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Contos Noturnos (Ou talvez, nem tanto)


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Aqui vou publicar sempre que possível contos que eu for escrevendo. Alguns, como esse primeiro, fazem parte de 'algo maior', mas que por enquanto escreverei em pequenos contos com a intenção de uni-los algum dia.

 

Eu escrevi ele hoje, num momento de empolgação, então está pequeno, simples e bem cru. Então desculpas qualquer coisa, mas eu queria colocar logo pra fora antes que perdesse a vontade de escrever. Provavelmente será assim por um tempo, até pegar o costume de escrever de novo. É isso.

 

Lua Nova

Era o fim.

 

A única coisa que ele conseguia sentir era o frio e o vazio. O lugar era escuro e úmido. O cheiro desagradável de sangue, de vomito e de sexo subia a suas narinas, mas era como se nada disso tivesse importância. Ele estava vazio. Sequer poderia lembrar a quantos dias estava ali, amarrado, amordaçado, sendo estuprado de novo, de novo e de novo. Podia ouvir o som do mar lá fora, e o som dos homens que diariamente desciam ao porão do navio para deflorar seu corpo sexualmente, marcar sua pele e humilha-lo de todas as formas possíveis.

 

Ele não acreditava mais em Deus, mesmo que nos momentos de desespero pedisse por Sua ajuda. As vezes culpava-se por tudo aquilo, afinal fora ele que tentara roubar aquela embarcação tempos atrás, mas isso por que sua fome já era maior do que sua própria vontade. Desejava apenas um pedaço de pão e seu pecado agora estava sendo cobrado, diariamente, em seu inferno particular.

 

Só percebia que ainda estava vivo quando ouvia o ranger das escadas e os passos deles se aproximando. As vezes apenas para alimentá-lo. Era claro que não queriam que ele morresse. Mas grande parte das vezes era apenas para tortura-lo. Suas mãos estavam amarradas para o alto, o que lhe impedia de sentar, tão pouco tinha forças para se manter em pé por muito tempo, o que lhe causava grandes ferimentos onde a corda lhe apertava por conta de seu peso. Seu corpo nu estava marcado por mordidas e cortes superficiais, mas ele não sentia mais dor. Lembrava-se de seus irmãos e de sua mãe, mas era como se fossem um borrão distante num universo ao qual ele não fazia mais parte.

 

Tinha apenas 12 anos, mas era como se os anos tivessem se passado rapidamente e ele se sentia um velho. Sonhava apenas que uma grande tempestade caísse sobre o pequeno navio e lhe desse a morte que tanto desejava.

 

Seus pensamentos desapareceram quando ouviu novamente os passos. Eles estavam vindo, mais uma vez. Tentou levantar a cabeça para enxergar quem se aproximava, mas o local era escuro demais para ver seu agressor, até que estivesse palmos a sua frente. O homem deveria ter seus 60 anos, lhe faltavam alguns dentes e podia sentir de longe o cheiro repugnante de seu suor. As lagrimas desceram de novo.

 

- Oi princesa. – Ele disse sorrindo.

 

O garoto tentava se levantar, para mais uma vez lutar inutilmente, mas não tinha forças e só pôde observar enquanto o homem levantava suas pernas e sorria.

 

Dor. Humilhação. E mais uma vez, como se por um milagre temporário, perdia a consciência.

 

§

 

Em seu sonho, estava crucificado ao lado direito de Cristo. Gritava para que lhe salvasse das mãos daqueles homens, gritava para que lhe levasse embora, mesmo que fosse para o inferno. Mas o barulho dos corvos que o rodeava impedia que sua voz fosse ouvida. Seu ódio crescia, por tudo, por todos. Ele precisava da ajuda de alguém, quem quer que fosse.

 

Sentiu então suas amarras se afrouxarem, caindo da cruz para o chão cheio de barro e sangue.

 

- Existe salvação para esse mundo, criança? – Uma voz doce dizia. Uma bela mulher surgira a sua frente e estendera sua mão. – Já conhecestes desde muito jovem a pobreza, a dor, a fome e a verdadeira face humana. Me ajudaria a trazer o fim a todos?

 

As lagrimas caiam. Levantou-se e a abraçou.

 

- Por favor, por favor. POR FAVOR.

 

- Cairia na mais profunda escuridão? – Ela o afastou, olhando-o nos olhos. – Seria minha espada? Eu, a lua desse universo, partirei para sempre, mas você levaria consigo meu lado obscuro da lua nova?

 

- Sim, minha mãe.

 

§

 

Abriu os olhos e agora enxergara melhor o lugar, podia sentir tudo a sua volta. Inclusive os peixes do lado externo do navio. E esperou.

 

Pôde ouvir os passos se aproximarem novamente. Era o velho mais uma vez, trazia algo em suas mãos. Provavelmente seu alimento diário. O sorriso no rosto se mantinha, maior do que o comum. O velho se divertia, como se ele fosse seu parque de diversões.

 

O desgraçado tocou seu rosto com aquela mão fria e asquerosa, mas sentiu seus dedos se dobrarem ao contrário, os ouviu quebrar um a um. Tentou gritar, mas sentiu suas pregas vocais sendo rasgadas por dentro. Começou se afastar da criança, segurando a própria garganta. Durantes aqueles longos anos que trabalhara com embarcações já havia visto muitas coisas bizarras, mas nada como aquilo. O corpo do garoto deslizara pelas cordas, como se não tivesse ossos.

 

O velho se ajoelhou como se quisesse pedir desculpas a Deus, por seus pecados, mas parou imediatamente quando sentiu seus olhos saltarem de seu rosto. Como reflexo, tentou colocar a mãos no rosto, mas sentira sua cabeça começar a girar em torno do próprio corpo. Sentia tudo isso, sentia dor, mas não sentia que morreria. Algo muito pior estava se formando.

 

Do lado de fora do navio, uma tempestade fraca balançava o barco, a escuridão da noite mostrava a lua nova acima de suas cabeças. Ouviam um barulho estranho vindo do casco do navio, mas não entendiam o que era, então tentaram ignora-lo.

 

Puxaram a rede para averiguar se haviam pego mais alguns peixes, antes de finalizar o trabalho do dia. Seus olhos assustados viam dezenas de peixes com suas escamas unidas, como se estivessem formando um ser único.

 

Não puderam pensar muito mais, antes de perceberem um gigantesco tentáculo surgir de dentro da água, puxando o navio para o fundo do oceano escuro.

 

Era o começo.

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Mark, antes de tudo, que bom que todo aquele papo lá no grupo tenha rendido um retorno seu à escrita. Desde a época que iniciei aqui na aba, me acostumei com os seus textos, e não posso negar que quando você parou de produzir ficou uma sensação de que algo ficava faltando por aqui.

 

E como conversamos: se o que te mover a escrever atualmente for fazer oneshots, ou uma história com sequência mas através de capítulos curtos... O que importa é que isso te estimule. A extensão não determina necessariamente que a história terá mais ou menos qualidade.

 

Indo ao que interessa, gostei bastante do conto. O aspecto mais marcante foi a atmosfera de toda aquela situação, que você retratou através de trechos rápidos que intercalavam as ações, dando o tom preciso de tudo que acontecia.

 

Admito que pelo primeiro trecho do conto, eu imaginei que a história seria mais baseada na realidade. Me surpreendi positivamente com o toque de fantasia que entrou no segundo trecho, abrindo um leque gigante de possibilidades para os próximos contos. Fica a curiosidade de qual será a base para estes poderes... Se alguma mitologia já existente, uma ideia nova, ou algo assim. O desfecho do capítulo me remeteu à Kraken, mas não acho que seja o caso hahah.

 

E putz, como foi angustiante a situação do garoto aprisionado. Méritos seus por, em pouquíssimos parágrafos, já ter me feito despertar várias emoções, seja de empatia pelo rapaz, seja de ódio aos seus sequestradores. Me ocorreu até uma ideia de, imaginando uma história maior se formando, o garoto se tornar o antagonista da história. Motivos para querer fazer a limpa na humanidade ele tem de sobra. E até já concordou em dar conta dessa tarefa, né? XD hahah

 

É isso, Mark. Parabéns pelo conto, e já fico no aguardo do próximo!

 

Abração!

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Olá Mark.

Já fiz os principais comentários em áudio, então nem vou me esticar muito aqui. Apenas comentando para deixar registrado aqui no fórum.

Então, essa fic me deu muita agonia, o que mostra que descrevesse bem os cenários e soubesse transparecer o sofrimento do protagonista. Estupro e terror não são coisas boas aos olhos de ninguém, ao meu ver, o que aumenta o sentimento e interação com o personagem, porque criamos empatia com o horror que ele possa estar sentindo.

O desenvolvimento todo é misterioso. Em nenhum ponto temos a certeza do que está para acontecer. A hora que apareceu o velho estuprador foi tensa, mas logo fomos transportados junto com o personagem para outro mundo, com uma entidade usando ele.

Isso denota uma construção de um eventual antagonista, com forças e motivações críveis para odiar a humanidade e as divindades. Ele foi abandonado e sofreu com isso, por que se importar com os outros?

A cena final foi tensa e macabra, com todos sendo devastados pela vingança do garoto, que se tornou a arma da mulher misteriosa.

Ele a chamou de mãe... mãe mesmo ou contendo um outro significado, indicando que ela gerou os novos poderes dele? Interessante.

E era o começo... começo de que?

Bem Mark, o resto do comentário está no áudio, mas destaquei aqui os pontos principais.

Um abraço

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Muito bom conto.

 

Seus textos possuem uma identidade bem sensitiva. Digo isso porque a todo instante, desde o começo, foi facilmente perceptível a empatia que foi gerada pelas condições incomuns que o garoto estava submetido, bem como a todo o terror e angústia que sentia. Em poucas linhas você conseguiu estruturar um background razoável para o personagem principal, denotando com eficiência o que ocorreu para ele estar amarrado, e também se preocupou em mostrar um pouco da dinâmica dos estupros, o que é interessante de se ver pela progressão da história, mas nojento de se imaginar por ser um ato hediondo (ainda bem que não descreveu os detalhes).

 

O segundo trecho muda totalmente de atmosfera. Sempre acho pertinente ver menções ao Cristianismo em histórias assim e seria muito divertido se você abordasse essa crença de maneira fantasiosa, fico imaginando que seria bem viável. Bem, quando comecei a ler sobre a mulher que ofereceu uma segunda chance ao rapaz, imediatamente associei a Lilith, Rainha dos Demônios, mas o epíteto de Lua Nova e outros aspectos me fizeram desistir da teoria e imaginar algo original. O fato do garoto chamá-lo de "Minha mãe" me pareceu ser apenas pelo fato dela estar ali acolhendo-o em momento de carência, como se aquela figura estivesse confortando-o como uma mãe o faria, mas acredito que a ambiguidade tenha sido proposital.

 

E o último trecho é o desfecho, mostrando uma reviravolta bem articulada unificando os dois trechos anteriores. Tive a mesma impressão do monstro no final ser um Kraken, mas volto a frisar que desejo que seja uma referência ao Cristianismo, então vou apostar em Leviatã. E inclusive, as descrições do garoto tendo o corpo realizando feitos originalmente impensáveis a um ser humano comum me remete a casos de possessão demoníaca.

 

Uma pena que tenha acabado. Desejaria muito uma continuação. Aliás, esqueci de comentar, mas o simbolismo da frase inicial e final do conto me chamou atenção. "Era o fim" e "Era o começo" inseridos de forma inversa a progressão textual trouxe uma reflexão legal acerca do quanto uma única ação (a da "Lua Nova") pode ser o estopim que determinasse um recomeço na vida do jovem rapaz, conquistando a sua vingança.

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Mark, antes de tudo, que bom que todo aquele papo lá no grupo tenha rendido um retorno seu à escrita. Desde a época que iniciei aqui na aba, me acostumei com os seus textos, e não posso negar que quando você parou de produzir ficou uma sensação de que algo ficava faltando por aqui.

 

E como conversamos: se o que te mover a escrever atualmente for fazer oneshots, ou uma história com sequência mas através de capítulos curtos... O que importa é que isso te estimule. A extensão não determina necessariamente que a história terá mais ou menos qualidade.

 

Indo ao que interessa, gostei bastante do conto. O aspecto mais marcante foi a atmosfera de toda aquela situação, que você retratou através de trechos rápidos que intercalavam as ações, dando o tom preciso de tudo que acontecia.

 

Admito que pelo primeiro trecho do conto, eu imaginei que a história seria mais baseada na realidade. Me surpreendi positivamente com o toque de fantasia que entrou no segundo trecho, abrindo um leque gigante de possibilidades para os próximos contos. Fica a curiosidade de qual será a base para estes poderes... Se alguma mitologia já existente, uma ideia nova, ou algo assim. O desfecho do capítulo me remeteu à Kraken, mas não acho que seja o caso hahah.

 

E putz, como foi angustiante a situação do garoto aprisionado. Méritos seus por, em pouquíssimos parágrafos, já ter me feito despertar várias emoções, seja de empatia pelo rapaz, seja de ódio aos seus sequestradores. Me ocorreu até uma ideia de, imaginando uma história maior se formando, o garoto se tornar o antagonista da história. Motivos para querer fazer a limpa na humanidade ele tem de sobra. E até já concordou em dar conta dessa tarefa, né? XD hahah

 

É isso, Mark. Parabéns pelo conto, e já fico no aguardo do próximo!

 

Abração!

 

Obrigado pelas boas vindas e realmente me empolguei a voltar a escrever, mesmo que através de textos rápidos e inicialmente sem tanta ligação. Acho melhor manter assim por enquanto, para evitar de deixar coisas pela metade e escrever só o que me der na telha haha

 

O conto em si faz parte da minha ideia de uma visão dark e mais 'real' de Sailor Moon haha A grande verdade é que não vai ter NADA a ver com SM em si, só terá uma ou outra referência que usei como base da história.

 

E fico feliz que não só você, mas outras pessoas disseram que consegui despertar emoções em pouco tempo. A ideia era essa e fico realmente lisonjeado de ter conseguido.

 

A grande verdade é que eu SEI que poderia tê-lo feito melhor, mais longo e mais elaborado. Mas sei que se segurasse o texto por mais tempo e ficasse mexendo nele no final perderia a vontade e deixaria de publicar haha

 

Obrigado, Re.

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Olá Mark.

 

Já fiz os principais comentários em áudio, então nem vou me esticar muito aqui. Apenas comentando para deixar registrado aqui no fórum.

 

Então, essa fic me deu muita agonia, o que mostra que descrevesse bem os cenários e soubesse transparecer o sofrimento do protagonista. Estupro e terror não são coisas boas aos olhos de ninguém, ao meu ver, o que aumenta o sentimento e interação com o personagem, porque criamos empatia com o horror que ele possa estar sentindo.

 

O desenvolvimento todo é misterioso. Em nenhum ponto temos a certeza do que está para acontecer. A hora que apareceu o velho estuprador foi tensa, mas logo fomos transportados junto com o personagem para outro mundo, com uma entidade usando ele.

 

Isso denota uma construção de um eventual antagonista, com forças e motivações críveis para odiar a humanidade e as divindades. Ele foi abandonado e sofreu com isso, por que se importar com os outros?

 

A cena final foi tensa e macabra, com todos sendo devastados pela vingança do garoto, que se tornou a arma da mulher misteriosa.

 

Ele a chamou de mãe... mãe mesmo ou contendo um outro significado, indicando que ela gerou os novos poderes dele? Interessante.

 

E era o começo... começo de que?

 

Bem Mark, o resto do comentário está no áudio, mas destaquei aqui os pontos principais.

 

Um abraço

 

Desde de seu primeiro comentário, no whastapp, eu já estava feliz pela ideia de ter conseguido te dar mesmo que um pouco de agonia e 'medo'. A ideia de estupro, principalmente de um menor realmente é inconcebível e eu imaginei que qualquer um se sentiria desconfortável em ler isso, por isso tentei ao máximo mostrar o prisma de desespero, sem precisar ser tão literal. Acho que consegui.

 

Sobre as motivações, você tem razão. Ele sempre viveu uma vida maldita e pobre ao lado da família. Sofreu muito desde jovem e passou por tal situação traumática. Eu diria não só que ele tem motivos para se tornar um monstro em potencial, mas também que grande parte dele morreu naquele navio. Agora o que restou dele talvez não seja o melhor.

 

A ideia de 'Fim' e depois 'Começo' vem de uma musica que eu sou apaixonado e achei que caberia muito bem aqui.

 

Obrigado Ninos

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Muito bom conto.

 

Seus textos possuem uma identidade bem sensitiva. Digo isso porque a todo instante, desde o começo, foi facilmente perceptível a empatia que foi gerada pelas condições incomuns que o garoto estava submetido, bem como a todo o terror e angústia que sentia. Em poucas linhas você conseguiu estruturar um background razoável para o personagem principal, denotando com eficiência o que ocorreu para ele estar amarrado, e também se preocupou em mostrar um pouco da dinâmica dos estupros, o que é interessante de se ver pela progressão da história, mas nojento de se imaginar por ser um ato hediondo (ainda bem que não descreveu os detalhes).

 

O segundo trecho muda totalmente de atmosfera. Sempre acho pertinente ver menções ao Cristianismo em histórias assim e seria muito divertido se você abordasse essa crença de maneira fantasiosa, fico imaginando que seria bem viável. Bem, quando comecei a ler sobre a mulher que ofereceu uma segunda chance ao rapaz, imediatamente associei a Lilith, Rainha dos Demônios, mas o epíteto de Lua Nova e outros aspectos me fizeram desistir da teoria e imaginar algo original. O fato do garoto chamá-lo de "Minha mãe" me pareceu ser apenas pelo fato dela estar ali acolhendo-o em momento de carência, como se aquela figura estivesse confortando-o como uma mãe o faria, mas acredito que a ambiguidade tenha sido proposital.

 

E o último trecho é o desfecho, mostrando uma reviravolta bem articulada unificando os dois trechos anteriores. Tive a mesma impressão do monstro no final ser um Kraken, mas volto a frisar que desejo que seja uma referência ao Cristianismo, então vou apostar em Leviatã. E inclusive, as descrições do garoto tendo o corpo realizando feitos originalmente impensáveis a um ser humano comum me remete a casos de possessão demoníaca.

 

Uma pena que tenha acabado. Desejaria muito uma continuação. Aliás, esqueci de comentar, mas o simbolismo da frase inicial e final do conto me chamou atenção. "Era o fim" e "Era o começo" inseridos de forma inversa a progressão textual trouxe uma reflexão legal acerca do quanto uma única ação (a da "Lua Nova") pode ser o estopim que determinasse um recomeço na vida do jovem rapaz, conquistando a sua vingança.

 

Fico bem feliz MESMO que os três que leram o conto focaram bastante na ideia de que consegui em poucas linhas passar todo o sentimento e angustia do personagem. Acredito que acertei em cheio da forma que gostaria. Apesar de imaginar e saber que poderia fazer melhor... Bem, eu não escrevi detalhes do estupro do garoto, mas é fato que tudo que escrevo se passa na minha mente e por momentos eu mesmo queria não pensar muito no assunto. Mas sou refém do que escrevo as vezes, então ao menos conseguir diminuir o impacto de algo tão degradante.

 

A ideia da mãe foi pela ideia de 'renascer' como outra coisa. E também com a ideia de apoio e proteção. Bem, realmente não foi algo literal, mas emocional mesmo. Gosto bastante de ideias de coisas que vieram da bíblia. Existia isso em Guardiões de Gaia e também em outras diversas histórias que tenho em mente. O universo que estou criando de onde esse conto faz parte tem uma influência grande de coisas da biblia. A mulher em si relatarei mais para frente. Espero que goste.

 

Nem Kraken, nem Leviatã. Na realidade o monstro é a união de vários peixes de tornando um só corpo. Então ele não existe um nenhuma mitologia e sim foi criado naquele momento pelo garoto. O garoto não foi bem possuído, mas algo dentro dele mudou sim XD

 

A ideia de Era o Fim e Era o Começo veio de uma musica que amo e sabia que se encaixaria bem aqui. Minha ideia era mostrar que o conto em si era morte e renascimento. Não literal, é claro, como mostra o conto, mas de outras formas.

 

Obrigado Gu.

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Bueno aqui vou eu...

Primeiramente quero elogia-lo por se basear em uma música tão bela para criar seu conto.

Segundo... Eu não conseguiria escreveu de primeira assim é já publicar kkkkkkk... Para meu texto ficar bom preciso de muitas revisões... Logo entendo que isso é uma grande habilidade.

Mas vamos que interessa.

A situação como um todo é bem tensa e chocante... Os primeiros parágrafos nos inserem no ambiente, Absolutamente tétrico e repulsivo com facilidade.

E Quando li que ele só tinha doze anos fiquei ainda mais incomodado... No bom sentido. Pois a leitura me prendeu e me convenceu. A desolação da criança em desejar a morte mais que tudo, em se culpar, por mais que tivesse feito aquilo apenas por estar faminto.

Traz uma inquietação... Uma aflição. Mas não pesa muito porque é verossímil.

A situação acredito ser a pior possível... Ser violado e torturado dia a dia sem saber quando terá fim.

Um dos pontos altos foi a visão. A cena foi bem emblemática e bem feita. Deu para sentir todo o seu desespero em fugir e sair dali não importava o custo. E assim depositou toda a sua esperança na mulher. Quando a chamou de mãe, renasceu. Gosto de referências cristãs pois as vejo muito belas e cheias de significado.

Acordou renascido, e pôde infligir ao seu agressor tormento similar ao que sofria. Pois agora usava o corpo do velho, impondo a sua vontade...

 

Por meios e fins diferentes claro.

Depois o final. Fiquei surpreso. Voltei a ler para ver se não tinha deixado passar nada. Acabava sem respostas mas deixava muita curiosidade sobre este universo.

Não pude deixar de fazer um paralelo com uma parte de minha fic... Tem pontos legais em comum. Nem sei se lembra disso.

 

Li os comentários e concordo. Apesar de ter gostado muito da fic acho que vc poderia ter ido ainda melhor. Mas de melhoria mesmo. Só vislumbro uma. E n sei se seria algo melhor ou apenas mais do meu gosto. Achei que o final foi de repente. Acho que poderia ter alongando mais esse trecho de fora do barco. Mostrado mais o sofrimento dos outros homens. Queria ver kkkkkk.

Até bolei uma teorias sobre a mãe e toda a história... Depois te conto se quiser.

 

Excelente trabalho e não pare.

 

 

Abraço!

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Bueno aqui vou eu...

Primeiramente quero elogia-lo por se basear em uma música tão bela para criar seu conto.

Segundo... Eu não conseguiria escreveu de primeira assim é já publicar kkkkkkk... Para meu texto ficar bom preciso de muitas revisões... Logo entendo que isso é uma grande habilidade.

Mas vamos que interessa.

A situação como um todo é bem tensa e chocante... Os primeiros parágrafos nos inserem no ambiente, Absolutamente tétrico e repulsivo com facilidade.

E Quando li que ele só tinha doze anos fiquei ainda mais incomodado... No bom sentido. Pois a leitura me prendeu e me convenceu. A desolação da criança em desejar a morte mais que tudo, em se culpar, por mais que tivesse feito aquilo apenas por estar faminto.

Traz uma inquietação... Uma aflição. Mas não pesa muito porque é verossímil.

A situação acredito ser a pior possível... Ser violado e torturado dia a dia sem saber quando terá fim.

Um dos pontos altos foi a visão. A cena foi bem emblemática e bem feita. Deu para sentir todo o seu desespero em fugir e sair dali não importava o custo. E assim depositou toda a sua esperança na mulher. Quando a chamou de mãe, renasceu. Gosto de referências cristãs pois as vejo muito belas e cheias de significado.

Acordou renascido, e pôde infligir ao seu agressor tormento similar ao que sofria. Pois agora usava o corpo do velho, impondo a sua vontade...

 

Por meios e fins diferentes claro.

Depois o final. Fiquei surpreso. Voltei a ler para ver se não tinha deixado passar nada. Acabava sem respostas mas deixava muita curiosidade sobre este universo.

Não pude deixar de fazer um paralelo com uma parte de minha fic... Tem pontos legais em comum. Nem sei se lembra disso.

 

Li os comentários e concordo. Apesar de ter gostado muito da fic acho que vc poderia ter ido ainda melhor. Mas de melhoria mesmo. Só vislumbro uma. E n sei se seria algo melhor ou apenas mais do meu gosto. Achei que o final foi de repente. Acho que poderia ter alongando mais esse trecho de fora do barco. Mostrado mais o sofrimento dos outros homens. Queria ver kkkkkk.

Até bolei uma teorias sobre a mãe e toda a história... Depois te conto se quiser.

 

Excelente trabalho e não pare.

 

 

Abraço!

 

Então, o próximo conto também será baseada em uma musica do nightwish hahaha vamos ver se você vai saber qual é também.

 

Sobre escrever e publicar... É assim ou nada hahaha Sei que se enrolo demais eu acabo não fazendo, então preferi fazer dessa forma. Agora sei, por exemplo, que poderia ter feito o conto melhor, mais longo e mais descrito e tenebroso, mas provavelmente seu destino seria o limbo e nunca iria sair no papel, então melhor assim haha Quem sabe no futuro não reescrevo eles melhor?

 

O engraçado de tudo é que esse personagem já havia sido criado, mas eu não tinha pensado em como eu faria ele surgir, e acabei que decidi escrever enquanto ouvia Poet hehe É claro que usar essa base facilitou um pouco a ambientação, mas fiquei feliz com o resultado, mesmo sabendo que poderia ter sido melhor.

 

Fico feliz de ter conseguido passar essas emoções negativas haha A ideia era essa mesmo.

 

Sobre o fim, é onde acho que realmente pequei. Poderia mesmo ter descrito mais esse fim, ter dado um suspense maior e deixar as coisas um pouco mais claras e impactantes, acho que falhei um pouco e vou tentar melhorar na próxima hehe Acho que corri demais pra finalizar e deixar as coisas nas entrelinhas que na realidade acabou se voltando contra mim haha

 

Sobre as teorias quero saber sim haha

 

Obrigado Edu!

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Mercúrio

 

E foi assim que ele despertou seu poder.

 

O carro estava numa velocidade alta, mas não além do permitido por aquela estrada. O cheiro de terra molhada enchia suas narinas, o som da chuva caindo na parte superior do carro parecia música para seus ouvidos. Não era só paixão, era amor.

 

Ele estava ao volante. Ela o observava atentamente, tentando roubar sua atenção. Quando ele a olhava, ela sorria e fazia uma careta. Isso sempre trazia um sorriso ao seu rosto, provavelmente ninguém no mundo poderia medir o quanto a amava.

 

A notícia que havia recebido a horas atrás havia mudado completamente sua vida. Aquela mulher, que para ele era tudo em sua vida, lhe revelara que deixariam de ser dois, para serem três. Ela estava gravida. Ao saber da novidade, ele chorou de alegria.

 

Fazia apenas uma semana que juraram no altar que ficariam juntos para todo sempre.

 

Ele observava os lábios dela e era como se os sentisse nos seus. Observava seu corpo e recordava apenas do paraíso que era estar sobre ele. Mas ele sempre se pegava olhando para a barriga dela, não havia nenhuma saliência ainda, o bebê tinha somente algumas semanas, mas ele sabia que estava lá. Seu herdeiro, seu sangue e o fruto deles dois.

 

A única coisa que ele podia pensar e sentir naquele momento era que ele precisava fazer com que o mundo fosse um lugar melhor para ela e para seu filho. Ah, como ele estava feliz. Marco começou a rir.

 

- O que foi? – Ela disse também sorrindo, mas sem saber o porquê.

 

- Você me disse que deveríamos viver da forma que achássemos melhor, não é? Seu sonho não era viajar ao redor do mundo? E se fizéssemos isso? Eu toparia.

 

- Hahaha. – Ela começou a rir. – Ah, seria maravilhoso. Sem dúvidas. Mas sabe que isso seria impossível, né.

 

- Amor... – Ele soltou uma das mãos do volante e tocou seu rosto. – Eu faria tudo por você. Eu te daria tudo...

 

Ela colocou sua mão sobre a dele e ela era quente como o verão. Macia como a primavera.

 

- Você já é tudo o que eu preciso. – E ela sorriu. E até hoje, para ele, foi a coisa mais bela que já viu em sua vida. Aquele sorriso o preencheu por dentro. E o despertou.

 

Eu, Marco, te recebo Juliana e te prometo ser fiel, na alegria e na tristeza;

 

O solo molhado, se transformou em gelo. As gotas de chuva se tornaram pedras de gelo.

 

Na saúde ou na doença;

 

Ele retomou sua mão ao volante, tentou frear, mas o carro perdeu o controle e capotou. Enquanto o carro girava, ele só conseguia pensar nela. Ele só pedia aos deuses para que ela estivesse bem.

 

Amando-te e respeitando-te...

 

O carro enfim parou. Por alguns segundos sentiu medo de olha para o lado, mas sabia que era necessário. Quando a viu, só podia ver sangue. Ela estava jogada para a frente do carro, como se fosse uma boneca, imóvel, destruída.

 

Todos os dias de minha vida.

 

- JU!! Por favor, NÃO!! Por favor!!!!

 

Ele sentiu ela mexer um dos braços e ele se aproximou, metade da face dela estava destruída.

 

- Viva... – Ela conseguiu dizer, sem forças. – Esse mundo é tão... Bonito.

 

Ele via ela forçar um sorriso, que o destruiu ainda mais.

 

- Eu vou buscar ajuda, vai ficar tudo bem... Amor...

 

Mas ela já não respirava mais. Ele a observou, sentiu tudo dentro de si quebrar.

 

- Ju... Nâo... Por favor... Nós...

 

E então ele se recordou.

 

- NÃO! MEU FILHO! NÃO, NÃO!

 

Talvez, ninguém no mundo tivesse sentido tamanha dor. Ele só conseguia pensar em seu futuro, ele pensava nos dois juntos ao lado de seu filho. Ele não aceitava. E seus gritos podiam ser ouvidos a distâncias.

 

- MEU FILHO! MEU FILHO! NÃÃÃÃO! – Ele gritou.

 

E então, tudo congelou. O chão foi tomado pelo gelo por dezenas de quilômetros, tudo a sua volta se tornou uma gigantesca torre congelada. O gelo eterno, como diamante, despertou Mercúrio sobre aquele homem.

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Oi Mark!

Mais um one Shot extremamente pequeno e bem escrito, para variar, e que nos prende do início ao fim. Acho bem boa a tua capacidade de extrapolar os sentimentos dos personagens, fazendo com que o leitor os absorva de maneira crível.

A previsibilidade foi algo marcante e com certeza proposital. Já se esperava que aquele amor infinito iria acabar de forma trágica. Estava tudo caminhando para isso. Mas, por ser previsível, que eu me senti agoniado, porque já tinha criado uma empatia instantânea com os personagens, e ter quase certeza que ela iria morrer me deixou apreensivo.

Quando ele tirou a mão do volante mesmo... fedeu! Foi tenso! Ele falando que iria salvá-la, ela mandando-o ser feliz, viver a vida. Ele pensando no filho. Toda a vida que construiu se perdendo. Foi bem triste.

De acontecimentos, não houve muitas coisas além, só o despertar.

Aliás, esse despertar me pareceu muito... rápido! Em contrapartida com todos os sentimentos que foram apresentados, achei que, neste caso, não ficou muito legal. Ela morreu e, do nado tudo virou gelo. Achei que houve algo muito brusco, que perdeu o sentimento e o impacto da transformação. Isso foi refletido bem no one shot anterior, mas não gostei muito do que foi feito nesse, com relação ao despertar.


No mais é isso Mark, um abraço

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Oi Mark!

 

Mais um one Shot extremamente pequeno e bem escrito, para variar, e que nos prende do início ao fim. Acho bem boa a tua capacidade de extrapolar os sentimentos dos personagens, fazendo com que o leitor os absorva de maneira crível.

 

A previsibilidade foi algo marcante e com certeza proposital. Já se esperava que aquele amor infinito iria acabar de forma trágica. Estava tudo caminhando para isso. Mas, por ser previsível, que eu me senti agoniado, porque já tinha criado uma empatia instantânea com os personagens, e ter quase certeza que ela iria morrer me deixou apreensivo.

 

Quando ele tirou a mão do volante mesmo... fedeu! Foi tenso! Ele falando que iria salvá-la, ela mandando-o ser feliz, viver a vida. Ele pensando no filho. Toda a vida que construiu se perdendo. Foi bem triste.

 

De acontecimentos, não houve muitas coisas além, só o despertar.

 

Aliás, esse despertar me pareceu muito... rápido! Em contrapartida com todos os sentimentos que foram apresentados, achei que, neste caso, não ficou muito legal. Ela morreu e, do nado tudo virou gelo. Achei que houve algo muito brusco, que perdeu o sentimento e o impacto da transformação. Isso foi refletido bem no one shot anterior, mas não gostei muito do que foi feito nesse, com relação ao despertar.

 

 

No mais é isso Mark, um abraço

 

Perdão a demora Ninos, essa ultima semana foi uma onda de problemas pessoais e familiares, que meio que me fizeram ficar meio sem cabeça pra tudo, mas obrigado pela leitura. E sim, a fic foi pequena mesmo. Até demais, acredito que nos próximos farei algo mais longo e especifico, não sei sobre o que ainda. E fico feliz de conseguir novamente transmitir os sentimentos que eu queria passar.

 

Sobre a previsibilidade, fato. A ideia era todo mundo já ter uma ideia de que algo daria errado. O 'exagero' nas emoções, na necessidade que um tinha do outro e nos detalhes era exatamente a ideia de mostrar que algo daria errado. E deu.

 

Sobre o despertar, é por que eu ainda não falei nada de como tudo funciona. Mas a ideia é que a visão da pessoa pela humanidade e pelo mundo em si, quando ocorre de forma extrema faz com que determinadas pessoas despertem. A felicidade do Marco era tão grande, de fazer um mundo melhor, de ver como as coisas poderiam ser maravilhosas, daquele amor intenso que sentia fez com que ele despertasse. ANTES do acidente. Apesar de ficar meio 'no ar', quando descrevi "O solo molhado, se transformou em gelo. As gotas de chuva se tornaram pedras de gelo" foi naquele momento que os poderes dele se despertaram, pelo amor e felicidade e não pela tragédia. Resumindo, ele mesmo que causou o acidente, mesmo sem intenção, é claro. Como ele reagirá a isso, somente na história no futuro mostrará.

 

Bem, obrigado pelas criticas Ninos.

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  • 1 mês depois...

Fala Dih. Tudo bem com vc, espero que sim. Adorei essa ideia sua dos Contos e espero que tudo faça parte de algo maior num futuro.

 

O primeiro conto foi intenso com a historia dividida nas tres partes. O primeiro paragrafo me trouxe uma sensaçao horrivel ao imaginar um menino de 12 anos passando por esse sofrimento, mas no final trouxe algo que queriamos que ocorresse. A vingança do garoto. Cara que historia espetacular. Ele realmente despertou um monstro atraves do sentimento de odio que ele nutriu dos homens que fizeram aquilo a ele, mesmo que, ao meu ver, ele se sentia culpado por estar passando por aquilo de alguma forma.

 

Mas no fim ele passou por cima de qualquer sentimento, deixando apenas o odio daqueles que o fizeram mal e acabou com a vida deles.

 

Gostei demais da historia e do desfecho que ela teve. Pude tirar muitas coisas dela.

 

A segunda historia, mostra que nada em nossa vida em vida. E algo me diz que essa perda tambem ira se transformar num odio na vida do Pai que fica viuvo...

 

Quem sabe ele e o garoto nao se encontram pra frente diante de uma historia maior...

 

Parabens por retomar a escrita. Eu estou criando coragem para voltar a escrever tbm.

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