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Saint Seiya - Pégaso Shinwa: Fuin no Chi-Hen


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Capítulo lido da segunda temporada.

 

Gostei imenso da conversa entre Tohma e o Grande Mestre de como o desenrolar da Guerra Sagrada.

 

Interessante a conversa de Brakiun e Violet sobre os pontos de vista numa guerra de como são "justos".

 

Que venha mais e mais.

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Já faz um tempo, Everton...

 

Muito mais de um mês se bem me recordo...

 

E ao voltar às atividades aqui no Fórum fiquei muito satisfeito (e confesso, até aliviado) ao constatar que você continuava a todo vapor com seu projeto Pégaso Shinwa.

Não encaro o comentário que tecerei a seguir como uma forma de retribuição aos seus esforços, mas sim, trata-se de um singelo obrigado por não ter deixado órfão seus leitores dentre quais me faço presente.

 

Capítulo 11

 

Quanto à parte técnica textual, novamente sou obrigado a mencionar a maneira como o autor descreve a expressão dos personagens. A mim chega a causar assombro, pois poucas vezes vi algo assim do tipo no meio literário. Sei que já mencionei isso mais de uma vez em meus comentários passados, contudo é algo que acaba sendo inevitável não salientar, isso pelo menos para mim. Quanto ao capítulo em si, Heze e Hades tomaram para si o “palco” de Delfos e até aqui eles dão o tom do espetáculo. Hypnos, Sora, Tomey e o sempre confuso Pégaso não comprometeram a história, muito pelo contrário, vieram a somar. Um ponto interessante com relação ao Pégaso, foi a ultima fala da aparição: “Não vai poder defender Atena... se você for a ameaça.” Achei essa parte especial ao ponto de considerá-la épica (seria incrivelmente fora dos padrões e marcante ver um Pégaso que fosse um traidor de Athena). Não que seja o que acontecerá necessariamente aqui na sua história, mas a ideia em si (de um Pégaso traidor) me passa essa sensação de épico e me dá ideias...rs

 

Capítulo 12

 

O capítulo poderia ter acabado no “flashback” com Hades e a mulher que roubou o seu coração (aliás, foi incrível da sua parte colocá-la como, além da mãe de Tohma, sendo a futura Pandora). Bom, ainda falando disso, achei tudo deslumbrante em cada mínimo detalhe do seu contexto. Com relação ao restante do capítulo; colocar o Pégaso como filho de Hades e Heze como filho de Temis foram ótimas sacadas. No caso do Cavaleiro de Ouro de Virgem, além de sua descendência divina (a propósito, fiquei curioso para saber quem foi o seu pai), ele foi treinado pelo seu antecessor e pelo Grande Mestre (personagem pouco apelão que você criou heim Everton). Para encerrar o comentário sobre este capítulo, que figura entre os melhores e meus preferidos da fic, a batalha entre Heze e Hades ficou bem engendrada e achei lamentável o que aconteceu com Sora.

 

Capítulo 13

 

O flashback de Sora foi breve, mas como ele, agradável. O desenrolar em Delfos teve uma caída de nível neste, em especial, pelo fato dos holofotes terem recaído mais em Tohma que no Heze, o que há meu ver foi literalmente um tiro no pé da parte do autor; é minha opinião Everton, e me permita compartilhá-la com você; acho que deveria ter mantido o Heze à frente e inserido o Pégaso apenas a margem do contexto. Aliás, este tem sido seu maior equívoco até aqui com relação a esse personagem: sua insistência em forçar a atuação de Pégaso ao invés de deixá-lo ganhar por si só seu espaço na trama. Nesse capítulo, ficou mais uma vez evidente isso já logo no seu começo no flashback do Sora onde ele se intromete de uma maneira até grosseira (tipo, ninguém havia pedido a opinião dele sobre o nome do menino e sua pretensão em sugerir (na verdade, praticamente impor) outro nome, foi no mínimo descabida). É algo como simplesmente saber qual é o seu lugar. E o Pégaso, infelizmente, parece desconhecer isso. Se fosse algo inerente somente a sua personalidade nem estaria comentando, mas vejo aqui que muito disso vem do autor. Bom, espero sinceramente que não se aborreça com tudo isso que disse, Everton. E respondendo aquilo de você continuar ou não a história... CLARO QUE DEVE CONTINUAR... RUUMMM!!! Ù.U

 

Capítulo 14

 

Achei que seria mais como um capítulo de transição póstumo ao que houve em Delfos, contudo a batalha do Cavaleiro de Ouro de Libra contra Violet me foi mais que inesperada. Outra coisa que me saltou aos olhos foi à interação de Hades e Serafim e aqui destaco essa passagem como aquilo que houve de melhor no capítulo. Já o arco com o Pégaso... bem... não vamos continuar falando daquilo que já se tornou repetitivo... no mais creio ser isso, Everton... seu trabalho até aqui é incrível... e mesmo não acertando naquilo que imagino que gostaria, as virtudes do mesmo interpõe-se aquilo que por alguma razão ficou a desejar... pode parecer “palavras soltas no ar”, mas o caso é que não dá para acertar sempre... lhe recomendo repensar os pontos negativos da fic (entenda o Pégaso e Perséfone)... ainda há tempo de lapidá-los no diamante que você os quer que se tornem...

 

abraços.

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Aêeee! Quanto tempo, LMB!

 

Como é bom ler um comentário assim... Fico mesmo muito feliz que esteja gostando, especialmente analisando uma ou outra coisa com um olhar mais "´tecnico".

 

Vc pegou exatamente em dois pontos que aparentemente não tenho conseguido acertar. Tohma e Perséfone, mas acredito que o que estou preparando para cada um deles consiga arrebatar vocês de algum modo.

 

Sobre a possibilidade do Pégaso trair Atena... Existe algo sobre isso na outra versão da fanfic...

 

De certo modo até responde a pergunta que o Gu me fez no facebook, sobre a invasão ao santuário. Tudo em sua hora. ;)

 

Terça tem capítulo!

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Capítulo 15: Behemoth VS Libra

 

Os inúmeros dragões dourados disparam das mãos do cavaleiro de ouro e voam cruzando o espaço em direção à Espectro. Eles chocam com as espessas paredes de pedra que iam se formando a partir do chão, causadas pela batida de pés de Violet.

 

O cavaleiro salta e tenta avançar, mas suas pernas são agarradas por sombras negras que iam surgindo de todas as direções.

 

- De novo isso... – Brakiun observa uma cabeça deformada surgindo da sua própria sombra e segurando sua perna esquerda, outras três nasciam pelas laterais e pelo fundo. Outra sombra se projeta acima de seu corpo e ele percebe a aproximação do punho de Violet. Seus antebraços curvam-se para cima e uma intensa luz dourada emana de sua armadura.

 

- Maldito! – Violet usa o braço esquerdo para proteger os olhos, toca o chão, ganha impulso e salta para trás. Algo explode mais à frente e libera uma cortina de fumaça. – “Está tentando bloquear minha visão...”.

 

Se não tivesse percebido antes, ela teria sido atingida. A Lâmina da espada foi parada pelas mãos de um inferi que surgiu bem à frente da Espectro. Ela flexiona os joelhos, contrai os pulsos e salta por cima da criatura, partindo para a direção de onde a arma viera.

 

A perna esquerda do cavaleiro tentou acertá-la, mas ela bloqueou quando suas pupilas velozes se contraíram e detectaram o movimento. A troca de golpes diretos tem início. De longe seria possível ver apenas as silhuetas dos dois em movimentos rápidos. Produzindo lampejos de cosmo negro e dourado.

 

A rua ficava mais arrasada a cada segundo que se passava. As pedras de calçamento trincavam e outras muitas se desprendiam. Fissuras que iam do centro da avenida até os prédios laterais e causavam danos irrecuperáveis.

 

- HAAAAA! – Behemoth grita e abre bem os dois braços e gera um pulso de ar que dissipa toda a poeira. Ela salta para trás mais uma vez e colide os dois punhos à frente do tórax. Uma gigantesca áurea roxa a envolve e toda a via explode em questão de segundos. – Brutal Real!

 

- Se continuar assim eu... – Libra tenta sair dali o mais rápido possível, mas todo o campo ascendia em uma poderosa chuva e pedras pontiagudas.

Elas se desprendiam do chão e fluíam para cima como uma sólida tempestade assassina.

 

O corpo do cavaleiro é sumariamente arrebatado pelo golpe e se perde em meio ao paredão amarelado que se formara ao seu redor. Violet continua na mesma posição, seus cabelos balançando para cima descontrolados e seu olhar firme, como se aquela visão fosse normal.

 

O golpe continua até formar uma pesada esfera que plana há alguns centímetros do solo. O cavaleiro estaria preso dentro dela.

 

- Acabou... – Ela volta à posição normal e põe a mão esquerda na cintura. Os fios negros serpeando suavemente agora. Uma gota de suor escorre pelo seu queixo e cai, produzindo gotículas menores que se espalham. Ela da de ombros e começa a caminhar para a interseção acima, que dava para outra avenida. A mesma para a qual a menina que havia salvado correra. – Devia ter usado isso contra o outro cavaleiro de ouro...

 

Estalou.

 

- O que? – Violet vira-se para trás e encara a bola de pedra que criara como cárcere para oponente. Seus olhos se estreitam para observar mais atentamente. –

Ele deveria...

 

Estalou mais uma vez e trincou de cima para baixo até explodir em milhões de pedaços que voaram em todas as direções. Um corpo cai de joelhos produzindo um ruído metálico. A sombra se apoia na própria cocha para ficar de pé.

 

- Isso teria me matado... – Brakiun bate com as mãos na armadura para tirar a poeira e se apruma. – Se você realmente quisesse me matar...

 

- O que está dizendo? – Os punhos da Espectro se fecham instantaneamente. Uma expressão raivosa se forma em seu rosto. – É claro que lancei um ataque para te matar...

 

- Ouça o que eu estou dizendo. Não é sempre que reconheço um oponente desta forma... – O cavaleiro passa a mão no rosto e tira o pó amarelado preso em sua barba baixa. – Você não deveria estar no exército de Hades...

 

- É um cavaleiro muito astuto, Libra. Só não ache que vai conseguir por dúvidas em minha cabeça. – Violet começa a caminha na direção do cavaleiro. Seus passos afundavam o chão por onde passava. – Eu ataquei para matar...

 

A sombra aos pés do cavaleiro fica disforme e dela surgem mais Inferis, porém todos dessa vez tinham uma forma estranha.

 

Enquanto os primeiro eram em sua maioria negros e com um aspecto pútrido além de serem exatamente como zumbis, estes pareciam estar vivos, porém, com a aparência de alguém que mergulhou num rio de larva vulcânica. Eles tinham em suas mãos foices iguais às que os Soldados de Hades usavam.

 

- Farei isso mais uma vez... E quem sabe você se convença de que realmente quero acabar com a sua vida. – Behemoth eleva o punho direito até a altura do rosto, este evolvido por seu tenebroso cosmo. – Estes são os homens que eu mesma enviei para a sétima prisão do inferno. Um lugar cheio de ódio. Sabe como é libertador para eles voltar aqui e poderem descarregar sua ira em alguém?

 

“Preciso manter distância deles...” – Brakiun estava cercado por seis dos novos inferis. O cavaleiro olha em todas as direções e mais a leste percebe uma linha crescente de prédios. Do mais alto ele poderia escolher um lugar melhor para combater. Seu cosmo se ascende e um dragão dourado o envolve. – Muito bem... Vamos lá...

 

O primeiro soco é da mulher. O golpe de direita no rosto do cavaleiro o manda para trás com tanta força que ele voa descontrolado para o outro lado da rua. Ainda no ar ele tenta se recuperar, mas ela saíra em seu encalço novamente.

 

O segundo soco o atinge novamente no rosto e ele atravessa a parede da construção e fica preso lá dentro.

 

Os inferir empunham as foices e correm para atacá-lo. Como um lampejo negro ela os acompanha. Seus dois punhos brilhando numa áurea roxa.

 

Antes que pudesse chegar até o buraco na parede para entrar no lugar, Violet finalmente é golpeada com força.

 

Não um, mas cem dragões a arrebatam e a envolvem com tanta força que seu corpo é consumido pela intensidade da luz. Os inúmeros feixes acabaram por demolir todo o prédio e o fizeram cair como um castelo de cartas.

 

Brakiun salta para fora dali, deixando um rastro de poeira no céu e pousa na rua de trás. Havia mais uma fileira de prédios e um beco que levava até a orla da cidade, onde havia o porto.

 

- Será que agora eu... – Libra estava visivelmente cansado. Respirando freneticamente e com o olho esquerdo semiaberto. A armadura sofrera alguns arranhões quase imperceptíveis, mas que brilhavam num vermelho estranho.

 

O golpe foi rápido. A lâmina desceu como quando soltam a corda de uma guilhotina. A ponta da arma atingiu em cheio o rosto do cavaleiro.

 

O sangue jorrou no mesmo instante e o cavaleiro caiu de joelhos com as duas mãos encima do olho direito. Fora cegado.

 

Uma sombra surge vindo da construção demolida e finalmente se materializa há alguns passos do homem caído. Ela estava lá.

 

- Não vou ser humilhada mais uma vez... – Violet tinha rastros de sangue escorrendo pelos dois cantos da boca. A face de rinoceronte em seu ombro fora destruída junto com o peitoral da Surplice no impacto do golpe. Havia um tom maníaco em seu jeito de olhar. Inúmeros cortes por todo o corpo, mas ela estava de pé. – Acabou para você, Cavaleiro...

 

- Não!

 

Uma pedra voa de algum lugar acima e bate contra o tórax da Espectro. A voz visivelmente pertencia a uma criança. Os inferis olham em várias direções procurando o agressor, enquanto Behemoth permanece encarando Brakiun.

 

Mais duas pedras voam, estas são abatidas pelas foices.

 

No alto do prédio vizinho ao que caíra havia uma criança e um adolescente. O maior com pedaços de madeira na mão e o menor munido de pedras. Eles estavam escondidos atrás de montes de bolas de ferro para canhões.

 

- Mathoy... Eles ainda não nos viram... – O garotinho que gritara tinha um rosto especialmente “endiabrado”. Olhos grandes e negros, cabelos acinzentados e pele

morena de sol. Tinha seus dez anos.

 

- Cale a boca, Koji... – Mathoy era bem mais alto e encorpado. Olhos cinza e cabelo castanho curto. Se não estivesse tão maltratado, poderia ser um belo rapaz, mas seu corpo ostentava diversos hematomas, especialmente na face. – Eles...

 

Já era tarde. Dois inferis menores surgem por de trás deles e os agarram para dentro das sombras.

 

- Foram vocês dois que me atacaram? – Violet cruza os braços e os observas emergindo da poça negra à sua frente.

 

Brakiun permanecia imóvel, mas consciente. Estava perdendo bastante sangue, Uma dor lacerante o paralisava.

 

- SIM! Fui eu quem atirou! – Koji faz força para se soltar das mãos do servo da espectro, mas falha e acaba recendo um tapa por isso.

 

- Não toque nele! – O mais velho tentar ajudar, mas falha da mesma forma, só que a Espectro vai diretamente até ele. Seu queixo é erguido pela mão direta da mesma e um soco o atinge no nariz, quebrando-o.

 

- Está vendo, cavaleiro? Isso é para desmentir o que você disse. Eu vou matar todos aqui...

 

- Continua enganada... Você protegeu aquela garota quando ninguém estava vendo. – O cavaleiro cambaleia, mas mesmo assim consegue fica de pé. Ele rasca um pedaço da calça, na altura da cocha direita e amarra o tecido no olho direito. – É tão difícil admitir?

 

- Não vai calar a boca nunca? – Ela o atinge no rosto com uma joelhada, o agarra pelo cabelo e o joga no chão com violência. Estava quase espumando de ódio, inspirava e respirava com força. – Vou ter que te arrancar a cabeça?

 

- Deixe-o... Não faça nada com ele! – Koji faz cara de nojo, mas morde o braço do Inferi, se solta e corre até a frente da espectro, abrindo os braços e olhando-a com firmeza. – Vai passar por mim primeiro!

 

- Está falando sério? – Ela o agarra pelo pescoço e demonstra frieza quando seus músculos se contraem e o aperto fica mais forte. – Que seja...

 

- Seu oponente... Sou eu! – Brakiun se apoia com os dois braços no chão e fica de pé com dificuldade. – Se não soltá-lo, eu vou arrancar o seu braço...

 

O aperto continuou, os olhos de Koji saltariam para fora das órbitas a qualquer instante. O dourado avisou e ela não deu atenção, então ele agiu. Tal como a lâmina que o cegou, a espada de ouro desceu, bateu com força no metal da Surplice na altura do antebraço esquerdo e desce até o chão, atravessando o membro.

 

A criança caiu ainda com a mão presa ao pescoço, mas já desligada de sua dona.

 

Violet urrou com a dor. Deu dois passos para trás, o sangue esguichando pelo braço amputado.

 

Os inferis ao redor somem como fumaça e Mathoy consegue correr para ajudar o irmão.

 

Koji estava com as marcas dos dedos na pele e desacordado. Ele é amparado.

 

- Vou precisar arrancar o outro braço? – O ar fica pesado ao redor do corpo de Brakiun e uma linha verde sinuosa o envolve dos pés a cabeça em espiral. Ela gira e parece “limpar” o cavaleiro. Ele abre os braços e ela se dissipa deixando pequenos cristais esmeralda pairando no ar.

 

- Não é possível! Removeu de seu corpo todos os danos que eu havia causado até agora... – Ela segura o que sobraça do braço esquerdo com a mão direita.

 

Estava caída de joelhos, os cabelos cobrindo parte do rosto. Seus olhos mostravam terror. Mais uma cota de suor corre do seu queixo e cai de encontro ao chão. – Que humano pode fazer isso?

 

- Eu ainda não lutei a sério, Violet. – O cavaleiro de ouro se aproxima dela e segura seu rosto pelo queixo, encarando bem de perto. – Me leve até Minos... Preciso

acertar as contas com ele...

 

- Hehe... Acha que vai ser tão fácil assim? Acha que me derrotou porque perdi um braço? – A Espectro morde o próprio lábio com força e mais sangue escorre, ao tocar o chão ele brilha.

 

Libra achou que talvez fosse explodir e no mesmo instante saltou para trás, pousado do lado dos irmãos. Ele estende o braço esquerdo para protegê-los.

 

- Ainda não estou acabada! – Ao ficar de pé Violet é envolvida pelo mesmo brilho que o sangue emanara ao tocar o chão. Sua sombra se espalha por um raio de três metros em circunferência. O chão pareceu tremer. – Behemoth Reflex!

 

O monstro feroz surgira. Uma cabeça roxa transparente de Behemoth surge a envolve. Os olhos brilhando num vermelho sangue. O animal abre a boca como se estivesse gritando furioso.

 

- Esta é apenas a manifestação... Do meu espírito de combate! – Ela fica de pé no inferior da criatura, golfa um pouco de sangue e sorri. – Quando toca-los... Vocês serão transformados nestes mesmos Inferis que me servem...

 

- Saiam daqui agora... Vão para o mais longe que puderem! – Brakiun empurra os dois para trás, mas mantém a calma. Seu corpo estava recuperado dos ataques que sofrera, exceto o do olho. – E não olhem para trás...

 

- Extinção – A Espectro aponta a mão direita para Brakiun. O Behemoth abre a boca e inúmeras partículas negras começa a circular no ar e se aglomerar entre seus dentes. Logo uma grande esfera negra se formara. - Sayonara...

 

Brilha e dispara.

 

- Rozan Odama Ejiki! – Brakiun faz o mesmo movimento e aponta os dois braços na direção do ataque de Violet. Primeiro um dragão dourado surge e depois se transforma numa esfera dourada que parte contra a lançada pelo Behemoth.

 

As duas colidem em produzem um clarão avassalador. O chão aos pés dos dois é desintegrado e um tornado furioso surge mandando todos ao redor para longe.

O estrondo podia ser ouvido de longe... E todo aquele impacto de cosmos chamara a atenção de alguém.

 

[Em Algum lugar/Vólos]

 

O salão era iluminado pela luz que entrava janelas de vidro da torre, porém mantinha-se sombrio. Alguém estava sentado num pesado trono de pedra com uma taça de crista nas mãos, em seu interior, vinho.

 

As pernas cruzadas, o braço esquerdo repousando em seu colo. Ele levanta a cabeça, seus olhos cabelos brancos ocultavam os olhos.

 

- Ele está aqui... – O juiz sorri, põe a taça numa mesinha do lado direito do trono e fica de pé. Ao caminhar, um soltado que estava na porta faz uma reverência. Ele pega o elmo em outra mesa mais no canto e o coloca na cabeça. – Prepare o cavalo. Estou indo ao porto.

 

[Continua]

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Bom capítulo.

 

Brakiun vs Violet foi verdadeiramente intensa. A descrição retratava muito bem o quanto o combate estava sendo impactante. Libra passou por apertos no combate, ficou até cego (Essa parte ficou estranha... Cego dos dois, ou de um olho só?) e mesmo assim não desistiu de sua missão.

 

A parte que Libra diz que Violet não deveria estar no Exército de Hades... Não curti muito pois lembrou bastante o Kagaho de LC...

 

Mas só também. Violet perdendo o braço foi brutal. Seu insano. /sex

 

Koji e Mathoy são meio chatinhos, mas gostei da determinação deles em tentar afugentar Violet com pedras e um pedaço de pau. XD HAHAHA

 

Agora, vamos aguardar e ver o que Minos fará no próximo. /pensa

 

Bom trabalho!

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Era pra ser mesmo Violento, mas não atingi meu objetivo. Queria mostrar uma Violet com mais conteúdo e no fim das contas ela permaneceu o mesmo monstro destruidor. Brakiun é um cavaleiro cheio de truques nas mangás. Não joguem pedras ainda em mim por ele usar as armas de libra e pelo discurso sobre Behemoth no exército errado. Tudo tem uma explicação. =D

 

Confesso que quero mostrar mesmo é o que Serafim foi fazer no Tártaro... Hahaha

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Cap. 14.

 

Acho tão estranha a relação de Serafim e Hades. Mesmo juntos me parecem que um não confia no outro totalmente. As falas e ações deles parecem se enfrentar... Me parece tão palpável isso. Não acredito que Hades confie em Serafim. E definitivamente não acredito que Serafim esteja ao lado de Hades.

Então o Deus dos Mortos quer que o cara vai no Tartáro? D: Impressionado haha Nem imagino como deve ser esse lugar na sua visão (apesar de na minha fic GdG já ter criado como ele é haha).

 

Nossaaaaaa! Violet /love Um dos melhores espectros de todos os tempos. E ela é boa mesmo! :3 Assim como já imaginava, ela é um dos espectros que tem uma visão diferente de tudo e achei isso tão foda sendo retratado aqui. Ela 'salvando' a mulher dos esqueletos e tudo mais! Legal também ela usando as sombras para mostrar sua presença para Brakiun. Alias, o Cavaleiro de Libra é realmente irritante, tomara que ela consiga quebrar pelo menos uns três dentes da boca dele hahaha Cara, Violet realmente é foda XD Estou torcendo por ela haha Demais!

 

Entre Grande Mestre e Tohma não tenho muito o que falar, só que estou empolgado para a nova missão de Tohma. Ele precisa urgente de algo que o torne um personagem interessantes.

 

Cap.15.

 

Gostei do embate dos dois, mas no final fiquei um pouco decepcionado, estava realmente empolgado com a vantagem de Violet até ver que Libra estava novamente 100% apesar de cego. Fiquei meio impressionado. Além disso estranhei bastante Brakiun usando as armas de libra. Covarde u.u

Foi forçado ver Violet querendo se mostrar como maligna, não funcionou. Apesar de achar que ela mataria mesmo o garoto, lá no fundo ela não iria gostar disso.

Brakiun deve ter percebido isso e por isso desde o começo não quis matá-la. Mas ficou meio claro que apesar de forte ela não parece ter força e peito suficiente pra enfretá-lo.

 

Curti bastante os ataques de Violet, mas não gostei tanto do novo ataque de Libra. Achei sem graça XD

 

Agora Minos parece que virá pra enfrentar Brakiun. Hum. Veremos...

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Mesmo que de forma bem pouco explícita nos capítulos, o pessoal aqui tá conseguindo captar coisas que tento passar...

 

Ao contrário do que tu disse, Dih... Hades confia de olhos fechados em Serafim, talvez por isso eles se enfrentem tanto em suas falas.

 

A missão é simples, porém, vai girar o gatilho de todos os próximos e mais importantes acontecimentos na fic. Até o 26 muita coisa vai mudar.

 

Vou ficar na expectativa de lançar e ver o que vocês vão dizer. =)

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Capítulo 16: Obediência

 

Centenas de dragões serpeiam pelo ambiente e unem-se numa esfera à frente das mãos do cavaleiro de ouro.

 

Os golpes colidem e geram um poderoso clarão. A boca do Behemoth ainda aberta liberava o raio de energia que escurecia o lado da rua em que estava. Mathoy, de joelhos, segurava o irmão nos braços e observava com um olhar assustado o embate do cosmo dos combatentes.

 

“Mesmo com apenas uma das mãos ela consegue enviar uma quantidade enorme de cosmo para o golpe...”. – Brakiun mantém seus olhos fixos no braço direito de Violet enquanto seus cabelos balançavam com as rajadas de vento. Em algum lugar no centro da colisão surge uma rachadura no chão que começa a caminha na direção dos pés do dourado. – “Se continuar assim...”.

 

- Observe, Libra! – A Espectro flexiona os joelhos e uma quantidade maior de energia é liberada da palma de sua mão, fazendo a cauda da esfera ficar mais espessa. Sua sombra fica deformada e dela começam a surgir três inferis vermelhos. – De que adianta insistir se você sabe qual será o resultado? Admita que não irei te deixar escapar!

 

Os Inferis começam a caminhar pelas laterais da esfera de energia imóvel e avançam contra o cavaleiro de Atena, empunhando da mesma forma ameaçadora as foices.

 

“Se não fosse por eles... Eu talvez pudesse usar aquele ataque...” – Brakiun olha para trás e vê Mathoy de olhos fechados protegendo o irmão, sem conseguir nem ao menos dar um passo. Ao olhar para frente novamente ele percebe que os servos apesar de lentos já estavam bem próximos. Seus dedos tremiam frenéticos nas mãos imóveis, um centímetro a menos e ele receberia todo o impacto dos dois golpes. – “Não tem jeito. Vão acabar morrendo, mas não posso perder essa missão...”.

 

Uma áurea mais forte envolve o cavaleiro de ouro e cria uma cúpula transparente e brilhante ao seu redor. Pequenos raios iam do todo até o chão e se espalhavam por alguns centímetros produzindo um ruído estático. Dentro da bolha não era possível ouvir direito o barulho do lado de fora, mas ela estava visivelmente diminuindo seu alcance, ficando cada vez mais próxima do seu corpo.

 

- Me desculpem... – Libra fecha os olhos e sua boca se abre num grito potente. – Liberar!

 

A cúpula some. A esfera criada pela colisão brilha e dispara fulminante na direção em que libra e as crianças estavam.

 

O impacto produzido não deixa rastros do que existia ali antes. Demolidora ela deixa um rastro profundo e curvado e cria um gigantesco espaço entre as construções do lado oposto da rua. As duas crianças são completamente extintas.

 

- Dessa vez ele morreu... – Violet sorri e o Behemoth que a envolvia some. Suas vistas tremem um pouco, mas ela apenas limpa a mancha do sangue que escorrera pelos cantos de sua boca. Ela fita o braço esquerdo que fora arrancado pela espada e seus olhos ficam semicerrados. Voltando a sua postura normal a mesma vira-se para deixar o lugar, quando seu tórax é atingido pela mesma lâmina que decepara seu membro. O fio brilhante passou por entre seus seios e girou para a esquerda.

 

- Isso foi pela morte dos garotos... – Alguns fios negros cobriam seus olhos castanhos contraídos ou por dor ou por raiva. Suas duas mãos seguravam com firmeza o cabo da arma. Algumas gotas de sangue escorriam pelo metal e a manchavam.

 

- É disso que eu estou falando. – A Espectro cospe sangue e a agarra a espada com a mão direita. – Não me sai da cabeça a ideia de que você poderia ter salvado os dois. Qual o sentido de viver num mundo onde as coisas serão sempre levadas no individualismo?

 

- O que?! – Seu aperto no cabo relaxa. Ele retira a espada e da três passos para trás. As pupilas diminutas não deixavam de observar à inimiga se manter de pé mesmo após o golpe que recebera. – Caia de uma vez! Como alguém que luta por Hades pode ficar de pé desse jeito?! CAIA!

 

- Eu não vou morrer, Cavaleiro. Não enquanto estas sombras estiverem me mantendo de pé. São pessoas como você que eu quero exterminar . – Ela cambaleia mas permanece firme seguindo com o braço direito erguido para o cavaleiro. – Em breve não haverá mais homens assim...

 

- Que comovente... Hehe.

 

Os dois ficam estáticos. Brakiun procura pelo dono do risinho e finalmente detecta uma sombra vindo do alto da rua. A marcha do cavalo produzia um som que talvez fosse até angustiante. O animal para, o homem desce e começa a caminha até onde eles estavam.

 

Suas asas vistosas se abrem de forma ameaçadora e finalmente o rosto se revela. Cabelos brancos e longos debaixo de um elmo que sombreava seus olhos, mas o sorriso estava visível.

 

- Eu nunca pensei que debaixo de todo aquele orgulho existisse uma Violet tão sentimental. – O Juiz estava de punhos fechados. Os fios brancos balançando suavemente com o vendo vindo da orla. Ele para diante dos combatentes e remove o elmo. – Muito menos um cavaleiro tão cruel. Deixar duas crianças morrerem

daquela forma? Desprezível...

 

- Julgando pelo cosmo... Este deve ser o homem que matou Propos de Virgem. – Brakiun larga a espada no chão e assume uma posição neutra encarando o recém-chegado de forma intimidadora.

 

- Exatamente... – O juiz da de ombros e dessa fez exibe um sorriso mais largo ainda. Sua mão esquerda sobe e fica parada num tom de deboche. – Minos de Griffon, A Estrela Celeste da Nobreza. Um dos três Juízes do Inferno.

 

- É um prazer, vossa excelência. Mas passadas as cordialidades... Vim dizer que estou aqui para... – Brakiun sorri e faz uma reverência ao Juiz. – Oferecer meu apoio e dedicação à causa.

 

O silêncio paira no ar por alguns instantes. Os três ficam estáticos se entreolhando, calculando as próximas palavras.

 

- Como pode ser... – Ela fecha o punho e seus dentes ficam serrados como um cão prestes a morder. Os olhos violeta da Espectro fitam com cavaleiro com ferocidade e o movimento seguinte é ofensivo.

 

Ela salta para acertá-lo, porém, é paralisada ainda no ar. Seu corpo se contorce e gira como se fosse uma boneca de trapos e cai inerte. Ela estava envolvida pelos fios transparentes.

 

- Muita calma, Violet. Não ouviu o que ele disse? – A voz do juiz soou séria. Sua mão direita projetava linhas dos cinco dedos que iam direto para os membros de Behemoth. – Fique ai até que ele termine de falar.

 

- Obrigado, Minos. – Brakiun caminha até o Espectro e estende o braço direito com a mão aberta.

 

- Então você que se unir ao exército de Hades? – O Juiz leva a mão esquerda até a boca para abafar a gargalhada. Seus olhos se fecham numa face irônica. Hahahahahaha! Você é uma piada! Muito divertido mesmo, Cavaleiro!

 

- Não estou brincando. Concordo com os ideias propostos pelo Imperador Hades.

 

- Talvez você ache que eu sou tão burro quanto esta idiota ali no chão. Acha que não vi o que você fez? – O ar sério volta a Minos e ele da um passo para frente. Seu nariz quase tocando o do cavaleiro. – O Imperador Hades não precisa de homens tão sujos como você em seu exército. Se vai lutar... Que lute a sério e sem truques.

 

Foi como se raios colidissem dos olhos dos dois. Um tentava se impor ao outro através das pupilas dilatadas e brilhantes.

 

- Você pode ir embora agora mesmo e permanecer vivo, mas terá que deixar a armadura. – Minutos pisca e põe a mão esquerda na cintura. Suas asas se retraem e deixam seu corpo, ainda que sob a Surplice, mais visível. – Devo contar até dez?

 

- “Devo aproveitar a distância e...” – Brakiun fecha os dois punhos e seus pés ganham impulso para disparar contra o juiz, mas assim como Violet ele é paralisado. Uma expressão de horror se forma em seu rosto. Não esperava que fosse pego tão rápido. – “Impossível!”.

 

- Está fazendo errado... – Minos faz sinal negativo com o indicador esquerdo. De sua mão direita surgiam mais fios. – Eu disse para ir embora e deixar a armadura.

O cavaleiro tenta se livrar do aperto dos fios, mas era impossível. Neste momento seu próprio punho esquerdo o acerta no rosto e faz sangue escorrer do nariz.

- Muito bem... Sendo assim, irei quebrar seus ossos e guardar a armadura no lugar da outra que sumiu... – Minos fecha os dedos e em sinal de obediência o corpo de Brakiun começa a girar em várias direções. – Sabe que ficará até mais simbólico? A balança, símbolo da justiça. Pairando bela e majestosa diante de mim...

 

Com um flash os fios se partem e o cavaleiro cai.

 

- O que pretende? – O Juiz encara a Espectro que estava se levantando mais ao fundo.

 

- Deixe-o por minha conta, Mestre Minos. – Violet fica de pé. O braço direito pendurado, os olhos quase fechados, sangue ainda escorrendo pela boca e pingando do furo no tórax. – Eu iniciei esta luta.

 

- Está quase morta... O que pretende fazer neste estado? – Griffon caminha para a Espectro e ao passar por Brakiun desfere um forte chute em seu rosto, fazendo virar para o outro lado. – Talvez fosse melhor exterminar os dois. Não estão doendo? Este ferimento e o braço decepado...

 

Behemoth cai de joelhos, O ferimento do esquerdo escorria sangue e a deixava pálida. O Juiz se movimenta com lentidão, Cada passo parecia ecoar como um sino na cabeça dos dois combatentes caídos, até que sua sombra cobre completamente a primeira.

 

Um brilho espectral envolve sua mão esquerda e produz uma rajada de vendo que faz os cabelos negros de Violet dançar.

 

- Patéticos... – As linhas materializam-se em seus dedos e escorregam em direção aos membros da espectro. Ao envolvê-la, ela é suspensa no ar. Um dos fios apertava com força seu pescoço, produzindo um corte e a fazendo arregalar os olhos enquanto ficava sem ar nos pulmões. – Observe, Cavaleiro. Você tentou matá-la, não foi?

 

Brakiun ergue os olhos e fita o corpo flutuante da mulher. Sua expressão se mantém neutra quando força seus músculos a se moverem para ficar de pé.

 

- Eu não disse que podia se levantar... – Com um movimento da mão direita o juiz produz uma forte pressão que faz o cavaleiro ficar preso ao chão. Do indicador surge uma linha que envolve o pescoço do dourado e o força a continuar olhando para Violet. – Eu quero apenas que você a observe. Tentou matar essa mulher de diversas formas... Até arrancou-lhe um braço. Sabe o que está errado nisso tudo? – Minos estava visivelmente sério desta vez. Sua pergunta deixou um silêncio estranho no ar. – Não sabe? Eu vou te dizer. Vocês dois são humanos iguais. Violet é uma Espectro e você um Cavaleiro, nada mais nada menos que isso.

 

O vento correu pela rua e se perdeu na orla. Àquela altura as nuvens já estavam bastante carregadas e a chuva veio em seguida. Pingos grossos e gelados que produziam minúsculas partículas cristalinas ao tocar o chão e formar poças. Logo toda a viela já não estava mais seca.

 

- Vocês não possuem o poder de julgarem uns aos outros. Isso cabe aos superiores. – Os fios brancos do cabelo do Juiz agora se colavam ao metal da Surplice e pingavam das pontas. A falta de luz parecia provocar o efeito contrário em seus olhos, dando uma cor mais intensa de certa forma. – Iguais... E ainda assim tentam impor sua própria forma de Justiça como a verdadeira. Ledo engano... Uma vez que a autoridade máxima, a justiça máxima, é a dos Deuses...

 

[Campos Elíseos]

 

- Como assim?!

 

O grito potente do deus se espalhou pelo quarto e talvez tivesse se propagado até o andar de baixo. Hades estava sentado agora na cama e apertava com força os próprios joelhos. Os olhos com veias aparentes, a sobrancelha curvada e a boca seca.

 

- Enviamos Espectros atrás dela Imperador Hades, mas eles não retornaram ainda. Acreditamos que tenham sido exterminados pelo cavaleiro de ouro que a sequestrou. – Thanatos estava vestindo a costumeira túnica branca com as ombreiras de sua Surplice e o elmo. Em sua testa as linhas da estrela pareciam produzir certo brilho, sua voz carregava um tom preocupado. – Talvez Radamanthys pudesse...

 

- Radamanthys é um Juiz, Thanatos. Não vou enviá-lo como se fosse um reles Espectro para procurar por Perséfone. Neste momento ela é a menor das minhas preocupações... – O deus respirou fundo, encostou as costas na cabeceira da cama e fechou os olhos. – Mas Serafim estava cuidando do castelo e não me

informou nada quando regressamos de Delfos. Ele está falhando... Logo ele...

 

- Talvez fosse o caso de confirmarmos algumas coisas, Olhar atentamente para ele. – O deus da Morte fita Hades por alguns instante, até o deus perceber que estava sendo observando. – Ele é o seu braço direito depois de mim e Hypnos, mas tenho minhas desconfianças. Serafim sempre prefere manter-se neutro quando estamos prestes a decidir alguma coisa, diferente dos outros dois... Imparcial, apesar do poder que tem.

 

- Estou seguro quanto a ele, Mas já que se diz incomodado, talvez devêssemos mesmo prestar um pouco mais de atenção em suas ações... – Hades respira fundo mais uma vez. Ele não estava mais com uma aparência debilitada, mas visivelmente cansado. – Deixarei isto por sua conta...

 

- E o que faremos em relação à deusa Perséfone?

 

- Deixe-a sentir o sabor da liberdade por algum tempo. Tenho uma guerra para vencer.

 

[Vólos]

 

- Isso é no mínimo irônico. Logo eu, que sou a balança que deveria pesar a justiça, estou recebendo o sermão de alguém como você. – Brakiun estava de pé mais uma vez. Agora o cavaleiro já não mantinha um olhar sádico ou perspicaz. Estava apenas observando a mulher sangrar até a morte. – Mas talvez você até esteja certo. Escute, Minos... Eu posso não ter lutado da forma mais limpa que deveria ter lutado contra a Violet, mas lutei unicamente por reconhecê-la como minha oponente, com seus próprios ideais.

 

- Seus próprios ideais? Ela está errada. Os Espectros existem para seguir os ideais do imperador Hades, apenas os dele. – Minos fecha a mão esquerda e os fios brilham, enroscam e apertam o corpo de Violet com mais força. Ela já estava desacordada. – Nosso dever é obedecer e fazer o máximo possível para alcançar aqueles objetivos.

 

- Acho que nunca entendi o porquê de ter lutado até aqui por Atena, mas ela me deu a resposta instantes atrás. – Como se fosse projetada a imagem em sua mente, o cavaleiro de ouro se viu ajoelhado diante da gigantesca estátua da deusa no santuário. – Eu a sigo porque ela confiou em mim quando achei que ninguém mais fosse confiar. Todo esse tempo eu sempre a respeitei, mas nunca entendi exatamente o que a movia a enfrentar três deuses poderosos pelos humanos. Apenas ela pode entender o que nós passamos.

 

Mais uma vez ele se viu diante da deusa. Estava com as mãos sujas de sangue e caído sem forças, fitando-as com horror, porém, uma luz o iluminara. Ela caminhava até ele com uma caixa dourada flutuando ao seu lado, dentro dela, a armadura de libra.

 

Ele a encarou com os olhos trêmulos e cheios de lágrimas.

 

- Ela sabe o quanto sofremos por essa falsa devoção aos deuses... – Um sorriso se abriu em seu rosto, suas mãos deslizam até suas costas e com um brilho as armas da armadura de libra se soltam da armadura e caem no chão. – Me farei justo desta vez... – Brakiun tem seu corpo envolvido por um ascendente cosmo dourado, tão forte quanto jamais ficara antes, ele entra em posição de combate.

 

- Ainda quer lutar? Muito bem... – Minos agita as mãos e lança o corpo de Violet para uma calçada do outro lado da rua, em seguida os fios da Marionete somem.

Sua atenção se volta mais uma vez para o Libriano e assim como o mesmo, seu corpo é furiosamente envolvido pelo cosmo Espectral. – Farei de você... Uma Esplêndida Marionete...

 

[Continua]

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Hmmm...

 

Acredito que o capítulo subiu excessivamente em meu conceito por causa do Minos. Afinal, é meu Juiz favorito desde o Clássico. Gosto muito de suas técnicas, o acho um excelente personagem e ver que você manteve a personalidade sádica dele de Lost Canvas só me fez ficar com os olhos brilhando e um pingo de curiosidade toda hora que os fios da Marionete Cósmica capturavam ambos, Violet e Brakiun.

 

Por sinal, não gosto do Brakiun. Era só pelo mesmo motivo do Tohma, porém isso se expandiu para a morte das crianças. Agora quero que Minos trucide ele da forma mais dolorosa possível. :3

 

E é isso. haha só fico aguardando o momento do Aiacos ver o que Minos fez com Violet pra ambos caírem na pancada! hahaha

 

Abraço e parabéns pelo trabalho!

Editado por Gustavo Fernandes
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Capítulo lido.

 

Que diferença de um ponto de vista entre justiça na sua definição e a dela ideologia dos três, Minos é um juíz bem arrogante e concreto na sua função, embora seja movida pela crença imposta por Hades.

 

A intensa entre eles estava muito boa, e o título foi mais do que jus à causa ao capítulo.

 

Excelente capítulo, continua com esta qualidade.

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Capítulo 16

 

A luta de Violat com Brakiun não se sucedeu da maneira como eu esperava (e me refiro a isso de forma negativa). Faltou ao autor, e este mais uma vez me perdoe à sinceridade desmedida, trabalhar aquilo que os personagens têm de melhor. Com bases no que vi/li da Espectro em Lost Canvas, Violet é como um instrumento, nesta caso, tal qual uma arma de Aiacos. O tiro no pé já se deu aqui, ao separá-los de uma ação conjunta, você privou a personagem de seu suporte; já havia eu percebido isso logo no capítulo anterior, contudo esperei paciente para ver como o autor trabalharia isso. Tentarei ser mais explícito quanto a Violet: ela é como um míssil teleguiado, não há complexidades em sua ação, apenas uma razão inquebrantável que extrapola e choca em sua simplicidade. Por isso, penso eu, que a autora que a desenvolveu a ligou com a força bruta já que nesta há apenas a dureza do imponderável. Falando de Brakiun, nesse caso a decepção maior foi vê-lo lançar mão das Armas de Libra, provavelmente às cenas de Dohko fazendo o mesmo em Lost Canvas tenha lhe servido de inspiração e na boa, acho isso uma das faltas graves de Shiori, e sua aqui meu caro Everton. As Armas de Libra só podem ser usadas com a autorização direta de Athena, ou seja, lançar mão delas sem isso é ir contra a Deusa. E isso torna maravilhoso esse impasse. Pense: ter várias armas a disposição e não poder usá-las. Se trabalhado bem esse ponto seria formidável. Até mesmo aqui na história se perdeu um bom gancho. Tipo, Brakiun parece não medir esforços para conseguir o que quer, inclusive seu caráter me parece duvidoso nesse sentido, acuado por Violet ele poderia ter lançado mão das armas de sua armadura e teria assim traído Athena. Agora ele teria que lidar com isso.

 

 

Capítulo 17

 

A continuação do embate de Violet e Brakiun continuou e melhorou muito com a chegada de Minus; por um momento pensei que o Kyoto usaria a Espectro como uma marionete quando esta estivesse totalmente incapacitada ou se voltasse contra ele; seria formidável ver a marionete Violet contra o Cavaleiro de Ouro de Libra. No outro arco com Hades, pouco tenho a falar, só ressaltar a presença de Thanatos, ainda apagado aqui na fic, mas que tenho certeza logo terá sua vez.

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Pedi pro pessoal não jogar pedra pelo uso das armas de libra pq eu PRETENDIA explicar aquilo. Eu sabia que não iam gostar... Hehehe.

 

Brakiun tem uma relação especial com Atena, que acho que acabou passando despercebida. O cavaleiro de ouro vai mostrar isso em breve. Quanto a Violet, eu acredito na seguinte teoria.

 

Ela pode ter tido uma relação com Aiacos? Pode... Mas aqui nós estamos na primeira guerra santa. E quantas outras guerras aconteceram da era mitológica até 1743? Eu sempre estou considerando essas outras guerras no que tange os Espectros.

 

Como comentei com o Gu, vou forcar em meus personagens originais agora, visto que estes aparentemente tem agradado mais. Então esperem por mais Serafim e Espectros novos.

 

=)

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Pedi pro pessoal não jogar pedra pelo uso das armas de libra pq eu PRETENDIA explicar aquilo. Eu sabia que não iam gostar... Hehehe.

 

 

Desculpe-me, Everton. Mas da minha parte não cheguei ver/ler essa sua observação.

 

Brakiun tem uma relação especial com Atena, que acho que acabou passando despercebida. O cavaleiro de ouro vai mostrar isso em breve.

 

 

Olha, passou desapercebida mesmo, pelo menos falo por mim, e como tal tinha relevância, não teria sido melhor da sua parte ter dado uma melhor ênfase nisso?!

 

Quanto a Violet, eu acredito na seguinte teoria. Ela pode ter tido uma relação com Aiacos? Pode... Mas aqui nós estamos na primeira guerra santa. E quantas outras guerras aconteceram da era mitológica até 1743? Eu sempre estou considerando essas outras guerras no que tange os Espectros.

 

 

Seu argumento é válido. Mas, desculpe-me a franqueza mais uma vez, diante da minha ótica, sua atitude vem se mostrando, até o momento, bastante infeliz. Entenda que ao abster esses personagens já vindos do clássico, Lost Canvas e demais adjacências de suas bagagens você os está descaracterizando e pior, os tornando menos interessantes do que verdadeiramente o são. Teria sido muito melhor ter mostrado de onde vem essa força que une Aiacos e Violet por parte de algo que ocorresse na cidade do que ter extirpado dela aquilo que a fez ser o que é.

 

Como comentei com o Gu, vou forcar em meus personagens originais agora, visto que estes aparentemente tem agradado mais. Então esperem por mais Serafim e Espectros novos.

 

 

Vou me atrever a te dar um toque: não faça isso. Sou sempre a favor de somar e jamais subtrair. Tente juntar ambos. Existem muitos Espectros e demais personagens ligados a Hades que os leitores vibram ao vê-los em ação e sendo desenvolvidos a partir do que já são (entenda Pandora, Thanatos, Radamanthys, Kagaho...) E aqui vou pegar um exemplo daquilo que estou falando e que já deu certo aqui na sua fic: Pandora. Ela nem apareceu de fato, mas você já criou um ótimo background para ela a colocando como mãe de Tohma e amante de Hades. Pense nisso.

Editado por Leandro Maciel Bacelar
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Suas observações não incomodam de modo algum, Leandro.

 

Acho que cada autor tem seu modo de trabalhar as coisas. Opto por um desenvolvimento mais lento de cada personagem. Alguém pode chegar aqui e perguntar o pq de até hoje a amada de Linteun não ter aparecido de fato na história... Bem... Quero inserir ela no momento certo, enquanto isso, vou apenas dando pistas de sua importância. A mesma coisa com Atena e Brakiun. Mostrei os dois em conversa no início do quarto capítulo e no ultimo o mesmo personagem teve alguns momentos em que se viu diante da deusa.

 

Não estou dizendo também que não pretendo mostrar Minos, Aiacos, Radamanthys e outros personagens que já apareceram em outras obras, apenas que pretendo dar foco aos meus originais, uma vez que os outros já foram trabalhados com exaustão. Aiacos e Violet era algo que eu realmente pretendia trabalhar, mas as situações que foram surgindo me impediram de fazer com que isso acontecesse, pelo menos agora.

 

Estou o tempo todo trabalhando para conseguir extrair algo que mim que ao ser colocado aqui acabe agradando os leitores. O arco acaba no próximo capítulo, e pretendo preparar um que vocês consigam se sentir bastante atraídos.

 

Os personagens novos vão chegar e com eles uma fase mais objetiva da guerra.

 

Tohma, exaustivamente criticado, uma hora chegará no ápice de seu desenvolvimento... Lembrando que o personagem pode ser trabalhado até o momento de sua morte, algumas vezes até depois dela. Meu Pégaso vai mostrar pq se tornará um Mito. ^^

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  • 2 semanas depois...

Boa tarde pessoal.

 

Bem, semana passada não houve capítulo (17) e ele será relocado para amanhã. Devido há alguns problemas com as ideias para o enredo, somadas à falta de tempo para organizá-las, estou optando por dar um pequeno hiato. Devo me programar da melhor maneiro possível e voltar no inicio de abril, aproveitando esse tempo para ja ter uma frente de capítulos confortável. O atual arco será concluído.

 

Espero agradar com o próximo, vou me esforçar para divertir vocês.

 

Abraços. =)

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Capítulo 17: O Peso

 

- Está perto! – O primeiro dos garotos, de olhos grandes e cabelos negros, corre à frente dos outros dois e abre os braços para se espreguiçar. – Estou cansado...

 

- Todos estamos, Taygeta... – O jovem Brakiun tinha cara limpa e um belo rosto, porém a mesma expressão calculista nos olhos. Ele para ao lado com companheiro com a mão esquerda na cintura. – Vou dormir três dias seguidos...

 

- Só depois de entregarmos o relatório ao senhor Capricórnio... – O terceiro tinha o cabelo negro e a pele um pouco mais morena, a voz de alguém alguns anos mais velho que os outros dois, o que não era possível constatar vendo seu rosto, oculto por uma máscara prateada, que deixava à amostra apenas seus olhos

extremamente azuis. Todos trajavam as roupas de Aspirante a Cavaleiro.

 

A noite caiu e com ela a densa neve do inverno grego. As arvores e o terreno acidentado em volta do santuário estavam cobertos de branco e deixavam os habitantes do lugar mais trancados, com exceção daqueles que treinavam sua resistência.

 

A luz da vela tremia naquele pequeno cubículo que a equipe usava para dormir no subsolo. Taygeta e Brakiun estavam deitados quando a porta se escancarou e Kheron entrou com um ar assustado.

 

- Algum problema? – O mais novo senta-se na cama para observar o amigo com atenção. Seus olhos percorrem o recém-chegado e fixam-se em sua mão direita fechada, onde os espaços entre os dedos deixavam escapar uma fina luz azul.

 

- Não... Só estou um pouco ansioso para a reunião com o senhor Dabih amanhã. Pelo que dizem, Atena também estará lá. – Foi por um instante. Por um breve segundo, que ele deixou escapar um riso abafado. Não dava para ver seu rosto, mas a curvatura dos seus olhos deixava visível o seu sorriso. – Pretendem nomear um cavaleiro de ouro em breve...

 

Os outros dois voltam a suas posições originais, deitados, enquanto Kheron segue para sua cama e apaga a vela.

 

No dia seguinte os três acordaram cedo e seguiram para o templo vizinho à primeira casa zodiacal, Áries, que até então não era protegida por ninguém. Passam pela guarda e entram no salão principal para serem recepcionados por dois cavaleiros de bronze que os param e os revistam. Sua caminhada continua até a

porta do lado posterior, e ao empurra-la, é possível ver ela.

 

Dabih de Capricórnio não trajava sua armadura de ouro. Estava apenas atrás da imponente deusa da guerra, que mantinha sua pose no trono de mármore.

Eles seguem até metade do salão e fazem uma breve reverência.

 

- Taygeta, Kheron e Brakiun, se apresentando...

 

[Fim]

 

- Eu ainda me lembro... O motivo de vestir essa armadura... – O cavaleiro de Libra tinha seu corpo envolvido por uma intensa áurea dourada. Seus dois punhos brilhavam em ressonância à explosão do seu cosmo. – E agora que me lembro perfeitamente... Vou seguir o caminho correto!

 

- Ainda quer lutar? Muito bem... – Minos agita as mãos e lança o corpo de Violet para uma calçada do outro lado da rua, em seguida os fios da Marionete somem. Sua atenção se volta mais uma vez para o Libriano e assim como o mesmo, seu corpo é furiosamente envolvido pelo cosmo Espectral. – Farei de você... Uma Esplêndida Marionete...

 

- Ascenda em chamas meu cosmo... – Brakiun tremia com a quantidade de energia que liberava. Era visível que estava quase perdendo o controle. Às suas costas linhas formavam uma figura pouco disforme, que parecia queimar de dentro da armadura. – O verdadeiro poder de libra!

 

Ao som da ultima letra que pronunciara o cenário transforma-se no universo e as estrelas que o enfeitavam em diversos dragões dourados. Eles chovem, fluem, correram, rasgam tudo no caminho e disparam contra o manto negro trajado pelo juiz.

 

- Rozan Hyaku Ryu Há!

 

Os Cem dragões caem sobre Minos e envolve o Espectro com uma cúpula luminosa que emana energia o suficiente para afundar o chão da rua em alguns metros.

 

O cavaleiro de ouro permanecia de pé com os dois braços apontados para o oponente. Seus cabelos negros iam de trás para frente e balançavam frenéticos com a forte corrente de ar produzida pelo golpe. Por vezes seus lábios pareciam se de deslocar e seu rosto tremer. Após mais alguns segundos e caí de joelhos, mantendo a postura.

 

Por fim o ataque cessa. Alguns pedaços de pedra caem ao chão e produzem pequenos ruídos. A poeira que fora criada pela transformação do chão em pó pairava e dificultava a visão, deixando um silêncio atormentador.

 

- O que? – O cavaleiro aperta bem o olho esquerdo para tentar enxergar além da espessa cortina porosa. Seu corpo cansado e debilitado já não podia mais mover um único músculo.A boca se abre numa expressão incrédula quando algo se movimenta mais à frente. – Não pode ser...

 

Os pedaços negros de metal se descolaram do corpo e caíram como farelo em direção ao chão. Ela planava como uma boneca de trapos, deformada.

 

Os fios da marionete cósmica serpeavam de dentro das asas da Surplice de Griffon e prendiam Violet como escudo. Ela recebera todo o impacto dos Cem

Dragões lançados pelo cavaleiro de ouro.

 

- Violet...

 

- É um belo golpe... – Aos poucos as articulações metálicas das asas foram se afastando e revelando o sorriso sombrio no rosto do Juiz. Não sofrera um único arranhão. Seu punho direito gira e agita para trás, liberando a marionete. – Não sei o que seria se mim se não fosse por Behemoth... Agradeço.

 

A mulher cai inerte com o corpo formando um “h” no meio da rua. A face totalmente coberta pelos fios negros de seus cabelos e a pele pálida, cheia de profunda

cicatrizes e grosseiros hematomas. A respiração estava fraca, mas ele ainda não estava morta.

 

- E ainda consegue respirar. Diga-me, Cavaleiro... Sendo a balança, você acha que devo acabar com a agonia dela? – Os passos do Espectro ecoavam mesmo a céu aberto. Ele caminhava tão imponente quanto um pavão. Ao parar diante da caída ele ergue a mão esquerda e a deixa reta como se fosse a lâmina de uma espada.

 

- Vá em frente... – Uma lagrima caiu e tocou o barro aos seus joelhos deixando-o levemente mais escurecido. O cavaleiro de Ouro não podia mais fazer nada. Era como seu toda sua energia vital tivesse sido absorvida pelo ultimo golpe. Os dedos das mãos tocavam o chão e cabeça curvada para baixo. – Já acabou para nós dois.

 

- Você é patético... Não chega nem perto do outro que enfrentei. – A mão esquerda abaixa e dessa vez concentra cosmo junto com a direita. Um cosmo infinitamente superior ao que ele já havia mostrado antes. Muito ar circulava em volta do seu corpo agora e tomava mais velocidade a cada segundo. – Não vou perder tempo matando um por um. Sinta agora... Gigantic Featers Flap!

 

Vendo de cima era mais fácil distinguir o que estava acontecendo no que antes era uma rua. Ao redor de Minos um poderoso furacão surgiu e se expandiu por ali. Foi forte o suficiente para derrubar as construções que ainda estavam de pé e aprofundar ainda mais a cratera que já havia se formado por consequência dos golpes anteriores.

 

Pedaços de madeira, pedras, correntes, colunas, metal e corpos. Tudo girava em sentido anti-horário e era mandado pelos ares. No centro da catástrofe ele permanecia com as Asas vergadas para cima e os dois braços bem abertos, além das pernas uma bem afastada da outra, Às suas costas a figura de um furioso Griffon levantando voo.

 

Um dos vultos que fora arremessado para o oceano pertencia a Brakiun. O cavaleiro cai e afunda no mar escuro entorpecido de dor e mentalmente desorientado.

 

Seus braços tentavam alcançar a superfície ao mesmo tempo em que seus pulmões buscavam desesperador por ar.

 

Quando instintivamente abriu a boca, algumas bolhas brotaram e foi neste momento que ele morreu.

 

[Flashback]

 

Aqueles punhos tocaram muito rápido o tórax da deusa. Eles dispararam sem aviso, visivelmente descontrolados.

 

Taygeta e Kheron.

 

Os dois aspirantes a cavaleiro iam atacar a deusa no momento mais propício. Brakiun viu que o mais velho ainda segurava algo brilhante na mão esquerda enquanto corria com o punho direito erguido. Seus olhos acompanhavam tudo como se fosse em câmera lenta, cada mínimo movimento dos dois.

 

Ele não podia ficar parado. Estava treinando para defender ela, que agora era alvo dos seus dois melhores amigos.

 

Como um raio, ele dispara, toma a frente da deusa, aponta os dois punhos na direção dos amigos e dispara dragões gêmeos que serpeiam pelo ar e os acerta em

cheio.

 

O sangue jorrou de seus peitos perfurados e manchou as mãos de seu agressor. Agora estavam mortos.

 

Mais tarde naquele mesmo dia Dabih, cavaleiro de capricórnio, fora visitar Brakiun em seu cubículo no subsolo do santuário.

 

- Posso entrar? – O cavaleiro de ouro bateu à porta duas vezes e a empurrou devagar. – Preciso conversar com você.

 

- Entre, por favor, Senhor Dabih... – Brakiun levanta-se num salto e faz uma reverência ao recém-chegado, em seguida, acena para que ele sente na cama encostada na parede. – As outras estão vazias agora.

 

- Era sobre eles que eu queria falar. – O tom ficou sério. Capricórnio acena com a cabeça recusando educadamente o convite para se acomodar. – Temos um cavaleiro especialista em relíquias e ele fez um estudo bastante minucioso e rápido sobre o objeto que o Kheron tinha em mãos. Era um globo preenchido com Piche pertencente ao uma família náutica da costa leste.

 

- Família Náutica... O Kheron era de uma família assim...

 

- Exatamente. Algum tempo atrás, na batalha que travamos contra Poseidon, a família dele acabou sendo morta durante um ataque. Hóros, que foi quem analisou o globo, foi o responsável por trazes Kheron para o santuário, quando ele ainda era um bebê. – Fez-se uma pausa. Dabih deu meia volta e olhou de esguelha para trás. – Acreditamos que tenha sido vingança, ou ele estava possuído. Provavelmente o que aconteceu com o jovem Taygeta. Não se culpe muito por isso...

 

Nem tudo nesta vida tem explicação. Atena me pediu para te preparar e entregar uma armadura bastante específica...

 

[Fim]

 

Ele não morreu. Estava inconsciente e continuava afundando, mas naquele instante, a imagem que vira se formar diante de seu olho esquerdo o fez querer levantar.

 

Ela tentava alcança-lo no formato de brilhantes estrelas, iluminando a escuridão das águas do mar. Sua delicada mão tentava tocá-lo e puxá-lo para cima.

 

- Muito bem... Agora eu só preciso pedir que os esqueletos busquem a armadura no fundo do mar. – Minos já estava bem calmo agora. Observava o mar com os braços cruzados e a perna direita encima de uma pedra. Não havia areia separando o píer do oceano. Era apenas uma barreira de concreto que impedia que a água viesse para a rua durante as cheias.

 

Dois soldados surgem caminhando vagarosamente em direção ao Juiz e se ajoelham ao ficarem há alguns metros dele.

 

- Violet estava caída na outra avenida senhor...

 

- Morta?

 

- Não. Os ferimentos são graves, mas ela continua respirando e o coração batendo. A Surplice por outro lado, foi totalmente destruída.

 

- Levem-na para Aiacos... Ele saberá o que fazer. Mas antes quero que alguém vá até lá... – Ele aponta para o local onde o libriano aparentemente caiu e afundou. – ...E pegue a armadura de ouro.

 

De repente uma gigantesca esfera ergueu-se da água. Ela estava subindo lentamente e ficando cada vez mais alta. Do seu topo escorriam espelhos d’água e gotas planavam ao seu redor. Abaixo dela, com as duas mãos erguidas, estava Brakiun.

 

O cavaleiro de ouro estava sem sua armadura, que o acompanhava em forma de totem logo à sua frente. Em seus costas o círculo Yin e Yang brilhava.

 

- Só pode ser brincadeira... – Minos se apruma e observa a cena com frieza. Seus olhos violeta correm da água para o céu e param no peitoral desprotegido do oponente. – Vivo mesmo depois de tudo? E o que é aquela energia?

 

- Reconhece essas pessoas, Minos? – Libra sentia o peso do golpe que estava prestes a disparar afetar o seu corpo. A energia era tão grande que sua pele estava quase rasgando. – O Yin e Yang é a união perfeita do universo... Capaz de captar qualquer sentimento da natureza. Ouça, observe, sinta... Existem pessoas clamando por justiça aqui.

 

- O que pensa que é para falar de justiça, homem? – O Juiz levanta voo e plana de frente para o cavaleiro, ainda que há certa distância. – Esta me dizendo que essa energia que estou vendo... É a vontade das pessoas e da natureza desse lugar? Quanta besteira...

 

- Ache o que quiser... Sei que não estou mais em condições de continuar, mas ao menos farei a vontade deles... Os livrarei de vocês! – O brilho do círculo nas costas do cavaleiro começa a envolver seu corpo por completo, e a esfera ficava mais densa e poderosa. – Não há para onde você possa correr...

 

- Muito bem... Vamos ver o quão poderosa é a força de vontade destes vermes que estão presos nas masmorras. – O Juiz sorri e abre os braços. Lá embaixo as ondas quebravam violentas contra a parede do píer. – Vamos ver se são capazes de se libertarem...

 

[Masmorras]

 

Havia gente caída por todos os lugares. Homens sujos, mulheres cansadas e crianças doentes. Todos se apertando nos corredores úmidos e escorregadios das prisões abaixo da terra. Os corredores serpeavam toda a cidade num labirinto traiçoeiro. Os soldados de Hades empurrava os habitantes e Vólos com violência e lhes ordenavam que continuassem andando.

 

Uma senhora idosa cai exausta e logo um deles corre para agredi-la.

 

Alguns olhavam para o teto de bloco negro e perdiam suas esperanças de verem a luz do sol mais uma vez.

 

- Fomos abandonados...

 

[Mar de Vólos]

 

Aquela voz ecoara na cabeça do cavaleiro de ouro. Ele estava captando todas aquelas vozes e pensamentos desesperados, tal como suas vontades, e todas elas se manifestavam involuntariamente no ataque que ele preparava.

 

- Eu farei o possível. Perdoem-me por ter demorado tanto para ouvi-los... – Também havia um sorriso em seu rosto. Uma fina centelha de luz passa por seu olho esquerdo e some, ela é acompanhada por várias outras que surgiam do seu próprio corpo. Estava se desfazendo gradualmente da ponta dos pés para cima. – O meu tempo acabou... E o seu também, Minos!

 

Ao abaixar os dois braços apontando para o Juiz a gigantesca esfera é disparada.

 

- Rozan Odama Tenbin-za!

 

- Não vou deixar que vença assim... – A mão esquerda dela atravessou o peito do cavaleiro e o rasgou como se fosse um pedaço de pão. Choveu sangue. As gotas grossas e quentes pingavam em seu rosto e passavam diante dos seus olhos violeta. Violet o atacara mortalmente.

 

A esfera se desfaz, transformando-se em linhas sinuosas que simplesmente perdem-se no espaço.

 

- Eu não iria deixar de cumprir minha missão, Cavaleiro. Mas foi uma honra lutar contra você. – A Espectro se transforma num raio negro e pousa em solo firme com as pernas dobradas e o punho no chão para se apoiar. – Fiz o que pude fazer...

 

A armadura de libra brilha e some diante dos olhos dos presentes. O corpo de Brakiun termina de se desfazer e some por completo.

 

- Acabou... – Behemoth fecha os olhos e cai para o lado esquerdo desacordada.

 

[Continua]

 

_________________________________________________________________

 

Para título de curiosidade, pretendo postar depois algumas coisas que aconteceram em off screen, mas nada muito grandioso ou importante, só coisas que não senti necessidade de postar no capítulo.

 

Brakiun ainda aparecerá...

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Mesmo com sua ressalva final Everton, acredito eu que o arco com Brakiun, Violet e Minos tenha se encerrado.

 

E o Cavaleiro de Ouro de Libra vai sem deixar saudades, pelo menos falo por mim. Violet também não agradou e Minos, bem, fica complicado falar qualquer coisa dele, sua performance não o comprometeu, mas nem de longe foi algo além do cabível.

 

Fico um pouco receoso com a maneira como você me passou a impressão de estar perdido neste capítulo, Everton. Num momento fala que Brakiun morreu, no outro meio que dá a impressão que se arrependeu e coloca que não. Daí ele vai e morre pra valer.

 

Sei lá, para mim passou uma insegurança nessa parte e me desculpe se estou equivocado nessa impressão, mas foi o que para mim passou.

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Gostei do Minos que você apresentou. Bem fiel à sua contraparte de Lost Canvas, que é a versão que eu tanto gosto e tenho apreço. Mas não curti muito o modo que você retratou a Violet e nem do Brakiun.

 

Libra na minha concepção foi um personagem que não me despertou a menor empatia. Mas seu flashback com os outros amigos foi bem encaixado, acho. Gostei bastante e fiquei curioso para mais informações a respeito disso. Me passou a impressão de que os dois estavam possuídos e Brakiun tinha-os eliminado.

 

Seria bom postar um glossário, né? /sex Gostaria de saber alguns significados das técnicas que os personagens exclusivos de sua fic possui, pois os outros eu conheço bem.

 

E fiquei também com uma sensação de insegurança quanto a Brakiun. Parecia que você não queria matá-lo, mas teve que fazê-lo por algum motivo. Haha No aguardo da sua explicação.

 

Mas agora não sei o que pode acontecer depois. Aliás, não faço a menor ideia. Chuto que você vai mostrar mais dos protagonistas.

 

Abraço. /sex

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Há um ponto em que é dito "E foi ali que ele morreu" e após o flashback há um "não, ele não morreu". Usei a primeira fase de forma mais lírica talvez. Em minha concepção, na cabeça dele ele havia morrido quando abriu a boca pra tentar respirar, e depois do flashback, percebe que ainda estava vivo.

 

Não tenho muito intimidade com o cavaleiro de libra, talvez por não ser o meu favorito em nenhuma saga, e de certo modo eu não o quis retratar como um homem imponente e poderoso, como fiz com Heze. De inicio quis mais mostrá-lo como alguém que vocês iriam querer que morresse logo e depois senti necessidade de colocá-lo em alguma situação que posteriormente faria o arco ter algum sentido. e levasse o enredo para algum lugar. Meu objetivo ainda está para ser concluído.

 

Quanto a Violet... A Espectro ainda voltará para cumprir seu papel, mas só lá pra frente. Eu não tive como manter ela na linha de frente com a chegada de alguém como Minos, e esse sim era minha maior preocupação.

 

Estou me preocupando bastante em manter o nível dos juízes bem alto, como sendo homens verdadeiramente muito poderosos. Se formos ver, Griffon em tese já venceu dois dourados.

 

Como disse anteriormente, vou trabalhar encima de personagens originais agora, pois assim me sinto mais confortável, e com constelações que eu consiga me apegar melhor. Acredito que a sétima é a única que não consigo ter muito foco, tanto que na outra versão da fanfic o personagem caiu no sexto capítulo com morte cerebral após receber o ataque de um espectro e não voltou.

 

Caso eu consiga terminar um novo capítulo entre amanhã e segunda, terça ele será publicado normalmente. Um novo arco vai começar e espero que seja melhor aceito do que esse foi.

 

Abraços.

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Capítulo lido.

 

Achei a personalidade do Minos (segundo a tua versão) bem fiel ao seu comportamento, atitude, poder e estatuto e até plano ardiloso, usando a pobre Violet como um mero escudo humano foi o ponto mais cobarde e engenhoso em minha opinião, uma vez que eles são "imortais".

 

Brakiun, mostrou muito pouco do que tinhas em mente, achei que ainda faltava alguma coisa nele que eu disse: personagem completa ou complexa.

 

De resto, tenho gostado imenso dos teus novos capítulos e arco.

 

Abraços e até à próxima.

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  • 2 semanas depois...

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Capítulo 18: Abaixo da Morte

 

O céu negro brilhava em intervalos curtos quando as labaredas ascendiam há alturas inimagináveis. Um campo mortificado rodeado por muralhas empoeiradas e impossíveis de se transpassar.

 

O lugar mais parecia um planeta cortado ao meio envolvido por uma bolha que planava em meio à imensidão do universo. O tártaro.

 

Rios flamejantes e imperfeições na superfície que criavam grutas profundas, tal como uma gigantesca construção ao centro, tão alta quanto Babel. A prisão.

Ao longo de suas planícies e montanhas circulavam os espíritos malignos que ali foram aprisionados desde o inicio dos tempos. Cabeças com corpo de fumaça e asas voando como flechas para todas as direções.

 

Em outros cantos humanoides caminhavam desnorteados com o corpo danificado. Pele queimada, decapitados, decepados, dilacerados... Os maiores pecadores da terra.

 

Mais ao fundo via-se a gigantesca pedra rolando com dificuldade para cima, centímetro por centímetro. Eram braços fortes e pernas firmes, mas mesmo assim ele parecia estar tendo dificuldade em realizar a tarefa.

 

Um raio cai próximo à muralha produz um clarão. Um redemoinho de poeira de inicio o envolveu, mas logo revelou seu rosto.

 

- Há quanto tempo... O Cheiro continua o mesmo... – Suas narinas se contraíram e seu rosto formou uma expressão de nojo. Os olhos azuis percorreram toda a trilha de carvão em brasa que levava até a entrada da prisão mais adiante. – Um dia rezarei pelas almas destes que estão aqui...

 

Seu primeiro passo para fora do círculo que surgira com o impacto de sua chegada foi bem calculado. Ele esperou ser atingido por algo, mas logo percebera que talvez estivesse sob a proteção reforçada de Hades enquanto estivesse lá.

 

Haviam sussurros agoniados por todos os lados, grunhidos como os de cães famintos ou sendo apedrejados, mãos que por vezes tentavam escapar para fora da lava, mas que eram puxadas de volta ao seu castigo.

 

Perto do Tártaro, o inferno talvez fosse mais tranquilo. Os castigos eram implacáveis, uma vez que o próprio lugar trabalhava para manter seus prisioneiros em castigos lentos e dolorosos.

 

O chão tremeu e tudo à sua volta silenciou. Serafim olhou muito cautelosamente em todas as direções e por fim constatou que era fruto da pedra que rolara para o pé da montanha que observara antes... A punição que o maior dos maiores pecadores sofria.

 

Uma vez que fosse completada a trajetória da rocha, ela voltaria ao inicio, e ele assim teria que repetir a tarefa pela eternidade.

 

“Quanto potencial desperdiçado... Talvez esta guerra já tivesse acabado se ele estivesse em combate. – O Arcanjo retomou sua caminhada e notou que a barra da túnica negra que usava estava queimada, porém não se importou com o fato. – Sisifo...”.

 

Os ruídos retomaram após alguns minutos. O Soldado de Hades estava cada vez mais próximo enorme prisão do tártaro. Uma torre circular que facilmente seria maior que muitas vilas da Grécia.

 

Tinha uma cor avermelhada e as laterais ladeadas com grades negras que emanavam uma estranha névoa rocha. Na base havia apenas um portão de entrada, que também seria o de saída.

 

- Venho em nome de Hades. O meu nome é Serafim. – O Arcanjo toca a mão esquerda numa gravura de alto-relevo em formato de triangulo do portão de cobre. A figura brilha em dourado e as duas metades se separam para revelar o salão de entrada.

 

Provavelmente o tamanho pelo lado de fora fosse simbólico. O lugar era bem mais vasto. Havia um lago no teto, deixando gotas caírem numa fina chuva e um espelho d’água no chão que tinha quatro trombas indo para o teto.

 

Mais ao centro estava o elemento mais interessante, Uma pirâmide de cabeça para baixo cuja ponta estava submersa. Não havia archotes nem lustres, mas ali era estranhamente iluminado, apesar do tom azul anil. Não havia uma parede que delimitasse o fim do vão.

 

- Tanta beleza e tanta mentira... Eu viveria aqui só para observar este lugar, mas não é de meu interesse... – Serafim caminha até bem próximo da pirâmide e une as duas mãos. Suas pálpebras fecham e quando se abrem novamente estão emanando uma luz vermelha. - Rin’ne Sho...

 

- Não precisa fazer isso...

 

Aquela voz faria qualquer bravo herói fugir. Era potente e imponente, ecoou como se tivesse gritado do fundo de uma gruta.

 

- Então não me faça perder tempo... – O Arcanjo fechou os olhos mais uma vez e respirou fundo quando viu o cilindro de luz surgir de uma das faces da pirâmide e atingir o chão há poucos metros dele. Tal como sua “aterrissagem” em solo Tártaro, este produziu uma pequena fumaça que logo se dissipou. – O imperador Hades me pediu para vir falar com você...

 

-... Verdade? – Assim como o primeiro, este Arcanjo também usava uma túnica negra, porém, cheia de imperfeições e ondulações. Tinha a pele um pouco mais escura que Serafim, a mesma altura, Cabelo branco longo que ia até a cintura, mechas que praticamente ocultavam seus olhos turquesa, Presas quase caninas, dando-lhe um ar animalesco. – O Que ele quer?

 

- Que faça seu verdadeiro trabalho... Entrar na guerra.

 

- Entrar na guerra, é? – A mão esquerda foi até o queixo e seus olhos se fecharam numa expressão de reflexão. – E o que eu ganho com isso?

 

- Nada. Você é um subordinado ao imperador Hades e é o seu dever lutar no nome dele. – Serafim da de ombros e começa a caminhar em direção a saída. – Não vou me demorar aqui. Sabe que é o único jeito de sair. Ou quer ficar na montanha ao lado carregando uma pedra como o seu amigo, Sisifo...

 

- Acha que há magia neste mundo que me prenda em algo tão absurdo? Estou aqui por que quero. É bem mais interessante do que aquele lugar cheio de doentes. – Seu sorriso sádico parecia uma tentativa de irritar o primeiro Arcanjo, mas talvez soubesse que não conseguiria tal feito. – Não brinque comigo, Serafim. Sabe que posso te matar aqui mesmo...

 

- Me matar? – Ele para. Sua respiração diminui a frequência e seu olho fixa-se na lateral esquerda, quase fazendo um 360°. A boca transformara-se num traço quase inexistente e antes que pudesse girar por completo o tronco, ocorreu a primeira explosão.

 

A água do chão inchou como uma bolha de ar quente e disparou em todas as direções. Àquela altura Serafim estava pousando em uma das faces da pirâmide. Quando suas duas mãos tocaram a pedra ele gerou impulso com as pernas e disparou com um soco preparando em direção ao oponente.

 

O punho esquerdo do arcanjo fora detido por um escudo de pedra que se erguera do chão e protegeu o segundo Arcanjo.

 

- Isso é mesmo o suficiente? – Os olhos azuis de Serafim se contraíram e um sorriso se formou em seu rosto. Três Discos luminosos surgiram às suas costas e voaram pelas laterais e por cima. – Não é o que você queria Kerubi?

 

Dois braços negros e esqueletos surgem de trás do escudo e agarram Serafim num poderoso aperto, um dos discos decepa o da esquerda.

 

Mais uma explosão e de novo muita água para todos os lados.

 

Um terceiro braço de trevas surge e tenta acertar um soco no rosto de Serafim, porém...

 

Quando seu olho esquerdo brilhou dourado, os três membros e o escudo se desfizeram em fumaça. Ele pousou suavemente, uniu as duas mãos à frente do tórax, criou uma esfera de energia e a disparou.

 

Kerubi abriu os braços como se estivesse prestes a receber um abraço, e recebeu todo o impacto do golpe.

 

O espelho d’água ardeu em chamas que se espalharam como se o liquido fosse álcool. Mais ao fundo duas cabeças de dragão surgiram das labaredas e

avançaram contra o primeiro Arcanjo para acertá-lo em cheio.

 

Eles se entrelaçaram e criaram um tornado violento. Dentro dele Serafim encontrava-se de joelhos e com a boca torta de raiva. Quando seus olhos se arregalaram em fúria o seu corpo libera uma poderosa pressão que faz o tornado se desfazer.

 

A fumaça ainda envolvia o lugar em que Kerubi recebera o ataque e aparentemente ele estava bastante tranquilo. Sua túnica queimara até sumir por completo e agora a Surplice estava bem visível.

 

- Continua cheio de truques. Esse eu não conhecia. – A proteção do soldado era praticamente impenetrável, sem falha. Duas asas vergadas para cima, duas que lhe caiam pelos ombros e duas para baixo. A cabeça de um touro dividida ao meio fazia a proteção dos dois ombros e o rosto de um leão à frente do tórax. O elmo com penas laterais e o que seria um tridente ao centro ocultavam as bochechas e a testa, tecidos adornavam a cintura e cobriam parcialmente as pernas. O Segundo Arcanjo para e estende a mão para Serafim se levantar. – Vamos...

 

[santuário/Templo de Atena]

 

Ela estava lá, sentada r na mureta de proteção à borda do templo. Ao fundo a gigantesca estátua em sua homenagem, à frente um sol se pondo. O vento fazia seus cabelos flutuarem com graciosidade, além de passar-lhe uma boa sensação.

 

Luzes verdes, tais como as de uma aurora surgiram no céu e deixaram cair um pó brilhante. A imagem do homem surgira na medida em que elas se agrupavam.

- Senti a explosão do seu cosmo há alguns minutos... – A deusa repousou as mãos nas cochas e olhou para cima. – Sinto muito...

 

- Está tudo bem, Deusa Atena... – Brakiun sentou-se ao lado dela, não trajava armadura, mas emitia uma áurea dourada bem fraca. – O erro foi meu.

-... – Atena respirou fundo e apertou bem os olhos para tentar segurar as próprias emoções. – Doeu muito?

 

- Sabe que não doeu tanto quanto eu achei que doeria? Especialmente o ultimo... – Um sorriso breve surgiu em seu rosto. O cavaleiro de ouro ergue a mão esquerda e toca o rosto da deusa. – Só achei que era mais forte do que fui. De qualquer modo... Queria apenas de desse um recado ao grande mestre.

Talvez não fosse preciso. O próprio surgira subindo as escadas que levam do salão que antecedia o templo até lá. Não fizera barulho, apenas parara quando ouviu seu nome.

 

- Enfrentei o mesmo homem que Propos enfrentou em Vólos... Trata-se de um dos três juízes do inferno, Minos de Griffon. – Brakiun dessa vez olhou para o sol, seus cabelos também balançaram com suavidade. – Só um cavaleiro no santuário é capaz de vencê-lo. Por favor... Não enviei mais ninguém até lá. Deixe que Albali o encontre...

 

- Albali...

 

- Acho que as técnicas deles são as únicas capazes de vencer as de Minos. Conto com isso... – O pó brilhante que se agrupara para formar a imagem do cavaleiro de ouro começou a se separar e então se desfazer. Ele faz sinal positivo para a deusa com a mão direita e sorri fechando os olhos. – Fui muito bom lutar ao seu lado. Acredito em você...

 

O vento levou o ultimo resquício de cosmo do cavaleiro de ouro de libra.

 

[Continua]

 

_____________________________________________________

 

Na próxima semana as engrenagens giram para um dos mais épicos combates!

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Bom capítulo. Bem movimentado e intenso.

 

A descrição do Tártaro ficou bem do modo como deveria. Brutal e até mais aterrorizante que o próprio Inferno. Curti bastante. Ver o nome "Sísifo" lá naquela prisão me remete a coisas tão boas... /evil

 

Mas enfim, o combate entre Kerubi e Serafim foi intenso. Deu para perceber que o poder de ambos é bem equiparado. Agora, gostaria de dois esclarecimentos.

 

1 - Esses Arcanjos estão acima de Thanatos e Hypnos no que tange a poder e hierarquia dentro do exército de Hades?

 

2 - Pretende abordar os Deuses dos Sonhos filhos de Hypnos? Se sim, que tenso para o lado de Atena...

 

E por fim, a cena do Brakiun com a Atena foi simples, porém que cumpriu bem sua função. Mesmo não tendo gostado dele, pelo menos ficou a sensação da história dele na fic ter sido fechada. E curioso quanto ao tal do Albali. Quem poderá ser...?

 

Abraços e parabéns pelo capítulo!

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Capítulo lido.

 

Os capítulos de transição são muito importantes e como um terreno a conhecer seus perímetros e preparação para conhecer o que irá encaminhar.

 

Gostei muito dessa descrição da torre, dos seus reclusos e também a referência aos maiores criminosos da mitologia grega.

 

A presença deles (Arcanjo e Kerubin) e também da menção de Albani.

 

Excelente capítulo e descrições, continua no bom trabalho.

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