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A Era das Trevas marcou um período de de fortes mudanças durante a Idade Média onde a população européia foi assolada por fome, guerras e doenças que dizimaram milhões.

 

Esta fic tratará de eventos relacionados com essas grandes calamidades como a Grande Fome (1315-1317), a Peste Negra (1338-1375) e paralelamente a Guerra dos 100 Anos (1337-1453), onde os inimigos serão os Espectros e como a interferência teve impacto na história humana.

 

Boa leitura a todos e espero que apreciem meu trabalho.

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Norte de Atenas. Principio do Séc. XIV

 

Mais um dia se aproxima do seu final quanto o manto da noite recai sobre o bosque que circunda o Monte Parnita, o mais alto da Península da Ática.

 

Duas crianças, um menino de cabelos negros com corte desgrenhado até o ombro, e uma menina de cabelos castanhos longos até o meio das costas e presos com um laço feito de couro sujo, vestindo roupas surradas e sujas, tanto quanto seus corpos, já nem sabem mais quantas vezes viram a noite suceder o dia desde que começaram sua jornada.

 

Eles deixaram Embrum, uma cidadezinha pobre no Reino da Borgonha (atual França), com a missão de entregar uma mensagem ao Grande Mestre, mesmo que isso custasse suas vidas.

 

Sendo aspirantes a Cavaleiros eles não poderiam oferecer menos que isso.

 

— Arcas, por favor, vamos parar um pouco! – a menina falava já se fôlego enquanto se recostava em uma árvore, deixando o corpo escorregar até tocar o chão, enquanto o menino dava mais alguns passos a sua frente.

 

— Não podemos parar agora Celeris. Estamos quase chegando! Você não sente o grandioso Cosmo que envolve esse lugar? – tentava motiva-la, interrompendo sua marcha e voltando para perto de sua companheira de jornada.

 

— Sei disso, mas vamos descansar um pouco. Estou cansada, faminta e com sede. – com a respiração ofegante ela voltava seu olhar para o céu, buscando descanso.

 

— Tudo bem! Vamos descansar um pouco de depois continuamos.

 

Ele também se senta, recostando-se na árvore e de uma bolsa retira um pedaço de pão com um pouco de mofo, que parte em dois, entregando uma parte a Celeris e a outra deixando para sim.

 

Suas mãos estavam imundas, mas nenhum dos dois se importa com isso ou com o estado de conservação do pão, devorando-o ferozmente, não deixando nem mesmo as migalhas, que apanham do meio da terra.

 

— Tome! Melhor beber um pouco de água também!

 

Ele entrega a ela uma bolsa de couro onde havia um pouco de água, cujo gosto não estava dos melhores, dadas as condições da bolsa, mas era o que havia para beber.

 

Não havia o suficiente para saciar sua fome e sede, mas eles estavam satisfeitos e se permitem descansar mais um pouco, recostados na árvore e olhando para o céu estrela por entre os galhos das árvores.

 

— Logo isso vai acabar. Quando chegarmos nós teremos comida e água. – falou Arcas, olhando para Celeris.

 

— E roupas limpas e camas para descansarmos. – completou, sorrindo para Arcas que retribui o sorriso.

 

Algum tempo depois, após terem descansado, continuam sua jornada rumo a vila que, segundo seu Mestre, era o limite entre o Santuário e o mundo.

 

— O que significa isso? – questionou Celeris. — Onde está a Vila de Rodório?!

 

Onde deveria haver uma vila havia apenas ruinas e escombros, sem uma única alma viva. Tudo o que viam enquanto caminhavam pelo que parecia ter sido a rua principal, era a mais completa destruição.

 

— O que pode ter acontecido aqui? – Arcas questionava enquanto remexia o local em busca de vida. — Como os Cavaleiros permitiram essa destruição.

 

— A vila pode ter sido abandonada a muito tempo. Quantos anos faz desde que o Mestre esteve aqui?

 

— Não. Veja as marcas de destruição que estão por todos os lados. Este lugar sofreu algum tipo de ataque, mas de quem? – era o que se perguntava. — Vamos continuar até o Santuário. Lá poderemos saber o que aconteceu.

 

Os dois avançavam pelos escombros buscando alguma explicação, sem perceber que dentro das ruínas de uma das casas, alguma coisa se levantava entre as sombras. À medida que avançavam percebiam que a destruição não se restringia a vila e, quando chegaram ao local que marcaria a entrada do Santuário, foram tomados pelo mais profundo assombro.

 

— Não posso acreditar! – desabava de joelhos Celeris, enquanto Arcas levava sua mão esquerda ao ombro dela.

 

O Santuário estava em ruínas.

 

— O que aconteceu aqui?

 

Não havia mais os campos verdejantes, apenas o solo calcinado e estéril.

 

Os campos de treinamentos estavam completamente destruídos e o solo permeado dos restos mortais de quem ali lutou e morreu.

 

Ao longe, da base até o topo da montanha, as Doze Casas, lar dos Cavaleiros mais poderosos estavam arruinadas e não se via sinal de vida, apenas morte.

 

Até mesmo a Estátua de Athena estava danificada, sem a cabeça e o braço esquerdo, onde segurava seu escudo. Apenas sua mão direita, onde repousava Nike, a Deusa da Vitória, permanecia.

 

— Como isso pode acontecer? Quem seria poderoso a ponto de destruir todo o Santuário de Athena desta forma. Onde estão os Cavaleiros?

 

Os dois haviam chegado até onde outrora existiu um Coliseu e onde agora havia apenas uma pilha de corpos desfigurados e mutilados, onde o vento noturno soprava as cinzas e poeira pelo ar.

 

— Estão todos mortos! – foram as palavras proferidas por uma voz rouca.

 

— Quem está ai? – os dois se assustaram e se colocam em posição de guarda, sem saber quem estava ali.

 

— Se tinham esperança de achar algum ajuda neste lugar ela já não existe mais. – o solo começou a se elevar e do meio das rochas e areia surgi um homem trajando uma armadura acinzentada cheia de protuberâncias e que recobria todo seu corpo, deixando a mostra apenas seu rosto.

 

— Quem é você? – questiona Arcas.

 

— Sou o Espectro da Estrela Terrestre Angular (Chikakusei) do Exército do Imperador do Submundo, Rock de Golem, e sou responsável por guardar este local.

 

— Imperador do Submundo?!

 

— Sim e que agora governa todo o mundo. – se orgulhava o Espectro.

 

— Mentiroso! Athena e seus Cavaleiros jamais permitiriam tal coisa.

 

— Criança inocente! Athena está morta. Não há mais ninguém para se opuser ao domínio do Imperador sobre a Terra.

 

— O que?! Morta?! – as crianças engolem a seco sua saliva. Como pode ser se estavam ali exatamente para informar que a reencarnação de Athena havia sido encontrada?

 

— Pobrezinhos! Vieram buscar ajuda e tudo o que encontram será a morte. – Rock caminha lentamente em direção aos dois com um sorriso sinistro no rosto. — Não existe nada mais prazeroso do que matar crianças e ver o desespero em seus rostos inocentes.

 

Enquanto Golem avançava e as crianças recuavam, nenhum deles percebeu a névoa que começava a cobrir o solo a seu redor.

 

— O que é isso! – Rock se detém ao sentir que havia ali uma presença sinistra a qual não sabia dizer onde estava.

 

“Quem invade este solo sagrado encontrará apenas a morte!” – ecoou uma voz sombria, fazendo com que Rock suasse frio.

 

— Quem está ai?! Apareça!

 

“Seria você o invasor?!” – um vulto se forma na névoa, envolvendo Arcas com braços espectrais assustadores.

 

“Você?” – o mesmo ocorre com Celeris, com o vulto surgindo a sua frente, segundo seu rosto, tomada pelo mais profundo pavor.

 

“Ou seria você, Espectro?” – o vulto se volta para Rock, que dá um passa atrás, se elevando e tomando forma de um fantasma, envolto por um manto negro com olhos vermelhos redondos, mas ainda formado de névoa densa.

 

— Então ainda existem Cavaleiros neste lugar. – Rock começa a expandir seu Cosmo. — Acha mesmo que um Espectro vai temer meros fantasmas?! – o Cosmo dele explode inundando todo o local, desvanecendo momentaneamente o fantasma, que para. — Desapareça de uma vez verme - Avalanche Explosiva (Rolling Bomber Stone)!

 

Blocos de rocha se elevam do chão sob influência do Cosmo de Rock e se projetam violentamente contra o fantasma e contra as duas crianças, que não tem como se proteger, sendo soterradas enquanto o fantasma desaparece.

 

— Droga! Eu queria desmembrar aquelas crianças para que sofressem lentamente. – se lamenta Rock enquanto dá as costas para onde as crianças foram soterradas.

 

— Partindo tão cedo?! Ainda nem começamos a nos divertir. – a voz de antes, agora menos sombria, se projetava do amontoado de rochas, que começava a se mover, revelando seu dono.

 

— Não acredito nisso! Você é...

 

— Guardião da Quarta Casa Zodiacal, Iydak, Cavaleiro de Ouro de Câncer. – deslocando um dos blocos com sua mão direita, e revelando intactas as crianças, aparece um homem de feições hindus, com cabelos negros curtos.

 

— Impossível! Todos os Cavaleiros de Ouro foram mortos, massacrados. – Rock se mostrava incrédulo em ver um Cavaleiro de Ouro, mas algo acabou por lhe chamar a atenção. — Espere um pouco! Você não está realmente vivo. É apenas um fantasma!

 

Rock aponta seu dedo indicador direito para os pés de Iydak, que estão desvanecidos como névoa.

 

— Você está certo Espectro. Eu deixei este mundo há muito tempo, mas a vontade de continuar lutando por quem não pode foi maior e permaneci mesmo como um fantasma.

 

— Se você é mesmo um fantasma então não tenho o que temer. Que poder pode possuir para me enfrentar um defunto? Hã?! – Rock pretendia rir quando vê Iydak manifestar seu Cosmo dourado. — Cosmo?! Como pode ser capaz de manifestar seu Cosmo estando morto?!

 

— Existem tantas coisas que os Espectros não sabem, mas que nem vale a pena explicar para quem está para ser morto - Carregador de Almas (Cārjar cōls)!

 

Do vulto do Cavaleiro de Ouro se projetam assombrações, envoltas em mantos esfarrapados, com os corpos esqueléticos desfigurados, contra Rock, agarrando-o e envolvendo-o, fazendo sentir lentamente que sua alma o está abandonando.

 

— O que... está... fazendo... comigo?

 

— Ainda não percebeu?! Essas assombrações estão drenando sua alma para mim. Em questão de minutos você estará morto e sua alma servirá de alimento para mim, fortalecendo meu Cosmo e me deixando mais próximo da ressureição.

 

— O que?!

 

— Quanto mais almas eu consumir a quantidade suficiente de almas serei capaz de ter meu corpo físico novamente. Você deveria se sentir honrado por dar sua vida pela de um Cavaleiro.

 

— Não! Minha vida pertence apenas ao Imperador e a mais ninguém. – o Cosmo de Rock que começava a enfraquecer agora se fortalecia.

 

— O que pensa que está fazendo? Se entregue de uma vez.

 

— NUNCA!

 

O Cosmo do Espectro explode fazendo sumir as aparições que o envolviam e levantando grande quantidade de poeira, o que fez com que Celeris e Arcas, que ainda estavam atrás do Cavaleiro de Ouro, tivessem de se proteger.

 

— Jamais permitirei que um Cavaleiro me use desta forma. Prefiro morrer a permitir que um Cavaleiro permaneça vivo.

 

Rock surge por trás da nuvem de poeira.

 

— Estou impressionado com sua determinação Espectro. Jamais esperaria algo assim de sua laia e, como forma de respeito, tomarei não apenas sua alma, mas todo seu corpo para mim - Possessão Demoníaca (Arakkarkaḷiṉ uṭaimai)!

 

— O que?!

 

Iydak se desloca a uma velocidade tão alta e gerando um brilho tão ofuscante em direção a Rock que o ofusca antes de desaparecer completamente.

 

— O que foi isso para onde ele... Hã! O que é isso?! - Rock tenta se mover, mas percebe que seu corpo não obedece. — Por que meu corpo não se move?!

 

“Este não é mais seu corpo. É meu!”

 

— Onde você está?! Apareça seu maldito!

 

“Será feito como deseja. Adeus!”

 

O corpo de Rock sofre com um forte espasmo que força seu peito para frente e a cabeça para cima, com o olhar fixo nas estrelas e lentamente sua íris se torna opaca. Seu corpo fica inerte e se curva para frente.

 

— O que aconteceu?! – Arcas deixa o local onde estava se levantando e dando alguns passos à frente, de onde vê rachaduras se formarem sobre a Surplice de Golem que aos poucos começa a se estilhaçar, revelando Iydar.

 

O Cavaleiro de Ouro vira as mãos, abrindo e fechado os dedos, sentindo seu novo corpo.

 

— Ele não era dos Espectros mais poderosos, mas sua determinação rendeu um corpo forte o suficiente para me garantir um corpo provisório por algum tempo.

 

— O que você fez com ele? – pergunta Arcas.

 

— Eu consumi seu corpo e sua alma. Por um tempo poderia andar livremente pelo mundo humano novamente, até o momento em que ele não suporte e se desfaça.

 

Iydak dá as costas para as crianças e tomo o rumo das ruínas de Rodório.

 

— Espere! Aonde vai? Não pode nos deixar aqui sozinhos desta forma.

 

— Ouça criança! – o Cavaleiro de Ouro para, mas sem voltar a sua face para trás. — Vocês iniciaram seu treinamento para se tornarem Cavaleiros, então não vejo por que não posso deixa-los sozinhos e, além disso, logo os Espectros descobriram a morte de seu companheiro e virão até aqui investigar então devo me colocar nos limites do Santuário para impedir que venham até aqui.

 

— Por que impedi-los? Não há mais nada aqui para se proteger. Athena está morta! – questiona Arcas.

 

— Criança! Você não veio até este local para dizer que Athena estava viva? Como pode acreditar nas palavras de um mísero Espectro? - agora Iydak se volta para ambos.

 

Sentindo o medo tomar conta de seu corpo Arcas recua.

 

— Seu Mestre esteve afastado do Santuário por muitos anos e por esse motivo vocês não estão cientes de tudo o que aconteceu, mas possuem uma informação vital para nós e por isso devo me colocar na linha de frente para proteger este local. Continuem andando em direção ao inicio das Doze Casas. – ele aponta a direção para ambos. — Ali encontram quem poderá guia-los.

 

Iydak parte rumo à Rodório enquanto Arcas e Celeris, seguindo suas orientações, parte rumo às Doze Casas do Zodiaco.

 

Saint Seiya – The Dark Ages

Capítulo 01 - Mensageiros

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Olá Doppel

 

Gostei desse primeiro capítulo. Já começou com um ar misterioso, que foi se desenrolando aos poucos. Foi claro o sofrimento das duas crianças, principalmente quando viram o Santuário em Ruínas. Deve teer sido pavoroso mesmo.

Achei interessante tudo isso, pois noramlmente o Santuário se mostra tão forte e é difícil vê-lo de outra forma. Mas agora teremos um começo bem diferente e aguardo para saber como se desenrolará.

 

A aparição do canceriano como espírito também foi show, principalmente por ele não estar com um corpo e ter roubado o do espectro (que mudança de valores). Achei bem massa.

Agora acabou o "prólogo" e veremos o que se passará.

Abraços

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  • 2 semanas depois...

Olá Doppel

 

Gostei desse primeiro capítulo. Já começou com um ar misterioso, que foi se desenrolando aos poucos. Foi claro o sofrimento das duas crianças, principalmente quando viram o Santuário em Ruínas. Deve teer sido pavoroso mesmo.

 

Achei interessante tudo isso, pois noramlmente o Santuário se mostra tão forte e é difícil vê-lo de outra forma. Mas agora teremos um começo bem diferente e aguardo para saber como se desenrolará.

 

A aparição do canceriano como espírito também foi show, principalmente por ele não estar com um corpo e ter roubado o do espectro (que mudança de valores). Achei bem massa.

 

Agora acabou o "prólogo" e veremos o que se passará.

 

Abraços

Muito agradecido por seus elogios Nikos.

 

Haverá muitas outras supresas nesta fic além da destruição do Santuário, que será mostrada o como e o porqque, além de outros Cavaleiros de Ouro em condições inusitadas e novos Espectros.

 

Abraços.

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