este General Marina de Dragão aniquilou alguns Cavaleiros, fazendo referência ao seu poder de dragão dos mares.

 

A surpresa no final do capítulo foi muito interessante.

 

Abraços e parabéns por este, mon ami!

 

Olá Saint, o início do capítulo serviu para dar uma humanizada em cada personagem. A partir de agora, eles serão muito mais guerreiros do que pessoas individualmente, então é legal reforçar esse lado humano anteriormente.

 

Que bom que gostasse da descrição dos barcos.

 

Febo de Dragão Marinho já havia aparecido várias vezes, mas somente agora que teve um destaque em combate.

 

E no final... Eis que surge Sertan, provavelmente guiado pelo que Gerd disse (ou não kk)

 

Abraços

 

 

Mano monstro esse cap.

 

Pergunta? Quantos Cavaleiros/Amazonas estavam no barco? Poderia detalhar os que perderam a vida afogados? Sobreviveram 15, tu vai dizer quem são?

 

Olá, que bom que gostaste!

Uns 30 ~~ 35! Eles não serão totalmente citados kkk

Editado por Nikos
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UFFFAAA Nikos! Consegui chegar até o 24 KKKKK

 

Primeiramente parabens! Sua escrita se desenvolve para melhor à cada postagem! A forma como você descreve os cenários, as armaduras, os duelos, lutas e poderes fazem com que o leitor se sinta inserido na história, ou seja, você realmente cumpre a ideia de uma fanfic, pensar que fazemos parte dela!

 

Sobre o capitulo 24, estou curtindo muito a interação dos personagens. A invasão em si está se desenrolando muito bem! As vezes, quando estou tentando escrever uma invasão, me perco nos pontos, em lutas e batalhas. Qual dica vc me daria?

 

O Cav. Capricórnio está bem desenvolvido, mostrando outras facetas que não foram mostrada pelo manga original.

 

Aguardando a continuação!

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UFFFAAA Nikos! Consegui chegar até o 24 KKKKK

 

Primeiramente parabens! Sua escrita se desenvolve para melhor à cada postagem! A forma como você descreve os cenários, as armaduras, os duelos, lutas e poderes fazem com que o leitor se sinta inserido na história, ou seja, você realmente cumpre a ideia de uma fanfic, pensar que fazemos parte dela!

 

Sobre o capitulo 24, estou curtindo muito a interação dos personagens. A invasão em si está se desenrolando muito bem! As vezes, quando estou tentando escrever uma invasão, me perco nos pontos, em lutas e batalhas. Qual dica vc me daria?

 

O Cav. Capricórnio está bem desenvolvido, mostrando outras facetas que não foram mostrada pelo manga original.

 

Aguardando a continuação!

OLá Davii!

 

Obrigado pelos elogios quanto á escrita.

 

Olha, eu não sou muito especialista em invasões, o pessoal não gostou muito na saga de Graad azul. Nesse ponto, eu tento focar bastente na interação entre personagens, mas não se esquecendo do contexto.

 

Ário, por ser irmão de Sertan, tem suas próprias particularidades.

 

Beleza Davi!

 

Abraços

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CAPÍTULO 25

Sertan encarou todos seriamente e ergueu o dedo para cima, conduzindo as massas esfumacentas em direção ao próprio navio, enquanto ele continuava flutuando no ar. Nem mesmo aquela situação parecia fazê-lo sorrir ou estar minimamente à vontade com aquele espetáculo espectral produzido pelas almas, que continuavam a carregar os cavaleiros. Febo olhava tudo de forma reprovativa, ainda estático devido à surpresa do momento.


A um estalar de dedos de Sertan, todas as almas evaporaram no ar, derrubando os cavaleiros em cima do próprio navio. Com um mover de mão para cima, elas retomaram a forma esfumacenta, viajando no céu ao redor da embarcação e sobrevoando o entorno da coluna de pedras de Febo.


Caindo no meio do navio, Ário olhou para frente. Junto com alguns membros da Legião de Atena, Fáon de Dragão controlava o leme, movendo-o para um lado, a fim de se desviar das intempéries do clima produzidas por Febo. Em seguida, o capricorniano correu para a borda, observou em baixo e viu centenas de massas ectoplasmáticas carregando o barco.


– O que é isso, Sertan? – bradou o capricorniano. – O que estás fazendo aqui?


– Este é o Triere Fantasma. – Sertan continuava flutuando ao redor do barco olhando para o irmão com uma expressão de superioridade. – É muita idiotice tentar invadir Atlântida pelo mar. Portanto, eu e meus companheiros elaboramos esse gigantesco barco, conhecido como Triere, ou Trirreme, se preferires. As almas convocadas por mim conduzirão vocês para Atlântida, enquanto eu luto com esse general marina.


– Não te vejo há sete anos. Na época eras muito arrogante e vejo que continuas sendo. – Febo olhou para Sertan, tentando controlar o mar para atacá-lo e impedir o avanço do navio. – Parece escapaste de Nérites por um milagre, mas isso não serviu para aliviar o teu ego.


Não parecendo se preocupar com isso, Sertan fechou os olhos, moveu as mãos para trás, mandando as almas continuarem cercando a coluna de pedras onde estava Febo. A outro estalar de dedos, elas começaram a lançar pequenas luzes de energia em direção ao general. Sem sentir nenhuma dor, mas incomodado com aqueles ataques que os atrasavam, o marina avançou o braço, tentando aumentar o temporal, mas as massas simplesmente se desviavam e continuavam atingindo-o.


Sem se alongar na tortura mental realizada contra o marina, Sertan se apressou, abriu o buraco do Sekishiki, fazendo outro conjunto de almas se manifestar. O barco, enquanto isso, continuava seguindo seu rumo, ultrapassando Febo, indo em direção à ilha.


– Eu soube que estavas mancomunando este ataque, Ário. – revelou Sertan, virando-se rapidamente com uma expressão macabra. – Apesar de teres cometido tamanha ignorância de não ter me chamado, eu fiquei levemente satisfeito com tua coragem. Estás seguindo os meus passos, irmão.


– Eu jamais seguirei os teus passos. – rosnou o capricorniano, gritando no barco. – Eu simplesmente estou fazendo alguma coisa útil, mas jamais agirei da mesma maneira abrasiva e sádica que nem tu.


– Ora, que pena que penses assim, pior para ti! Mas cumpre a tua missão de maneira correta enquanto eu o enfrento. Atlântida é protegida por sete generais marinas, cada um deles comanda um cenário, que é uma espécie de base que intensifica seus poderes. Este é o primeiro apenas. Vocês tem que vencer os outros seis. Só então poderão chegar até Poseidon.


Com os dedos conduzindo as almas como se fosse um maestro numa orquestra, Sertan cortou o céu com o indicador para frente, controlando a bola de fogo até ela atingir Febo, derrubando-o no chão do pilar. Revoltado, o marina concentrou o cosmo, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa para impedir o avanço do barco ou derrubar Sertan, sentiu um puxão no braço e outro na perna. O suor começou a cair pelo seu rosto ao perceber que espécies de cadáveres emergiam da terra, tentando sufocá-lo até devorá-lo.


– Tu deves tentar entender os mortos! – explicou o canceriano, enquanto o barco seguia cada vez mais longe. – Eles precisam sugar a força vital de alguém para se manterem com a esperança de ficarem no espaço mundano.


– Eu vou acabar com essas almas! – bradou Febo concentrando o cosmo.


Com um elevar de energia, o general expulsou alguns cadáveres, arrastando-os para baixo da coluna. Entretanto, outra leva de seres continuavam a subir pelo seu corpo, ao mesmo passo em que uma cortina de massas esfumacentas lançava energias luminosas contra as suas escamas. Como antes, não sentia nenhum dano, mas sabia que estava sendo bloqueado.


A outro movimentar de mãos de Sertan, que permanecia flutuando sobre um tapete de almas, uma fagulha de chamas surgiu por debaixo de Febo. Sem entender, ele olhou para baixo e seus olhos se arregalaram ao ver várias bolas de fogo azuladas emergindo dos cadáveres e das próprias massas ectoplasmáticas. Sertan continuava sério, apontando o dedo indicador para frente.


– Essas chamas representam o fogo do mundo dos mortos. – explicou o canceriano, enquanto uma sombra permanecia na sua face. – Ele se incendeia graças às almas que o alimentam. Utilizando essa forma terrena delas, eu posso produzir cada vez maior quantidade de fogo. CHAMAS DEMONÍACAS!


Todas as almas produziram um brilho fosforescente azulado, formando um espetáculo de chamas. Sendo atacado por baixo e por cima, Febo gritou, parecendo que estava sendo completamente incendiado por aquele fogo brilhante. A cada nova fagulha formada, Sertan agitava mais os braços, lançando mais almas do Sekishiki ao redor de Febo.


De repente, a chuva começou a aumentar de maneira muito intensa, produzindo uma tempestade torrencial. Sem demorar, Febo ergueu a mão para cima, fazendo que uma cortina de água caísse sobre ele e por todo o ambiente. Sertan arregalou os olhos ao ver todo o fogo desaparecendo instantaneamente com aquela tormenta hídrica.


– Eu sou Febo, general de Dragão Marinho e pagarás caro por ter me impedido de cumprir o dever. – murmurou irritado ao ver o barco muito longe. – Não serão esses ataques fracos que me derrotarão.


– Nem imaginava isso, mas consegui o que pretendia. – respondeu Sertan, seriamente. – Apenas queria te atrasar para permitir que meus companheiros avançassem rumo a Atlântida. Uma luta um contra um é mais justo e posso te atacar sem receios.


– Tu és um sádico. Milhares de pessoas morreram por tua causa. – grunhiu Febo, elevando o cosmo de maneira mais intensa. – Eu acabarei contigo e porei fim à Legião de Atena, que só traz destruição a esse mundo.


Com os braços para frente, Febo desviou a tempestade, lançando um raio em cima de Sertan, que simplesmente esquivou, sem o menor problema. Contra-atacando, o canceriano apontou o indicador para frente, conduzindo mais almas ao redor do marina. A um estalo, todas produziram um mar de chamas, pronto para incendiá-lo novamente.


Antes que o fogo pudesse atingir Febo, a chuva torrencial começou a aumentar, apagando qualquer manifestação de fagulhas incandescentes. Em seguida, o general ergueu o braço para cima, rodopiando-o rapidamente. Logo, os redemoinhos que percorriam o mar se ergueram, formando imensas trombas de água, acertando Sertan de modo certeiro.


Sendo atirado para cima, Sertan caiu muito velozmente ao mar em seguida. Abatido, colocou a mão na cabeça, parecendo um pouco tonto e afetado fisicamente. Sem diminuir o ritmo de ataque, Febo postou as mãos para frente, seus olhos brilharam e desviaram o rumo da correnteza, formando imensos redemoinhos.


Sertan rosnou, tentando escapar, mas a força das águas era gigantesca. A cada segundo que passava, sentia que estava sendo arrastado para o buraco mais profundo, temendo descobrir o que encontraria por lá.


– Morra perante a força das águas e do meu dragão. – balbuciou o marina. – TEMPESTADE ELÉTRICA!


Aumentando a intensidade das chuvas, Febo ergueu as mãos para cima. As nuvens voltaram a rodopiar, ficando cada vez mais negras. A um movimento do marina, um gigantesco dragão elétrico submergiu dos céus, descendo a toda velocidade, pronto para golpear Sertan. Contudo, desviando sua trajetória, ele planou sobre a superfície e entrou no mar.


Num instante, toda a descarga elétrica se espalhou pelo oceano. Sertan se contorcia de dor, sentindo que iria ser completamente eletrocutado por aquele golpe. Pequenas fagulhas de raios ainda pairavam sobre a superfície, dando-lhe infinitos choques, produzindo uma tortura que parecia não ter fim. Febo o encarava e já agitava o mar novamente para produzir o redemoinho.


Juntando suas forças, Sertan ergueu o dedo para cima. Uma dezena de almas voou em sua direção, segurou o seu braço e o ergueu no ar. Não demorou e outro grupo planou sob suas pernas, deixando-o de pé. Febo suspirou indignado, enquanto o canceriano erguia os olhos satisfeito, mesmo com o corpo todo arrasado pelos ataques do marina.


– Então, consegues mesmo impedir os ataques das minhas chamas! – Sertan se erguia através das almas, ficando cada vez mais próximo do marina. – Não entendo como uma mera chuvinha pode extinguir o fogo do mundo dos mortos.


– Não é uma mera chuva, e sim todo o meu cosmo se manifestando em forma de água, como eu falei para o cavaleiro de Unicórnio. – relatou o general. – Da mesma maneira que tu usas a tua energia para produzir chamas através das almas, eu utilizo as moléculas do céu e as nuvens para lançar meus ataques.


– Interessante! Serias um grande soldado meu se não estivesses defendendo uma utopia idiota. – comentou o dourado, deixando Febo irritado. – Mas devo acabar contigo agora mesmo. CARAPAÇA CRUSTÁCEA!


Com um salto surpreendente, Sertan voou da nuvem de almas para cima da coluna de rochas, blindando o punho de maneira a formar uma garra de caranguejo. Num segundo, o cavaleiro de Câncer soqueou o ar, fazendo uma grande pressão. Com um movimento rápido, Febo desviou para trás, fazendo com que o oponente atingisse o chão.


Satisfeito com a falha do ataque do adversário, Febo concentrou o cosmo, pronto para atacar novamente. Sertan, por sua vez, levantou, com uma expressão de glória. Num instante, uma rachadura se formou por entre a coluna, partindo-a completamente. caindo sem rumo, o general tentou agir, quando o cavaleiro voou em sua direção usando as almas e golpeou o peito dele com o punho blindado.


Uma grande rachadura se formou nas escamas douradas de Febo, fazendo com que o ataque chegasse a seu corpo. Uma bolha de sangue explodiu de sua boca no instante seguinte, deixando-o tonto, com dificuldades de respirar. O marina sabia que tinha sido salvo pela grande proteção das escamas, mas não tinha certeza se aguentaria outro ataque daqueles.


Arremessado no mar, Febo olhou para cima. Sertan continuava planando sobre as almas, produzindo imensas massas esfumacentas que rodeavam seu corpo. A um estalar de dedos, elas seguiram em direção ao marina, lançando várias fagulhas de energia. Ao mesmo passo, o canceriano já brilhava a mão, pronto para deferir-lhe mais um ataque.


Porém, num movimento rápido, Febo ergueu a mão para cima, produzindo outra grande coluna de terra. Sertan piscou os olhos impressionado ao ver que o adversário já estava de pé, com uma vantagem de altura. Sem demorar, o general concentrou sua energia outra vez, agitou as mãos para aumentar a intensidade da correnteza e, com um mover de braços para cima, lançou novamente a tromba d’água.


Sem reações, Sertan sucumbiu diante daquele tornado de água que emergia do mar e ia em direção ao céu. Rodopiou várias vezes até ser lançado para cima e cair como um torpedo no grande oceano. Estava extremamente tonto, não conseguindo forças para fugir do redemoinho que crescia, pronto para engoli-lo rumo a lugar nenhum.


Satisfeito com tudo isso, Febo avançava as mãos para frente, liberando uma grande energia de ataque. O céu logo girou com as nuvens negras, produzindo uma grande chuva de raios. A rajada elétrica logo se juntou, formando o imenso dragão. Sertan arregalou os olhos, mas em seguida os fechou, mostrando uma expressão satisfeita, deixando o marina intrigado.


Com um movimento surpreendente, Sertan saltou em direção ao dragão elétrico e ergueu seu punho para frente, blindando-o. Como uma grande superfície de metal, ele concentrou toda a energia do golpe, carregando a mão de eletricidade. Com outro pulo, ele voou em direção a Febo, empunhando o braço para frente, descarregando toda a rajada contra o marina.


Agoniado com os choques, Febo urrou de dor, sendo torturado completamente. Pouco a pouco, suas escamas se estraçalhavam, deixando-o cada vez mais desprotegido. Alheio a isso, Sertan saltou para a coluna de pedra, empunhou os braços para trás, pronto para lançar outro golpe blindado.


Ainda abatido com toda a rajada elétrica, Febo ergueu os braços para cima, lançando uma tromba d’água sobre toda a coluna de rochas. O tornado logo despedaçou o solo, fazendo com que ambos perdessem o equilíbrio, sendo atirados ao mar, sem que o cavaleiro completasse o ataque.


Ferido com os ataques anteriores, Sertan caiu sem rumo, mergulhando no oceano. Também abatido, Febo respirou fundo, boiando sobre a água. A um movimento, ambos se olharam, ergueram a mão para cima e emergiram, o cavaleiro com as almas e o marina com uma grande coluna de rochas.


Sertan mantinha o olhar macabro, aparentando estar ainda muito tonto com os tornados e rodamoinhos, além de sofrer com vários machucados devido aos choques. Febo o encarava com irritação, respirando rapidamente, muito cansado, com suas escamas praticamente todas rachadas.


– Achas que resistirás quanto tempo neste mar feroz? – balbuciou o marina. – Este é o meu terreno e jamais serei derrotado aqui dentro, principalmente para alguém com tu.


Não parecendo nem um pouco abatido com a ameaça, Sertan fechou os olhos, deixando Febo ainda mais indignado. Com um movimentar de dedos, o dourado ergueu o indicador, fazendo com que várias almas se desprendessem do buraco do Sekishiki e descessem em volta do marina, o golpeando.


Não abatido, o marina expandiu o cosmo, tentando expulsar aquelas almas. Contudo, uma mão o segurou pela perna. Estava novamente preso pelos cadáveres que emergiam do chão. A sua persistência não diminuía, elevando o cosmo para afastá-los, em vão. A cada movimento de Sertan, eles sempre voltavam, mais sedentos do que nunca.


– Falaste que eu nunca venceria aqui, então que tal lutarmos num outro lugar? – grunhiu Sertan. – Recebe as minhas ONDAS DO INFERNO!


O buraco do Sekishiki abriu-se de forma impressionante, parecendo sugar todas as almas que percorriam aquele ambiente. Sertan erguia os olhos ao mesmo passo em que a alma de Febo era carregada junto com aqueles espíritos que o seguravam. Não tardou e o marina foi absorvido por completo.


~~~~

Libânia olhou para o céu, preocupada. Havia algum tempo em que tinham deixado Sertan enfrentar sozinho o marina. Além disso, as tempestades elétricas que caíam a alguns quilômetros a deixavam apreensiva. Sempre considerara Sertan um guerreiro digno e pivô de algo maior. Mesmo que ela abominado suas atitudes com a Legião de Atena, o sentimento de admiração e empatia não fora extinto por completo.


De repente, um grande buraco do Sekishiki se abriu no céu, muito longe, mas o suficiente para ela conseguir ver uma grande quantidade de almas sendo sugada para dentro do seu interior. Sorriu ao ver que, aparentemente, Sertan estava revertendo para si o controle da batalha de alguma forma.


Entretanto, no mesmo instante, sentiu o Triere tombar para frente. Amaldiçoou Sertan naquele momento ao perceber que as almas que seguravam o barco também estavam sendo atraídas pelas ondas espirituais. Não demorou e todos os espíritos foram sugados, tombando o barco para baixo, atirando-o em queda livre. Estavam numa altura gigantesca. Sabia que todos iriam resistir à queda, mas invadir Atlântida pelo mar e sem transporte seria um completo suicídio.


Numa vã tentativa, ela gritou, tentando invocar plantas do fundo do mar para segurar o barco, mas nada adiantou. Parecia que seriam completamente engolidos pelo oceano.


Então, uma grande energia se manifestou em todo o barco e ele parou no ar. Ela sorriu ao reconhecer aquele cosmo e ver aquele garoto flutuando.


– Vikas, que poder incrível! – indicou Libânia. – Como Indru falou, tu és o mestre na arte de mover objetos.


– Eu usarei o meu poder em prol de Atena. – confirmou o cavaleiro de Triângulo. – AVANTE TRIERE! Vamos ao segundo cenário!

Editado por Nikos
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