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Prelúdio: Memórias da primeira Guerra Santa


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Prelúdio: Memórias da primeira Guerra Santa

A primeira guerra santa começa a ser contada. A dura batalha contra Poseidon tem nuances incríveis.

A montagem do exército de Atena, que nasce para o confronto.

A estória antes contada como um gaiden da "Ordem de Serpentário, a lenda dos Guardiões de Atena" ganha espeço solo.

Confira cada ato desse grande conflito.

Acompanhem mais detalhes por nosso blog: http://primeiraguerrasanta-rpna.blogspot.com

Espero que curtam mais essa FANFIC de CDZ.
Phoenix no Ankaa - MF

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A guerra santa entre Atena e Poseidon se desenvolvia. As forças de Poseidon recuavam pelo templo do deus na Superfície da Terra (Sekai) rumo ao Templo Submarino, o último reduto de resistência do deus numa batalha.


Atena rumava vitoriosa com seus cavaleiros e amazonas rumo a fortaleza submarina do seu oponente. A superioridade de seu exército vestido pelas sagradas armaduras forjadas pelos alquimistas lemurianos era evidente, e a deusa sufocara o Senhor dos Mares em sua última chance de vitória.


Cinco Cavaleiros e duas Amazonas da mais alta casta ateniense desceram, confrontaram e venceram os Generais Marinas, elite de Poseidon e sua última linha de defesa.


Ankaa de Phoenix, Lubian de Pavão e Talia de Dragão tinham os arredores dos sete pilares sob controle, e Leo de Áries fazia a guarda pessoal de Atena.


No Salão Principal, sala do trono de Poseidon, o Senhor dos Mares caíra diante Atena, e não mais havia espaço para seu imenso orgulho olimpiano.


Poseidon estava atônito. Ele vira sua conquista sucumbir à força súbita do exército de Atena.


Durantes três anos foram muitas as áreas da Terra que haviam sido anexadas aos seus domínios. Seus generais marinas cumpriram seu papel, e ainda que com dificuldades tornavam-no vitorioso a cada investida.


O deus derrotado teria sua alma selada por Atena, imponente em sua armadura dourada reluzente. Sua força desaparecera.


Poseidon estava caído ao lado de seu trono. Em volta diversas colunas que sustentavam o grande salão estavam quebradas. As imponentes paredes do seu templo talhadas com a imagem do tridente, marca de sua posse, e das sete bestas marinhas, insígnias de sua elite de soldados, estava em cheias de rachaduras a ponto de ruir. A destruição total da grandiosa morada do deus em seu santuário de poder estava prestes a acontecer.


— Está acabado, Poseidon! Afirma Atena. — Seu exército foi derrotado, e é hora de você repousar num sono divino.


Atena apontava Niké, a deusa da vitória, que na forma de seu cetro, sempre acompanhava a deusa da Sabedoria e da Guerra Justa, e garantia o seu sucesso nas batalhas.


— Acabou Atena. O orgulhoso deus estava resignado. — Subestimei sua força e sabedoria. Sua estratégia foi certeira. Os trajes feitos por Lemúria mudaram a guerra a seu favor. Malditos Lemurianos! Fui derrotado mais voltarei!


Como um flash de luz, Poseidon repassa a história da guerra perdida em seus últimos minutos de liberdade.


À MENTE DE POSEIDON


Grande Salão do Imperador ...


Reuniam-se os sete Generais Marinas, e o poder de suas escamas alaranjadas traçavam o caminho da vitória.


Seu olhar corre todos os pontos de combate ...


O gigante Crisaor, que dizimou resistências nas proximidades da Ática com sua poderosa lança dourada, estava ao chão. Sua lança sucumbira ao brilho dourado das galáxias destruídas pela poderosa técnica de Ozir de Gêmeos.


Miriah de Scyla, a rainha das seis poderosas bestas, conquistadora da Grécia, estava esgotada. O escudo do cavaleiro de libra fora a defesa perfeita.


Lytah de Lumnades, mestra da ilusão devastadora das terras baixas sobre o polo sul, não mais estava no templo submarino. Anryu de Cancer pelo portal do sekishikii levara sua alma para o mundo de Hades.


Dimmi, o poderoso Kraken, proclamador da justiça de Poseidon nas terras gélidas ao norte do polo ártico, estava congelado. Sua escama não brilhava mais, pois estava ofuscada pela brilho do pó de diamante que chovia pelas mãos de Aria de Aquário.


O Dragão Marinho, com sua tempestade e maremotos conquistou a costa e avançou o grande continente banhado pelo oceano Atlântico Norte, mas sucumbiu ao fio dos relâmpagos de Aaron, o leão dourado.


Kraig de Cavalo Marinho, o general que a galope tomou o mar mediterrâneo para o hall de conquistas do senhor dos mares, fora derrubado pela estrela vibrante do touro dourado.


Então a mente do deus vem a última general marina, cuja ambição não fora maior que sua consciência do amor de Atena: a desertora Sarah de Sirene. Depois de conquistar as ilhas do oceano Índico e perder a batalha por Lemúria, teve numa rosa branca da amazona de peixes a marca da sua traição.


O deus vê seus guerreiros caídos, e onze cavaleiros e amazonas, com seus trajes consagrados por sua algoz emanando poder exuberante.


Poseidon recorda quando as sagradas armaduras de Atena reverteram o curso da batalha. Quando seus soldados foram devolvidos ao mar pela força de guerreiros forjados por suas perdas pessoais.


Atena compartilhado das recordações de Poseidon lembra-se de seus guerreiros que recuperaram os territórios das mãos do deus dos mares: Tuk de Cerberus no mar Mediterrâneo; Marcos de Cruzeiro do Sul no extremo sul; Sula de Camaleão na parte média das terras banhadas pelo oceano Pacífico; Jeane de Lebre na península do Atlântico Norte; Arthur de Escultor na grande ilha do extremo norte da Atlântico; Nicole de Bússola nas ilhas da porção média do oceano Índico; Adam de Sagitta e Nora de Hydrus nas grandes terras ao norte banhadas pelo oceanos Atlântico e Pacífico prologando até as terras árticas; Leonel de Tucano, Tina de Sextante e Metis de Serpente no grande continente ao centro da terra, separando o Atlântico do Índico; Sobis de Triângulo e Karl de Lyra nas terras geladas a leste do Índico, no oceano Ártico, dentre outros.


Poseidon olha para o extenuado Leo de Aries, que coberto pela a poeira estelar o enfrentou em defesa de Atena. As marcas em sua testa causaram a ira do Senhor dos Mares.


— Lemurianos ... Malditos lemurianos. Esbraveja Poseidon com que restava de suas forças. — Resistiram a todos os meus ataques, e ainda criaram as armaduras para Atena.


Leo, Ankaa, Talia e Lubian, ambos lemurianos, sentiram um mal pressentimento varrer suas mentes.


— Vou acabar com vocês! Gritou Poseidon.


Muito fraca sua alma sugada pela ânfora de Atena. A deusa corta seu dedo com parte interna e pontiaguda do báculo e escreve seu nome em pedaço de tecido que pedira a Leo. Com esse selo Poseidon estaria inativo por muitas gerações.


O Templo Submarino ia se desintegrando, visto a inexistência do enorme cosmo do deus que agora estava selado.


Atena convoca seus cavaleiros e amazonas, que apoiando os guerreiros já sem o poder de suas escamas caminham ao encontro de sua deusa.


Sarah e Ted tinham seguido caminhos diferentes. Sarah já havia saído do Templo Submarino, após ser perdoada por Régia de Peixes, e Ted desaparecera após perder sua escama.


Reunidos Ozir de Gêmeos; Aaron de Leão; Ian de Libra; Anryu de Cancer; Ária de Aquário, gravemente debilitada após intensa batalha e apoiada por Ankaa de Phoenix; Teneo de Touro; Régia de Peixes; Lúbian de Pavão, Talia de Dragão e Leo de Áries, com o brilho de seus cosmos intensificados pelo poder de sua deusa, abriam espaço entre os destroços do templo para a passagem de Atena e da alma de Poseidon selada.



ATENA TRIUNFA SOBRE POSEIDON. ONZE GUERREIROS FECHAM A GUERRA SANTA QUE ABRE AS DISPUTAS PELO DOMÍNIO DA TERRA. A HISTÓRIA COMEÇA A SER CONTADA.

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Ato 001 - O legado do Senhor dos Mares

A alma de Poseidon antes de deixar seu corpo, a fim de preservá-la a envia a certo lugar na Terra.
Região da Ática – Costa do mar Egeu
Retornando de difícil dia no mar, onde muito pouco pescado foi encontrado, Luca e seu irmão Ítalo avistam sobre as águas o corpo de um jovem, e o recolhem ao seu humilde barco. Ele estava vivo, apesar de não responder a nenhum estímulo.
Em casa procuram aquecer o corpo para aumentar a baixíssima temperatura que tinha. Um pescador experiente não teria sobrevivido naquelas condições, e aquilo mais parecia um milagre. Eles contariam com a ajuda de sua irmã Helena para cuidar do desconhecido, repartindo o pouco que tinham.
Na vila de pescadores Luca e Ítalo eram queridos por todos, mas não eram considerados nas decisões, centralizadas nas mãos do pescador mais antigo do local. Após a chegada do estranho essa realidade estava para mudar.
As pescarias de Luca e Ítalo passaram a ser fartas, superiores a de qualquer outro barco melhor equipado. A sorte parecia estar ao seu lado, e um estranho ar de liderança começou a surgir dos irmãos.
Os irmãos passaram a ter um instinto certeiro para grandes cardumes, e passaram a ser seguidos e consultados por todos, proporcionando a vila as melhores pescarias da história.
Com o tempo a confiança de todos a Luca e Ítalo os elevou a liderança do vilarejo. Com a nova liderança a antiga prosperidade comentada por todos retornara.
Helena, muito pacata, cuidava do estranho, e a ele se afeiçoava. Sentia com aquele homem inerte grande identificação, que não sabia bem identificar o porquê. A jovem estava feliz, e sentia como se dentro de si um grande universo estivesse prestes a explodir.
A jovem tinha sonhos com a glória e riqueza, e uma criança cheia de luz como se refletida de um grande lago. Ao jovem perdido Helena dedicava considerável tempo, sentindo-se bem em sua companhia. Sua vida solitária, visto que seus irmãos passavam vários dias no mar, estava mudando com o calor daquela pessoa que mesmo desacordada a enchia de atenção, como se com ela conversasse subconscientemente. A ligação com aquele homem era cada vez mais forte.
Em seu sonho mais impactante Helena dava luz a um menino, que nascia imerso em luz alaranjada. A criança crescia normalmente, mas com a imponente presença da luz que o acompanharia por toda a vida. Em sua velhice ela veria seu filho imponente com vestes metálicas brilhantes.
As vidas de Luca, Italo e Helena eram acompanhadas de longe por um casal, que em certo dia o casal resolveu sair das sombras. Era um lindo dia de sol, na folga da maioria das famílias, e eles visitariam o vilarejo.
— Bom dia! Cumprimenta um cidadão o jovem estrangeiro. — Soube que encontraram um homem desacordado na costa. Poderia ele ser meu amigo desaparecido no mar.
— Sim. Complementa a jovem que o acompanhava. — Somos irmãos e eu procuro meu marido.
A aparência deles impressionava. Possuiam porte aristocrático, e trajavam as mesmas vestes finas do jovem encontrado por Luca e Ítalo. O pescador olhava detalhadamente, em especial Lytah, uma formosa jovem de olhos hipnotizantes.
— Ah sim. Foram Luca e Ítalo. Os levarei até sua casa. Responde o pescador.
A frente da casa os desconhecidos chamam.
— Olá. Cumprimenta a jovem Helena. — Como posso ajuda-los?
— Sou Ted, e essa é minha irmã Lytah. Inicia Ted. — Soubemos que encontraram um jovem no mar. Ele pode ser quem procuramos há meses. — Procuro meu marido. Completa Lytah.
— Ah sim. Podem entrar. Simpatica os convida Helena. — Esses são Luca e Ítalo, meus irmãos. Eles querem ver nosso hóspede. Acreditam que possa ser quem procuram.
Os irmãos cumprimentam os visitantes.
— Muito prazer. Vamos lá! Reafirma o convite seguindo ao quarto onde estava o jovem retirado do mar.
Ted e Lytah, ex Generais Marinas percebem a personalidade de seu Senhor nos irmãos estampada. Chegaram ao lugar certo.
No quarto Ted e Lytah avistam o corpo de Poseidon desacordado em trajes simples, e Lytah faz a sua parte. Aproximando-se do corpo ela encena.
— Oh meu amor! Há meses te procuro.
Helena fica triste, pois se apegara ao jovem desacordado, e ele seguiria com sua família.
Lytah retira um colar com um pingente em forma de tridente, e dá a Helena.
— Quero que fique com isso. Sorrindo Lytah presenteia Helena. — Ele gostaria que ficasse com isso por todo o zelo que teve ao trata-lo.
— Obrigado! Helena estava feliz.
Ted e Lytah se olham, e como se planejassem algo continuam.
— Queremos levá-lo. Diz Ted. — Podemos?
— É claro que sim. Responde Ítalo. — Pedimos a Poseidon que enviasse seus parentes. — E ele atendeu. Completa Luca.
Ted e Lytah percebem a vontade oculta de seu senhor com aquela família, e fazem a Luca, Ítalo e Helena uma proposta.
— Amigos, estou muito agradecida por tudo que fizeram por meu marido. Inicia Lytah. — Temos uma proposta para vocês.
— Proposta? Ítalo estava interessado. — Qual seria?
— Meu marido é dono de uma fortuna em ouro e pedras preciosas. Prossegue Lytah. —Doaremos parte dessa fortuna para vocês recomeçarem. Poderão ser reis do comércio marítimo de peixes. Com líderes e como talento que ouvi dizerem por aí, será um sucesso.
— Os reis do comércio marítimo!? Os olhos de Luca brilharam.
— Sim. Responde Ted. O que acham? É só seguirem conosco. — Há uma mansão a venda no alto de um rochedo em Atenas. Informa Lytah. — Ele pode ser de vocês. Contemplaram a imensidão do mar que será de vocês.
Os três irmãos se entreolham. Helena vê a oportunidade de poder descansar da luta diária daquela pequena morada, lembrando-se das imagens que outrora figuravam em sua mente. Luca e Ítalo pensam na dureza do mar e na chance da riqueza e do poder.
— Sim. Respondem os irmãos em uníssono.
Em poucos dias, após despedidas e votos de sucesso partem Helena, Luca e Italo com sua pequena fortuna a sua nova morada, que Ted e Lytah pessoalmente asseguraram aquisição.
Orientados por Ted os irmãos investem volumes de recursos em barcos e pessoal para a pesca de grandes cardumes, e vão aos poucos se estabelecendo como líderes do mercado marítmo.
Helena teria uma última oportunidade com a quente companhia que a afastou a solidão por meses. O jovem desacordado ressurgiria certa noite em seu quarto, e sua vida mudaria para sempre. Fora a última vez que Helena veria seu antigo hospede.
Desposada de um jovem pescador de sua antiga vila que com seus irmãos mantinha negócios Helena sente em seu ventre a grande explosão de vida que outrora sonhara. Em meses nasceria o primeiro descendente da nova família Solo para a alegria de todos.
A distancia continuavam a observar Ted e Lytah. Os soldados do deus dos mares atendem ao desejo do cosmo de seu Senhor, assegurando a Poseidon o seio da família Solo como domínio permanente.
POSEIDON ESCOLHE SEU REDUTO, E COMEÇA SUA ESTRATÉGIA DE RETORNO. A FAMÍLIA SOLO RECEBE O LEGADO DO SENHOR DOS MARES. SUA VIDA GERAÇÃO APÓS GERAÇÃO NUNCA MAIS SERÁ A MESMA.
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Atena vence Poseidon, mas o tempo provaria que as palavras do orgulhoso deus no local de sua derrota não seriam vazias.


DEZ ANOS DEPOIS


A ânfora de Poseidon estava em uma caverna encravada num rochedo ao lado do Santuário de Atena, chamada de Cabo Sunion. O local era protegido por soldados dia e noite. Era o local onde Atena costumava prender os desertores e traidores do Santuário.


Não muito longe dali havia uma mansão, propriedade da família Solo, a poderosa família regente do comércio marítimo da Terra. Helena Solo, a mais jovem de três irmãos comemorava os quinze anos de sua filha Julia, primeira herdeira do império Solo.


Muitos eram os convidados, dentre eles Sofia Luz e Leo Vaz, vizinhos do outro lado do vale que acabavam de chegar. Sofia e Leo eram moradores misteriosos de uma simples vila com grandes influência na vida e negócios locais.


A vontade, Sofia e Leo seguem pela estranha mansão, carregada com pesada energia um tanto familiar.


— Sejam bem vindos! Recepciona Helena aos vizinhos. — Venham conhecer a aniversariante. Ela está bem diferente da última vez que a viu, Sofia.


— Tenho certeza. Responde a visitante.


Uma bela jovem de longos cabelos cor de fogo, rosto ovalado, olhar enigmático e uma imponente determinação vem ao encontros dos convidados com um farto sorriso.


— Olá. Sejam bem-vindos! Cumprimenta Júlia. — Me lembro de vocês. Sofia e Leo, estou certa.


Sofia estava impressionada com a capacidade de memória da jovem. Ela a vira quando tinha pouco menos de dois anos.


— Boa memoria a sua. Comenta Leo. — Impressionante!.


Leo ganha um sorriso da jovem que se despede para receber novos convidados. Eram velhos conhecidos de sua família, e de Sofia e Leo também.


— Olá Ted e Lytah, que bom que vieram. Comemora a aniversariante. — Demoraram, pensei que não os teria para minha comemoração.


No meio do salão Sofia e Leo veem aqueles que derrotaram junto a Poseidon e confiram a suspeita que os trouxeram ali. A cosmoenergia daquele lugar era do Senhor dos Mares.


A distância Ted e Lytah cumprimentam Sofia e Leo, e seguem para outro lado da mansão. Algo ruim aconteceria naquela noite.


Mais a noite, enquanto se erguiam brindes de felicitações, uma energia estranha envolve a aniversariante, mas apenas poucas pessoas perceberiam.


Uma grande onda de cosmo sai varrendo os mares. Um maremoto de enormes proporções arruína muitas ilhas em todo o mar.


No oceano Pacífico as ondas parecem ainda maiores, mas em um ponto específico, os abalos sísmicos são mais intensos. O estranho fenômeno localizado causa a implosão de uma grande ilha.


Sofia iimpotente pela situação onde se encontrava sabia o objetivo de tal manifestação de poder. Com seu enorme cosmo tenta ajudar os Lemurianos avisando do perigo, junto a Leo que tenta contatar o Gran-Mestre por telepatia.


A instabilidade do clima, com ondas de grande porte quebrando nas rochas além de gerar uma momentânea distração aos convidados que seguiam a grande sacada de pedra, impedia Leo de usar sua telepatia, e ameaçava a segurança da ânfora de Poseidon no Cabo Sunion.


Não podendo expressar plenamente seu cosmo, e dividida entre salvar seu povo e proteger seu selo na ânfora que aprisionava o deus dos mares, Atena olha para Leo que segue para as rochas liberando Atena para salvar Lemúria.


O cosmo de Atena chega a Lemúria devastada, e junto ao poder telepático dos Mestres Lemúriamos sobreviventes transporta centenas de lemurianos para ilha vulcânica próxima.



Atena, Leo, Ankaa, Lubian, Talia e os demais lemurianos a serviço da deusa fora da ilha sentiam milhares de cosmos se findando de uma única vez, e com eles parte de suas vidas se esvaindo. O veretido já era sabido: Poseidon cumpria sua promessa e Lemúria caia pelo esmagador poder do Senhor dos Mares.


Júlia voltava a sua expressão normal, com a redução da explosão do cosmo de Poseidon. Os mares retornavam a sua calmaria. Atena também recuperava sua expressão, e saia sem se despedir. No caminho era informada por Leo de Áries que a ânfora fora protegida, e nenhum soldado havia se ferido gravemente.


Teletransportada por Lubian de Pavão a deusa encontra o Santuário triste e apreensivo com o destino cruel que tiveram tantos irmãos lemurianos.


Pesarosa pelas condições encontradas pelos lemurianos salvos Atena ordena a saída de navios para o resgate de todos para o Santuário. Sallas de Capricórnio e Teneo de Touro cuidariam da segurança do Santuário, e Régia de Peixes juntamente a Ariadne de Aquário, Lyra de Ophiucus, e Lubian de Pavão iriam imediatamente a ilha Kanon para orientar a todos. Diante da situação, por ordem do Grande Mestre todos os cavaleiros e amazonas foram convocados. O grupo liderado por Anryu de Cancer preparava o Santuário e a vila anexa aos templos dourados para receber os sobreviventes.


Atena sabia que os lemurianos sagrados cavaleiros e amazonas tiveram maior chance por sua ligação aos Aurums e Auras, mas sentia-se pesarosa pelos demais.


Na ilha Kanon estava escuro, e a pouca água deixava adultos em condições de saúde precárias, visto a prioridade da água a crianças e pessoas mais velhas. Com a chegada de Atena um grande veio d’água brota formando um grande lago inicialmente muito quente, mas com temperatura ajustada pelo intenso pó de diamante que caia, oriundo o poder congelante da amazona de aquário. A ajuda aos lemurianos chegara pelas mãos de sua senhora.


Ordenadas por Atena Régia e Ariadne seguem para o local onde existiu Lemúria a procura de sobreviventes, enquanto Lubian e Lyra ajudam seu povo.


Passados dois dias chegam os navios do Santuário para a condução dos sobreviventes. O grupo de organiza, mas um pequeno grupo famílias resolve ficar na ilha vulcânica. O povo de Tessalian sempre viveu ao pé do monte Jutsu em Lemúria, e parte das famílias resolve construir sua vida naquelas terras. Com o grande lago formado por Atena a agricultura torna-se possível, e a experiência em recomeçar dos Tessalianos os habilita a desbravar as terras quentes da ilha. Com a opção das famílias os navios seguem em viagem única.


Desejosa de contribuir com seu povo Lubian dirige seu olhar a Atena, que imediatamente compreende sua vontade.


— Fique se desejar Lubian. Permite Atena. — Seu povo precisa de você nesse momento. Retorne quando tudo estiver organizado. O Santuário precisa de você.


— Obrigada, Atena. Feliz responde Lubian, que corre em direção aos seus.


Os navios seguem com três cavaleiros e duas amazonas resgatados com vida da explosão de Lemúria.


No Santuário as condições mínimas de morada estavam arranjadas. Os templos dos cavaleiros/amazonas de ouro, juntamente a casas e abrigos improvisados na vila as cercanias do Santuário estavam de prontidão. Ninguém sabia ao certo o número de pessoas, mas todas teriam abrigo e atendimento. Apenas a área ocupada pela Ordem de Serpentário foi preservada


O Santuário estava de luto, e não podia parar. Muitos precisariam de ajuda, e ainda havia muito a se fazer. A grande perda dos alquimistas de Lemúria seria marcante para as gerações futuras.



POSEIDON CUMPRE SUA PALAVRA E ARRUINA LEMÚRIA, MAS O AGUERRIDO POVO DE ATENA RESISTE E RENASCE DAS PRÓPRIAS CINZAS COMO A PHOENIX, AINDA QUE EM PLENO CALOR VULCÂNICO.

Editado por Phoenix no Ankaa
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  • 3 semanas depois...


No ano do décimo aniversário de Sofia, por definição de Atena, Saulo seguiu para Atenas para preparar o Santuário da deusa.


Ele se despede da sua menina e dá um sorriso a Rose, pessoa que o acompanhava todos aqueles anos no cuidado da reencarnação de Atena daquela época.


Um discreto barco a aguardava no porto de Lemúria. Dentro do barco ele encontraria um rosto conhecido. Era Lily, assistente do Gran-Mestre. Ela era uma jovem estrangeira como ele, mas os traços faciais diferiam de um grego como Saulo. Ela ali surgiria meses depois de Sofia ir para o templo do Gran-Conselho de Lemúria.


Lily tinha a idade de Ankaa e Lubian e sempre se interessou pela estória dos gêmeos estrangeiros como ela em Lemúria. Ela nunca deixou de estar por perto, ajudando-o com Sofia. Sua companhia agradava a Saulo, mas a Rose nem tanto.


Saulo não entende a presença de Lily, mas pelo menos teria companhia, ainda que preferisse a Rose.


A viagem transcorreu tranquila, afinal era um casal. Chegado ao porto em Atenas uma comitiva os aguardava. Celes e Teneo receberam correspondência de Oscar e Iron de Turigia com orientações de ali estar.


— Sejam bem-vindos, Saulo e Lily. Saúda Celes. — Alguém conhecido teu nos informou de sua chegada. Celes direciona sua fala a Saulo. — Por acaso compartilha contigo as estrelas de gêmeos.


— Oscar! Saulo se empolga. — Como ele está? Há tanto tempo não sei dele.


— Não sabemos muito bem. Responde Teneo. — Ele recruta guerreiros por Atena há bastante tempo. Ele pediu para organizarmos esse espaço até sua chegada.


— A aparência não deixa dúvidas. Ahahaha. Diverte-se Celes.


— Sem falar que o Gran-Mestre nos informou do retorno de nossa querida Lily de Águia.


Saulo se assusta.


— Você? ... Saulo se admira. — Nunca percebi a águia.


Lily sorri.


— Meu mestre me enviou secretamente para a guarda de Atena. Responde Lily. — Não poderia me revelar. Nem mesmo para você como pai da menina. Creio que Rose já sabia.


Celes e Teneo se entreolham.


— Mas ... Inicia Teneo. — Vamos andando. Há muito o que preparar para a chegada de Atena. São muitos guerreiros sob seu comando como Grande Mestre.


Saulo arregala os olhos.


— Grande Mestre?! Admira-se o gêmeo sentindo o peso da responsabilidade.


Saulo levanta a cabeça e começa sua liderança.


— Vamos Celes de Virgem, Teneo de Touro e Lily de Águia. Ordena o Grande Mestre Saulo. Em breve teremos a Phoenix e o Pavão.


Celes sorri.


— E não se esqueça da nova geração do Gêmeos, com todo o respeito. Afirma Celes. — Em breve eles honraram da família consagrada a Atena.


Todos caminham em direção a um belo templo com a estátua de Atena com Niké nas mãos.


No caminho gerreiros em treinamento, e em execução de tarefas diversas percebiam o cosmo de Saulo, e o reconheciam como líder representante de Atena, conforme fora dito por Teneo e Celes. Enquanto Saulo passava todos cochichavam.


Na escadaria do templo, aos pés da monumental escultura de pedra da deusa, manifesta-se Saulo reunindo a todos.


— Reunan-se Guerreiros de Atena!


Todos pararam suas atividades e se aglomeraram para ouvir o desconhecido tão comentado no templo nas últimas semanas.


— Nossa deusa Atena em breve virá a seu templo. Inicia Saulo. — Em um ano prepararemos esse espaço para ser digno de Atena. Aqui será o forte da batalha que virá.


Todos olhavam atentos as palavras do Grande Mestre Saulo, que chama Celes, Teneo e Lily com um movimento de cabeça.


— Suas atividades e treinamento serão intensificadas a partir de hoje. Prossegue o Grande Mestre. — Celes, Teneo e Lily serão os responsáveis por tudo. Obedeçam suas ordens. Obediência é a primeira regra no campo de batalha, e acreditem estamos a poucos passos de ser soldados em meio de uma grande guerra.


Saulo levanta o braço e grita no silêncio de prédios inacabados e pedras: — Por Atena!


Empolgados e ao mesmo tempo com medo por tudo o que ouviram todos repetem as palavras e o gesto de Saulo. Com a visão dos braços levantados como marca do comprometimento de todos, Saulo sente novamente o peso de sua responsabilidade. Ele sai e deixa a todos com seus comandantes ordenados.


As semanas se passam e Saulo percebe que as constelações da elíptica solar, banhadas pela luz do sol, tinham seus protegidos com maior força, conhecimento e habilidade de manipulação do cosmo. Por isso resolveu atrtibuir a estes atenção especial. Celes e Teneo estavam entre esses guerreiros mais capacitados.


Saulo procurou no céu o brilhar das estrelas, e percebeu que todas brilhavam de forma especial. O mesmo era visto por boa parte das constelações ao norte e ao sul da elíptica. Era grande o potencial dos guerreiros espalhados ao redor da Terra.


O quartel general de Atena era construído pouco a pouco, e certo dia em sua ronda Saulo vê um guerreiro em treinamento ajoelhado aos pés da estátua de Atena fazendo suas preces. Ele aguarda calmamente ao fim daquele momento de fé, e interpela o soldado.


— Soldado! Chama a atenção Saulo.


O jovem estava nervoso diante do líder de todo aquele ambiente. Ele respira fundo e responde com a cabeça. Os olhos dele brilhavam.


— Suas preces serão atendidas, se a Atena foste sincero. Afirma Saulo. — Atena é misericordiosa e sempre atende aqueles que a honram.


O rapaz com a mão na nuca mexe no cabelo.


— Espero. Responde o soldado.


— Que bom que se sente a vontade nesse lugar inacabado cheio de esforço e duro treinamento. Responde Saulo sorrindo. O Grande Mestre estava feliz com os frutos da grande vontade divina de Atena naquele lugar.


O jovem sorri e complementa


— Todos os dias após o trabalho e treinamento sinto que minhas forças são renovadas, como se na porta do alojamento houve uma fonte de nova energia pronta a ser gasta. É assim todo dia. Dou o melhor de mim, pois sei que dia após dia terei a energia que preciso e não preciso guardar.


Saulo sorri.


— Essa energia meu jovem é a cálida cosmoenergia de Atena, que honra seus guerreiros que trabalham para sua glória. Explica Saulo. — Gaste tudo o que tem, e terás sua cota reposta. Esse é o amor de nossa deusa guardiã.


O soldado sorri , e sinaliza que compreendera com a cabeça.


— Venho agradecer. Continua o jovem. — Queria fazer desse local um santuário para Atena, que com esse amor nos acolhe.


Saulo vê o Santuário de Atena como um lugar agradável a todos os guerreiros, e percebe que essa é sua verdadeira função como Grande Mestre ao lado da deusa.


— Você acaba de fazer, meu jovem! Afirma Saulo. — Esse é o Santuário de Atena, pois seu cosmo preencherá todo o local, e não sobrará afago a quem lhe for fiel.


O jovem fica feliz pois sente que suas palavras contribuíram para algo.


— Qual é o teu nome rapaz? Saulo estava curioso.


— Silas. Responde o jovem. — Venho há muito tempo procurando por um ambiente assim. Estou empolgado.


Saulo sente que aquele soldado seria muito útil ao exercito de Atena, e percebe o pulsar de uma estrela.


— Vá para o descanso, Silas. Ordena Saulo. — Amanhã será um longo dia, especialmente para você.


O jovem Silas se vai, e Saulo se recolhe. Em sua cama ele busca a estrela que brilhou outrora, e encontra a constelação de Hércules. A sua busca por conhecimento fora curta, mas bastante esclarecedora.


O dia amanhece e recomeçam os treinamentos. No início da manhã aparece Saulo ao campo dos soldados, e todos se empolgam pela presença do Grande Mestre. Ao vê-lo Silas se lembra de suas palavras e sorri.


— Hoje mais do que nunca darei o melhor de mim ... Pensa Saulo.


Ao lado de Teneo e Celes, Saulo vê que próximo a Silas havia uma ruina de pedra. Ele consulta Celes sobre o jovem.


— Celes, como está o desenvolvimento de Silas?


— Ele tem potencial, e já tocou o cosmo, mas ainda falta realizar o milagre de queimá-lo ao máximo. Responde Celes. — Ele só precisa de um estímulo a mais.


Saulo com seu poder telepático move a pedra do topo da ruína e ela balança. Celes e Teneo percebem o perigo, mas são contidos por Saulo.


A pedra inicia sua queda. Silas percebe o movimento da ruina, e vendo que ela ameaçaria a muitos queima seu cosmo, se aproxima do ponto de queda, e com a força de seu punho estoura a pedra em pedaços.


Todos se impressionam com a força do punho de Silas. Silas não acreditava no que acabara de fazer, e ainda estava parado em meio ao olhar de todos. Saulo desce até o pátio da arena e toca o punho de Silas.


— Depertaste o cosmo. Afirma Saulo. — Continue a treinar e estará na linha de frente do exército de Atena. O guerreiro de Hércules acaba de nascer nessa Terra. Treine o punho de Hércules.


Saulo sai, e antes que desapareça da arena fala a todos.


— Treinem com fervor, e façam de suas tarefas parte do treinamento. A disciplina do trabalho é elemento chave do equilíbrio do cosmo.


Todos ficaram empolgados. Silas foi tomado como exemplo, e a esperança retorna aos corações daqueles que estavam desistindo.


Saulo percebe que sua presença dava a todos mais confiança, e em meio aos preparativos da chegada de Atena Saulo se fazia presente no Coliseu, espaço que ia sendo construído como local de treinamento e onde os novos despertares de cosmos aconteciam.


SAULO ORGANIZAVA O SANTUÁRIO DE ATENA, JUNTO A CELES DE VIRGEM E TENEO DE TOURO. O DIA DA CHEGADA DE SOFIA, A REENCARNAÇÃO DE ATENA, SE APROXIMAVA PARA A GRANDE ESPECTATIVA DE TODOS.

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  • 3 semanas depois...


LEMÚRIA


Rose cuidava de Sofia, assistida diretamente por Assis de Casparian, Gran-Mestre de Lemúria, mas dias antes da menina Sofia tomar conhecimento de sua responsabilidade como Atena a deusa visita Rose.


Uma aura capaz de recobre Lemúria, e os mestres alquimistas sabiam de quem se tratava a visita. Desta vez eram os aposentos de Rose o foco cálida cosmoenergia de Atena.


— As suas ordens, Senhora Atena. Antecipa-Rose.


Assis também fora contatado por Atena. Como tutor da família de Atena na Terra, ele acompanharia os acontecimentos daquela ocasião.


Em outro local da Terra, outras pessoa também entraria em sintonia com aquele momento, era Saulo. O Gêmeo fora contatado diretamente a Rose, e nenhum dos dois estava surpreso.


— Rose, tenho uma importante missão para você. Inicia Atena. — Darás a luz a pessoa a pessoa que junto a mim mudará os rumos da história nesta era.


— A disposição, minha Senhora. Prontifica-se Rose.


— Darás a luz ao segundo filho e Marah e Saulo.


Rose que até então estava tranquila fica preocupada. Ela lembra-se de tudo o que passara nos primeiros anos cuidando de Sofia, em especial quando duvidavam de sua honestidade ao se declarar não esposa de Saulo. A ferida fechada pela curta memória das pessoas acabava de se abrir. A mudança no semblante alegre que recebera Atena traz um sorriso no rosto da imagem da deusa.


— Não se preocupe Rose. Atena tranquiliza. — Não serás julgada por ninguém. Partirás junto a Sofia ao continente. Encontrarás Saulo. Nascerás Tales, e você e Saulo serão os pais do menino. A vocês está reservada a felicidade.


Rose ainda estava preocupada. Tinha receio de ser rejeitada por Saulo.


Atena toca o ventre de Rose e um novo pulsar de vida é sentido em vários locais da terra: em Lemúria, em Atenas. Por um instante um forte cosmo foi sentido por todos os guerreiros de Atena.


Rose sentiu em seu ventre toda a força do novo ser que ali habitava. A alma especial trouxe energia nova a jovem, que agora expressava um belo sorriso.


A aura de Atena se dissipa, e já distante deixa a Rose uma última mensagem.


— Tales terá teus olhos azul turquesa. Ele será seu filho com Saulo. Você tem o aval de Mariah, eu garanto.


Os dias passam, e é chegada a hora da partida de Sofia ao continente. O Gran-Mestre entrega Rose a Melias de Tessalian e seu filho Ankaa. Por ser sua vizinha de província Melias tinha Rose como uma filha. Ele toca o seu ventre para sua surpresa.


— Cuide bem de nosso futuro. Recomenda Melias. — Saulo é um bom homem. Ele te fara feliz e te trará conforto.


— Cuidarei sim, cuidarei. Responde Rose.


Ankaa vem ao seu encontro de Rose e Sofia, e respeitosamente pega a mão de Rose conduzindo-as para o navio que seguiria a Atenas. Ele sorri para Sofia, menina que acompanhou desde o nascimento de Tessalian.


Durante a viagem um discreto cosmo acompanhava a comitiva ao longe. Sua energia calma e amigável faz perceber que transcenderia o tempo a observar a todos. A cosmoenergia oculta preocupa Ankaa, mas não abalam Melia. Vendo a tranquilidade de seu pai e mestres o jovem apenas monitora a energia sentida.


CHINA


Distante dali, nas terras montanhosas a leste do oceano Pacífico, Roshi a tudo acompanhava. O tigre e o dragão estavam no caminho do perfeito equilíbrio. Talia, sua filha, estava ao seu lado observando tudo por seus olhos.


— Melias, meu velho amigo. Pensa Roshi. — Sempre presente ao dever.


ATENAS

Chegado a Atenas, um homem com capa e capuz recebe os viajantes. Ele faz as amarrações do navio ao cais, e recebe a tripulação. O porto ficava oculto, numa baia atrás do templo de Atena.


Melias sai primeiro e cumprimenta seu anfitrião junto ao calmo olhar de Ankaa, que mais atrás aguardava com a mão estendida as duas tripulantes restantes. Rose e Sofia saem e pelas mãos de Ankaa são entregues ao misterioso homem. Por traz do tecido o homem estava radiante.


Rose olha para a pessoa e sorri, e ele toca seu ventre.


O clima bom é interrompido pela percepção de um grande cosmo que se aproximava. O homem segura a mão de Rose e abraça Sofia, observando Melias impassivo como se conhecesse o dono daquela forte cosmoenergia. Seu capuz cai e todos podem confirmar a identidade do anfitrião do momento, Saulo.


— Melias, conhece esse cosmo? Não se contem Saulo. — Por que não se mexe?


O cosmo se materializa ao lado de Melias. Um homem da idade de Melias, e uma jovem da idade de Ankaa surgem. As auras do tigre e do dragão pairavam sobre suas cabeças numa ciranda infinita.


Ankaa se empolga com a presença da jovem.


— Talia?! Ankaa estava animado. — Quanto tempo?


Talia dá um sorriso amarelo.


— Oi Ankaa! Cumprimenta a moça. — Faz muito tempo, você cresceu.


Saulo percebe a semelhança entre os quatro.


— Vocês ... Inicia Saulo, quando o Melias o interrompe.


— Somos irmãos. Completa Melias. — Roshi saiu de Lemúria pouco antes do nascimento de sua Sofia.


— Mas ... Saulo estava confuso.


— Saímos de Lemúria pois soubemos que da linhagem de vocês, estrangeiros, veio a menina Atena. Continua Roshi. — Alguém precisava acompanhar a história de Sofia e Atena a distância.


Saulo estava atento a tudo que ouvia, e Sofia atenta a todos. A menina interrompe o diálogo.


— Qual constelação brilha junto com vocês? Indaga. Sofia já não mais se comportava como uma simples menina.


— Libra e Dragão, Senhora Atena. Responde Talia.


— No céu sinto o pulsar da constelação de Altar. Responde Melias.


Saulo estava orgulhoso da maturidade de sua filha como Atena, e pensa no porque de não ter percebido tal fato sobre Melias.


Nesse momento harmonioso de reencontro uma intensa cosmoenergia dissipa os pensamento de todos. A aura em forma de pavão se materializa numa bela silhueta feminina. Surge Lubian em reverência a Sofia. Roshi sorri.


Lubian se levanta e olha fixamente para Ankaa e Talia.


— Quanto tempo, Talia! Afirma a Lemuriana. — Mataram as saudades.


Ankaa ri da situação


— Lubian! Admira-se Ankaa que desconversa. — Chegada digna da maior telepata de Lemúria.


Lubian caminha até Ankaa e finda sua saudação com um beijo.


Talia ri, quando um forte cosmo hostil é sentido por todos. Roshi impassivo apenas saúda Lubian.


— Demorou minha jovem. Comenta. Nossa acompanhante está quase a tua frente. A amazona apenas retribui a saudação com um olhar.


Saulo protege Sofia e Rose, e não entende como Roshi percebera algo que aparentemente ninguém notara.


— De quem é esse cosmo? Pergunta Saulo preocupado.


— Essa é Miriah de Scyla. Responde uma voz bem familiar a Saulo. — A gananciosa Miriah que rejeitei como discípula. Ele seguia Atena desde Lemúria.


Oscar surge em meio a todos. A reunião familiar estava completa, e com o guerreiro da constelação de Gêmeos estava um jovem.


Roshi vê no jovem o mesmo brilho que viu em Talia anos atrás. Talia olha para seu mestre e pai, e vê empolgação ainda maior que a dela quando descobriu ser útil a deusa que sonhou servir assim como seu pai.


Oscar sem virar o rosto, concentrado na chegada de sua velha conhecida já imaginava tal reação.


— Ian veio a teu encontro, Roshi. Continua Oscar. — Há tempos ele busca teu equilíbrio. Não há mais nada que eu possa ensiná-lo.


Oscar olha com carinho para Saulo, Sofia e Rose.


— Minha família linda! Sauda com amor os teus. — Saudades. Seja bem-vinda Rose. Essa família nunca abandona os seus.


Sofia sorri, e como menina corre aos braços do tio.


— Vá Saulo! Ordena Oscar. — Proteja Atena e o futuro da Terra. Nós cuidamos daqui.


Saulo segue para dentro o templo, seguido por Ankaa e Melias.


— Que bom revê-lo irmão! Diz Saulo enquanto passa por ele. — Conto com você. Te aguardo lá dentro.


Celes, Teneo e Silas chegam no local, e percebem que Saulo saia tranquilo com Rose e Sofia deixando para trás vários desconhecidos com cosmo amigável, e dentre eles Saulo. Eles sentem o cosmo de Atena e diante dela se ajoelham em reverencia.


— Seja bem vinda Senhora Atena. Cumprimenta Teneo.


— Estavamos ansiosos por tua chegada. Completa Celes.


Silas sorri e fica em silêncio.


— Obrigada, Touro, Virgem e Hercules. Responde Sofia.


Saulo percebe a apreensão dos guerreiros pelas novas pessoas no cais.


— O cais está sob controle. Afirma Saulo. — Cuidem da proteção do interior do Santuário. Ventos ruins estão para chegar.


— Pode deixar Grande Mestre. Responde Silas. — O Santuário estará seguro.


Celes e Teneo sinalizam positivamente e os três seguem felizes pela presença de Atena em seu Santuário.


Oscar ouve o diálogo, sorri e segue no bloqueio da energia lançada contra Saulo e Atena. Lubian se antecipa a Oscar e retem a energia, lançando-a de volta ao inimigo.


Uma grande batalha estava para começar, e a parte do exército de Atena já estava a postos.



ATENA DESPERTA E ASSUME SUA POSIÇÃO FRENTE À GUERRA IMINENTE, PREPARANDO AS BASES PARA OS CONFRONTOS VINDOUROS. O INÍCIO DA GUERRA DO PRESENTE ESTAVA PRESTES A SER MARCADA NA HISTÓRIA.

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Crazy!

 

E de quebra ainda aprendo a escrever!

 

Acredito que esteja gostando.

A estória vai se desenrolando devagar. Se você acompanhar a outra A Ordem de Serpentario; A lenda dos Guardioes de Atena terás um boa compreensão do todo.

Esse gaiden estava misturado e haviam duas estórias juntas. Separar foi a estratégia.

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Sofia já era a deusa Atena, e recém-chegada ao seu Santuário em construção já podia presenciar seus valorosos guerreiros em ação.


Lubian assume a luta contra a esperada General Marina Miriah de Scyla, que estava prestes a se apresentar.


Uma luz explode e surge uma jovem portando uma veste de tom alaranjado, brilhante como tipicamente se contavam ser as vestes sagradas do exército de Poseidon.


— Deixe comigo Sr. Oscar. Manifesta-se Lubian. — È minha vez de retribuir o que fizeram por mim anos atrás.


Saulo dá um passo atrás e com um gestual cede a luta a lemuriana. Roshi estava curioso sobre o que falara Lubian, mas Talia sabia muito bem.


A general marina se admira da relação entre Lubian e Oscar.


— Vejo que também tem relações com esse homem. Comenta Miriah. — E me parece serem bem positivas. Se quer ser a primeira não me importo.


Miriah se dirige a Oscar.


— Pagará por tua arrogância “Sr. Oscar”. A marina ri. — Verás tua protegida morrer diante de seus olhos.


Oscar estava tranquilo. Conhecia o potencial de Lubian. Ele olha para Roshi e mostra Ian concentrado nos preparativos do que prometia ser uma grande luta.


— Observe garoto! Chama atenção de Ian, Roshi. — Seu treinamento comigo começa aqui. Não perca nada. A aula de hoje é por conta de Lubian.


A marina se coloca de braços abertos e zomba.


— Vocês tem muita crença nessa moça. Vejamos se é tudo que dizem.


A marina de braços abertos lança pequenas cargas de luz contra Lubian. As rajadas cortam se corpo absorvendo sua energia como se fosses morcegos vampiros.


— Conheça a primeira de minhas seis técnicas: O ataque vampiro. Sinta. Ri Miriah.

Lubian sente o golpe e Talia se movimenta querendo ajudar. Lubian se levanta e com um movimento de braço afasta a hipótese de Talia.


— A luta é um contra um. Assim é justo. Afirma. — E eu estou aqui.


—Tolos! Zomba Miriah. — Em dupla teriam a esperança de ganhar.


A marina ergue a mão, e uma rajada de energia precisa segue em direção a Lubian. Ela desvia e é atingida no ombro esquerdo. A força pontual parecia uma águia com suas garras mirando no coração de sua presa.


— Esquivou! Admira-se Miriah. —Ninguém sai ileso de minha “Águia Poderosa”. Com seu ombro esquerdo inutilizado, tua guarda está baixa. Na próxima técnica você já era.


Miriah movimenta o braços de cima para baixo, e um forte vendaval atinge Lubian em cheio, como se um lobo em alta velocidade partisse para o ataque com suas garras afiadas. Lubian bloqueia o ataque com a mão direita.


A marina começa a ficar irritada com a resistência de Lubia.


— Como pode bloquear meu “Lobo Furioso”!? Retruca Miriah.


Lubian ri.


— Você não me cohece! Afirma. — Não serão lobos, morcegos ou águias que irão me derrubar. Ah, e o meu ombro apenas deslocou, e isso não é nada demais.


Lubian segura o ombro com a mão direita e o reposiciona com muita dor. Ela teria agora os dois braços disponíveis.


Miriah estava cada vez mais irritada e lança um redemoinho contra sua oponente. A guerreira de Atena salta, mas é alcançada pela perna. O turbilhão aperta sua perna como uma grande serpente aperta sua presa. Lubian acende seu cosmo e quase uma centena de focos de luz queimam e dissipam o vendaval.


Ela cai e sente a perna. A marina não crê no que vê. Miriah tenta manter seu rosto tranquilo para buscar vantagem na batalha, mas atônita pensa.


— Minha Serpente Mortal ...!? Miriah se assusta com a desenvoltura de Lubian na batalha.


Miriah movimenta os braços reunindo e enviando um turbilhão de pontos de luz, como um enxame de abelhas que defendem a colmeia. A energia é acompanhada uma a uma por Lubian, que bloqueia com a mão direita e as reúne em um só lugar.


A guerreira de Atena bloqueia muitos dos pontos de luz, mas um deles atinge em cheio seu ombro direito. O último dos ataques lançados por Miariah.


— Boa performance Lubian. Elogia a marina. — Mas com seu ombro direito nesse estado não poderá bloquear mais nada. Ninguém sai ileso da ferroada de minha Abelha Rainha. O próximo ataque decretará seu fim.


Miriah junta os braços, concentra seu cosmo, e gera em todos a expectativa de seu próximo golpe.


— Que venha o Urso Infernal! Afirma Roshi. — A bela apresentará a última de suas seis bestas.


Miriah ria ao ouvir o comentário de Roshi.


— Vejo que conhece a lenda da Scyla. Diz a marina. — Seria um adversário formidável. Mas terá sua chance. O Urso infernal acabará contigo, Lubian!


— Não será assim tão fácil, minha cara. Confiante afirma Roshi. — Você não conheceu seu adversário ainda.


— Bobagem! Retruca Miriah. — Acabarei com tudo isso agora.


A marina recolhe um dos braços, e lança o cosmo armazenado como um meteoro.


Uma grande e furiosa rajada de energia é disparada contra Lubian, que debilitada por seu ombro direito machucado, sente a determinação de um grande urso na investida.


Lubian não poderia bloquear com segurança, nem tampouco se esquivar tamanha a abrangência e precisão da rajada de energia a ela dirigida.


Ela inflama seu cosmo e se prepara para o impacto. Acompanhando a velocidade do golpe, ela salta segundos antes de receber o impacto. Usando seu cosmo como camada protetora o impacto do urso infernal da marina a projeta para cima.

De volta ao chão, e bastante debilitada, Lubian sorri.


— Se estou bem de contas essa foi sua sexta, e última. Afirma para o sorriso de Miriah.


— No seu estado posso mandar só mais uma novamente que acabo com você. Miriah estava confiante. — Mas não posso te menosprezar. Mandarei minhas seis feras de uma só vez. Você merece o que tenho de melhor: as seis bestas de Scyla num golpe conjunto.


— Faça! Afirma Lubian. — Estarei preparada.


— As guerreiras inflamam seus cosmos e se concentram, quando Miriah se sente vigiada por alguém oculto.


— Algum problema? Ri Lubian da insegurança estampada no olhar de Miriah. — Alguma coisa te incomodando?


A guerreira de Atena aumenta ainda mais seu cosmo.


— Esses são os olhos dos cem juízes, marina. Afirma. — Nada foge de sua visão. São os olhos do “Pavão Real”, que nesse momento tem você e seus atos em foco. Sugiro que não ataque.


Miriah fica furiosa com a recomendação de Lubian.


— Como ousa!? Esbraveja a marina. — Sentirá o poder de Scyla.


Um grande fluxo de energia segue contra Lubian. Inúmeros disparos de luz seguem da direita e da esquerda. Lubian se esquiva facilmente de todos, confrontando com apenas a abelha rainha.


A guerreira rebate todos os ataques os morcegos vampiros. Conhecendo exatamente o ponto de visão da águia poderosa ela desvia o ataque. Como quem sente o vento pelos cabelos, Lubian como num galope salta sobre o lobo furioso, como que pisando sobre sua cabeça. Os ataques variavam em todas as direções.


O salto de Lubian é acompanhado pelo turbilhão da serpente mortal. Ela gira no ar e golpeia sua presença. Ela sente a chegada da horda de abelhas, e bloqueando a maioria delas posiciona seu ombro esquerdo para o impacto como se pretendesse ser atacada.


O penúltimo ataque atinge seu ombro, sendo bloqueado e a projetando para trás.


Ela se levanta inteira do ataque das bestas da Scyla, e sua debilidade do ombro direito parecia ter desaparecido. Ela estava preparada para o urso infernal.


A marina estava surpresa com a pronta recuperação da guerreira de Atena.


— Mas como!? Pensa Miriah. — Ela se recuperou completamente! Será a proteção das constelações que ouço desde pequena? Não importa, o segundo urso infernal será fatal.


A marina lança de sua última carta, a rajada de energia do urso infernal. O ataque é contraposto por Lubian, como se ele tivesse um corpo ainda maior que o grande urso. A técnica foi totalmente bloqueada.


Desvencilhando-se de todas as seis bestas da Scyla Lubian prepara-se para o contragolpe.


— Acabei com suas seis bestas, Miriah de Scyla, e ainda recuperei minha condição original. Afirma Lubian. — Graças as suas abelhas pude ativar o circuito da vida por meus xx pontos vitais. As estrelas de minha constelação guardiã, o Pavão. Agora é hora de mostrar o que posso fazer.


Lubian inflama seu cosmo como ainda não visto em batalha. Ian se surpreende com tal demonstração de poder.


Miriah volta a ter a sensação de outrora, como se vigiada por todos os lados, mas desta vez em muito maior intensidade.


— Você conhece esses olhos, Miriah! Afirma Lubian. São os juízes que tudo observam, e definem a pena.


Miriah estava apavorada, pois os olhos do pavão olhavam o interior de sua alma e a consumiam. A marina não acreditava que a amazona antes debilitada por suas bestas pudesse ser capaz de desenvolver tal técnica devastadora.


— Conheça o “Olhar do Julgamento”!


Miriah de Scyla tem toda a sua vida passada diante seus olhos em fração de segundos. Tudo é revisitado: seu nascimento, sua infância feliz, o momento da perda de tudo, o abandono de seu pai, a sanidade de sua mãe, d encontro com Roshi e Oscar, o seu desejo de ter Oscar como mestre, ds súplicas á Atena, a resistência a tudo, as vitórias e derrotas, e o chamado de Poseidon.


Seu olhar fica vago como uma exúvia abandonada. Roshi fica empolgado com o que vai.


— Estava na hora! Até que emfim a técnica secreta do Pavão Real! Esbraveja Roshi.


O tempo de cerca um minuto e meio foi como horas para Miriah, que cai no chão depois de tantas lembranças.


— Não! Grita Miriah. — Sai da minha mente! Você não pode me julgar. Não tem o direito. Apenas meu Senhor Poseidon poderia.


Miriah levanta-se com dificuldades para o olhar atento e compenetrado de Lubian.


— Você viu tudo que precisava? Questiona Lubian. — O que você decide? Ainda pode mudar o julgamento do Pavão Real.


A marina estava exausta, mas furiosa.


— Nem você nem seu pavão real podem me julgar! Grita a marina com parte de suas últimas forças. — Seu truque barato não tornará Atena superior ao meu Senhor Poseidon.


Lubian faz sinal de negativo com a cabeça, reprovando a escolha da general marina.


— Hora do golpe final! Revela Lubian.


O ar começa a se movimentar violentamente formando em poucos segundos dezenas de pequenos turbilhoes em volta de Miriah. Acuada ela ataca sem sucesso.


Os turbilhões de vento alteram as condições atmosféricas próximas ao Miriah, e nuvens instáveis formam na região. O ar fica cada vez mais seco, e a falta de umidade faz ruir pelo espaço uma rajada elétrica de alta potência. Ela brota da terra em direção as nuvens pelo centro. A marina recebe toda a rajada elétrica.


— Sinta a “Pluma ascendente real”. Revela Lubian o nome de sua técnica.


A marina cai exausta com sua escama em pedaços e inconsciente, quando algo inesperado acontece: o mar se agita fortemente, e uma grande onda avança pela encosta cobrindo tudo.


Todos se protegem das forças das águas, mas com o recuo das águas também a general marina é levada. O cosmo sentido naquelas águas revoltas era a certeza de que Miriah não estava sozinha.


Os cosmos de Scyla e daquelas águas se dissipam e Lubian pode enfim relaxar. Também exausta ela titubeia e se desequilibra, iniciando a queda quando é amparada por Ankaa que surge no momento exato.


— Eu sabia que você viria Ankaa. Um olhar carinhoso dirige a lemuriana a Ankaa. — Você é meio apoio.


— Não falharia!. Afirma Ankaa. — A ti todo o meu zelo. Sempre.


Roshi ri, e interrompendo o momento casal pergunta sobre Atena.


— Como está nossa deusa, Ankaa. Seu cosmo está fraco. Pondera o velho guerreiro de Atena.


Ankaa com Lubian apoiada em seu ombro tranquiliza Roshi.


— Ela está bem. Afirma. — Está nas melhores mãos. O Grande Mestre Saulo chama a todos para entrar. Aqui é perigoso. A luta foi finalizada, mas Lubian necessita de cuidados. Vamos!


Todos se encaminham para o templo menos Talia.


— Ficarei de guarda por um tempo. Afirma. — Parece que a guerra já começou. Fique comigo Ian.


Com medo, mas empolgado Ian recebe sinal positivo de Roshi e Oscar.


— Será bom pra você montar guarda um pouquinho, garoto. Brinca Roshi. — Você da conta do recado. Seu antigo mestre é sem dúvida o maior guerreiro de sua época. Seja o mesmo na sua.


Oscar ri do elogio.


— Não demorem. Ordena Oscar. — Façam a ronda e voltem. Atena certamente irá querer ver a todos, sem exceção. Sinto que por hoje o mar já revelou todas as suas surpresas.


— Certo Sr. Oscar. Responde Talia. — Vamos Ian.


O dia se encerra e a menina Sofia recebe de todos o calor do amor, amizade e lealdade. Elementos essenciais para os dias difíceis que se seguiriam.


Em seu canto Ian ia absorvendo aos poucos tudo o que ocorrera, na certeza de que seria útil a jovem Atena quando seus primeiros guerreiros fossem descansar.


SALÃO DE ATENA


No Salão de Atena, Saulo, Sofia e Rose estavam curtindo o reencontro, ao mesmo tempo que acompanhavam o fluxo de energia da dura luta em curso no porto oculto do Santuário. Sofia dormia, após a exaustiva viagem.


Com as Sofia e Rose em segurança deixa o recinto Saulo. Rose se põe a seguí-lo, e após as pesadas portas do salão se fecharem Saulo se agacha e encosta o rosto em seu ventre novamente. O suave toque faz o coração de Rose disparar. Era o carinho do homem proibido que ela aprendeu a amar.


Saulo se levanta e a Rose oferece a mão. Um cosmo de amor inunda o espaço, e a aura cálida de Atena os envolve e aprova esta união.


Os guerreiros do longo confronto no porto oculto estavam para chegar. Melias já aguardava no Salão do Grande Mestre. As primeiras estratégias para a guerra santa estavam para ser desenhadas.



A GUERRA SANTA SE INICIA SIMPLES E QUASE MORTAL. SERIA A NOVA GERAÇÃO CAPAZ DE CONDUZIR O PESO QUE OUTRORA CARREGARAM OS ANTIGOS GIGANTES GERREIROS DE ATENA?

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Leo era um menino tranquilo, e vivia na província de Temísia, onde também ficava o templo do Gran-Conselho de Lemúria.


Aos onze anos de idade tinha duas grandes amigas: Sofia, uma misteriosa garota que morava no templo da autoridade máxima da ilha, e Lyra, uma doce jovem que o acompanhava em todos os lugares que ia.


Leo, sem saber o porquê, sentia os movimentos das estrelas, sua origem e sua destruição.


Aos quinze anos, depois de salvar Lemúria da catástrofe, protegendo a todos do meteoro, Leo recebe a visita de Atena. Uma moça tão jovem quanto ele surge emanando uma aura especialmente conhecida.


A jovem de olhar doce e semblante tranquilo vestia um singelo vestido azul claro, e portava em sua mão direita um báculo. Leo sabia que Atena reencarnara naquela época, mas não imaginava estar frente a frente com ela.


Seu cosmo era quente e amável, mas havia algo que ele não conseguia entender no sorriso da deusa. Uma arrebatadora sensação de proximidade tomava seu peito, apesar de saber isso ser impossível.


A deusa dele se aproxima, e Leo a reverencia.


— Leo. Diz a Deusa. — Obrigada. Teu dom de entender as estrelas, de conter sua fúria, e sua percepção extra-sensorial salvou a ilha. Sua terra natal. Estamos em desvantagem na luta contra Poseidon. Poderia ser de grande valia sua presença nessa batalha. Estaria disposto a lutar ao meu lado?


Leo esperava por esse momento há algum tempo.


— Sim, Atena. Responde. — Seguirei com as tropas de Lemúria na próxima partida.


— Sim. Confirma Atena.


Atena se despede de Leo, e segue um tanto desorientada a algum lugar.


— Posso escolta-la aonde vais? Propõe Leo. Atena sorri.


— Sim. Responde a deusa. — Vou a praia. Pode me mostrar o caminho.


— Sim. Atende Leo.


O Gran-Mestre vê Atena acompanhada por Leo e sabe que ela está em segurança, na companhia de um dos mais promissores guerreiros da ilha. No caminho Atena e Leo conversam descontraidamente.


— Visitei Lemúria há muito tempo atrás. Conta Atena. — As praias daqui são lindas. Mesmo que hoje o mar nos reserve perigos. Leo concorda.


Leo ouvia atento as palavras de Atena, mas sem se desviar de sua proteção.


TEMPOS ATRÁS


Leo nutria por Sofia um carinho especial. O mesmo carinho que Lyra por ele possuía.


Eram dias felizes, mas num dia de domingo Sofia não aparecera como de costume. À mente de Leo pairava a lembrança do beijo entre os dois, ocorrido dias atrás. Naquele momento Leo se dera conta da dor da despedida. A curta e estranha sensação sentida outrora durante aquele beijo.


Para Leo os dias seguintes não seriam os mesmos sem Sofia, e ele toma uma decisão: ele seguiria seu caminho baseado em frase sempre dita por Sofia — “Lute para conseguir o que desejas”.


O grande sonho de Leo era tornar-se Gran-Mestre, e liderar as forças de Lemúria em prol de Atena.


O tempo passa e Sofia não mais retorna, e decidido a seguir a sábia frase que tanto ouvira, Leo se dedica ao seu máximo para uma a uma galgar posições até seu objetivo final.


Aos quatorze anos Leo possuía uma aguçada capacidade extrassensorial, e sua habilidade especial esquecida por si próprio na infância, estava ainda mais forte.


Suas habilidades eram consideradas piada por outros lemurianos de mesma faixa etária. Quatro anos atrás Leo dissera a todos que um grande meteoro atingiria a terra, e como tal fato não ocorrera ele ganhou a fama de maluco.


Certo de falara a verdade, Leo seguia seus estudos, e treinava suas habilidades para proteger Lemúria e a Terra dessa ameaça. Já mais habilidoso e melhor senhor de seu dom Leo já sabia a data da ocorrência desta catástrofe.


Aberion, o Mestre Alquimista da província acompanhava a evolução de Leo, e junto ao Gran-Conselho depositava total confiança em suas previsões.


Na data prevista da chegada do objeto à terra, todos os mestres alquimistas foram convocados a conter a enorme esfera flamejante.


A velocidade somada a grande massa do objeto não permitiu que a onda telepática surtisse efeito.


Leo estava na praia, e pressentindo o grande impacto concentra-se. Ele sente o pulsar do núcleo flamejante com o pulsar de seu próprio coração. Ele sente cada nova explosão de moléculas se aquecendo ao entrar na órbita da terra, e em sintonia com o objeto concentra seu cosmo para desagregar essas moléculas. Uma rajada de luz parte da beira mar e uma enorme explosão ocorre a centenas de milhares de quilômetros da Terra, percebida pelos pequenos pedaços de rocha de menor impacto que atingem a terra como uma fraca chuva de granizo.


A composição dos fragmentos era algo que já atingira a Terra, a milhares de anos atrás, e formara uma grande cratera sob o mar.


A notícia do grande feito de Leo corre todos os cantos de Lemúria, e o lemuriano, antes maluco, é aclamado como herói. Mas uma pessoa em especial também soubera de tal alvissareiro feito, era Sofia.


Em Atenas Sofia já não mais se portava como pessoa simples, mas como Atena, a deusa da Sabedoria e da Guerra Justa, deusa regente da superfície da Terra.


Saudosa de alguns anos atrás a jovem lembra-se da situação que mudara sua vida por completo: abandonar seu amor por um homem, em prol de toda a humanidade.


DOIS ANOS ANTES


Era domingo e Sofia como sempre nesse dia, ao fim da tarde, depois da escola, preparava-se para ir se divertir com seus amigos.


Alberion a chama e eles seguem para o templo do Gran-Conselho. Sofia não sabia a razão daquele momento, mas sentia há tempos algo diferente. Ela percebia estar sendo chamada a uma grande responsabilidade.


Sorridente, ela e Alberion passam ao salão do Gran-Conselho. Minutos depois se deparam com o que parecia ser outro grande lugar, visto o tamanho das portas devidamente protegidas por dois soldados lemurianos.


Ao sinal de Alberion os guardas abrem as pesadas portas e uma grande energia é liberada, como se há tempos ansiosa para sair. Naquele momento Sofia sente como se fosse completada em sua alma.


Eles entram no local, e dos lados de um grande trono ao fundo haviam à esquerda um cetro, e à direita um pequeno objeto, como um boneca feita de ouro.


Alberion olha para a menina e confirma pelo seu sorriso as palavras ditas por Atena em visita a Saulo, tempos atrás. Sofia olha para seu tutor a espera de saber o significado daquilo tudo.


Alberion sorri para Sofia e ajeita seus cabelos.


— O que é esse lugar? Sofia estava curiosa. — Eu gosto daqui.


Ao ouvir tais palavras a angústia que rondava o coração do sacerdote é dissipada.


— Aqui é a sala de Atena. Começa Alberion.


Sofia sorri.


— A deusa da Sabedoria e da Guerra Justa, não é isso?


Sem nada entender, surpreende-se Alberion.


— Como sabes disso, pequena Sofia?


— Uma moça de vestido branco me disse. Responde a menina. — Ela disse que eu ia ser como ela um dia.


Sofia aponta para os objetos ao lado do trono.


— Ela disse que eu ia segurar aquele ... deixa eu lembrar o nome ... Ah! Báculo. E aquela bonequinha será minha proteção, minha armadura. Não entendi nada mas tudo bem.


Alberion fica ainda mais surpreso, desta vez com a maturidade de Sofia diante de tais fatos.


— Ela também disse ... Continua Sofia. — que teria que trocar o amor de alguém pelo amor por toda a humanidade.


Aberion curioso, frange o rosto.


— Mas você ama alguém, minha pequena jovem? Indaga Alberion.


Sofia, tímida abraça alberion.


— Sim, Eu gosto de alguém. Responde. — Mas vou ter que esquecer um dia. Amar e salvar a todos é mais importante, não é?


Alberion pensa um pouco e descobre o nome daquele que a pequena Sofia gostava.


Sábio e confiante no crescimento de Sofia, Aberion olha para ela como discípula.


— Isso depende de você. Responde. — Amar a humanidade é cuidar da vida de todos os homens, mulheres e crianças dessa terra. Isso inclui a vida de Leo. Não é dele que você gosta, minha menina? Conta pra mim, que eu não conto pra ninguém.


Ela, tímida e envergonhada, balança a cabeça em sinal positivo.


— Mas por que não posso amar os dois? Indaga inocente Sofia.


Alberion sorri, se agacha, ajeita os cabelos da menina novamente, e carinhosamente toca seu rosto.


— Se amar Leo vai querer cuidar só dele, e poderá não ajudar a todos. Explica Alberion. — Vai querer pensar só nele, e poderá se distrair na hora de ajudar os outros. Você entende?


Sofia abaixa a cabeça triste.


— Então tenho mesmo que fazer isso? Escolher? Indaga.


Alberion toca o queixo da jovem e levanta sua cabeça.


— Sim, minha criança. Responde. — Saiba que estarei sempre ao teu lado, e seus pais também. Atena conta contigo, minha menina.


Aparentemente resignada com sua tarefa, difícil para alguém tão jovem, sorri Sofia.


— Então a moça de branco era Atena! Conclui Sofia. — E eu serei Atena.


As lágrimas escorrem em Sofia.


— Esquecerei o que sinto por Leo. Firme diz a jovem deusa. — Serei Atena para todas as pessoas da Terra. Me desculpe Leo.


O cosmo de Atena brilha em torno de Sofia, e o báculo da deusa sai do apoio em direção a sua mão direita.


Uma grande onda de cosmo varre a Terra. Os sacerdotes de Lemúria e Oscar em Ática já sabiam: Atena finalmente descera a Terra.


Saulo em Atenas sabia agora, que a sua menina se tornara a pessoa mais importante da Terra. Ele sorri.


A luz do cosmo de Atena se dissipa e o báculo retorna a seu lugar. A jovem cansada por tal transferência de poder cai nos braços de seu tutor.


Alberion pega Sofia no colo, e na proporção que caminham em direção a porta, ela se abre lentamente, para a surpresa dos soldados.


Vendo a aura divina de Sofia, os soldados se agacham em reverencia a Atena, que enfim nascera nessa era.


No local onde se encontravam, Leo aguardava ansioso por Sofia, apesar de no fundo de tua alma pressentir que não mais a veria. Ao fim do dia Leo voltou a sua casa triste.


Os dias se passam e a notícia era que Sofia viajara com Alberion a outras terras no continente. Leo conformado tinha apenas Lyra, e seu amor por ele, a partir daqueles dias.


O tempo passa e Sofia tornara-se Atena, e sob a guarda e proteção de Saulo residia em Atenas, no templo de Nike-Atena. Leo crescia como um grande guerreiro em nome da deusa.


LEMÚRIA — PRAIA DE TEMÍSIA.


Leo angustiado pela sensação para com Atena não se contém.


— Atena! Chama atenção, Leo. — Não consigo entender essa sensação que aperta meu peito. Sinto como se a conhecesse, mas é a primeira vez que tenho a honra de tua presença. Perdoe-me a ousadia.


Atena sorri.


— Não se preocupe, Leo. Estou ao lado de todos, sempre. Minha missão é zelar por todos na Terra, incluindo você.


Ela se lembra de sua inocente pergunta, quando tornara-se Atena.


— Sempre estive ao teu lado. Mesmo que não tenhas percebido.


Leo, apesar de não ter sua angústia resolvida segue resignado ao lado de Atena.


A deusa se aproxima da água do mar, e a tocar a espuma percebe uma poderosa cosmoenergia dela emanada. A aparência modificada de Atena deixa Leo em alerta. Ele sente uma grande massa de cosmo invadindo a praia. Ele se posiciona na frente de Atena, protegendo-a.


— Que sorte a minha. Ecoa do mar uma voz. — Encontrar Atena em minha visita a esta pequena ilha. Mas que falta de educação a minha, deixa eu me apresentar. Sou Sarah de Sirene, a General Marina guardiã do Oceano Atlântico Sul.


Leo mantem firme sua posição a frente de Atena para defendê-la do inimigo.



AS LEMBRANÇAS E SENSAÇÕES DE OUTRORA E A CHEGADA DE UMA VISITANTE VINDA DO MAR. O PASSADO SE CONFRONTANDO COM O PRESENTE NUM REENCONTRO QUE PROMETE FORTES EMOÇÕES.

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  • 2 semanas depois...


Leo e Atena estavam na praia de Lemúria, e o mar revelara novamente sua face. Chegara Sarah de Sirene, General Marina do Oceano Atlântico Sul para um encontro com a ilha dos alquimistas.


Sarah tira seu elmo, e pode-se ver a marca típica dos lemurianos.


— Você ... é lemuriana? Leo estava surpreso. — Por que retorna a nossa terra como marina? Como nossa inimiga?


Sarah ri com a surpresa de Leo.


— Poseidon me fez oferta irrecusável. Responde. — Uma oferta que Lemúria nunca antes havia me feito. Como poderia eu recusar?


Leo se indigna com a posição de Sarah.


— Por que você trai o nosso povo? Leo estava furioso. — Sempre tivemos Atena ao nosso lado, e nunca nada nos faltou. É inadmissível sua atitude. Não há perdão para um traidor!


Sarah vira a cabeça para o lado, olha para Sofia, sente seu cosmo e resmunga.


— Então essa é Atena? Sarah fala com ironia. — Onde estava quando eu passei fome? Quando minha mãe não tinha o que comer? Onde estava quando meu pai se foi, e eu chorei pedindo para que ele voltasse?


Por um instante as lágimas se abandonam no rosto de Sarah, mas a ironia logo as faz cessar, e a marina muda seu semblante.


— Ela não estava lá! Afirma. — Nos abandonou! Contaminou toda a Lemúria com teu culto. Agora vim para corrigir os erros, e levar minha ilha para o caminho certo. Lemúria será de meu Senhor Poseidon. Eu vim aqui para garantir isso.


Sarah olha Atena dos pés a cabeça, com desdém.


— Se Atena é essa garota ai ... Não será nenhum grande desafio. Vamos ver se o “herói” de Lemúria pode contra mim, Sarah de Sirene! Zomba!


— Vamos ver então! Firme retruca Leo.


Sarah sua flauta e a posiciona próximo a boca.


— Vocês irão conhecer um canto especial. O canto do julgamento reservado aos inimigos de Poseidon. Ouçam a canção da morte! Brada Sarah.


A marina começa a tocar sua flauta e uma suave melodia se espalha pelo ar.


Leo sente em sua alma um grande desespero, e cobre os ouvidos para não ouvir a música, mas de nada adianta.


Atena também sofre com a melodia de Sarah, que para por um instante.


— Puderam sentir a melodia da morte? Zomba Sarah. Não adianta cobrir os ouvidos, nem mesmo destruí-los. O som vai diretamente a sua mente e a domina por completo. Ouçam a canção pela última vez.


Sarah novamente toca sua flauta, e Leo sente seu cérebro inundado novamente por aquela canção. No último momento de lucidez ele sente o brilho dos cristais de areia, que refletiam os últimos feixes de luz do sol.


Antes de desafalecer Leo concentra-se seu cosmo e reúne o brilho outrora visto com sua própria aura, expandindo sobre Atena como uma redoma formada de cristal. A canção cessa, e Leo e Atena recuperam suas consciências para o espanto de Sarah.


Leo olha para Sarah com determinação. Sarah toca sua flauta com igual convicção, e encontra uma parede a sua melodia. A marina é forçada a mudar sua estratégia.


— Muito bem Leo de Casparian! Sauda Sarah. Conseguiu conter minha canção, mas isso não durará. Você cairá, e em seguida Atena.


Sarah inflama seu cosmo para o espanto de Leo, e começa a tocar sua flauta vigorosamente, mas intensamente do que no momento atrás..


Leo sofre com a melodia que novamente afeta sua mente. Ele mantem a todo custo a barreira para a proteção de Atena.


Atena percebe o esforço de seu guerreiro, já agachado visto o uso de todas as suas energias na manutenção da barreira. Decidida a ajudar a seu valoroso guerreiro ela toca seu ombro e acende seu cosmo que sobressai a redoma de luz criada por Leo.


Atena inicia um doce canto, e a melodia da flauta é sobreposta, libertando a mente de Leo. Sarah interrompe a melodia.


— Mas que cosmo poderoso. Pensa Sarah. — Sobrepôs a poderosa canção de minha flauta. Esse sim é o cosmo de uma deusa. Agora essa luta está interessante.


Sarah olha Atena como adversária, de pé ao lado de Leo.


— Bela canção. Comenta Sarah. — Quase tão bela quanto a minha, mas mesmo entoada por uma deusa não afetará meus planos para Lemúria, e depois o continente.


Atena passa a frente de Leo, mesmo sob protesto de seu guerreiro, posicionando-se para a luta, quando uma forte presença é sentida. A Leo e Atena se mostra agradável, mesmo desconhecida, mas a Sarah torna-se um incômodo.


— Essa energia. Pensa Sarah. — De onde ela vem. Que cosmo mais intenso, mais inconveniente! Parece um vulcão.


Leo e Atena mantém a tranquilidade, enquanto Sarah parece desorientada, procurando a fonte de tal energia.


Atena e Leo inflamam seus cosmos, e se unem a espera da próxima ação de Sarah.


Sarah retorna sua atenção a luta, levando a flauta a boca para tocá-la. A melodia encontra na energia criada por Leo e Atena uma barreira.


— Essa força estranha. Pensa Sarah, ainda incomodada com a nova presença na praia de Lemúria. — Fortalece o poder desses dois. De onde vem esse poder? Sarah balança a cabeça, querendo desviar atenção do que a prendia. — Não, não! Tenho que me concentrar, e ignorar tudo isso.


A marina se concentra, e por um momento o estranho cosmo é ocultado. Ela explode sua cosmoenergia e novamente toca a flauta.


Leo resiste com sua proteção de luz, mas o poder de Sarah é muito intenso. Atena o protege com seu cosmo, mas Leo não resiste e cai. Antes que perca totalmente a consciência surge alguém, que com uma aura de fogo quebra a conexão da canção com o cérebro de Leo e sustenta seu corpo.


O homem desce Leo ao chão, e reverencia Atena.


— Atena, sou Ankaa, filho de Melias de Tessalian. Se apresenta o guerreiro oculto. — A disposição para serví-la. Leo não está em condições de protegê-la. Seu trabalho será a todos contado. Permita-me assumir seu lugar.


Atena, feliz pela presença de guerreiro de tão forte cosmoenergia, agradece a Ankaa.


— Esteja a vontade Ankaa de Tessalian. Vamos dar um fim nesse confronto. Conto com você. Manifesta-se Atena, para resposta positiva e silenciosa de Ankaa.


Ambos direcionam sua atenção para Sarah, e o cosmo de Ankaa, quente como a lava do monte Jutsu, se une ao de Atena.


Sarah fica surpresa com o porte e grande cosmo de Ankaa, que apesar de presente se mantivera oculto em sua origem. O poder de decisão expresso na aura de Ankaa a assusta.


A marina recupera sua postura de luta.


— Vamos acabar logo com isso. Braveja Sarah. — Não sei como fez “aquilo” Ankaa, mas não se repetirá.


Sarah estava furiosa com o corte da conexão mental entre sua música e o cérebro de Leo feito por Ankaa, mas não se intimida.


— Será a última vez que tocarei esta flauta. Confronta a marina. — E essa terra será de meu Senhor Poseidon!


Ankaa ri.


— Sua técnica não é páreo para a minha. Zomba Ankaa. — Além do mais já pude vê-la ao detalhe.


Sarah, nervosa com a certeza de Ankaa, ri bem alto.


— Não seja tolo Ankaa. Afirma. — Entrarei em sua mente e o derrotarei. E você Atena ... Será a próxima. Levarei a cabeça de Atena como prêmio ao meu Senhor Poseidon.


A marina leva a flauta a boca e começa a tocá-la. Atena e Ankaa inflamam seus cosmos. A melodia da flauta se dirige a Ankaa, que atormentado pela canção sorri.


— Não adianta Sarah. Comenta Ankaa. — Uma técnica não funciona duas vezes contra um guerreiro de Atena.


Sarah não compreende o que dissera Ankaa, mas continua sua canção. Ankaa percebe a tensão de sua oponente e como feito a Leo corta a conexão, dissipando o som no ar.


— Mas como? Sarah estava ainda mais furiosa. — Como pode fazer isso novamente? Ankaa ri.


— Pude conhecer sua técnica enquanto ocultava meu cosmo. Explica Ankaa. — Sei que percebeu minha presença Sarah, mas não permiti que me encontrasse.


Sarah balança a cabeça.


— Te parabenizo Ankaa pela grande habilidade. Comenta Sarah. — Mas o som de minha flauta pode encontrá-lo onde quer que esteja, ainda que oculto.


Ankaa acha graça das palavras da marina.


— Mas é claro. Concorda Ankaa. — Se não fosse essa habilidade de sua melodia não poderia eu contrapô-la.


Sarah fica ainda mais confusa com o que Ankaa dizia. E ele novamente percebe o estado de confusão de sua oponente.


— Vou te dar uma trégua e te explicar. Inicia Ankaa. — Fui alcançado por sua canção, e me submeti a ela. Precisa conhecer seu fundamento.


Sarah fica surpresa com a resistência de Ankaa a sua sinfonia mortal.


— Como pode? Ela estava curiosa. — Como pode resistir a minha canção da morte?


Ankaa ri com a reação de Sarah, deixando-a ainda mais irritada.


— Isso é um segredo meu. Responde Ankaa. — Uma técnica que meu pai desenvolveu há anos atrás. Com ela eu tenho o controle.


Ankaa caminha em direção a Sarah com seu punho erguido. Ele começa a correr para golpeá-la, quando Sarah se esquiva e Ankaa para dois passos adiante.


— Grande técnica a sua Ankaa! Zomba Sarah. — Não consegue sequer me golpear diretamente. Muito lento!


Ankaa dá uma gargalhada.


— Pensou mesmo que golpeá-la era minha intenção? Diz Ankaa em tom irônico. — Meu ataque foi bem sucedido, e em breve você compreenderá. Mas sou eu que decido quando. Eu tenho o controle!


A marina acha graça.


— Quer mesmo que eu acredite nisso? Ri Sarah. — Vou tocar novamente minha flauta e acabar com você.


Ankaa sinaliza com a cabeça que “não”.


Sarah movimenta a flauta até a boca, mas antes que chegue aos lábios para de forma involuntária. Ela fica apavorada.


— Mas como? Diz Sarah. — Não tenho o controle de minhas mãos! O que você fez, maldito?!


Ankaa ri.


— É o verdadeiro efeito de minha técnica. Explica. — Aquela do punho que você acredita ter se esquivado. É o poder do controle.


Ankaa olha para Atena, lembrando-se de momento no passado. Atena com olhar fixo a Ankaa telepaticamente com ele se comunica.


— Não me agrada o controle, e sabes disso. Repreende Atena à mente de Ankaa. — Mas poderemos saber sobre nosso inimigo através dessa condição. Ao final tudo voltara ao normal.


Ankaa sinaliza a Atena que sim, e Sarah nada entende.


— Eu te controle Sarah de Sirene. Mas antes que volte para o mar, Atena quer te mostrar algumas coisas.


A mente de Sarah começa um turbilhão de imagens do passado, presente e futuro. Durante uns cinco minutos Sarah fica paralisada como uma estátua com seus olhar tenso.


Ankaa e Atena se olham, e aguardam o retorno a normalidade da Marina.


A luz retorna aos olhos de Sarah, e ela novamente vê Atena e Ankaa.


— O que foi tudo isso? Revoltada, expressa-se Sarah. — Quantas mentiras. Imagens plantadas em minha mente para me fazer recuar de minha missão, e desistir de tomar Lemuria para meu senhor Poseidon.


Atena da um passo em direção a Sarah, para a preocupação de Ankaa.


— Não são imagens plantadas a sua mente. Responde Atena. — São verdades esquecidas de ontem, hoje, e previsões para seu futuro. Cenas que você viveu e viverá, e só tive a tarefa de aflorar em sua mente, com a ajuda do poder de Ankaa. Lembranças para que não se esqueça de sua vida, e de que nunca te abandonei nem abandonarei, Sarah.


Sarah se revolta com as palavras de Atena, e retoma a luta interrompida por suas lembranças.


— Vamos acabar com isso agora!!! Afirma Sarah. — Darei fim a essa guerra, derrotando a própria Atena.


A marina prepara-se para tocar sua flauta, mas suas mãos não a obedecem.


— Mas como?! Sarah estava surpresa com sua impotência.


Ankaa ri da situação. Sarah não havia entendido a situação na qual estava.


— Esqueci de te dizer, Sarah. Diz. — Além das lembranças que te presenteou Atena, te deixei uma surprezinha. Um brinde. Não poderá tocar tua flauta por um tempo. Eu controle seus movimentos.


O semblante de Ankaa muda, e com seu cosmo ele acende seu espírito guerreiro.


— Volte para o mar, marina! Ordena Ankaa. — Volte Sarah de Sirene! Lemúria não mais te pertence.


Ankaa reúne todo o calor do ar em volta, e concentra em sua aura o calor contido no subterrâneo quente de Lemuria. Ele lança essa energia quente contra Sarah num turbilhão de chamas. A general marina é arremessada ao mar, envolta numa esfera de energia. A esfera se dissipa ao contato com as águas do mar.


Sarah fica atordoada com tamanha manifestação de poder de Ankaa, e percebe que não sofreu nenhum arranhão.


— Mas ... nenhum arranhão? Pensa Sarah. — Será que ... Não pode ser ...


Sarah estava há uns duzentos metros mar adentro, bem além da arrebentação das ondas. Cansada ele resolve voltar para casa. A marina segue mergulhando para o Templo Submarino.


Na praia de Lemúria Atena tem Leo nos braços, e através de seu olhar tenso podia-se perceber a grande preocupação da deusa. Ankaa sente a situação, mas é discreto.


— Deixe-me leva-lo Atena. Solicita Ankaa. — Ele precisa de cuidados médicos urgentes.


Ankaa teletransporta a todos até Casparian, na área central da província. O Gran-Mestre os esperava.


Horas depois aguardavam por noticias Atena e Ankaa. A médica permite a visita. Sofia tenta disfarçar, mas a forma como pega a mão de Leo confirma a Ankaa suas suspeitas. Leo acorda e vê suas companhias.


— Ankaa. Obrigado por salvar Atena. Obrigado por me salvar. Comenta Leo, ainda meio sonolento.


Ankaa sorri com a sensação de dever cumprido.


— Não se preocupe Leo. Fiz por Atena e por meus companheiros. É nosso dever protegê-la. Você lutou bravamente como um digno Lemuriano. Pude conhecer suas técnicas, e fazer a minha parte. Só não fique mal acostumado. Ao final brinca Ankaa.


Todos riem, e o ambiente pesado gerado pela ação de Poseidon é quebrado pela descontração do momento.


Leo sente um grande carinho por Atena, olha para ela e sorri. Volta-se para Ankaa, e como companheiro de luta responde.


— Pode deixar Ankaa. Retribuo o apoio em outra oportunidade.


Ankaa não mais estava presente, mas o calor de sua aura responde positivamente.


Horas depois Atena sai do centro médico acompanhada do Gran-Mestre e do Mestre Alquimista de Casparian, e a Ankaa agradece.


— Obrigado por sua dedicação, Ankaa. Comenta Atena, para o surgimento de Ankaa, que faz as saudações devidas. O mestre alquimista de Casparian se admira de ser o único a não ter percebido sua presença.


— É meu dever, Atena. Responde Ankaa. — Lutar em seu nome para sua proteção. É só chamar que como uma ave em chamas lá pousarei.


Ankaa desaparece como uma chama que se apaga.


— A Phoenix que tudo queima com suas chamas. Comenta Atena. — A ave imortal que renasce das próprias cinzas. Esse parece ser Ankaa.


Os lemuriamos acham interessante a comparação feita por Atena.


— A ave de fogo combina bem com seu espírito de luta, ainda que esteja oculto. Comenta o Gran-Mestre.


— O filho ilustre das terras quentes de Tessalian. Completa Leon de Casparian.


Aquela jornada de Atena naquelas terras se encerra, e dias depois no porto de Lemúria o navio da deusa encontra-se atracado.


Os últimos cumprimentos de Atena e Gran-Mestre são feitos, e a deusa se encaminha ao cais. Na entrada da rampa de acesso ao navio encontra-se Leo em reverência. Atena se aproxima, para, agradece a acolhida e segue navio adentro.


Sofia Sorri. Leo se levanta e sorri ao Gran-Mestre.


— Desculpe-me a ousadia, Senhora Atena, mas designei Leo como sua escolta pessoal. Decidi por antecipar sua viagem ao continente. Dirige-se o Gran-Mestre a Atena por telepatia.


Atena agradece a atitude. Com um discreto sorriso ela aguarda por Leo para a partida.


Do alto das montanhas que ocultam o porto, um cosmo quente é percebido por Atena e pelo Gran-Mestre.


— Obrigado Ankaa! Pensa o Gran-Mestre. — Obrigado por zelar por Atena.


O navio passa por um pico mais agudo, e Atena olha para o alto. Leo sente uma presença, mas não se alarma.


— Ankaa ... Pensam Atena e Leo simultaneamente.


Eles se olham após perceberem a comunicação de pensamentos. Atena segue do convés a sua cabine, após o toque suave de Leo em suas costas, que permanecia em vigília. O toque quente aqueceria o coração de Sofia por toda aquela longa viagem.


Ankaa de longe tudo observava. Ele pensa em Lúbian.


— Minha flor de lótus. Pensa Ankaa.



VERDADES OCULTAS SÃO POR ATENA RESGATADAS. O PODER SOBRE A MENTE COMO O FOGO PELOS PUNHOS DO GUERREIRO ANTES OCULTO. ANKAA ENTRA EM CENA, E UM NOVO GUERREIRO A SERVIÇO DE ATENA SE APRESENTA PARA A LINHA DE FRENTE DA GUERRA.

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  • 3 semanas depois...

Ato 008 — Verdades esquecidas

Sarah estava de volta a sua nova morada, o salão subterrâneo do pilar do Oceano Atlântico Norte e ainda estava confusa com tudo que lembrara horas atrás.
Ankaa e Atena haviam despertado uma cascata de lembranças que Sarah havia esquecido
HORAS ATRAS – MENTE DE SARAH DURANTE O CONFRONTO NA PRAIA DE LEMURIA
No velho celeiro trabalhava Leônidas, pai de uma linda Lemuriana chamada Sarah, e de um bebê ainda por nascer. Era noite de tempestade, e apesar do apelo de Liana, Leônidas não retornava a casa.
De repente um raio cai na torre de metal no alto do celeiro, e um forte barulho é ouvido. Liana vai até o celeiro, e vê Leônidas preso a uma parte de madeira arrancada do teto pela força da descarga elétrica.
A esperta Sarah volta logo com ajuda, mas vê os olhos do pai se fecharem.
— Pai! Desesperada grita Sarah. — Acorda pai! Nós precisamos de você.
Leônidas pega na mão de Sarah, e lhe dá uma peça de madeira, uma sereia que passara dias esculpindo. Sarah sorri, e seu sorriso encerra os momentos de Leônidas na Terra, que morre com um sorriso nos rosto.
Sarah olha para o lado e vê uma jovem de branco, que leva seu pai para o alto.
— Moça, não leva ele não. Pede Sarah. Deixa ele com a gente.
A jovem de branco sorri para a menina, e leva Leônidas para o céu. Sarah passa o resto do dia chorando.
Os meses se passam, e na sala da casa pouco se via Sarah. Liana passava os dias angustiada sobre o que comeria Sarah, e como elas sobreviveriam sem a provisão trazida do trabalho de Leônidas. Repentinamente entra uma galinha correndo casa a dentro, facilmente capturada por Liana.
— Obrigada Atena! Saudou Liana. — Obrigada pela provisão.
Sarah sente uma luz vinda de fora, e sai para ver. Era a mesma jovem de branco que levara Leônidas. Sarah ao vê-la se enfurece, e sai correndo para expulsá-la. A luz se dissipa no ar.
Sarah ao comer a ave lembra-se dos anos passados, quando dos campos de seu pai saiam comida farta, e do celeiro recordava de seu pônei com o qual corria toda a província para o afago de todos.
Com a morte de seu pai, tudo de valor com exceção da casa fora negociado por comida, e quando não restava nada, eram os vizinhos que apoiavam com algum alimento.
A menina com seus doze anos não se conformava com as perdas, e culpava Atena pela morte de seu pai.
Dias depois caminhando pela praia uma forte voz ecoou vinda do mar.
— Sarah! Está aflita, revoltada ... E sei o porque de tudo isso. Atena te abandonou. Te tirou tudo, e te abandonou! Eu te darei tudo o que quer. É só pensar.
A menina abre os olhos, brilhantes de ganância pela oferta recebida.
— Sim, eu quero! Responde prontamente Sarah. — Eu quero ter o poder de mudar as coisas. Eu quero acabar com Atena em Lemúria!
Por segundos paira o silêncio, e só o mar entoava sua melodia.
— Sarah, te dou o que queres, mas tenho uma condição. Nunca mais retornará a esta terra. Ficarás ao meu lado até o exato momento que triunfarei. Tornarei Lemúria meu território, e você a governará em meu nome. Irei mudar a superfície da Terra a meu prazer, e reestabelecerei sua família. Esteja comigo, e não te arrependeras. Sou Poseidon, o Senhor dos Mares!
Os olhos de Sarah brilharam ainda mais.
— Isso! Vou falar com minha mãe ...
A voz interrompe Sarah.
— Não! Você virá sozinha! Regressará como Sarah de Sirene, um de meus guerreiros de elite, meus Genarais Marinas. Tomará Lemúria em meu nome, e estará com sua família então. Venha!
Um caminho entre as onda é criado, e Sarah por ele percorre com a emissão de um grande clarão. O mar se fecha e Sarah desapareceria de Lemúria por longos anos.
Sarah chega a um grande salão, onde se via belíssimas armaduras alaranjadas, o “Salão das Escamas” como estava escrito ao alto numa escrita nunca por ela vista, mas plenamente compreendida. Imediatamente após ler o nome “Sirene” na base de certa escama, ela treme e veste Sarah. Todo o poder e conhecimento da General Marina do Atlântico Sul lhe é incorporado.
— É incrível! Comenta Sarah de Sirene. — É muito poder concentrado em minhas mãos.
A voz que a guiara até aquele lugar, ri.
— Mas para ter esse poder ... Diz Poseidon. — Deves se unir a mim, e me fazer seu único Senhor. Muitas maravilhas te esperam, e peço em troca apenas tua total fidelidade.
Sarah, vislumbrada com tudo que ouvira acena em sinal positivo, a cada frase que o deus proferia.
— Liderará marinas que conquistarão parte da superfície a meus domínios. Prossegue o deus. — E ao final a superfície da Terra e o mar serão um só.
Poseidon gargalha.
— Vou tomar a Terra de Atena. Afirma. — E você, Sarah de Sirene, tomará ao meu reino diversas regiões, e em especial Lemúria. Em troca terá poder, e escolherá o local para viver e comandar. Será autoridade maior em tua terra, subjulgada a mim e a minha vontade divina.
A voz que com ela falava se figura de pé ao fundo do salão. Sarah estava eufórica com tal proposta, e com sua escama se ajoelha diante a escama brilhante do deus, que de tão luminosa ofuscava a imagem do homem que a portava.
— Serei sua serva de agora e diante. Reporta-se a Poseidon, Sarah. — Como Sarah de Sirene levarei teu nome a superfície, e farei justiça aos que resistirem ao teu infinito poder.
Sarah sai do salão das escamas e caminha para o pilar do Oceano Atlântico Sul, e adentra a passagem para a câmara abaixo do pilar.
No espaço simples, mais ricamente ornamentado por símbolos do deus dos mares e da ninfa sirene, ela encontra uma cama onde depois de se despir de sua escama repousa.
A marina chora ao lembrar-se da sua mãe.
— Darei a minha mãe a dignidade que Atena sempre negou!
Dois meses depois após muitas ações de domínios de ilhas no Oceano Pacífico, Sarah é autorizada a ver sua mãe.
LEMÚRIA – SEIS MESES DEPOIS DA SAÍDA DE SARAH
Liana por muito tempo chorou o sumiço da filha, mas com o nascimento de Teon essa dor é amenizada. As fotos de Sarah mantinham viva a certeza de que a filha pródiga retornaria ao lar.
A presença do pequeno Teon era um alento diante da grande dificuldade. A dificuldade no parto, e a certeza das parteiras de que a criança não sobreviveria deixava ainda mais claro que o menino fora um presente de Atena. Liana sentia que seu ventre foi tocado por Atena, e desde o nascimento de Teon a prosperidade voltara ao lar desfeito, incluindo o retorno dos seus bens, pela caridade dos que deles haviam negociado.
MENTE DE SARAH – LINHA DO EQUADOR
Era início da tarde e Sarah e seus subordinados adentram o continente pelo grande rio, abaixo da linha da linha média imaginária que divide a Terra em duas metades. As aguas do rio desaguavam no mar, a Sul do oceano Atlântico.
Por onde passavam era grande o terror, os homens com lanças de madeira e foices eram dizimados na medida que Sarah entrava terra adentro.
Em uma região mais adentro, onde as águas mudavam de cor, Sarah sente uma energia latente, adormecida. Não intimidada ela manda uma tropa de aviso, uma estratégia diferente da até então feita. Os moradores do lugar se preparavam para a batalha.
As tropas de marinas entram mato adentro matando tudo que viam pela frente, e nem mesmo os animais eram poupados. O cosmo sentido por Sarah desaparecera.
Sarah seguia ao fim da legião de marinas, saboreando a vitória fácil, quando em meio a névoa de flores e pólen uma grande cosmoenergia é liberada, varrendo toda a floresta em direção a Sarah.
A general marina é arremessada por dentro do mato de volta ao grande rio que ali a levara. Sarah de Sirene recolhe o que restou de suas tropas, aguardando o próximo movimento de seu poderoso oponente.
Por instantes nada acontece, e o avanço das tropas é autorizado. Os soldados eram poucos e estavam com medo, mas ainda assim avançaram.
Três grandes cosmos são sentidos, e a certeza que interessava a Poseidon, Atena saira para recrutar seus soldados.
Sarah volta atrás e ordena a retirada, quando do meio da mata flechas atinge de morte três marinas. Eles morrem envenenados. Sara toca sua flauta, e sente uma nuvem de cosmo em proteção a um cosmo mais fraco em meio as árvores.
A general marina caminha por entre as árvores e não vê seu alvo. Ela toca sua flauta e o arqueiro cai por influência de sua canção mortal. O jovem de idade próxima a sua surpreende Sarah. Ela não consegue prosseguir seu canto, pois o olhar do arqueiro não a permitia.
— Qual teu nome arqueiro? Indaga Sarah. — Ele levanta-se com dificuldade, e mantém sua postura de ataque, armando nova flecha ao arco.
— Não direi. Responde o arqueiro. — Não revelarei ao inimigo minha identidade.
Sarah muda seu semblante, abaixa sua flauta e caminha em direção ao arqueiro, colocando seu coração a centímetros da ponta da flecha.
— Sou Sarah. Apresenta-se a marina. — Atire a flecha! Não moverei um músculo sequer.
O arqueiro sabia que àquela distancia com a envergadura dada a seu arco um disparo seria fatal, mesmo em espessa proteção de metal. As flechas que usava tinham como ponta um raro metal que ele havia encontrado. Isso o fizera o melhor arqueiro da aldeia.
— Sou Oriti. Diz o arqueiro desarmando seu arco. — Pode me matar. Fraquejei diante do inimigo. Não consigo te lançar mais uma fecha. Toque sua canção e acabe logo com isso.
Sarah toca o queixo de Oriti e levanta seu rosto.
— Também fraquejei diante do inimigo. Retruca Sarah. — Você ainda está vivo. Não o matarei. Pouparei tua vida por ter desistido de tirar a minha.
O brilho dos olhos de Sarah parecia uma chama em brasa. Oriti transpirava ainda mais diante de Sarah.
— Mas ... Decepcionado, começa o arqueiro. — Você matou a todos da minha aldeia. Minha família, minha irmã querida, Régia, tão inocente, por que? Por que não consigo te atacar, monstro mal ... Oriti interrompe sua fala com um choro.
Sarah sente a dor ao lembrar da perda de teu pai.
— Complete! Diz Sarah
Oriti balança a cabeça.
— Não consigo. Diz. — Não consigo lutar contra você. Não consigo te matar.
Sarah discretamente ri.
— Eu também não consigo te matar. Diz a marina. — Quando aqui eu retornar lutaremos até um de nós vencer. Você com teu arco e eu com a minha flauta.
Oriti olha para Sarah com determinação.
— Que assim seja. Diz. — Nesse dia vingarei a morte de minha família. De minha doce irmão Régia.
Sarah olha nos olhos de Oriti, mas não consegue firmar e desvia o olhar. Oriti vê a docura de Sarah, sua inimiga, e no peito sente por ela uma grande ternura.
Ele sai, pega seu arco, e some na mata. Na direção oposta começam a retornar os soldados marinas sobreviventes. Sarah empunha sua flauta e sal destruindo a mente dos poucos marinas que ali estavam, e tudo acompanharam. Aquele momento deveria ser só dela e do arqueiro Oriti.
— Não posso permitir que meu Senhor saiba que fraquejei. Pensa Sarah. — Eu não seria poupado por ele. Preciso dominar muitas terras para meu Senhor. Meu trabalho aqui está terminado.
Sarah se encaminha de volta ao rio, mas antes de entrar na águas barrentas olha para a floresta.
— Viva Oriti. Pensa a marina. — Na próxima vez veremos o que fazer de nós.
MENTE DE SARAH - TEMPLO SUBMARINO
Sarah retorna ao Templo Submarino e se curva a Poseidon.
— Fez um bom trabalho no Atlântico Sul, Sarah de Sirene. Diz Poseidon. — Mas não completou sua missão. Deixou um dos adversários escapar. Atena o encontrou, e ele será recrutado mais cedo ou mais tarde.
A general marina fica apavorada com o conhecimento do deus de seus atos. Receosa de ser punida duramente por seu desempenho falho se desculpa.
— Desculpe-me meu Senhor. Errei e aguardo minha punição.
Poseidon ri.
— Não o farei, ainda. Pondera o deus. — Sua missão foi satisfatória. Espero que outros fatores não afetem seu desempenho novamente.
Sarah fica mais aliviada. Sua postura demonstra isso.
— Obrigada, meu Senhor. Resigna-se a marina.
Poseidon circula em volta de Sarah enquanto fala.
— Apesar disso ... Continua Poseidon. — Mudarei meus planos. O Cavalo Marinho ira a região mais ao Sul do Atlântico. Você aqui permanecerá. Em breve terá nova missão.
O deus sai e Sarah ali permanece ajoelhada.
— Mas que droga! Esbraveja Sarah quando Poseidon já estava longe. — Estava ansiosa por essa missão.
MENTE DE SARAH – PILAR DO OCEANO ATLÂNTICO SUL
Sarah esta diante do pilar do Oceano Atlântico Sul, e após um longo confronto com Régia de Peixes, percebe estar com uma rosa branca cravada em seu coração.
— Régia ... Diz Sarah. — A doce irmã de Oriti.
Régia se assusta com a fala da marina.
— Oriti? O que sabe sobre Oriti? A amazona estava confusa. — Te darei uma chance se me falar dele.
Sarah sorri.
— Certo, Amazona de Atena. Responde Sarah.
Régia faz sumir a rosa branca no peito de Sarah, já debilitada pelo efeito parcial da Rosa Sangrenta.
— Meu ataque está posto. Diz Régia. — A essa distância você não sobreviverá.
Sarah sorri.
— Interessante situação. Diz a marina. — Estive em igual situação com a flecha de ponta metálica envenenada de seu irmão, mas ele não atirou.
Régia fica nervosa com tudo aquilo.
— Diga logo o que quero saber! Ordena a amazona. — Por favor .... Suplica Régia, muito ansiosa.
Sarah pede ajuda a Régia para se levantar. Régia a encosta nos degraus da escada, e senta ao seu lado.
— Percebi a presença de Oriti na mata. Narra Sarah. — Ele derrubou três de meus soldados. Toquei minha flauta, mas um cosmo forte o protegeu. Ele caiu e pude dar a sinfonia final, mas os olhos de teu irmão não permitiram. Ele armou seu arco, mas não conseguiu atirar. Me apaixonei por aqueles olhos, espírito de luta e misericórdia.
Régia fica eufórica com a estória.
— Mas ... Ele está vivo? Régia estava nervosa, e Sarah muito tranquila.
— Sim, “doce irmã”. Responde Sarah. — Assim ele se referiu a você. Hoje entendo o que me fez Ankaa e Atena. Eles queriam abrir minha mente a verdade, às verdades esquecidas. Hoje sei que Atena sempre esteve ao meu lado, ao seu, ao de Oriti. Nunca me faltou comida, nem carinho. Estava cega, e não quis ver o grande amor no rosto de Atena.
Régia fica surpresa.
— Você já viu Atena, Sarah?
Sarah respira fundo, mas acaba cuspindo sangue, visto o efeito devastador inicial da rosa sangrenta de Régia. Régia se entristece com o estado de Sarah.
— Sim. Responde. — Sempre. Quando levou meu pai. Quando minha mãe estava preocupada em não ter o que comermos, e ela manda uma galinha. Quando salvou Oriti do som de minha flauta. Quando salvou você do meu ataque, e te mandou aqui para que eu me lembrasse disso tudo. Quando me disse tudo isso em Lemúria. Enfim fui uma tola, e por isso mereço morrer.
Régia percebe o arrependimento sincero de Sarah e desarma-se.
— Não! Intervem Régia. — Você não vai morrer aqui. Não por minhas mãos. Se meu irmão poupou tua vida, também o farei. Mostrou-se digna desse ato.
Régia junta os dedos indicar e médio, e perfura a pequena abertura feita pelo cabo da rosa branca. Sarah sente o impacto e a dor. Uma quantidade de sangue quase negro sai, e Régia aplica seu cosmo para fechar a ferida.
— Você ficará bem, Sarah. Tranquiliza Régia. — Sem o veneno da rosa, e com a ferida fechada em breve estará recuperada.
A escama que Sarah vestia abandona seu corpo, montando-se novamente ao seu lado. Seu cosmo se apaga, e Sarah chora.
— Desculpe-me Régia. Arrependida diz Sarah. — Não sou digna de tanto amor. Trai Poseidon e não posso mais ficar aqui. Terei que fugir, mas já sei para onde vou.
Sarah se levanta, e ainda sem equilíbrio se apoia numa pilastra.
— Adeus Régia de Peixes. Despede-se Sarah. — Que Atena a recompense. Sarah acena para Régia já há alguns metros de distância. — Derrote Poseidon e salve a Terra, por Atena. É tarde demais para eu fazer isso. Perdoe-me por tua aldeia. Estava cega. Sei que um dia reencontraremos Oriti, meu arqueiro Tupi.
Sarah tenta se teletransportar mas não consegue. Ela se preocupa por haver soldados marinas no caminho e ela não ter mais nenhum poder. As flores de Régia derrubam dois marinas próximos dali.
— Vá Sarah. Diz Régia. — Não há mais marinas em teu caminho. Os generais já foram derrotados, e minhas Rosas Piranhas varreram esse templo limpando o caminho para sua saída. Vá em paz.
— Obrigada. Diz Sarah agradecida.
Repentinamente surge Leo de Áries vindo do pilar do Oceano Ártico. Ele vê Sarah ir embora, e comenta a situação.
— Que bom que ela se arrependeu de seus atos. É um começo para muitas coisas.
— É verdade. Régia toca o ombro de Leo e pondera. — Mas ... vamos para junto de Atena no pilar central.
DE VOLTA – CÂMARA DO PILAR DO OCEANO ATLÂNTICO SUL
Apesar de confusa com tudo aquilo, para Sarah as lembranças transmitidas por Atena em nada mudaria sua realidade de fidelidade a Poseidon.
AS DURAS LEMBRANÇAS TRANSMITIDAS POR ATENA A SARAH DE SIRENE SÃO REVELADAS. O DESENROLAR DA GUERRA MOSTRARÁ A VERDADE.
Editado por Phoenix no Ankaa
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Ato 009 - Desvendando o caminho da vitória

Durante a visita de Atena a Lemúria, ocasião em que Leo salvara a ilha de grande catástrofe, uma equilibrada batalha ocorrera na praia.
Leo, extenuado pelo esforço de proteger Atena caíra, e a deusa tinha Ankaa como companhia no confronto contra Sarah de Sirene.
Nos momentos finais do conflito Ankaa aplica sua técnica especial na general marina, e sem que ela mesmo percebesse assume o controle de seus atos. Após uma visita a suas memórias mais profundas, Sarah recebe de Ankaa seu golpe de calor, mas pela proteção de Atena a marina desperta em meio ao alto mar ilesa. Salva pela circunstancial estratégia da deusa, ela segue imediatamente ao templo de Poseidon, confusa com o retorno de tantas verdades esquecidas.
Utilizando seu cosmo Sarah desliza sobre as águas, e se aproxima de uma sequencia de ilhas. No centro delas um belíssimo templo estava erguido.
No caminho via-se sete grandes totens, representando os sete oceanos da terra e guardados pelos Generais Marinas, a elite do exército do deus dos mares. Ao centro um grande pilar, templo do Senhor dos mares Poseidon.
Os marinas trajavam as escamas, proteção de puro oricalco, e estavam todos em missão, com exceção de Litah de Lymnades, a protetora do oceano Antártico. Ela testava sua metamorfose quando percebe uma segunda energia junto ao cosmo de Sarah.
Litah não consegue distinguir, mas notava uma quente energia, contrastando com o frio vento marítimo que cortava aquele lugar.
Sarah ainda estava atordoada por tudo o que ocorrera pouco tempo atrás, e resolvera ir até sua câmara para descansar, antes de levar seu relatório a Poseidon. Litah acompanhava sua caminhada a distância.
Na câmara, deitada na cama, ela pensava em todas as lembranças que tivera, e se negava a acreditar.
Atena conseguira seu objetivo, plantando em Sarah a dúvida sobre os reais objetivos de Poseidon, e consequente gerando dúvidas sua a fidelidade ao deus.
Insegura Sarah decidira que iria até Poseidon para poder refirmar em si mesma sua fidelidade a seu Senhor.
Poseidon que acompanhara a entrada de Sarah a seus domínios percebera o mesmo que Lytha, e já conhecia a autoria da artimanha.
— Atena, deusa tola! Pensa Poseidon em seu trono. — Não és bem vinda em meus domínos.
Poseidon corta a ligação formada pela técnica de Ankaa, e a sensação de olhares ocultos que perseguia e desorientava Sarah cessa, e marina cai em sono profundo por horas.
Em seu pilar Litah percebe a mudança da situação, e considerando a certa presença de Sarah em audiência a Poseidon para apresentação de relatório de sua recente empreitada, e se antecipa a ela e surge diante do palácio de Poseidon.
— Preciso de audiência urgente com nosso Senhor Poseidon. Determinada diz Litah. — Saiam da frente! Ordena aos soldados marinas da porta.
Ela abre as portas e segue apressada ao grande salão do deus.
— O que fazes aqui? Ecoa uma voz por todo o palácio.
Litah se assusta, e reverencia Poseidon.
— Sinto muitíssimo incomodá-lo Senhor Poseidon. Responde. — Mas junto a Sarah que se encaminha para cá havia uma energia perturbadora junto. A sua segurança, meu Senhor me preocupa.
Poseidon com ar de soberania, digno de sua posição divina, responde.
— Não se preocupe Lymmades. Percebi essa energia desde o momento da entrada de Sarah em meus domínios. Ela já cessou, pois atingiu seus objetivos.
Litah pouco entendia as palavras de Poseidon.
— Retorne a seu posto. Continua Poseidon. — Prepare-se para sua missão. Cuidarei de Sarah.
Litah acata a ordem e sai.
Horas depois Sarah decidida se encaminha a audiência com seu soberano.
Sarah adentra o salão do deus e se apresenta em reverencia.
— Sarah de Sirene, meu Senhor Poseidon.
Poseidon levanta-se de seu trono, e emanando seu poderoso cosmo lança a Sarah um olhar enigmático.
— General Marina de Sirene ... Por que falhaste em sua missão? Inicia Poseidon. — Lemúria continua nas mãos de Atena.
Sarah estava nervosa.
— Desculpe-me Senhor. Redime-se a marina. — Falhei diante do inimigo. Estou preparada para sua decisão.
— Não tomarei medida alguma. Afirma Poseidon. — Esperava desempenho semelhante em sua casa. Terás nova chance para acerto.
Saram ficam um pouco mais relaxada.
— Alguma coisa a mais, Sarah?. Indaga Poseidon. — Algo mais que queira apresentar-me?
Por hora as dúvidas que perturbavam a marina desaparecem, e Saram temporariamente não tinha mais questionamentos internos.
— Desculpe-me, meu Senhor Poseidon. Responde Sarah. — Não me recordo.
Poseidon ri.
— Imaginei. Afirma. — Então vá. Prepare-se para o conflito final contra Atena.
Sarah estava bastante perdida diante de Poseidon.
— Sim, meu Senhor. Responde.
Sarah sai, e Poseidon retorna a seu assento.
— Está certo, Atena! Te permito saber o que buscas. Pensa o deus. — De nada vale a informação, pois não me vencerá em meus domínios.
Poseidon olha para Sarah que sai desnorteada.
— Boa tentativa, Atena. Pensa o deus. — Não foi dessa vez. Seduzir meus guerreiros não funciona contra meu comando. Essa guerra Santa já está ganha!
Ankaa sente que sua conexão com Sarah foi rompida, mas durou o suficiente para que ele soubesse a localização do templo do deus.
A valiosa informação será o trunfo de Atena na fase final dessa guerra santa.
ANKAA DOMINA SARAH E DESCOBRE IMPORTANTE INFORMAÇÃO. ATENA PLANTA A SEMENTE DA VERDADE NO CORAÇÃO DE SARAH. O CONFLITO ENTRE O PODER DADO POR POSEIDON E O AMOR DADO POR ATENA COMEÇAVA A PESAR EM SARAH.
Editado por Phoenix no Ankaa
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Ato 010 – Presente e Futuro

Atena já chegara ao seu templo em Atenas, seu Santuário e local onde traçaria sua estratégia para a guerra santa contra Poseidon já iniciara.
Anryu fora salvo por Atena direto da fila da colina do Yomotsu, e prometera se vingar daquele que dizimara sua região.
Com a autorização de Atena Anryu retorna a suas origens, pois estava angustiado e com pressentimentos estranhos.
A guarda do santuário estava forte com Celes, Teneo, Régia e Aaron, e o Grande Mestre ordenou que Leo acompanhasse Anryu. Ele soubera de novas movimentações de marinas naquela região, e dois guerreiros de alto nível trariam segurança a si próprios e ao local.
Do porto partiria um barco simples em direção a região mais ao sul do equador, acima do extremo sul das terras geladas dos polos. A viagem seria longo e Anryu estava ansioso.
Próximo ao local antes mesmo de pensar em aportar, em pequeno porto de vilarejo á costa chamado pelo povo local de Iguacú, um forte cosmo é sentido ainda nas águas do mar. Era um rastro deixado como marca de território.
Anryu reconhece a energia como aquela que sentira quando ao defender seu vilarejo fora morto. O protegido pela constelação de câncer perde o controle querendo vingança. Leo assume o leme do barco e tenta conter por telecinese Anryu, que ao aportar segue furioso o rastro de cosmo deixado.
Era grande a destruição no caminho, com muitas pessoas mortas aparentemente por um único golpe. Eram quilômetros de pura destruição, o que deixava Leo e Anryu apavorados pela crueldade daquele que por ali passou. Nem mesmo as plantas foram poupadas.
Depois de muito avançar no continente o rastro de cosmo desaparece. Uma névoa surge e Leo e Anryu são separados.
Leo surge num lugar estranho próximo a um grande lago. Uma grande luz surge e a bela Sofia de vestido branco caminha em sua direção. Leo se assusta por sua presença, e a reverencia.
— Leo, meu querido. Diz Sofia. — Não precisas se sacrificar pela terra. Viveremos nosso amor. Basta você deixar esta vida de guerreiro de Atena.
Leo estava muito confuso e não acreditava que Sofia estava ali. Leo baixa a guarda e Sofia o abraça. Sofia sorri sarcasticamente, e Leo cai desacordado.
Anryu, separado de Leo, caminha errante quando vê um rosto conhecido. Era Denis, se grande amigo que desaparecera no ataque anterior ao local.
— Denis, você está vivo? Anryu estava empolgado. — Onde você esteve esse tempo todo? Que bom que se salvou.
Anryu aperta o passo para encontrar com seu amigo, mas estranha a caminhar perfeito de Denis. Desconfiado ele salta para trás.
— O que está acontecendo? Anryu estava em alerta. — Sua perna quebrada!? Como ela se recuperou? Por que você não manca? Ela estava perdida!
— Eu me recuperei nesses anos, meu amigo. Responde Denis com um sorriso no rosto. — Venha, estou lutando contra esses malditos monstros que vem das águas. Lute ao meu lado. Vamos acabar com todos eles. Vamos dizimá-los!
Anryu se lembra de seu amigo pacífico, que nunca quis matar ninguém.
— Você não é o meu amigo! Retruca Anryu.
O guerreiro de Atena eleva seu cosmo ao máximo, e a imagem de Denis de converte em uma guerreira de vestes alaranjadas.
O cosmo percebido por todo o caminho fica mais intenso e explode em volta da marina de Poseidon.
— Boa percepção, Anryu. Inicia o marina. —Teu amigo Leo não a teve, e foi um triste fim. Foi fácil de enganá-lo por uma tal de Sofia. Mas não importa, pois você também cairá.
Anryu eleva seu cosmo, e concentrando-se no caminho da morte que fizera anos atrás cria uma forte energia que abre uma fenda no espaço temporal que suga os dois para a colina do Yomostu Hirasaka.
Lytah se assusta com o transporte a lugar tão diferente e sombrio. Ela ouvira falar deste local do reino de Hades, mas sabia que ali só entram almas dos mortos e derrotados em batalhas, e a batalha apenas começara.
A segurança de Anryu deixou Lytah ainda mais incomodada.
— Por que me trouxe aqui? Indaga Lytah. — O que pretende?
— Aqui será seu túmulo, marina! Reage Anryu com vigor. — O mesmo lugar para onde mandou tantas pessoas de bem desse lugar.
— Como chegamos até aqui? Lytah tentava ocultar sua apreensão. — Esse lugar é domínio de Hades, e não de Atena.
Anryu ri.
— Minha experiência de quase morte me permite transitar por entre os dois mundos. Responde o gerreiro de Atena. — Sem falar que aqui fico mais forte. Você saberá o quanto.
Anryu parte em direção a marina e com um golpe no peito da escama a arremessa longe.
Lytah sente o impacto e se levanta, tentando persuadir seu oponente e ter vantagens em sua defesa.
— Agredindo uma mulher! Ironiza Lytah. — Onde estão suas boas maneiras?
— Não tenho diante mim uma mulher. Firme responde Anryu. — Tenho uma assassina, uma inimiga! Completa partindo para nova investida contra Lytah.
Ele desfere uma série de socos em uma velocidade incrível, tamanha a leveza do corpo de Anryu naquele lugar. Lytah se defende, e conta com a escama para sua proteção que parecia mais pesada do que nunca.
A desvantagem da general marina é notável, e ela busca meios de sair dali, levando a luta de volta a terra. Ela se lembra do sangue de Leo que ainda estava fresco em sua mão direita. Enquanto se defende ela concentra seu cosmo na busca do caminho para a fonte original do cosmo de Leo presente em se sangue.
Quando de uma maior pausa do ataque de Anryu ela estabelece um caminho, e com a ajuda do poderoso cosmo de Poseidon o caminho de retorno se abre e por ele Lytah passa.
Exausta ela chega a terra, seguida por Anryu também exausto. A escama da general marina a salvara da morte certa, e um novo capítulo nessa batalha estava para ser escrito.
— Anryu ... Inicia Lytah. — Nessa luta não haverá vencedor. Estamos cansados, e minha escama não permite sua vitória. Façamos uma trégua hoje, e voltemos a lutar no meu território com o máximo de nossas condições. Será uma luta até a morte.
— Justo! Responde Anryu. — Considero justo. A próxima luta será a derradeira, e a vencerei em seu território.
Lytah dá um sorriso amarelo.
— Veremos! Retruca a marina. — Seremos honrados guerreiros sem face lutando por nossos senhores.
Anryu sinaliza positivamente e oferece o caminho de volta a Litah. Ela retorna, e quando ela já sumira o guerreiro de Atena cai. Oculto entre as árvores estava Denis, feliz em ver seu grande amigo sempre firme em seus propósitos e atento a tudo.
Denis tinha sua perna quase paralisada, visto o tempo que ficara sem ajuda, sobrevivendo apenas de caça e plantas. Ele utilizava as propriedades de cura das plantas, conhecimentos que herdara de seu pai, curandeiro do povo que ali morava.
Com o desfecho da luta, e condição crítica de Anryu, ele sai em defesa de seu velho amigo desacordado para lhe salvar como fizera anteriormente com Leo.
Momentos antes, Leo, a beira da morte, teve seu grave ferimento tratado por Denis. Ele estancou o sangue que jorrava de sua costas, ponto de ataque do então marina misterioso. O guerreiro de Atena fora deixado em segurança, e em breve estaria em condições de partir.
Denis acompanhara Leo e Anryu desde o momento que aportaram. Ele viu as duas lutas, mas manteve-se oculto, apoiando ambos nos momentos mais adequados.
POR VOLTA DE UM ANO ATRÁS
Anryu e Denis eram amigos, filhos dos líderes do povo da tribo Iguacú. Anryu era filho do cacique Boroni, e Denis do curandeiro Fausto.
Denis era contra as lutas, e dedicava-se no aprendizado das curas. Anryu queria ser um grande guerreiro, e se espelhava na sabedoria de seu pai.
Com a invasão dos marinas Caua, líder dos guerreiros, comandou a resistência, e incumbiu Anryu de ficar vivo para continuar a missão do cuidado do povo.
Os marinas, com suas armaduras alaranjadas dizimaram os guerreiros de Iguacú, e Anryu precisou lutar. Ele possuía uma força interior que ele mesmo desconhecia. Ele derrotava os soldados marinas com facilidade, até a chegada de um soldado mais forte. Anryu foi pego de surpresa e acabou morrendo.
A alma de Anryu vagava pela colina do Yomotsu Hirasaka, como se instintivamente tivesse ido para lá para se proteger. Atena resgata sua alma, e Denis acompanha sua ressurreição com o instinto que deveria permanecer distante.
Denis sentiu a quente cosmoenergia de Atena se comunicando e conectando com sua alma.
VOLTANDO ...
Anryu e Leo partiram de volta para Atenas, e Denis sem que os dois percebessem se esconde no barco. Chegara ao fim o que ali prendia Denis. Rever ter amigo renovou suas expectativas.
Chegando em Atenas, no porto oculto pelo cosmo de Atena, Denis aguardou os guerreiros da deusa seguirem para sair do barco e se esconder nas ruinas do Santuário.
A cosmoenergia quente sentida há um ano atrás retornara, e Denis mesmo preocupado por ter sido descoberto não sente medo. A energia o acolhe, e ele aguarda a aura de luz se materializar numa jovem.
— Denis. Saúda Atena. —Sou Atena. Venho agradecer pelo cuidado aos meus dois guerreiros.
— Mas ... Denis estava confuso. — Como soube?
Atena gentilmente sorri e caminha em direção a ele.
— Meu cosmo sempre acompanha meus guerreiros. Prossegue a deusa. — Nunca os deixo sozinhos. Senti sua presença por todo o tempo. Não se preocupe. Pode permanecer aqui. Não passará sede, fome ou frio. Estarei contigo. Teu dom será necessário no futuro. Estáem casa.
Denis sorri.
— Obrigado Atena. Acolhido responde. — É muito bom saber que estou em casa. No que precisar de mim, eu estarei a disposição.
A aura de luz de Atena se dissipa, e um som ecoa no coração de Denis.
TEMPO ATUAL
Atena visita Denis em sua cabana nas áreas mais isoladas e não exploradas do Santuário.
Sua aura de luz inunda o local. Denis reconhecendo aquela energia faz reverência.
— Atena. Saúda Denis. — Retorna a meu canto. Seja bem vinda.
A luz brilha ainda mais, como se sorrisse para Denis.
— Obrigado. Diz Atena.
— Denis! Saúda Atena. — Retorno a você com uma oferta.
Atena Sorri.
— Qual a oferta que me traz? Indaga Denis.
— Guardou meus guerreiros quando foram atacados pelos marinas de Poseidon, o deus dos mares. Prossegue Atena. — O convido para fazer parte da Ordem de Serpentário, a Ordem dos Guardiões. Serás o protetor de seu amigo Anryu. Serás ao aurum de Cancer.
Denis sorri.
— Ajudar meu amigo! Responde. — Sim. Não gosto de lutas. Meu legado é o da cura. Serei o guardião de Cancer.
O cosmo de Atena agradece, e Denis é transportado para outra parte do Santuário. Muitos ali estavam, e uma energia dourada enche o local.
— Seja bem vindo Denis de Cancer. Sauda Teon de Serpentário.
ANRYU COM SUA OBSERVAÇÃO AGUÇADA SUPERA LYTAH DE LIMNADES. MAIS ADIANTE NO FLUXO DO TEMPO CANCER SEU GUARDIÃO É RECRUTADO. A GUERRA SANTA CONTINUA NO PRESENTE, E SEUS PERSONAGENS GARANTEM NO FUTURO O CRESCIMENTO DA ORDEM DE SERPENTÁRIO.
Editado por Phoenix no Ankaa
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  • 2 semanas depois...


A guerra santa se desenrolava, e Atena após sentir um forte cosmo emanado de uma região instável, em terras pouco conhecidas a norte do Trópico de Câncer. Ela reúne Anryu e Sig e seguem para lá.


Em uma ilha próxima a um apêndice do continente habitava um humilde povoado. Nesta vila um homem solitário outrora salvara a todos de um cruel destino frente ao exército de Poseidon.


Aaron era considerado por todos "um homem estranho", brincava com os trovões. Morador de um casebre no alto da montanha, era mestre no ofício de fabricar vidros. Utilizava-se do trovão nas areias das praias para fabricá-los, e do calor do vulcão para moldá-los.


Apesar de ser taxado como "excêntrico" era muito respeitado, e junto a Sana, sua sobrinha, assistente e jovem aprendiz era muito querido por todos. Sua presença era o motivo da visita de Atena àquelas terras.


Como de costume, naquele momento de guerra santa, a deusa segue recrutando guerreiros poderosos para seu exército. A cosmo-energia de Aaron fazia dele mais uma importante aquisição a frente de batalha.


Atena visita Aaron em sua casa, e o convida a seguí-la para Atenas, mas o humilde homem lhe faz uma curiosa exigência.


— Atena! Sigo contigo, mas com apenas uma condição. Levarei Sana comigo. Sana sempre estará onde eu estiver. Ela é minha única família. Não deixarei minha menina para trás. Quando da morte de meu irmão no mar, e da morte de sua mãe ... Sana tornou-se minha filha. A filha que não pude ter. Prometi a meu jovem irmão que dela cuidaria. Nunca desampararei a minha família. Conclui Aaron.


Atena, acolhedora com seu grande amor aos humanos e a família, sorri.


— Não se preocupe, Aaron. Tranquiliza-o, Atena. — São belas as suas palavras. Sempre haverá espaço para o amor, nas terras da deusa Atena. Cuidaremos dela. Somos todos uma só família.


Aaron olha para Sig e Anryu que sorriem após a última frase de Atena, e ele tem certeza de que será verdade.


— Obrigado, Atena. Diz Aaron com um sorriso.


Sig após aquela doce demonstração de amor lembra-se de Ozir, sentindo um grande aperto em seu peito.


— Ozir ... Pensa Sig — O que será essa dor profunda em meu peito? Será pela nossa briga antes da partida a essa missão? Sinto como se tivesse perdido minha grande chance, mas chance de que? Que ausência é essa que arrebata meu coração?


No templo de Atena Ozir tem também uma estranha sensação, e pensa.


— Sig, meu irmão! Como me arrependo de ter ralhado contigo. É estranho, até parece o arrependimento da despedida.


Ozir olha para o céu e vê a constelação de Gêmeos e seu brilho exuberante.


— Não tenho nada do que me preocupar. Sig em breve retornará, e poderei pedir-te desculpas e abraçá-lo bem forte. Esse aperto em meu peito é apenas saudade! Atena o protegerá! ...


Na ilha, do topo da montanha partem Atena, Sig, Anryu, Aaron e Sana em cinco esferas de luz, quando sobrevoando a costa em direção ao Atlântico podia-se ver o surgimento repentino de grandes ondas nascidas do meio do mar.


As ondas seguiam em direção a praia, e um cosmo de presença impressionante compunha também a massa de águas. Aaron e Sana sentem algo familiar e se olham, mas não dão muita importância.


Sig, temeroso do destino daquele povoado, olha para Atena por segundos e desfaz a esfera de energia que levava seu corpo, caindo no mar entre a praia e o alto oceano.


Aaron e Anryu tentam fazer o mesmo mas Atena os impede, enquanto Sig em queda olha para o alto e sorri.


— Atena! Retruca Anryu. — É um cosmo muito poderoso! Sig enlouqueceu! Preciso ajudá-lo!


Atena olha para baixo, confiante na decisão de Sig.


— Não, Anryu! Rebate Atena — Lutamos de forma justa. É apenas um contra um. Sig sabe que esta luta é dele. E eu também sei disso.


Sig cria uma fina camada de cosmo sobre a água e nela pousa suavemente.


— Sig está bem. Continua Atena. — Continuemos nosso caminho. Em breve Sig nos encontrará.


Sentindo a plena confiança de Atena em Sig, resigna-se Anryu, sempre fiel a sua senhora.


— Sim, Atena. Conclui Anryu.


Atena olha Aaron e Sana com carinho.


— Acalme seu coração, Aaron. Ao novo guerreiro se dirige Atena. — Confie em Sig. Sua morada não será destruída.


Aaron absorve a confiança das palavras da deusa e faz sinal positivo.


— Eu confio, Atena. Afirma Aaron. — É que ... Deixa pra lá. Vamos.


Aaron olha para Sana e ganha dela um grande sorriso. A tranquilidade de Sana inunda seu coração e Aaron faz seus votos a Sig e seu confronto.


No oceano a onda continua crescente, e Sig levanta uma barreira de cosmo engolindo toda a água.


— Apareça! Grita Sig. — Mostre tua cara!


Um redemoinho de água surge e uma grande gargalhada ecoa.


— Impressionante! Surge uma voz de dentro do redemoinho. — Para onde mandou toda a minha água... guerreiro de Atena?


Sig indica com a cabeça, a frente.


— Olhe para trás. Responde Sig.


Uma tromba d'agua cai sobre o redemoinho e a aparência do inimigo se revela.


— Bela manobra! Ironiza o inimigo. Cai do céu, salva a todos pelo menos por um momento, e ainda desfaz minha entrada triunfal. Começou bem! É digno de que eu me apresente. Sou Ted de Dragão Marinho. O General Marina do Oceano Atlântico Norte. A elite do exército do Imperador dos Mares, meu Senhor Poseidon!


Sig se mantém sério e ironiza Ted.


— Bela condecoração. Ironiza Sig para o sorriso sarcástico de Ted.


— Não terás a menor chance, guerreiro de Atena. Reivindicarei essas terras a meu Senhor, e deverás chamá-lo assim também desse momento em diante. Confiante retruca o marina.


Ted ri ainda mais alto que da ultima vez, e Sig balança a cabeça em sinal de pouco caso.


— Acabou a apresentação? Indaga Sig. — Se já acabou o Show, vamos acabar logo com isso. Tenho que reencontrar meu irmão!


Ted fica sério.


— Imão? Indaga Ted. — Também tive um. Creio que o verei em breve. Mas ...


Ted balança a cabeça como e quisesse esquecer daquelas memórias, e foca seu olhar a frente, para Sig.


— Tens pressa de morrer? Assim não é divertido. Mas tem razão numa coisa, tenho que afundar logo esta ilha. Um esquentadinho dos relâmpagos destruiu meus soldados, mas já previa isso. Um fato esperado, de alguém conhecido. Sem falar que ainda tenho muitas ilhas para afundar. É chato esse monte de ilhas pequenas. Dá muito trabalho. Mas, vamos a você. Atenderei a teu pedido.


Sig fica em posição de batalha.


— Que seja, Retruca Sig.


Ted de Dragão Marinho abre os braços e ao abrir a palma das mãos diversos redemoinhos de águas do mar se formam. Todos se encaminham a torna-se apenas um.


No mesmo instante o brilho das estrelas do céu se intensifica, e Sig dá um salto de braços abertos concentrando todo o brilho das estrelas em seu cosmo. O aumento de seu cosmo impressiona Ted.


Ted reúne todos os redemoinhos e com um movimento de braço a frente encaminha uma grande única onda espiral em direção a Sig.


Sig une seus braços ainda dobrados na altura do peito, e comparada a uma grande explosão de galáxias ele desdobra seus braços unidos disparando uma poderosa carga de energia.


Duas grandes ondas se chocam permanecendo um grande equilíbrio de forças a meia distância de ambos. Um grande vale se forma em linha, no local onde as forças se confrontam.


As correntes marítimas, sempre instáveis naquela região, não suportam a pressão causada pelo embate de forças, e após quebrar o equilíbrio estabelecido gera duas grandes ondas nas direções de Sig e Ted.


O desequilíbrio causado conduz os ataques, um pouco enfraquecidos, junto a onda a seus respectivos alvos pegando ambos em cheio.


Sig é arremessado a quilômetros continente adentro, encontrando nesse caminho árvores da vegetação que margeava a praia. Em estado semi-consciente Sig lança sua mente no vasto e calmo espaço entre as estrelas. Com o cosmo fortalecido, como reação a tal ato, seu corpo resiste aos impactos quando enfim cai desacordado.


Ted é lançado mar adentro, com as peças de sua Escama sendo espalhadas por diversas direções, visto a força da explosão lançada por Sig. Uma corrente marítima o alcança e seu corpo desacordado é lançado a leste, mar adentro.


Sig é encontrado por uma senhora que vivia naquela praia. Apesar de ser um estranho e estar desacordado, num transe por ele mesmo induzido, ele é cuidado pelo casal de idosos que ali residia.


TEMPLO DE ATENA — GRÉCIA


Atena, Ozir e Anryu olham para o céu e percebem a redução no brilho da Constelação de Gêmeos.


Ozir percebera pelo olhar de Atena que Sig não retornaria. Uma sensação de dor e desespero lhe arrebata e a pessoa centrada que era Ozir sai de controle.


— O brilho ... se acabou. Meu irmão ... morreu?! Não pode ser! Temos que voltar lá! Temos que encontrar meu irmão!


Atena sente a dor de Ozir, como se fosse sua.


— Acalme-se Ozir. Tranquila diz Atena. — Não adiantaria retornar. Sig não mais está entre nós.


Ozir não se conforma com a realidade a ele colocada.


— Não pode ser! Angustiado repete Ozir. — Ele se vai, e nem posso me despedir ... Não!


Atena desolada com a dor tamanha de Ozir tenta tranquiliza-lo, sem fugir da realidade naquele momento posta.


— Não é mais possível sentir seu cosmo. Diz Atena. — Como também sumiu o cosmo do inimigo, foi uma luta justa. E ao que parece teu irmão a venceu.


Ozir olha a Anryu com a esperança estampada nos olhos.


— Mas ... Tenta ponderar Ozir. — Anryu, procure sua alma no mundo dos mortos.


Anryu olha para Atena, na expectativa de uma resposta positiva.


— Posso fazer? Consulta Anryu.


Vendo a esperança nos olhos de todos, apesar de já ter noção da resposta, sinaliza que sim Atena.


Anryu sobe ao Seikishiki e procura Sig entre as fileiras de almas a caminho do vale da morte no monte Yomotsu Hirasaka. Ele retorna, e por sua expressão Ozir fica ainda mais triste.


— Não está lá! Afirma Anryu


Ozir fica cada vez mais conformado.


— Mas onde estará? Ozir estava agora confuso.


Ozir cai no chão de joelhos, lembra da discussão que tivera tempos atrás e do aperto no coração, que chegara a pensar ser a dor da despedida.


— Aquela sensação ... Mergulha Ozir em seus pensamentos. — Sig se despedia de mim. Meu irmão se foi, e sequer pude ter seu perdão. Nem mesmo pude dizer Adeus.


Ozir, conformado com sua perda, chora e tem em Atena uma mão amiga. A deusa toca seu ombro com sua cosmo-energia cheia de amor, e lhe dá a mão para que se levante.


— Não se desespere, Ozir. Precisamos de tua força. As forças de Poseidon ainda ameaçam nossa Terra. Sig se foi como um guerreiro, como um guerreiro da Constelação de Gêmeos. Mas não se esqueça, Ozir, que Gêmeos ainda tem você, e conta com tua força. Honres tua constelação guardiã, como Sig a honrou.


O Guerreiro ao ouvir tais palavras tenta retornar a sua postura habitual.


— Sim. Desculpe-me Atena. Ozir retoma seu centro.


Atena sorri, pois conhecia a força de seu fiel guerreiro.


— Sig sabia como você que algo aconteceria. Pondera Atena. — Sig me pediu autorização para lutar, e para morrer se fosse preciso. Por sua honra, Ozir. Para que na sua ausência você pudesse ser o mais forte de meus guerreiros. Para que você se tornasse o meu Guerreiro do Signo de Gêmeos, como ele também o era. Somos uma só família, e estamos todos com você.


Anryu estica a mão a Ozir, em sinal de solidariedade.


— Estamos juntos. Diz Anryu


Anryu dá um forte abraço em Ozir, e Aaron faz o mesmo. Sana abre um grande sorriso para Ozir, e naquele momento sua alma se enche de esperança.


— Conte conosco ... Sempre! Diz Aaron abraçado com Sana. Como Guerreiros de Atena, nunca estaremos sós.


Atena vê aquele momento de amizade, sentindo em seu cosmo que algo especial acontecera, e que coisas ainda maiores estavam por vir.


A deusa se firma na esperança de que ainda compreenderia todo aquele estranho ocorrido, na certeza de que o grande propósito disso ainda seria revelado.



OZIR E SIG SE SEPARAM PELA HONRA DA BATALHA EM DEFESA DA TERRA REGIDA POR ATENA. A GUERRA SANTA FAZ MAIS UMA BAIXA NO EXÉRCITO DE ATENA, MAS SERIA ISSO DEFINITIVO?

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Ozir, triste com sua aparente perda, lembra-se da promessa que junto a seu irmão fizera há anos atrás.


GUERRA SANTA — SETE ANOS ATRÁS


Atena via com o passar do tempo, diversos territórios da Terra serem tomados por Poseidon. Um dos redutos de resistência mais importantes era uma região próximo ao local onde se localizava o templo da deusa.


Um dos principais aliados de Atena era Oscar, um homem determinado que guardava um segredo.


Desde pequenos Ozir e Sig percebiam as grandes explosões do céu como sonhos, e brincavam de adivinhar a ocorrência de estrelas cadentes e conjunções entre o sol e a lua. A precisão em suas adivinhações eram tidas como coincidências pelos moradores do local, visto a ocorrência esporádica desses fenômenos.


Oscar não explicara aos filhos os estranhos fatos e conhecimentos que a eles estavam relacionados, mas de alguma maneira eles pareciam tudo compreender.


Apesar de Sig ter nascido por último, sempre teve por seu irmão Ozir um excessivo cuidado. Em brigas Sig o defendia com tanto ardor que a todos assustava.


A troca de energia e companheirismo entre ambos era observada pelo pai, que sabia que em sua ausência ambos estariam em perfeita companhia.


O tempo passava e muitas eram as tentativas de Poseidon invadir aquelas terras banhadas pelo Mar Mediterrâneo, mas Oscar junto a outros três guerreiros Ruy, Maia e Jéssica sempre as frustravam.


Apesar das derrotas, o deus dos mares nunca desistira de obter o domínio daquela região estratégica a seus planos. A proximidade ao Templo de Atena era a razão para tão insistente investida. Em uma investida mais ousada um marina mais poderoso é enviado no intuito de concluir tal peleja que persistia há muito tempo.


Oscar sente uma grande movimentação das águas do Mediterrâneo, mas diferente das vezes anteriores havia uma energia mais poderosa emanando das águas.


Oscar, Ruy, Maia e Jéssica posicionam-se no alto do rochedo de frente da manifestação atípica do mar, na espera da aparição do inimigo.


Ozir e Sig com seus treze anos de idade, mesmo sob ordens de não se aproximar do local da batalha sentem que deveriam fazê-lo. Oscar percebe suas presenças.


— Ozir ... Pensa Oscar. — Sig ... O que fazem aqui?


Oscar olha para trás e os vê escondidos atrás de uma grande pedra. Apesar de saberem do perigo que os ameaça, as crianças tem em seus instintos outra sensação.


— Estão seguros. Pensa — Não permitirei que nada lhes aconteça. Já é hora de saberem um pouco mais de seu dom.


As ondas do mar batem na rocha com violência cada vez maior, e uma silhueta em posição de oração é vista dentro de uma das ondas que quebra mais alto no rochedo.


A água escorre e o responsável por aquele grande cosmo surge, como definia sua silhueta na água. O homem sai de sua posição e põe-se de pé. Portando uma reluzente Escama e com uma bela lança dourada na mão apresenta-se o marina.


— Sou Chris de Crysaor! O General Marina do Oceano Índico. Vim tomar essa terra em nome do meu Senhor Poseidon, o Imperador dos Mares. Rendam-se ou sofrerão com o poder de minha Lança Dourada.


Maia e Ruy ao ouvir o Marina se revoltam.


— Essa é nossa terra! Diz Maia.


— Está nos domínios de Atena, quem deve se render é você! Afirma Ruy.


Chris ri.


— Eu? Seus corpos desnudos ... Minha Escama me protegerá de qualquer ataque. Atena é uma tola. Expor seus "preciosos" humanos a morte certa, sem proteção nem armas. Os fatiarei com a Lança Dourada do grande guerreiro Crysaor!


Chris gira sua lança e inúmeros golpes da lança partem para todas as direções.


— Aaai. Grita Ruy. — A lança mal tocou meu corpo. Mas estou todo ferido. Observa Ruy.


Jéssica analisa a situação


— O ar movimentado pela lança foi o suficiente para quase nos fatiar por completo. Conclui Jéssica.


Cris sente a aguçada percepção de todos, e muda seu semblante.


— Bem explicado, meus caros. Diz Chris. — Esta foi apenas demonstração, a próxima será pra valer. Vamos acabar logo com isso!


Chris novamente gira sua lança, atinge a todos com o ar movimentado e parte para uma ataque direto a Ruy.


Oscar acompanha todos os movimentos da lança dourada e prevendo um ataque direto se posiciona diante Ruy bloqueando a lança.


— O que? Diz Chris surpreso. — Defesa com a mão nua!


Chris vê seu ataque frustrado e sente sua honra manchada. Ele traça sua estratégia de luta.


— Muito bom. Mas isso não muda nada. Acabarei com todos vocês. Mas você ... Chris dirige-se a Oscar. — Deixarei para o final. Travarei uma luta com um verdadeiro guerreiro. Acabarei com estes fracotes primeiro.


Ruy furioso provoca o marina.


— Então venha! Ate hoje derrotamos tudo que Poseidon nos mandou, agora é a tua vez!


Jéssica preocupada com o nível do oponente e o destempero de Ruy alerta.


— Ruy ... Este é um marina diferente de todos que já enfrentamos. É mais poderoso.


Chris olha para Jéssica e nela vê muita cautela, premissa importante a um bom adversário.


— Ouça sua amiga, nervosinho. Zomba Chris. — Mas antes de acabar com todos, os direi quem foi Chrysaor. Na mitologia Chrysaor foi filho de meu Senhor Poseidon e Medusa. Por tudo ter sido consumado no templo de sua deusa Atena, ela transformou Medusa numa górgona. Quando o herói Perseu decapita Medusa nasce o gigante Chrysaor e o cavalo alado Pegasus.


Chris mostra sua lança, e prossegue.


— Ele nasce como guerreiro portando sua Lança Sagrada e uma missão: Destruir o mal até que não lhe reste qualquer arma ou proteção. Chrysaor em grego significa "o detentor da Lança Dourada".


O marina gira a lança e a aponta a todos.


— Vocês que se opõem ao poder do Imperador Poseidon morrerão, e reencarnarão num mundo mais puro. A Terra governada pelo Imperador dos Mares! Agora que sabem sobre quem executará a pena, acabemos logo com isto. Escreverei mais um capítulo da vitoriosa supremacia de meu Imperador ... Sobre Atena.


Ruy ri e se prepara para o confronto.


— Então vamos, Chris de Chrysaor. — Vamos acabar com isto agora. Vamos Jéssica.


Jéssica, conhecedora daquela estratégia de combate, balança a cabeça.


— Vamos! Responde a jovem guardiã daquelas terras.


Chris novamente gira a lança dourada, enquanto Ruy com o poder de seu cosmo movimenta o ar abundante a beira mar.


Ruy concentra o ar e o movimenta em pequenos círculos em sentidos e posições distintas, formando uma verdadeira muralha de ar.


Chris vê a barreira de ar, para o ataque e zomba.


— Acha que isto ai pode parar minha lança? Como vocês são tolos! Combinam perfeitamente com a deusa que seguem. Agora conhecerão a verdadeira força da Lança Dourada de Chrysaor. Lança Dourada!


A lança conduzida pelo marina ultrapassa o escudo de ar, atingindo o lado direito do peito de Ruy. Ele intensifica a força dos círculos de ar e prende a lança do marina.


— Maldito! Grita Chris. — Cai em tua armadilha!


- Aguarde mais um pouco, Chrysaor. Ironicamente diz Ruy.


Uma nova corrente de ar é atraída do mar e concentra-se em torno de Jéssica. Seu cosmo inflama enormemente e sua energia se aviva numa aura vermelha, as meninas de seus olhos ganham um tom róseo e Jéssica por um momento mais parece um demônio.


Ela salta transformando a massa de ar em finas navalhas, e as lança por sobre a barreira criada por Ruy atacando Chris por todas as direções sem chances de fuga.


Assim como a Lança Dourada e o ar por ela movimentado, Chris seria completamente fatiado, mas a sua escama recebe o todo o impacto e alguns pedaços dela são arremessados ao longe.


Ruy enfraquecido pelos ferimentos frouxa a barreira, e Chris é arremessado á beira do penhasco junto a sua lança. Antes que a Lança Dourada caia nas pedras do quebra-mar Chris a resgata e com dificuldades levanta-se.


Maia novamente dá movimentação ao ar e cria redemoinhos com sentidos aleatórios impedindo a movimentação do marina.


O marina apavorado com tamanha demonstração de poder dos Guerreiros de Atena pensa.


— Impressionante! Se não fosse minha Escama, eu estaria em pedaços. E agora essa corrente de ar. Não posso me mover. É inadmissível. Sou um General Marina.


Maia caminha, e Ruy e Jéssica dão passagem.


— Essa corrente de ar é diferente. Ela se intensifica ao meu comando, conforme eu inflamo meu cosmo. Ela imobiliza todo o seu corpo. Não poderá mais movimentar sequer um músculo. Quando mais forçar, mais forte ela fica. Renda-se Chrysaor!


Chrys aumenta sua energia e tenta movimentar seu braço, mas é inútil. Insistente ele movimenta seu braço direito, empunha a lança e a arremessa contra Maia, a custa da quebra de sua clavícula e total imobilidade do braço.


— Não pode ser? Diz Maia surpresa. Por que, Ruy?


Ruy havia se atirado na frente de Maia e recebera o impacto da lança. Maia e Jéssica voltam sua atenção para ele.


— Não poderia perder você, Maia. Diz Ruy. — Já estava ferido, e não admitiria que você se ferisse. Não servia mais para a batalha.


Maia chora, prevendo o pior.


— Não diga isso Ruy! Manifesta-se Jéssica. É um exemplo de determinação, não pode morrer.


Ruy respira fundo, pega carinhosamente na mão de Maia e morre diante todos.


— Atena ... Resmunga Ruy — Ela veio me levar. Desculpe Atena, mas falhei como teu Guerreiro. Diz a alma de Ruy diante o cosmo de Atena.


A alma de Atena pega a mão de Ruy e o leva aos céus, deixando abaixo a todos e muita tristeza.


— Foste honrado. Diz Atena. — Lutaste até o fim, como esperado de um ilustre Guerreiro.


Maia enfurecida pela morte de Ruy, a quem tinha um especial carinho, intensifica seu cosmo e torna a corrente de ar que circunda Chris em um turbilhão. Ela o arremessa em direção ao mar.


Maia chora, vira de costas e segue em direção a Oscar quando uma grande onda quebra no rochedo e uma poderosa energia surge direcionada a Maia.


Oscar pressentindo o ataque, na velocidade da luz, se interpõe entre Maia e a força vinda do mar e a bloqueia.


A imagem de Chris é novamente revelada, bastante ferido, sem maior parte de sua escama, mas ainda com uma forte determinação.


— Pensou que seu fraco poder me afetaria? Indaga Chris. — Ainda tenho meu braço esquerdo, e estou cansado de brincadeiras.


Chris traz sua lança a mão e prepara a nova investida.


— Errei em subestimá-los, mas ainda sim sou superior a vocês. Lutarei de igual para igual a partir de agora. Vou acabar com você, Maia! Terás uma morte rápida.


Chris, visivelmente descontente por ter recebido tantos ataques, arremessa a Lança Dourada contra o corpo de Maia.


— Vá, Lança Dourada!


Numa fração de segundos a lança passa entre o braço e o tórax de Maia não causando ferimento grave.


— Como?! Grita Chris surpreso.


Oscar a passos largos se posiciona frente a frente com o marina.


— Serei teu adversário de agora em diante Chrysaor. Assume a luta Oscar.


Maia, indignada como a morte de Ruy, fica inconformada com a decisão de Oscar.


— Mas Oscar. Retruca Maia.


Por sua posição de líder da equipe, Oscar responde com firmeza.


— Leve Jéssica e os meninos daqui. Ordena. — Eu cuido dele.


Por não terem percebido a presença dos meninos, Jéssica e Maia mostram-se confusas.


— Meninos? Indaga Jéssica.


Sem olhar para trás, Oscar com um leve movimento aponta a um grupo de pedras.


— Ali. Mostra Oscar.


Ozir e Sig saem do esconderijo e protestam contra a ordem dada a Maia.


— Não vamos embora. Dizem juntos os Gêmeos.


Os gêmeos, que sempre acompanharam os treinamentos de Maia, Ruy e Jéssica, caminham até Ozir com determinação.


— Vamos ajudar nosso pai. Diz Sig. — Vocês lutaram muito bem, mas a gente substitui vocês à altura.


Ozir, muito confiante, como gente grande olha para trás.


— Podem ir, a gente assume daqui. Diz Ozir.


Maia e Jéssica, admiradas com tamanha auto-confiança para dois meninos, olham para Oscar. O pai, mesmo sem saber o porquê, sinaliza que os deixem ali. Elas obedecem, apesar de não entenderem a atitude de Oscar.


— Crianças ... Brinca Chris. — Como não as percebi? Agora terei duas crianças em minha lista negra oficial. Não tem nem graça. Mas digam antes de morrer, como esconderam suas presenças de mim? Vocês sabem dizer como? Chris ri.


Ozir pega na mão do Pai, e Sig fica bem próximo.


— Somos filhos dele. Responde Ozir.


— O mais poderoso guerreiro daqui. Completa Sig.


Chris acende seu cosmo e retorna às tuas mãos a Lança Dourada, lançando um olhar sarcástico a Oscar.


— Venha Lança Dourada! Comecemos por você, Oscar. As crianças ficam como sobremesa. Diz Chris as gargalhadas.


Oscar olha para os filhos com carinho, agradecendo a força recebida. Ele dá um passo a frente e decide sua estratégia.


— Vamos Chrysaor! Grita Oscar. — Estou preparado para tua lança.


Sig e Ozir se olham como se soubessem dos planos do pai.


— Mas ... Começa Chris. — Antes me diga algo. Pretende usar teu truque anterior novamente? Ou não? Sei que fez algo para desviar a trajetória de minha lança. Nada escapa da rota mortal de minha Lança Dourada. Como fez aquilo?.


Ozir olha para o pai e Oscar sinaliza em sinal positivo.


— Ele moveu Maia no espaço. Responde o menino.


Sig levanta os olhos em sinal de pouco caso.


— Você não viu? Completa Sig. — Até nós vimos. E você se diz ... Brinca Sig. — Elite. Os meninos riem juntos.


Chris se irrita com a brincadeira das crianças e encerra os questionamentos.


— Vamos a luta então. Acabemos logo com isso.


O céu brilha e a aura de Oscar se acende, com esferas de luz presentes em suas mãos. Chris está furioso.


— Vou matá-lo pessoalmente. Afirma Chris. — Quero ver teu rosto de dor. É a punição do Imperador Poseidon aos infiéis. E a minha lança é o instrumento. Morra, Oscar!


Chris segue em direção a Oscar numa incrível velocidade, e projeta a lança no tórax de Oscar.


A lança perfura profundamente o lado direito do peito de Oscar, para a surpresa de todos, que esperavam o desvio completo da lança.


— Está exatamente onde eu quero, Chris. Comenta Oscar.


Oscar ri, com uma mão segura a lança e com a outra toca no peito de Chris sem a proteção da Escama. A energia acumulada nas mãos explode, e além da lança se partir o corpo de Chris é arremessado para o alto caindo do precipício em direção ao quebra-mar.


Chris com um mínimo de energia que ainda lhe restara consegue se segurar numa protuberância da rocha e inicia sua escalada.


Os meninos vão ao encontro do pai, quando Chris já em posição agachada e levitando explode uma rajada de luz e revela uma nova técnica.


— Maha Roshini!


Os gêmeos cercam o pai, e mesmo sentindo o impacto o transportam para o espaço entre as estrelas por alguns segundos.


Chris abre os olhos e espera a luz se dissipar para ver os corpos, mas o que vê é algo bem diferente.


Ozir explode seu cosmo e uma grande onda de energia explode sobre Chris.


Mesmo muito fraco, após poderosa explosão que recebera, Chris se levanta e tentar lançar sua técnica novamente, mas Sig protege Ozir e seu pai. Sig envia Chris para algum lugar no espaço-tempo.


Chris é enviado ao meio do Oceano Pacífico, local bem distante do ponto onde ocorria a batalha.


Já sem ameaça aparente, Sig estava cansado pela técnica que instintivamente lançara. Ele desesperadamente olha ao redor temendo nova ameaça. Jéssica que não obedecera a Oscar surge e cuida dos meninos, enquanto Maia corre em busca de ajuda.


Os dias passam e Oscar se recupera do ferimento, mas uma última missão o aguarda na terra. Cabia a ele ensinar a Sig e Ozir como utilizarem seu poder, e contar-lhes o segredo que tão misteriosamente guardava.


Dias depois, devido ao esforço de Oscar em aperfeiçoar as técnicas dos filhos seu ferimento novamente abre.


No hospital, Oscar pede a presença dos filhos.


— Ozir e Sig. Estou morrendo. Maia cuidará de vocês, e Atena em breve virá. Aceitem seu convite e lute por todos nessa terra. Desculpe não ter lhes ensinado como deveria. Estou orgulhoso de vocês, meus filhos.


Oscar suspira, pega na mão dos filhos e morre.


— Atena o levará! Diz Sig. - Como levou Ruy. E a serviremos como fez nosso pai!


Ozir concorda com um movimento de cabeça.


— Cuidaremos da terra e destruiremos todo o mal. Comenta.


Sig, diante o corpo do pai, olha para o irmão.


— Protegerei a ti meu irmão. Estarei sempre ao teu lado.


Ozir abraça o irmão.


— Estaremos juntos para sempre. Completa Ozir.


Os gêmeos olham para o pai morto e fazem uma última promessa.


— Lutaremos ... Por Nós! Pela Terra! Por Atena. Como fez nosso pai.


DE VOLTA


Depois da forte lembrança Ozir tinha a certeza: Sig cumprira sua promessa!



OZIR VIAJA PELAS LEMBRANÇAS E A SUA MENTE ALCANÇA A PROMESSA FEITA JUNTO A SEU IRMÃO SIG. ELE AGORA TINHA CERTEZA QUE SUA PERDA ERA PEQUENA DIANTE DA GRANDIOSIDADE DE SIG NO CUMPRIMENTO SUAS PALAVRAS COM A VIDA.

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  • 1 mês depois...


Mais resignado pela consciência da atitude honrada de seu irmão Sig, Ozir mergulha novamente em suas lembranças. Desta vez as lembranças eram mais amargas.


Ozir recordava da técnica secreta ensinada por seu pai Oscar, semanas antes de tua morte. Uma técnica selada por Atena, por ele e seu irmão Sig nunca realizada em respeito a ordem dada por seu pai.


Ozir lembra-se de teu irmão e de teu pai. As alegres lembranças dos últimos momentos são misturadas a tristeza da perda.


QUATRO ANOS ATRÁS


Oscar após tão prodigiosa ação de seus filhos diante de Chris de Crysaor, resolve ensiná-los a técnica que aprendera e aperfeiçoara ao longo da vida. As feridas ainda que tratadas, sinalizava a Oscar que seus dias restantes na Terra eram curtos.


Sig sabia da importância da lição que aprenderia, mas temia pela morte pai, e pelo grande choque que a perda traria a Ozir.


Acompanhado de perto por Jéssica, a quem tinha como filha, Oscar insistia em levantar e acompanhar o treinamento dos filhos coordenados por Maia. Ela fazia um bom trabalho, mas Oscar tinha planos mais ousados para seus filhos.


Numa manhã Oscar se levanta bem cedo, antes mesmo de Jéssica que velava seu sono. Oscar esperava a chegada dos seus filhos, e de Maia. Ele estaria dispensando-a do treinamento a partir daquele momento.


Oscar é recebido por Ozir e Sig com a euforia do primeiro, e preocupação do segundo.


— Bom dia crianças! Cumprimenta Oscar. — Serei a partir de hoje o mestre do treinamento de vocês.


— Que bom papai. Comemora Ozir.


Oscar olha para Sig e vê nele a expressão séria de um velho sábio.


— Tudo bem meu filho? Dirige-se Oscar o menino. — Por que esse ar tão sério?


O menino olha profundamente nos olhos do pai e não muda de expressão.


— Deveria estar descansando, Pai. Firme responde Sig. — Precisa se recuperar.


Oscar sorri, e bagunça o cabelo do filho.


— Não se preocupe meu filho. Comenta Oscar. — Não morrerei antes de contar-lhes um antigo segredo.


O semblante de Oscar muda, e transparece uma grande tristeza.


— Um segredo que custou minha separação de meu irmão.


Oscar respira fundo e busca energia para prosseguir.


— Segredo que por Atena afastou de mim seu tio, o mais forte de nós dois.


Ozir olha para Sig como se conhecesse a história por Oscar narrada.


— Como Sig e Eu ... Pensa Ozir. — Mas não permitirei que Sig morra. Terei que ser mais forte que ele. Mais forte que meu pai.


Oscar vê Ozir pensativo olhando para o irmão.


— Ozir ... Ozir ... Chama Oscar. — Acorda rapaz!


O pai então entende a herança de sua família refletida em seus dois filhos. O legado da constelação de Gêmeos. Segundos depois é Oscar que fica pensativo.


— Ozir e Sig ... Pensa Oscar. — Como eu e Saulo ... Mas eu sei que tal destino não se repetirá. Eu sei disso.


A viagem a longínquas lembranças por Oscar é interrompida com a agitação das crianças. Cada um puxando por um braço, tentavam Ozir e Sig trazer o pai de volta a realidade.


Oscar se lembra de quando mais velho que os meninos aprendera algo valioso para o resto de sua vida. Ele volta a si decidido do que faria em seguida


— Meninos. Preparem-se. Amanhã nosso treinamento será em Lemúria, no monte Jutsu. Partiremos na primeira hora.


— Tessalian? Juntos perguntam os meninos. — É muito quente. Reclama Sig. — E o monte Jutsu dá medo. Comenta Ozir.


Oscar acha graça da reclamação das crianças.


— Então preparem-se! Afirma. — A partir de amanhã, nossa caminhada será longa.


Oscar sai, e sinaliza a Maia que inicie o treinamento daquele dia. Maia ensinava o domínio do cosmo sobre os objetos.


Com o novo dia uma nova parte da história do poder de gêmeos seria contada. Sig e Ozir estavam atentos. Oscar não pouparia detalhes.


QUINZE ANOS ATRÁS


Em Lemúria, Tessalian é a província mais afastada. A ilha foi projetada de forma concêntrica ao redor do monte Jutsu. A ocupação em torno da montanha devia-se ao calor do vulcão de baixa atividade, fonte de energia da ilha.


Com o passar dos séculos novas províncias foram sendo formadas e a população se afastando para o litoral, onde passaram a explorar outras fontes de energia como o vento, a força dos rios, e o quebrar das ondas.


Com a migração uma pequena porção da população passou a habitar próximo ao monte Jutsu, e em homenagem a uma velha senhora de duzentos e dezoito anos que falecera deu-se ao local o nome de Tessalian a província do monte Jutsu.


A tecnologia de utilização do calor do vulcão era considerada obsoleta por todos, mas era satisfatória àquela população cálida como o vulcão que ali ardia.


Certa vez os medidores de temperatura do monte mostraram um valor preocupante, mas esperado por todos. A fúria do monte Jutsu já era prevista.


Melias, o Mestre Alquimista da província tranquilizou a todos, e garantiu que ficariam seguros se o pior acontecesse.


Melias vai ao encontro de Assis de Casparian, Gran-Mestre para tratar da situação, e conhece dois jovens vindos do continente. Uma tempestade no mar os obrigaram a atracar em Lemúria, uma ilha até então desconhecida por ambos.


Saudoso da chegada de Melias, e preocupado com a situação de Tessalian, Assis prontamente atende seu colega Mestre Alquimista.


— Seja benvindo, Melias de Tessalian! Saúda Assis.


Melias retibui a saudação muito curioso com os dois estranhos de igual aparência, algo nunca visto em Lemúria.


— Oh! Desculpe a indelicadeza! Lamenta o Gran-Mestre. — Conheça Saulo e Oscar, moradores do continente, que com prazer recebemos em nossa ilha.


O olhar de estranheza de Melias chama a atenção de Saulo.


— Olá. Mas por que nos olha assim? É nossa aparência? Saulo tinha percebido a mesma reação de Assis, mas discreta.


Melias percebe sua indiscrição.


— Desculpe. Estou sendo deselegante. Sejam benvindos a Lemúria. Mas me permitam um comentário.


Saulo e Oscar se olham como numa transmissão de pensamento, e com uma saudação autorizam as palavras de Melias.


— Nunca vi gêmeos antes. Comenta Melias. — Não há gêmeos em nossa ilha. Apenas havia ouvido falar.


Os gêmeos acham estranho.


— No “continente”, como vocês dizem, acontece de vez em quando. E numa família de gêmeos há a forte tendência de haver descendentes também gêmeos.


Melias estava confuso, e a dúvida estava desenhada em seu rosto.


— Soubemos que tem problemas em sua província. Comenta Oscar. — Teremos prazer em ajudar no que for possível. Teremos que esperar o mar se acalmar mesmo.


Melias se empolga com a oferta.


— Aceitamos, o povo de Tessalian agradece.


A presença dos dois estranhos jovens atuou como uma injeção de ânimo a Melias. Essa mudança é percebida por Assis.


— Creio que nosso assunto já começa a se resolver Melias. Pondera Assis.


Melias sorri.


— Por hora sim, Gran-Mestre. Responde Melias.


O lemuriano lembra-se da cabana onde moraram seus pais, hoje fechada.


— Gran-Mestre, nossos visitantes já possuem abrigo?


Assis de Casparian sorri.


— Não, mas tenho certeza que há em Lemúria um local bem aquecido para recebê-los.


Melias agradece a confiança.


— De certo que sim. Comenta Melias. — Será um prazer recebe-los em nossa província. O calor do monte Jutsu os manterá aquecidos.


A frase engraçada traz a tona muitos risos, um excelente remédio àquele clima tenso.


Oscar e Saulo percebendo o momento entendem estarem incomodando a audiência entre os lemurianos se manifestam.


— Creio que veio ter uma audiência com o Gran-Mestre, Melias. Diz Saulo. — Não queremos ser inconvenientes, podemos aguardar lá fora. Aproveitamos para conhecer o local, se assim nos permitirem.


Imediatamente o Gran-Mestre os interrompe.


— Absolutamente! Quebra o silêncio. — Nos acompanhe e ajude-nos em nosso problema. Quatro cabeças pensam melhor que duas.


Novamente todos riem, naquele momento descontraído.


— Não se preocupem. Completa Melias. — Terão oportunidade de conhecer a ilha. Além disso do monte Jutsu é possível visualizar toda a ilha e oceano ao redor. Saberão das condições do mar, e do momento propício de suas partidas.


Saulo e Oscar, juntos sinalizam positivamente.


— Então está certo! Afirmam juntos os gêmeos.


O Gran-Mestre aponta a frente e todos seguem a salão do sacerdote maior.


As portas da sala se abrem, e dois novos assentos surgem no local. Saulo e Oscar se olham admirados enquanto Melias ri.


— Poder telepático. Explica Melias. — Habilidade inata dos nascidos em Lemúria.


Saulo e Oscar estavam encantados.


— Fascinante! Comenta Oscar. — Nunca antes havia visto.


O Gran-Mestre aponta a todos os seus assentos. Todos sentados prossegue Assis de Casparian.


— Melias, relate-nos a atual situação de Tessalian. Tua visita me preocupa. Pondera Assis.


— Certamente. Inicia Melias. — Os medidores registraram grande aumento de temperatura e pressão no monte Jutsu. A província está tranquila, mas o perigo nos ronda.


Assis atento percebe que o momento por ele imaginado infelizmente chegara.


— A situação é crítica, mas tenho certeza que temos uma chance. Estou certo Melias? Comenta Assis.


Os visitantes ficam curiosos com a frase solta no ar. Melias percebe e me manifesta.


— Sim, Gran-Mestre. Responde Melias. — Saulo e Oscar, lhes mostrarei algo, e gostaria que isso fosse bem utilizado pelas gerações futuras. É uma antiga técnica que tem seu momento de chegar ao mundo.


Saulo e Oscar se olham ainda mais curiosos.


— Seguiremos para Tessalian, e lá saberão mais do que falo. Conclui Melias.


O dia chega ao fim e o crepúsculo inunda a bela ilha de Lemúria com seu explendor.


Melias, Saulo e Oscar seguem para Tessalian, enquanto o barco dos visitantes era preparado para zarpar assim que se firmasse o bom tempo.


A caminhada longa era compensada pela exuberante paisagem, e na proporção que se aproximava de Tessalian, o calor só aumentava. Oscar e Saulo estranharam tal alta temperatura, visto serem nativos do litoral onde os ventos são generosos.


Chegada a província os visitantes sentiram-se em casa. O local apesar de pequeno era aconchegante, e o calor humano era maior que o do vulcão.


O vulcão causava leves tremores de terra, mas os moradores do local pareciam estar acostumados.


Melias levou Saulo e Oscar para sua casa, onde seria servido o jantar. O lemuriano tinha uma família pequena, sua esposa Katina e seu filho Ankaa.


Oscar achou o nome Ankaa interessante, e apesar de tentar não se conteve.


— Ankaa ... Belo nome. Comenta Oscar. — Teria associação com a estrela? É um nome exótico!


Melias ri.


— Sim. Responde. — Vejo que conhece dos mistérios do céu.


Oscar acha engraçado a surpresa de Melias. Para ele o céu era um território livre, sensação apenas compartilhada com seu irmão Saulo.


— É mesmo. Comenta Oscar. — Não sei o porquê, mas para mim o céu é como um grande pergaminho. Eu o leio tranquilamente. Sempre foi assim, não é Saulo?


Saulo ri, e confirma.


Melias pensa por um instante.


— Talvez seja um dom. Comenta. — Um dom especial.

Saulo, que de seu lugar observava entra na conversa.


— Creio que sim. Um dom passado de geração em geração. Nosso pai falava de locais muito além do espaço que conhecemos. Todos achavam ele louco.


Melias ri.


— É sempre assim. Concorda Melias. — É mais fácil chamar de louco. Mas ... vou lhes mostrar onde ficarão. A casa é antiga mas é boa. Pertenceu a meus pais. Espero que fiquem confortáveis lá.


Saulo e Oscar trocam olhares de cumplicidade.


— Não se preocupe. Dizem juntos os gêmeos.


Todos os riem da situação.


— Acontece sempre. Diz Saulo.


— Mas ... A recepção carinhosa é o mais importante. Diz Oscar. — Espero poder retornar aqui um dia.


Melias fica feliz com a disposição de Oscar.


— Voltem quando quiserem. Diz. — Pessoas de bem são sempre bem vindas aqui. Te deixarei um falcão de fogo. Essa espécie de ave é típica daqui, e sabe voltar para casa tal como nenhuma outra ave. Será meu presente a vocês, amigos. Vamos ver a casa.


Os homens saem para a citada casa, a uns duzentos metros de distância. Muito ali podia-se ver aos pés do vulcão, mas dois detalhes chamaram a atenção de Saulo e Oscar. Eram duas jovens mulheres muito belas, na porta de uma das casas no caminho.


Melias percebe o interesse dos visitantes e ri.


— Gostam das meninas. Brinca . — Parece que elas também gostaram. Mais tarde vocês conversam com elas.


A casa era aconchegante e Melias já ia preparando tudo para noite dos visitantes. Os lençóis limpos e a falta de poeira mostravam o zelo que tinha Melias pela casa.


Tudo pronto eles retornam, quando Melias desvia seu caminho e segue a casa onde outrora estavam as belas moças. Oscar e Saulo param, tentando imaginar o que faria melias. Tempos depois sai Melias cumprimentando um senhor de idade, provavelmente o pai das jovens.


Melias começa a sair discretamente, mas não se contem.


— Elas jantarão conosco. Informa. — Poderão conversar.


Oscar e Saulo se entreolham, felizes e ao mesmo tempo assustados.


— Como? Saulo estava confuso.


— Sério mesmo? Completa Oscar.


Melias se diverte com a situação romântica.


— Sim. Responde. — Elas sempre jantam conosco. São muito amigas de Katina. Mas tenham cuidado, elas são tímidas e ainda muito jovens. Não quero ter problemas com o pai delas.


Felizes com tal novidade, prontamente se posicionam os interessados visitantes.


— Pode deixar. Diz Oscar.


— Ficará tudo bem. Completa Saulo.


Chegando em casa Melias conta a Katina a novidade.


— Eu já previa, e está tudo certo. Comenta a lemuriana.


Ela olha para os visitantes.


— O olhar enfático de vocês a parte só poderia significar duas coisas: Marah e Shina. Comenta Katina.


Todos riem. A situação parecia um alento a problemática por qual passava a província.


Os jovens tomam um lanche descontraído com a feliz família.


Saulo e Oscar retornam a casa onde pousariam em Lemúria, olhando a casa tão florida pelas jovens lemurianas. Marah e Shina aparecem na janela, sorriem mas logo entram.


Horas depois, arrumados para a ocasião, adentram a casa de Melias os visitantes levados pelo pequeno ankaa. À sala a surpresa: lá já estavam as jovens, atrativos dos olhares de Saulo e Oscar.


Melias apresenta a todos oficialmente, e uma boa conversa se inicia. Como irmãos, muito entrosados, Oscar se interessa por Shina e Saulo por Marah.


O jantar é servido e muito sobre Saulo, Oscar, Marah e Shina é contado. As afinidades são confirmadas, e os casais pareciam ser escolhidos por Atena.


Chegada a noite Oscar e Saulo seguem para seu descanso, pois no dia seguinte teriam bastante trabalho. Eles acompanham Marah e Shina até suas casas e cumprimentam o sorridente Sr. Anaor, que parecia ter agradado dos pretendentes as suas filhas.


As horas passam e a noite corre tranquila, quando um tremor sacode a província. Os tremores eram considerados normais, mas Melias, Saulo e Oscar não pensavam assim. Eles saem respectivamente, e percebem o porque de serem soldados de Atena.


Eles seguem até a casa com os medidores e os valores estavam a ponto de extrapolar o limite que causou a grande catástrofe de cento e dezoito anos atrás. Melias olha fixamente para Saulo e Oscar e movimenta seu braço diante os dois.


CENTO E DEZOITO ANOS ATRÁS


A ilha de Lemúria já tinha parte do seu território ocupado devido a busca dos habitantes por condições de vida com menos riscos. Apesar disso, o centro da ilha abrigava a capital do governo, motivo de muita honra para seus moradores.


Certo dia durante a madrugada grandes quantidades de fumaça, cinzas e poeira pairavam no ar. As pessoas estavam se intoxicando com tal poluição e desciam para as regiões mais ao litoral.


Os mestres alquimistas tentavam em vão conter a fúria do vulcão. A população orientada a sair as províncias mais abaixo saiam sem nada nas mãos, sendo recebidas pelas demais províncias.


Em meio a tantos voluntários uma pessoa se destacava, uma senhora de mais ou menos cento e cinquenta anos, que sempre ficava à cadeira de balanço a admirar todos que passavam se revelara. D. Tessalia demonstrou possuir um poder telepático incomum.


Ela teletransportava grande grupos com extrema facilidade. Pouco a apouco ela transportou a todos da província enquanto os alquimistas tentavam conter a fúria do monte Jutsu.


Em um dado momento o vulcão entrou em completa erupção, e vendo descer grandes quantidades de lava e pedras a senhora reuniu os bravos mestres alquimistas e os enviou a local seguro. Já sem forças, esgotada por transportar centenas de pessoas, elas cede ao cansaço e é tomada pela lava que descia.


Em local seguro Nemias, líder de todo aquele povo, e representante na província no Gran-Conselho, tenta em vão achar D. Tessalia para transportá-la. A conclusão era unânime: D. Tessalia perecera diante o poder do monte Jutsu.


Muitos foram os estragos, principalmente nas instalações do Gran-Conselho. Por isso, com decisão com apenas voto contrário, a sede do governo de Lemúria seria transferida para Casparian a mais nova província da ilha.


Ao povo do local foi um grande choque, e a decisão por alguns fora comemorada, mas para uma parte menor foi tida como traição.


A província que tinha a condição de capital de governo perdera sua identidade, mas devido a fibra e força de D. Tessália passou a chamar Tessalian.


As filhas da senhora, tristes com sua irreparável perda resolveram mudar-se para Temísia. Posteriormente o Gran-Conselho construiria uma sede definitiva nessa província.


A forma de poder telepático de D. Tessalia correu Lemúria, e da sua linhagem sanguínea nasceram as maiores telepatas que a ilha já vira.


Da data da catástrofe ocorrida em diante, as relações entre Tessalian e o Gran-Conselho eram restritas, e a província desenvolveria sistemas cada vez mais modernos de sinalização e alerta de erupções no monte Jutsu. A tecnologia desenvolvida fora adaptada por outras províncias para uso de suas fontes geradoras de energia.


Tessalian, apesar de um berço de modernidade era mal vista por todos, devido a rejeição dos que lá ficaram pelos do que de lá saíram por medo.


DE VOLTA ...


Oscar e Saulo retornam da viagem que fizeram por intermédio de Melias. Eles ficaram apavorados com o que viram, como se tivessem vivenciado.


— Mas ... Inicia Saulo. — Que catástrofe! Completa Oscar.


Saulo fica pensativo nos instantes que pareceram cem anos.


— Como?! Ele não entendia como sentiu tudo aquilo. — É habilidade de um Lemuriano inserir lembranças? Inserir o passado?


Melias aguardava por tal dúvida, pois sabia serem Saulo e Oscar pessoas especiais.


— Não! Afirma. — É uma técnica especial passada de pai para filho. Um dia Ankaa saberá, mas não se preocupem, pois lhes confiarei esse segredo. Não teriam passado por essa experiência se não fosse por essa técnica. Vamos nos atentar ao vulcão por agora.


O vulcão começava a dar sinais de entraria em erupção, e um novo tremor de terra sacode desta vez toda Lemúria. A ilha acordava.


Repentinamente surgem na província os mais poderosos telepatas da ilha, Dentre eles Tyrian, a filha mais nova de D. Tessalia. A população começou a ser removida telepaticamente, pois não havia tempo para retirada normal. Temiam pela vida das pessoas para evitar danos maiores como ocorrera anos atrás.


Era grande o esforço, quando uma forte onda telepática pousa em Tessalian. Era a pequena Lubian, filha de Tyrian.


Tyrian olha para a menina.


— Lubian, te disse para ficar em casa! Por que você me desobedece?


A pequena impetuosa não abaixa a cabeça.


— Eu quero ajudar mãe! Deixa! Seu sei que serei mais útil aqui do que lá.


Tyrian balança a cabeça, conformada.


— Agora já está aqui! Comenta. — Então faça o que tanto quer fazer. Agora eu quero ver se é tudo que o que você acha que é!


Lubian sorri, e começa a transportar sem esforço muitas pessoas. Os mestres alquimistas começavam a ficar cansados, e olhavam para Tyrian em sinal de aprovação. Tyrian retorna a confiança e sinaliza positivamente. Eles passaram a agrupar as famílias em grandes grupos, e Lubian os transportava facilmente.


Enquanto as pessoas eram transportadas, Melias, Saulo, Oscar e um grupo de mestres alquimistas esperava a reação do monte. O vulcão começava a soltar cinzas e grandes pedras rolavam morro abaixo. Saulo estava preocupado com Marah e Shina, mas as vê partir para local seguro.


Saulo e Oscar explodiam grandes pedras, quando Melias os chama.


— Venham! É hora de entender tudo. Afirma.


Eles seguem Melias que entra por uma gruta por trás da base do monte. Melias transporta a todos para uma região mais ao centro do vulcão. Era grande o calor, quase insuportável. Em meio a eles aparece Ankaa.


— O que você faz aqui menino? Admirado indaga Saulo. — Isso aqui é muito quente! Completa Oscar.


Melias ri e olha para o filho.


— Esse é o quintal dele. Responde Melias para o espanto dos dois.


Melias olha para Ankaa, que segue para o meio de uma piscina de lava. Saulo e Oscar ficam apavorados, mas antes que falem se surpreendem.


— Mostre a eles Ankaa. Diz Melias.


O menino cria uma camada de cosmo sobre a palma da mão, e por todo o seu corpo. Ele aumenta o borbulhar da poça de lava, e em seguida a resfria.


— Mas ... como?! Oscar estava impressionado.


Melias faz o mesmo que seu filho, mas em muito menos tempo.


— É a força do comando! Afirma Melias. — Eu comando e a lava obedece. Eu me integro ao vulcão. Integro minha cosmoenergia com a energia da lava. Nos tornamos um só.


Oscar e Saulo se olham e começam a entender o que fazia Melias ali.


— Você vai ... Começa Oscar.


— Parar o vulcão? Completa Saulo.


Melias ri e sinaliza positivamente com a cabeça.


— Vocês sempre se completam, que curioso. Hahaha. Melias descontrai o momento tenso. — Agora vocês compreendem. Vou ordenar para ele pare de uma única vez. Todo o vulcão. Mas para isso é preciso esperar a hora certa. O calor limite para a erupção. Venho há anos esperando por esse momento. É a missão maior de minha vida, de cero dada por Atena, cuidar das pessoas de minha morada.


Melias olha para os gêmeos e começa a levitá-los.


— Não é seguro para vocês aqui. Afirma Melias. — Eu e Ankaa ficaremos bem. Conectem seus cosmos aos nossos, e poderão compreender muito mais.


Contra a vontade dos gêmeos eles surgem do lado de fora.


— Droga! Exalta-se Saulo. — Vamos ajudar aos outros.


Oscar concorda. Chegando diante do pé do morro encontrava-se ali Assis, o Gran-Mestre.


— Ele está lá? Assis estava esperançoso. — É nossa única esperança.


— Sim. Responde Oscar. — Ele conseguirá!


As pedras que desciam eram cada vez maiores, e algumas eram apenas desviadas das casas. Oscar e Saulo continuavam na linha de frente diminuindo as maiores, e facilitando o trabalho da linha de soldados mais atrás.


Num dado momento um pulso de cosmo foi sentido por todos, incluindo Saulo e Oscar. O vulcão enfim acordara plenamente.


No centro do vulcão Melias manda Ankaa de volta, sob o protesto do menino. Ele surge ao lado de Saulo.


— Cuide dele por mim. Diz uma voz diretamente a mente de Oscar.


— Pode deixar. Responde.


O olhar de todos a Oscar e Saulo os colocava, naquele momento como dois novos habitantes de Lemúria.


Conectados mentalmente todos podiam saber dos pensamentos de Melias.


— Agora vulcão! Dizia Melias. — Somos um só, meu cosmo e sua energia. Eu posso sentir sua fúria. Acalme-se Jutsu.


Um novo tremor de proporções ainda maiores ocorre e muitos caem.


De repente uma nuvem de poeira sobe sobre o Gran-Mestre. Ela se dissipa, e podia-se ver Saulo de punho cerrado, e mais atrás Oscar que amparava Assis de Casparian. Os gêmeos não se distraíram com o grande tremor.


Um novo pulso de energia surge, ainda mais forte, e nas mentes ouvia-se o brado de Melias.


— Acalme-se Jutsu!


A atividade sísmica cessa, e em poucos minutos a nuvem de cinzas parcialmente se dissipa, podendo-se ser ao longe Melias caído nos braços de Ankaa ao lado de Assis de Casparian.


Tyrian e Lubian, que insistira em ficar vem ao encontro de pai e filho, que após saudação ao Gran-Mestre os leva até Casparian, onde localizava-se o melhor centro médico da ilha.


Os mestres lemurianos e demais alquimistas começavam a limpar os caminhos das grandes pedras que desceram morro abaixo, mas Oscar e Saulo tinham outras preocupações.


— Para onde foram levadas as pessoas? Apreensivo indaga Oscar.


— Para outra província. Responde Assis. — Mas exatamente a quem vocês se referem? Seriam Shina e Marah?


— Sim. Responde Saulo envergonhado.


Assis ri.


— Não se preocupem. Elas estão a salvo. Responde. — Os levarei até elas.


Em Temísia Oscar se apressa em encontrar Shina, e a vê junto a sua irmã metros a frente. Ao avistá-los as moças sorriem e acenam. Os visitantes se aproximam, e Oscar ganha de Shina um caloroso abraço.


— Fiquei preocupada com você. Não te vi. Diz a lemuriana ao pé do ouvido. — Que bom que está bem.


Marah parecia mais tímida, assim como Saulo. Mas a emoção falou mais alto e Saulo recebe um abraço ainda mais forte que o de Oscar.


— Pensei que tinha te perdido. Diz Marah baixinho. — Você salvou minha província.


Marah sai do abraço e olha com muito respeito para seu pai.


Saulo dá a mão a Marah, e passando por Oscar o arrasta junto a Shina. Os casais seguem até o Sr. Anaor.


— Sr. Anaor! Chama a atenção, Saulo. — Eu, Saulo e meu irmão Oscar estamos interessados em suas filhas. Gostaríamos de poder visitá-las.


Saulo cutuca Oscar.


— Sim, Sr. Anaor. Envergonhado manifesta-se Oscar. — Queremos nos comprometer com tuas filhas. Sabemos que não é a melhor hora, mas ...


O pai das moças sorri.


— Não se preocupem. Responde Sr. Anaor. — Há tempos esperava dois homens de valor para desposar minhas filhas. Não imaginei que viessem de fora, mas se elas gostam de vocês que assim seja. Tem minha permissão. A propósito, como chegaram aqui.


Saulo e Oscar ficam sem jeito, pois não pensaram em como retornariam, visto nem saberem como voltar para casa.


— Vocês tem família no continente? Curioso, indaga Sr. Anaor.


— Não temos. Responde Oscar. — Somos pescadores, apenas isso.


Melias surge por detrás de todos.


— Se desejarem ficar a casa continua a disposição. Comenta, para o susto dos gêmeos.


Assis bate no ombro de Melias e o cumprimenta com um caloroso abraço.


— Creio que temos uma dívida contigo, Melias. Lemúria deve a seu esforço. Gostaria de selar a paz entre Lemúria e Tessalian pelo incidente de hoje. E o que o vulcão antes separou, possa trinta anos depois novamente juntar.


Melias e Assis cumprimentam-se longamente, e em meio ao sorriso dos casais e de todos os ali presentes, a paz ali selada unifica novamente Lemúria.


Tyrian observando o gesto de Melias e Assis lembra-se de sua mãe, e imagina que há mais de trinta anos atrás D. Tessalia não queria a desunião. Ela resolve retornar a seu local de origem em memória de sua mãe. Elas retornariam a Tessalian, e muito se desenvolveria a partir desse retorno.


A TÉCNICA SELADA COMEÇA A SER NARRADA. O PODER DO CONTROLE QUE UNE, MAS TAMBÉM PODE SER FATAL.

Editado por Phoenix no Ankaa
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As lembranças de Ozir continuam a fluir, seguindo a viagem e narrativa de seu pai Oscar sobre a técnica do controle em Lemuria.


QUINZE ANOS ATRÁS


Tessalian pouco a pouco ia sendo reconstruída ainda num clima bem quente, visto a atividade recente do vulcão.


Os controles de atividade e temperatura do monte Jutsu apresentavam valores tão baixos como nunca antes visto, e a paz reinava no lugar.


Oscar e Saulo ajudavam na reconstrução, sempre agraciados com os cuidados das filhas do Sr. Anaor.


Os gêmeos, dias antes, sentiram o grande poder de controlar até mesmo a lava vulcânica. Apesar do calor e conduzidos por Ankaa, eles treinavam esse “controle” com relativo sucesso.


Com a reconstrução da província, Ankaa retornou a escola, e Melias as suas funções, deixando Saulo e Oscar sem a oportunidade de descer ao centro do monte Jutsu.


Em uma noite estrelada Saulo sai e sentar-se a frente de casa para contemplar o céu. Marah se aproxima, e ali fica toda a noite.


Juntos, Marah e Saulo, olhando o céu entram num tranze profundo, eles sentem cada explosão interna do sol, e cada pulso espacial emanado pelas estrelas.


Saulo consegue perceber ao menor detalhe da dobra do espaço, sentindo a conexão entre o tempo e o cosmos. Ele experimentaria, guiado pelo suave poder telepático de Marah, algo extraordinário.


Junto a Marah Saulo sentiu seu corpo atravessar as dobras espaciais, e repentinamente surgem no centro do monte Jutsu. O calor do monte o despertara imediatamente.


— Opa! Surpreso expressa-se Saulo. — Por que me trouxe aqui, Marah? Indaga.


Marah sorri.


— Foi você que nos trouxe aqui. Responde. — Nunca antes estive aqui, mas gostei do lugar.


Saulo ficou muito surpreso.


— Mas . . . Se não foi você . . . como?


Marah o abraço, confortando-o.


— Foi você, com a leveza do teu cosmo. Sorri Marah. — Eu só te deixei livre de pensamentos. O resto você fez tudo.


Saulo nada entende.


— Pude sentir o movimento dos astros. Pude ver se abrir uma fenda no espaço, e entrei por ela. Mas, não entendo como vim parar aqui.


Marah o abraça mais forte.


— Você queria estar aqui, e construiu em sua mente o destino de sua viagem no espaço. Você pode viajar pelo espaço-tempo agora. É a base de nosso teletransporte, mas nos nascemos com essa capacidade mais aflorada.


Saulo estava eufórico.


— Mas . . . como voltamos? Indaga assustado Saulo.


Marah ri.


— Fiquemos mais um pouco. Gosto daqui. Aqui pode ser nosso ninho de amor.


Saulo aprova a ideia, e se concentra novamente. De repente eles surgem no meio do caminho.


— Opa! Lugar errado. Brinca Saulo.


Marah se diverte com a inexperiência de Saulo.


— Com o tempo você melhora, meu amor. Com o tempo você melhora.


Marah segue a seu lar, e Saulo empolgado não vê a hora de amanhecer para contar a Oscar a novidade.


O dia amanhece, e em meio ao clima bom do café da manhã na casa de Melias, Saulo conta em silêncio tudo o que lhe ocorrera. Melias percebe algo, mas não sabe definir bem o que.


— Enigmáticos vocês hoje rapazes. Comenta.


Oscar ri com a situação.


— Não liga não. Brica Oscar. — A gente é assim mesmo. Contamos tudo um para o outro com apenas um olhar. Nossa ligação é muito forte.


Melias balança a cabeça em sinal positivo.


— Eu percebi. Comenta.


Encerrado o desjejum Oscar e Saulo agradecem a Katina, como feito diariamente, e partem para o trabalho na vila.


— Estou ansioso para vê-la, Oscar. Diz Saulo.


— Eu também. Responde Oscar. — Acabando os telhados de hoje a gente pode ir encontra-las.


— Certo. Conclui Saulo.


O dia passa e chega o momento do reencontro. De banho tomado e sorriso no rosto, seguem a casa do Sr. Anaor os gêmeos.


— Olá rapazes. Cumprimenta Sr. Anaor, na calçada. — Shina e Marah os esperam. Não demorem pois elas devem ir para a cama cedo. Brinca.


Muito belas saem pelo portão afora as filhas daquele zeloso pai de família. Eles seguem até uma gruta, local preferido das moças na infância, e onde certamente o pai as acharia.


Para a surpresa de Marah, cada vez mais ligada a Saulo, Oscar indaga a Saulo.


— O que era aquele espaço diferente por onde você esteve ontem irmão?


Shina, ao lado de Marah sorri, para a maior supreza de Marah.


— Era um lugar estranho. Comenta Shina. — Parece que eles compreendem agora, de certa forma, a nossa telepatia.


Marah não compreendia, e sua expressão facial deixava isso claro. Oscar olha para Shina e sorri.


— Nossa ligação é muito forte. Até a ligação com meu irmão ela percebe. Comenta Oscar sobre Shina. — Pude até perceber a explosão das galáxias. Completa Oscar sobre a viajem de seu irmão.


Saulo mostra estranheza.


— Explosão das galáxias? Diz Saulo curioso.


Oscar fica meio perplexo.


— Sim! Responde Oscar. — É muita energia. Senti como se pudesse reuni-la toda em minhas mãos. Mas . . . Será que posso? Sinto que poderia explodir qualquer coisa com essa energia.


— Por que não tenta? Hahahah. Saulo desafia Oscar. — Tentamos juntos. Arranje-nos uma pedra grande meninas, por favor.


Shina e Marah por telecinese carregam uma grande pedra e a deixam suspensa no ar, e Shina provoca.


— Façam com elas suspensa, se forem capazes.


Saulo e Oscar se olham e riem.


— Considere feito! Dizem juntos os gêmeos.


Eles e concentram, elevam seus cosmos, e vasculham o universo a procura da energia de uma explosão galáctica. Duas são achadas, e os guerreiros se conectam a essa grande movimentação de energia, transportando-a pelo espaço tempo até dois pontos distintos da pedra. A pedra em fração de segundos implode formando uma nuvem de poeira.


Oscar ainda brinca, explodindo pequenos pedaços com a mesma técnica.


A harmonia entre os gêmeos e as filhas do Sr. Anaor fortalece os cosmos de Oscar e Saulo.


A província com o tempo vai voltando ao normal e Oscar e Saulo já são considerados como filhos da grande família de Tessalian.


A bela relação que nascera entre os gêmeos e as filhas do Sr. Anaor era fonte de grande admiração por todos.


Saulo e Oscar, já mais habilidosos na técnica do transporte pelo espaço tempo, treinavam diariamente no centro do monte Jutsu, agora bem mais calmo. Nesses momentos lá sempre estava Ankaa, enigmático com seu eterno silencia.


Certa vez ao chegarem ao monte Jutsu não encontraram Ankaa, como era de costume. Eis que surge o menino, e em seguida desaparece, como se chamando-os. Eles o seguem, e surgem numa floresta, a beira de um jardim defronte a uma cachoeira.


O sol penetrava por entre as árvores, e refletia no espelho d’agua, formado após a queda d'agua, vagarosa e constante. Os pássaros ali eram muitos, e dentre eles um fazia um estranho movimento.


Saulo observava os olhos de Ankaa, em perfeita harmonia com o que fazia o pássaro, como se o controlasse. Oscar percebe o mesmo.


— É você que faz isso? Indaga Oscar a Anka.


— Você o controla Ankaa? Reforça o questionamento Saulo.


Ankaa sorri, liberta o passarinho, e responde.


— Sim. Eu o controlo. Assim como o vulcão. É mais difícil porque ele resiste, mas com o tempo fica fácil.


Os gêmeos se assustam, mas ao mesmo tempo se interessam.


— Como é isso? Indagam juntos os gêmeos.


— Vocês são engraçados. Comenta Ankaa. — Falam muita coisa juntos. São boas pessoas. Namorando a Shina e a Marah. Elas são bonitas. Eu gosto da Lubian, mas ela nem olha pra mim.


Oscar ri, e acaba interrompendo Ankaa.


— Você fala bastante quando quer, né rapazinho. Brinca Oscar admirado. — A Lubian é muito bonitinha. Combina com você. Vamos fazer um acerto? Eu te ajudo com ela, e você nos ensina como controlar o passarinho. Aceita?


Ankaa para e pensa por poucos segundos.


— Aceito. Responde o menino. A Marah é amiga da mãe dela.


Saulo, curioso para saber como Ankaa chegara a tal controle finaliza o assunto.


— Fechado. Agora explique para a gente como você faz isso.


Ankaa faz um rosto de tristeza.


— Não posso! Afirma Ankaa para a surpresa de todos. — Meu pai me proibiu de fazer isso. Faço escondido dele. Se ele souber briga comigo.


Nesse momento surge Melias, e Ankaa fica com medo.


— Isso mesmo Ankaa. Enfatiza Melias. — Que bom que você se lembra. Sempre soube que vem para cá, mas desta vez você convidou nossos amigos.


Saulo e Oscar ficam sem graça.


— Desculpe-nos. Diz Saulo. — Não queríamos causar problemas. É melhor irmos.


Melias balança a cabeça, e abraçando Ankaa os impede de ir.


— Não vão ainda. Afirma Melias. — Há mais essa técnica para aprenderem. Pelo menos tentarem, pois nunca consegui fazê-la. Sem falar que prometeram ajudar Ankaa com Lubian. Não é isso filho? Melias olha para o menino com carinho.


Ankaa feliz acena que sim. Saulo e Oscar compartilham da felicidade do menino, e Ankaa começa a ensinar a técnica com um pássaro.


— Você chama a atenção, e integrando-se a ele, assume o controle, impedindo seu livre arbítrio. É uma ordem. Assim.


O menino faz novamente, e o pássaro faz movimentos aleatórios sem sentido.


Melias se incomoda com aquilo, e interrompe o controle.


— Chega disso. Diz. — Deixe o animal livre. Você já explicou como é.


Oscar e Saulo concordam com Melias.


— Isso. Diz Saulo.


— Roubar o direito de escolha não é bom. Completa Oscar. — Já entendemos como funciona. Agora vamos procurar Lubian para você, pequeno Ankaa.


— Vão mesmo? Ankaa estava surpreso.


Saulo sorri.


— Claro! Atende Saulo a euforia do menino. — Você cumpriu sua parte no acordo.


Melias contata a mente de Saulo e pergunta se é verdade o que ele dissera. Saulo acena que sim


Melias fica impressionado ao ver que pelo olhar de Oscar ele também assimilara a informação.


O experiente lemuriano transporta todos daquele lugar, e os gêmeos partem para sua missão.


Uma semana se passa, e Saulo encontra na praça, recém inaugurada em Tessalian, Tyrian e Lubian. Ele brinca com a menina. Oscar a distância aguarda a primeira abordagem de Saulo.


— Lubian, a pequena alquimista. Sorri, e cumprimenta sua mãe. — Olá senhora Tyrian.


— Olá Saulo, o novo filho estrangeiro de Lemúria. Saudosamente brinca a lemuriana.


Saulo sorri, e pensa na frase de Tyrian.


— Pois é. Situação diferente a minha e do meu irmão. Comenta.


Oscar se aproxima, e Tyrian, sempre simpática, interage um pouco mais.


— Como vão os namoros de vocês? Sai casamento? Sorri.


Saulo sente a pressão de todos, que Mariah já havia lhe comentado.


— Sai sim, mas tudo a seu tempo. Sorri. — Mas . . . e a nossa pequena alquimista, muitos pretendentes? Brinca Saulo.


— Poucos. Responde a menina. — Na verdade o menino de quem eu gosto vive mudo, no mundo da lua. Saulo entende ser Ankaa.


— Humm. Comenta Saulo. — Conheço um menino meio mudo que queria te conhecer, mas você quase nunca aparece.


Os olhos da menina brilham, e a empolgação de Lubian anima Tyrian.


— Quem é? Que saber Lubian.


— Acho que você não conhece. Brinca Oscar. — Ankaa é o seu nome.


Os olhos da menina brilham ainda mais, e um surpreendente sorriso surge no rosto de Tyrian. Quando Marah surge ao lado de Saulo.


— Olá Marah. Cumprimenta Tyrian para o susto de Saulo.


Saulo vê Marah sorridente, e continua a conversa com Lubian.


— Posso te levar até ele se você quiser, e sua mãe deixar é claro! Diz Saulo.


Lubian sorri, e prontamente responde.


— Mas eu sei onde ele fica.


Saulo põe a mão no queixo pensando na próxima frase, diante de tão perspicaz criança.


— Posso ir contigo, e fazemos uma surpresa para ele. Propõe. — O que vocês acham? Indaga olhando para a mãe dela. Marah o cutuca.


Lubian olha para a mãe pedindo um sim.


— Se Marah for junto pode sim. Responde Tyrian.


A menina olha para Marah pedindo outro sim.


— Tudo bem! Responde Marah, e Saulo fecha o acordo.


— Amanha às dez horas aqui, podemos combinar assim?


Todos aprovam, e felizes partem por seus caminhos quando Tyrian interrompe.


— Uma outra coisa . . . Chama a atenção de todos a mãe da menina. — Poderia Rose ir com vocês? Ela fica em casa tempo demais. Precisa de ares novos. Ela os ajudaria a tomar conta de Lubian.


Marah e Saulo se olham com expressão de pouco conformados. Oscar nem se manifesta.


—Tudo bem. Responde Marah pelo grupo.


Tyrian sorri.


— Obrigado. Sempre soube pelas estrelas que os gêmeos do continente foram enviados por Atena. Sinto que grande são os planos para esses dois belos casais. Saulo e Marah, e Oscar e Shina. Tal como Marah, Shina já estava ao lado de Oscar.


— Não se preocupe Marah. Continua Tyrian. — Teu amor está escrito nas estrelas. Nas estrelas da constelação de gêmeos, e no mais alto do céu. Serás uma grande mulher ofuscada pela história. E tu Saulo, um grande homem ofuscado por tua consciência.


O casal ficava tenso com tantas revelações futuras. O clima é quebrado com a chegada da bela Rose, de olhos cor azul turquesa. Todos se impressionaram com a beleza da jovem, da mesma faixa de idade dos dois casais.


Com uma ponta de inveja, reclama Lubian.


— La vem ela roubar a cena, com seus olhos azul turquesa.


Rose ri do ciúme da irmã.


— Para com isso menina. Brinca. — Bom dia Saulo, Marah, Oscar e Shina. Como vão vocês. Cumprimenta a jovem.


Todos se admiram ainda mais de Rose, e Saulo pensa


— Uau! Como uma jóia rara como esta fica presa em casa.


Marah percebe a admiração de seu par e fecha o rosto.


Rose ri, e responde.


— Joia eu? Joia é minha irmãzinha, a maior telepata de Lemúria. Se o futuro me reserva algo bom, não sei. Esperarei para saber com o tempo. Meus dons ainda serão revelados, e os partilharei com alguém. Por ora ainda não surgiu ninguém interessado em meus olhos azuis, assim continuo esperando.


Saulo fica admirado, pois não havia dito nada, e Marah já estava diferente. Ela olha para ele com semblante amistoso, como se soubesse de tudo.


— Vejo em você um grande dom, a sabedoria. O mais nobre de todos eles. Será muito bom estar contigo. Comenta Oscar espontaneamente, para o olhar desconfiado de Shina.


Rose, silenciosa como de costume, com um sinal de cabeça agradece.


— Precisamos ir. Obrigado Tyrian. Despede-se Saulo.


— Disponha e obrigado por cuidarem das meninas. Confio em vocês. A gente marca uma conversa. Despede-se a lemuriana.


Todos retornam as suas casas, e Marah fica pensativa sobre tudo que ouvira de Tyrian. O ofuscamento dito por Tyrian deixa Marah preocupada, e no rosto de Saulo a preocupação era a mesma.


Chegando em casa Oscar sente o olhar preocupado do irmão.


— Aconteceu alguma coisa irmão? Investiga Oscar.


— Não, tudo sobre controle. Escorrega Saulo.


Saulo decide guardar para si o impacto das revelações ouvidas, e desconversa.


— A menina topou vir, e Ankaa terá uma bela surpresa.


— Imagino. Completa Oscar preocupado.


Saulo lembra-se de Rose, irmã de Lubian.


— A irmã dela, Rose, tem os olhos mais lindos que eu já vi. Comenta. — Enigmáticos olhos azul turquesa. Creio que esses olhos terão ainda muito a revelar.


— Tem razão. Completa Oscar. Ela me assusta. E quem Marah e Shina não nos ouçam. Os gêmeos por fim dão boas risadas.


A noite se fecha, e conectados Marah, Saulo, Oscar e Shina compartilhavam as angustias e verdades daquele longo dia.


Amanhece, e como combinado às dez horas, se encontram Saulo, Marah, Oscar, Shina com Lubian, e a bela Rose, trazidas por Tyrian. Confiante na segurança das filhas Tyrian as deixa com os dois casais.


Olhando os quatro Tyrian fala novamente verdades futuras.


— Quatro pessoas escolhidas por Atena. Afirma. — Cada qual com seu papel na história futura desta terra. Minhas filhas não poderiam estar em melhores mãos.


Nesse momento Tyrian vê uma bela mulher de olhos azul turquesa, levando pela mão a deusa Atena.


— Não sei como. Continua Tyrian. — mas todos conectados por Atena.


Ela entrega Rose as mãos de Marah e Saulo, e Lubian as mãos de Oscar e Shina. Nenhum dos seis nada entende, e ela segue seu caminho para casa.


Ankaa chega pelas mãos de Katina, e pode enfim conhecer Lubian, tímido apesar de tudo. Enquanto as crianças brincam juntas, os dois casais ficam cada vez mais admirados com as palavras sábias da jovem Rose.


ANOS DEPOIS . . .


O tempo passa e Saulo e Oscar passam a ser considerados ilustres moradores de Lemúria. O barco preparado para a partida só sairia do porto de Casparian muitos e muitos anos depois


Saulo e Oscar em Lemuria fazem residência, e com a autorização do Sr. Anaor se casam com Marah e Shina, num grande momento de alegria para toda a Tessalian.


Três anos após as revelações enigmáticas de Tyrian nascem na casa de Oscar e Shina os gêmeos Ozir e Sig, e da união entre Saulo e Marah é concebida Sofia, com o sacrifício da vida da zelosa lemuriana.


Foi grande a tristeza em toda a Lemúria, mas Marah morrera com um sorriso no rosto, como se recebesse de alguém grande notícia.


MESES ANTES.


Em certa noite, em Lemúria, do mais alto céu riscou um grande raio. Antes mesmo que o choque chegasse ao cume do monte Sagres a luz se dissipa, e um forte cosmo é sentido por todos.


A luz visita diversas casas, e dentre elas as de Katina, Tyrian, Marah e Shina.


Durante um sonho feliz, Marah avista uma bela jovem de vestido branco e aura divina. A aura de paz não deixa dúvida, era Atena visitando sua serva.


Atena, com seu cosmo quente, se dirige a Marah.


— Marah, a partir de hoje terás uma importante missão. Inicia sua narrativa a deusa. — Darás a luz a Sofia, minha presença física nessa época. Preciso de ti duas atitudes de mãe: Abrir mão de um de teus filhos, e dar a vida pelo outro. Não é hora do nascimento de um deles, e o outro precisava de tua força vital para viver o futuro que o aguarda.


Marah não sabia o que dizer diante tão dolorosos pedidos. Marah ficou surpresa, pois tratando-se de quem os fez, poderia apenas Atena fazer.


Atena percebeu a dor da decisão de Marah.


— Teu filho nascerá em outro momento, e será essencial para o equilíbrio da terra. Afirma Atena. — E tua filha abrigará a minha alma. Ela estará em boas mãos, sob meu olhar até o momento de meu despertar.


Marah, percebendo a importância de sua decisão, lembrou-se do que te disse Tyrian. Ela já estava certa de tudo.


— Estavas enganada Tyrian. Afirma Marah. — Não estarei ofuscada, pois Atena está diante mim, e ouve meu SIM. Estou a seu dispor, minha Senhora Atena. Conclui Marah, para o sorriso de Atena.


— Sabia que podia contar contigo.


Atena toca o ventre de Marah, e retira uma das crianças. Ela se vai, e ao acordar Marah de nada se lembra, mas sabe apenas que tinha muitos motivos para sorrir, apesar de não saber bem ao certo o porquê.


Nesta noite Atena visitara muitas casas e pessoas, e anunciaria muitas missões.


MESES DEPOIS


A pequena Sofia, seus primos Ozir e Sig eram os mais novos habitantes de Lemúria. De sangue misturado, tinham muito a se revelar ao longo do tempo.


A perda de Marah marcou fundo o coração de Saulo, e apesar do grande cuidado pela menina o coração do valoroso guerreiro havia se fechado para a felicidade. Ele contava sempre com a ajuda de Rose,


Oscar e Shina, de perto tudo acompanhavam, mas se mantinham afastados do cuidado diário por pedido do próprio Saulo.


A vida seguia e muitas eram as noites que Rose dormia com Sofia para cuidar das dores e cólicas da menina, e isso havia gerado comentários e boatos maldosos. Contavam que eles viviam como casal, e Saulo não respeitava o luto por sua esposa.


Muitos conflitos foram gerados envolvendo as pessoas e Oscar, Shina e a própria Tyrian. A mãe da moça confiava plenamente na honestidade de Saulo.


Certo dia Saulo levara Rose em casa, e a agradecia por sua ajuda no portão ao fim da noite, quando alguém passou comentando.


— Olha só . . . Levando a namoradinha em casa . . . que romântico! Afirma a pessoa de forma taxativa. — O corpo de Marah mal esfriou! E você menina, já devia estava preparando o golpe há tempos, hein … coisa feia!


Saulo se irritou mais do que o normal. Ser agredido já era rotina, mas a agressão a Rose ele não aceitaria.


Saulo movimenta o braço, e como uma marionete o homem que o agredia com palavras veio voluntariamente a Saulo. Saulo esmurrava com fúria, e o homem não reagia. Via-se a expressão de dor que sentia, mas a falta de reação a todos impressionava.


Rose ficou estarrecida com tudo aquilo, e entrou assustada em casa.


Oscar de sua casa percebeu a falta de equilíbrio de Saulo, se teletransportando junto a Shina, interrompendo a ação de controle do irmão. O homem cansado caiu, e Saulo se deu conta do que fizera. Via nos olhos de Rose, a porta, a dor e o susto que causara a todos.


Todos ficaram horrorizados com a cena, e os até então heróis passariam a ser reavaliados por todos.


Saulo saiu disparado sem rumo, e Oscar saiu em seu rastro. Depois de muito correr Saulo cai, sendo levantado por seu irmão que vinha logo atrás. De repente uma luz os transporta para o belo local onde os gêmeos haviam aprendido o controle total.


Atena surgia entre eles acompanhada de Ankaa.


— Sou Atena. Apresenta-se a deusa. — Vim para confortar teu coração, Saulo, meu valoroso guerreiro. Saiba que a ti sou muito grata. Por sua vida terei vida nessa terra. Por teu zelo serei uma bela jovem, educada e determinada. Por tua decência Rose será honrada e desposada por um lemuriano de valor. Ela gerará importantes pessoas para a minha vitória diante os desafios que me esperam.


Saulo, em posição de reverencia, estava confuso. Não acreditava no que teu raciocínio lhe impelia a compreender. Ele era o pai de Atena nessa era. Oscar compartilhava da mesma surpresa.


— Levante-se Saulo. Ordena Atena. — Quero ver teus rostos.


Os gêmeos levantam-se.


— Eu os conduzi até aqui. Prossegue Atena. — Vocês escreveram seus destinos, e me deram a oportunidade de escrever também o meu.


A deusa dirige-se a Oscar.


— És pai de meus dois mais fieis e poderosos guerreiros no futuro. Declara Atena. — A eles depositarei minha total confiança.


Com carinho Atena olha para Saulo.


— Meu valoroso guerreiro. Atena toca o rosto de Saulo. — A ti confiei a mais dolorosa das missões: ser pai de minha reencarnação nesta época, a custo da vida de sua amada. Agradeço a sua dose sempre alta de amor.


Saulo entende a morte de sua amada Marah, e sente seu coração respirar mais leve. Um grande fardo de dor saia de suas costas.


Atena o olha com misericórdia, mas com firmeza.


— Erraste ao aplicar teus conhecimentos em momento de fúria. Repreende a Saulo, Atena. — Esa técnica está selada por mim, neste momento. Quem ousar utilizá-la sofrerá com minha ira divina. Apenas eu posso permitir seu uso.


Saulo estava desejoso de se manifestar, mas em respeito a Atena se continha. A deusa percebendo com um gesto o autoriza a falar.


— Perdoe-me minha Senhora Atena. Redimi-se Saulo. — Faça desse teu servo o que melhor lhe convier.


A redenção de Saulo agrada Atena, que sorri.


— Sempre soube de sua fidelidade, Saulo. Afirma Atena. — Não te farei castigo algum. Conhecerás a técnica, junto a Oscar, Melias e Ankaa, mas não a executará.


Oscar se manifesta com as mãos, pedindo para falar. Atena concede.


— O que faremos? Indaga preocupado. — De certo não seremos mais bem quistos em Tessalian após tal incidente. Deveríamos partir com nossos filhos?


Séria, Atena olha para Oscar.


— Vá e leve seus filhos. Reponde Atena. — Seja sábio e eles te responderão a altura.


Em seguida a deusa dirige-se para Saulo.


— Vá para Temísia, Saulo. Ordena Atena. — Leve contigo Rose e Sofia. Vocês a criarão no templo do Gran-Conselho. Quando Sofia completar quatorze anos vá para meu templo em Atenas. Organize meu exército para a guerra que virá. Ela chegará até você aos quinze anos. Em breve estarei contigo, e você se lembrará de meu sorriso em tua filha.


Saulo estava resignado.


— Sim, Senhora Atena. Responde. — Da forma que desejar.


A luz que inundava o local, emanada por Atena, começa a cessar e a deusa profere suas últimas palavras naquele momento.


— Cumpram suas missões. Ordena. — Não estarão sós. Oscar irá para a Ática, vigiar o mar do paredão costeiro grego. E em seu tempo Saulo irá para meu templo em Atenas. O tempo é favorável, e suas embarcações serão conduzidas por bons ventos ao seu destino. Eis o seu falcão, Oscar. Gentileza de Melias de Tessalian.


Todos foram transportados a local seguro.


Os dias passam, e o incidente é esquecido por todos. Era grande a comoção pela partida de Oscar, Shina, Sig e Ozir.


Os anos passam e Saulo e Oscar pouco se veem. Eles sentem suas energias até certo momento da vida. Em dado momento os fio que une os irmãos aparentemente se rompe, mas os gêmeos velam um pelo outro de Ática e de Lemúria, cumprindo a missão dada por Atena.


Saulo acompanha passo a passo as vidas de Oscar, Shina, Ozir e Sig. Nas vezes em que a família visita Lemúria.


Resignada a sua missão a família segue sua história atrelada a vida da deusa da Guerra, onde o sorriso do pai é o sorriso do servo, e a do filho é também a de sua Senhora.


Por ser humano, sem os dons dos lemurianos, Saulo recebe de Atena a técnica da longevidade, quando a jovem Sofia retribui ao seu honrado pai o dom da vida que recebera, por vontade e serviço de Atena. Saulo seria um servo direto da deusa, e importante peça nas lutas vindouras.


TEMPO PRESENTE.


Ozir retorna de suas lembranças, conhecedor que toda a sua família serviu Atena como grande dedicação. Não poderia ele falhar.



O PODER DO CONTROLE TOTAL É REVELADO E SELADO POR ATENA. AS HISTÓRIAS DE FAMÍLIA SE ENTRELAÇAM, E O FUTURO VAI SENDO DESENHADO POUCO A POUCO.

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  • 3 semanas depois...



Um ano antes da derradeira vitória de Atena sobre Poseidon nasceriam três gerações de soldados para a confraria de Atena. Territórios de Atena iam sendo retomados pouco a pouco, e a vila de Graad foi um desses locais.


Na região da Sibéria, das águas geladas do mar ártico saiam grandes grupos de marinas. Ariadne de Cisne, recém consagrada Amazona de Bronze, os combatia, mas a velocidade com a qual saiam do mar ameaçava a segurança da vila de Graad, localizada a quilômetros dali.


Com muita agilidade Ariadne derrubava grupos inteiros com apenas um golpe, mas depois de muito tempo lutando solitária se esvaiam suas forças e tudo parecia perdido.


Quando a invasão parecia inevitável eis que surge a leste uma grande massa de ar frio, os marinas viram estátuas de gelo e em seguida pó. O mar virou uma pista de gelo, forçando o recuo das forças de Poseidon.


Chegara Aria de Aquário para ajudar. Ariadne olha para ela e sorri.


— A Amazona de Aquário ...


Séria como de costume, Aria demonstra preocupação com sua companheira amazona.


— Estás bem Ariadne?


Apesar do tempo, era nítido que a Aria mudara muito pouco.


— Sim. Responde a jovem amazona.


— Observava tua performance. Continua Aria. — Tens força de vontade e lutas com amor, mas é necessário que eleves teu nível de cosmo. Teu ar frio pode ser derrotado, caso enfrentes alguém mais forte.


A amazona de Bronze atenta e respeitosa pela posição de Aria, compreende suas palavras e sinaliza positivamente com a cabeça.


— Treinarei mais!


Ariadne lembra-se de um tempo atrás, pensa em voz alta e resmunga.


— A Senhora das Águas.


Aria se surpreende com o que acabara de ouvir.


— Senhora das Águas ... Pensa. — Há tempos não ouvia esta frase.


À mente da amazona dourada pairam lembranças, algumas doces e outras nem tanto.


UM ANO ATRÁS


Sentados em volta de uma antiga fonte, ao centro da vila de Graad - leste da Sibéria -, Aria, uma jovem moradora do local há por volta de dois anos, junto a algumas crianças brincava. Aria tinha o dom especial de transformar água em gelo, e naquele momento brincava com seu poder para a admiração de todos.


— Como você faz isso? Curiosa, pergunta a pequena Ada.


— Isso é muito legal! Faz um pra mim também. Pediam as crianças.


Mas seu dom não era bem visto por algumas pessoas mais antigas da vila.


— Venha aqui Ada! Diz uma senhora. — Saia de perto dessa bruxa. Não é bem vinda aqui! Volte para o lugar de onde veio! Moça estranha!


Outras mães surgem e levam seus filhos, mas uma menina um pouco maior que as outras, aparentemente uns cinco anos mais nova que Aria permanece.


— Por que você não vai também? Pergunta Aria.


A menina abre um largo sorriso.


— Porque não quero. Afirma a menina. — Gosto de teu dom. Gostaria de ter um igual ao teu. Gostaria de ser especial em alguma coisa, como você é ... “A Senhora das Águas”. O que você acha do nome?


Aria se encanta com a inocência da menina.


— Legal. Responde Aria. — Não me acha uma “bruxa”? Intrigada pergunta Aria.


A menina olha com carinho para Aria.


— Não. Responde. — Só acho que deverias sorrir mais.


Aria sorri depois de conselho de tão jovem pessoa.


— Fica mais bonita. Continua a menina. — Olhe só.


A menina aponta o espelho de água da fonte e Aria se vê sorrindo.


— Gosto de você. Diz a menina. — Pena que nunca sorri.


Acalentada pelas doces palavras, Aria agradecida mostra sua admiração.


— Obrigada. Diz Aria.— Também gosto de você. É simpática. Mas, qual o teu nome?


A menina inocente brinca.


— Meu nome ... Começa a menina. É quase tão bonito quanto o teu. Me chamo Ariadne.


A mãe da menina a chama e ela corre em sua direção.


— Aria, a “Senhora das Águas” ... É minha amiga. Diz a menina correndo.


A mãe de Ariadne olha para Aria, e amistosamente acena e sorri. Aria fica ali pensativa em tudo que ouvira.


Os dias passam e as forças de Poseidon chegam a vila. Os homens e jovens deixam as mulheres e crianças abrigadas nas casas, e ao barulho do grande sino pegam suas ferramentas de trabalho para defender sua terra natal. Em meio a mobilização, ainda sem saber o acontecia Aria é interpelada por um senhor que partia para batalha.


— Saia daqui. Procure um abrigo. Os monstros vindos do mar estão invadindo a vila. Proteja-se, querida!


Atordoada Aria vê uma criança encolhida perto da fonte e apavorada com todo o barulho e movimento. Aria a reconhece. É Ada, a menina cuja mãe a chamou de bruxa.


— Venha comigo pequena! Diz Aria.


A menina a reconhece e mostra total confiança.


— A moça do gelo. Diz a menina abraçando-a a forte.


Aria, admirada pela confiança demonstrada pela menina, sorri, agindo imediatamente.


— Vou te levar pra casa. Sobe no meu colo. Acolhe a menina Aria.


Ao se aproximar da casa ela vê a mãe da criança aos prantos, mas ao ver a filha nos braços de Aria um brilho de alívio surge em seus olhos.


Ela solta a menina, e quando a criança já está nos braços da mãe Aria dá as costas e segue embora. A mãe da menina a interrompe.


— Espere! Por favor! Obrigada por salvar minha menina. Desculpe o que disse para você. Salve a vila. Use seu poder. Sei que podes ajudar. Te peço ... Senhora das Águas!


Agora mais intrigada do que nunca, Aria para e volta seu olhar a senhora.


— Onde ouviu isso? Indaga Aria surpresa.


A senhora, visivelmente humilde, responde.


— Ouvi a menina Ariadne dizer. Que não era uma “bruxa”, mas a “Senhora das Águas”. Que um dia seria como você e salvaria alguém. As crianças com sua inocência sabem ler a alma das pessoas. Se ela viu em tua alma a esperança, eu acredito nisso. Eu confio em você.


Os marinas avançam mais e mais e não sucumbem às rústicas ferramentas dos moradores da vila que recuam.


O homem retornando vê que Aria continua no mesmo local que outrora vira.


— Volte menina! Diz ele. Não deverias estar aqui. Eles são muitos. Não conseguiremos vencer.


Aria, certa de que poderia fazer algo, movimenta teus braços e uma cortina de neve varre a entrada da vila em direção aos inimigos.


Os homens viram-se e ao dissipar da nuvem de gelo veem que os “monstros do mar” viraram estátuas de gelo, e uma delas se esfarela diante seus olhos.


Surpresos com o ocorrido olham para Aria e partem ao campo de batalha destruindo as estátuas de gelo restantes. O homem que outrora dissera a Aria que se abrigasse, com um movimento de mão cede a jovem a liderança do grupo.


Um corredor se abre e Aria passa sob o olhar confiante de todos.


— Vamos! Diz o homem. Essa é nossa terra! Temos a Senhora das Águas do nosso lado! Vamos lutar!


Aria levanta a névoa de gelo trecho a trecho, e os homens e jovens destroem a estátuas de gelo.


Os marinas recuam para o mar. Todos retornam felizes com a agradável sensação de vitória.


Aria passa a ser aclamada como “Senhora das Águas” e torna-se amada por todos, contando com a confiança de todas as mães ao brincar com seus filhos.


Por teu feito Atena chega a vila em busca de Aria. Aria parte com a deusa à Atenas.


Na ausência de Aria, apesar da esperança e grande garra dos moradores da vila, esta sucumbe ao segundo ataque de Poseidon, dias depois de sua partida.


Aria, bem longe da vila, sente que algo errado ocorrera a vila. Com a permissão de Atena e acompanhada volta àquelas terras geladas. A vila em destroços tinha apenas três sobreviventes: Ada, sua mãe e Ariadne.


Aria chega perto da fonte, mantida intacta pelos marinas, e apavorada pela devastação causada pelo inimigo ouve uma voz. Olha em volta e descobre vir de uma pilha de escombros próximo dali. A casa de Ada.


— Aria ... Aria ... Aqui! Diz a voz.


Aria vê uma mão ensanguentada movimentando-se em tua direção.


— Senhora das Águas ...


Aria revolve os escombros e vê as três sobreviventes.


— Lutamos ... Diz a senhora. — Resistimos ... e quase vencemos. Mas do mar veio um demônio. Usava uma armadura amarelada, que só em mexer os braços acabou com tudo. Não tivemos chance contra ele.


A senhora tosse, e o sangue que sai de sua boca mostra seu estado de saúde.


— Consegui me esconder aqui, mas não resistirei ... Cuide de minha filha e de Ariadne. Sua família foi dizimada.


Empenhada em salvar a todos, inclusive a senhora, Aria se levanta.


— Não. A senhora vai viver. Buscarei ajuda. Retruca Aria.


Sabendo de seu destino, interrompe Aria a senhora.


— Não. Não vá. Diz a senhora puxando Aria pelo braço. — É perigoso. Salve as crianças.


A senhora tosse uma última vez.


— Elas são protegidas dos céus, pelas constelações de Cisne e Aquário. Elas são especiais. Cuide delas! Senhora das Águas ... Eu te rogo.


A senhora tem uma taquicardia e suspira.


— Vejo uma jovem de branco. Diz. — Um anjo? Ela pega minha mão ... e toca minha testa. Será um sonho?


Tranquila e certa do que era tal visão sorri Aria, com uma imagem a mente.


— Atena! Conclui Aria. — A senhora está em boas mãos. Está salva.


As meninas olham para Aria com um singelo brilho nos olhos. A confiança estava estampada nos sorrisos de Ada e Ariadne, que apesar da morte ao lado permaneciam calmas.


— Atena! Diz Ada. — Mamãe se foi com Atena.


O espírito de Atena olha para as meninas e sorri, enquanto ascende aos céus com a mãe de Ada.


Ada dá a mão a Aria, que sorri e pega a mão de Ariadne seguindo ao que seria a nova casa das meninas. Sig e Anryu as esperavam. Sig brinca com Ada que a ele sorri. Uma pequena embarcação os aguarda e todos seguem na longa jornada a Atenas. Anryu brinca com maçãs e diverte as meninas. Sig pilota o barco, e Aria a proa pensa no destino e seus artifícios, por vezes cruéis.


DE VOLTA


Os grupos de marinas foram derrotados, e as amazonas, nostálgicas com a história e energia do local estavam felizes pelo reencontro, mas uma forte onda de cosmo varre o continente advinda do mar.


Algo mais reservara aquele dia para o exército de Atena.



A MORTE LIGANDO PARA SEMPRE TRÊS DESTINOS. UMA NOVA CHANCE DE VIDA EM NOME DE ATENA.

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  • 1 mês depois...

Ato 016 - Trégua

Ariadne estava feliz por reencontrar Aria pouco mais de um ano depois, e a batalha então finalizada não as havia permitido sequer um abraço. Elas caminham em sua direção uma da outra quando uma terrível cosmo-energia surge.
As amazonas se olham e se posicionam para um possível confronto.
— Este cosmo ... A mesma energia que destroçou nossa vila. Conclui Ariadne.
Aria pressentindo um ataque, a velocidade da luz salta a frente de Ariadne e toma todo o golpe emitido pela névoa que junto ao cosmo surgira. Uma longa risada ecoa e ouve-se uma voz.
— Parece que reencontrei minha órfã. E pelo que vejo se bandeou pro lado de Atena. Mas não se preocupe ... Darei um fim a essa história triste. Decidi por poupar sua vida a cinco anos atrás, mas estar com Atena ...
A névoa se dissipa e surge um homem. Vestido com uma reluzente escama do reino dos mares, se apresenta.
— Eu ... Dimmi de Kraken. O General Marina do Oceano Ártico! Terminarei o que deixei incompleto.
Aria se enche de fúria ao lembrar-se da destruição que ele causara.
— Foi você?! Dizimou toda a vila. Não o perdoarei!
Com um calma e um sarcástico ar de superioridade zomba o marina ...
— Então é você ... A “Senhora das aguas”. Aquela de que todos diziam. Aquela que dizimou meu exército. Não sabe o quanto a procurei, mas como é engraçado o destino, ele tarda mas não falha. Vamos ver se é tão “Senhora” assim de alguma coisa.
Preocupada com o cansaço físico de Ariadne por seu enfrentamento aos soldados marinas de Dimmi, e decidida a se vingar por todos da vila Aria afasta Ariadne e assume a luta.
— Proteja-se Ariadne! Diz — Eu acertarei as contas com ele!
Ariadne, inconformada, e tomada da mesma sede de vingança de Aria olha para a aquariana desolada.
— Mas ele matou minha família. Retruca. — E toda a minha vila.
Aria com autoridade olha para Ariadne.
— Não! Firme conclui Aria. — Não está em condições. Ela era minha casa também. Amava a todos apesar do pouco tempo. Acabarei com ele por todos nós.
Diante palavras decisivas resigna-se Ariadne, lançando um olhar marcado pela confiança em Aria depositado. Aria balança a cabeça em sinal de respeito a confiança recebida.
— Está bem. Diz Ariadne. Confio em você. Acabe com ele!
Com um ar de deboxe interrompe Dimmi.
— Já acabaram-se as despedidas? Não se preocupe, garota de Cisne ... serás a próxima.
Aria de Aquário e Dimmi de Kraken ficam cara a cara, atentos a todos os movimentos um do outro, prontos para o confronto. Naquele ambiente tenso Dimmi quebra o gelo com provocações.
— Fiquei impressionado com vocês. Primeiro você de Aquário ... derruba um a um meus soldados a cinco anos atrás. Agora essa menina de Cisne faz o mesmo. Não que eu me importe com eles, pois não valem tanto assim pra mim. Mas isso é uma fronta a Poseidon, o Senhor dos Mares!
Dimmi abre os braços, mostra a Aria os arredores do local, e continua.
— Um deus muito maior que Atena, residente nesse mundo há muito mais tempo que ela. Uma menina mimada, nada mais que a filha rebelde de Zeus. Poseidon é o verdadeiro senhor da Terra, e garantirei essas terras a seus domínios.
O marina, com uma tranquilidade inabalável, olha no fundo dos olhos da amazona, em meio ao pó de diamante que caia. Ele corrige sua postura, muda de semblante e chama Aria para a luta.
— Vamos Aquário. Não temos tempo a perder. Prepare-se para conhecer a técnica que destroçou aquele vilarejo sujo, e que ira acabar com cada uma de vocês. Já que escolheu ser a primeira ...
Dimmi faz cair flocos de neve e após o leve escurecimento do céu, ele concentra a energia da aurora em suas mãos. Com os braços abertos uma descarga elétrica percorre a distância entre as mãos, da energia acumulada em cada mão. Juntando os braços á frente uma grande carga de ar congelado, roubado do ambiente, é lançado em direção a Aria.
— Morra! Grita Dimmi. — Aurora Boreal!
Aria, surpresa com a intensidade do poder atirado, movimenta suas mãos no sentido de bloquear a técnica.
Um marca no chão de neve fica, feita pelos pés da amazona que fora arrastada duzentos metros para trás da posição em que recebera o golpe. A força devastadora da Aurora Boreal fora contida, mas Aria agora sabia pelo que passara a vila de Graad.
Cansada, e impactada pelo último golpe recebido, Aria se posiciona para atacar diante Dimmi admirado.
— Ainda de pé, Amazona. Zomba Dimmi. — Muito me admira ter suportado minha técnica. Mas saiba que lancei um golpe de força reduzida. Não quis destruir teu belo rosto. Planejava contemplá-lo ao retirar a máscara de teu cadáver, mas já que insiste que seja pra valer farei o que desejas.
Aria movimenta a cabeça em sinal de desdém.
— Reduzido? Indaga de forma sarcástica. — Logo vi. Pude conter sem muito esforço. Esperava mais de um General Marina de Poseidon. Que decepção! Na próxima ... mande tudo o que tens. Não se importe com o belo rosto por detrás da máscara, pois ele é mais letal do que possa pensar!
Aria levanta a cabeça, e se posiciona.
— Sou uma Guerreira de Atena!
Apesar das frases determinadas Aria estava preocupada com a força do ataque do marina, dito de poder reduzido.
— Tenho que me concentrar. Pensa Aria. — Este ataque quase acaba com a luta. Se não fosse a armadura de ouro ...
Certa da necessidade de demonstrar equilíbrio na luta desafia Aria.
— Vamos acabar logo com isso!
O ar frio começa a se concentrar de volta do seu corpo, com o intensivo aumento de seu cosmo. Dimmi se assusta com o repentino aumento do cosmo da sua oponente. Extremamente agressivo, o cosmo de Aria atrai todo o ar frio do ambiente deixando o ar próximo a Dimmi mais quente, além da terrível chuva de neve que provocara. O marina se prepara para receber uma grande técnica.
Aria com grande frieza, visto a afastamento de todos os sentimentos naquele momento, dispara o ar frio em direção ao adversário revelando sua técnica.
— Pó de Diamante!
Dimmi, apavorado, vê uma grande quantidade de ar frio partindo como um cometa em sua direção. Ele tenta bloquear, mas é arremessado a quilômetros de distância.
Diante o sucesso aparente Ariadne se empolga.
— Conseguiu! Você conseguiu! Diz.
Aria balança a cabeça e retruca.
— Não se engane! Não subestime teu adversário. Esse pode ser seu último erro!
Aria caminha em direção ao local onde Dimmi foi arremessado e sente seu ombro dolorido. O impacto do pimeiro golpe e da Aurora Boreal causara-lhe aquela sequela.
Em meio à nuvem de neve encontra-se de pé, Dimmi, já sem seu elmo e com parte de sua armadura destruída. Ariadne fica apavorada com a resistência do marina.
O marina se ajeita de pé e dá uma gargalhada.
— Usuahahahahaha. Acredito que dosou o teu ataque. Não posso crer que isso seja tua força máxima.
Agora, é Aria que ri.
— Engraçado, diz. — É a primeira vez que dizes algo coerente. Não conheces meu verdadeiro poder, mas terá oportunidade. Vejamos o poder em seu máximo explendor no seu próximo ataque.
Dimmi fica sério, e deixa Aria confusa com suas palavras.
— Não! Diz Dimmi. — O Kraken ... Conhece a lenda? Vou te contar. O justiceiro dos mares. O Kraken é uma criatura lendária que habita os mares glaciais: O Oceano Ártico. Uma vez alcançado pelo Kraken nada resiste. Mas o Kraken não mata inocentes, apenas barcos que levam a bordo ódio e ganância. Ele os castiga sem dó, e é impassível diante do mal.
O marina inclina-se em reverência.
— Ele o destrói completamente, e sentimentos diante do inimigo são sinais de fraqueza. Admiro sua frieza diante o adversário. Sei que estás machucada pelos golpes que te apliquei. Também estou machucado pelo seu Pó de Diamante. És a melhor de meus adversários até hoje.
Séria, Aria meche a cabeça em sinal de agradecimento. Dimmi Ajeita um pedaço de sua escama partido, e prossegue.
— E quero uma luta inteira com esse adversário de valor. Quero que lutemos com todas as nossas forças. Quero o máximo de teu poder para que possamos medir nossas forças. O empate não é aceitável. O Kraken não empata quando devora o mal. A superarei em teu poder máximo, assim proponho um trégua.
Aria sente a força do cosmo de Dimmi enfraquecida e percebe a veracidade de suas palavras e intenções. Dimmi toca o peito atingido pelo Pó de Diamante de Aria.
— Nos recuperaremos e nos veremos de novo. O que você me diz? Indaga Dimmi.
Por alguns segundos, o silêncio paira no ar. Aria admite que não poderia dar o melhor de si com o ombro machucado.
— Concordo. Responde Aria. — Vieste em meu mundo. Terminaremos essa luta no seu. Uma luta sem tréguas, até que sobre apenas um: O vencedor.
Dimmi vira-se de costas e segue de volta ao mar.
— Certo! Nosso reencontro está marcado. Te esperarei.
Ele some e Aria cai. Ariadne a ampara.
— Dói. Diz Aria. — Meu ombro. Conter a Aurora Boreal quase me custou um braço.
Ariadne lembra-se das palavras de Dimmi.
— E tinha poder reduzido. Completa Ariadne.
Aria, mesmo com muita dor, ri da inocência de sua companheira amazona.
— Não creio. Rebate Aria — Disse aquilo para me intimidar. Mostrar superioridade a uma mulher. Mas já conheço sua técnica, e isso é o mais importante.
Aria, como mestra, instrui Ariadne.
— Cuidado, Ariadne. Não subestime o adversário. Nunca!
Como uma boa aprendiz, Ariadne tudo ouve e compreende.
Ariadne leva Aria até a vila para receber cuidados médicos e se recuperar daquele difícil confronto.
A amazona de Aquário tinha um desafio a vencer em breve. Os destinos de Aria e Ariadne mudariam por completo após conhecerem aquele homem.
O MAL VINDO DO MAR QUE OUTRORA TIRARA MUITAS VIDAS SE REVELA. UMA BATALHA FEROZ, UMA TRÉGUA E UM NOVO DESTINO. O QUE AGUARDARÁ ESSE CONFRONTO FINAL?
Editado por Phoenix no Ankaa
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  • 4 semanas depois...

Pessoal, estou trabalhando na elaboração e digitação dos capítulos.

 

Não há muitos capítulos de frente, mas a linha de raciocínio continua em dia.

 

Com a elevação da fic de Gaiden para estória solo, teremos mais conteúdo pela frente.

 

Em breve um novo capítulo.

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  • 4 semanas depois...


Era quase noite em Lemúria, e mais cedo clarões puderam ser percebidos em vários locais da ilha. A luz era Atena que visitava diversas pessoas, para quem estava reservada importantes missões.


Samarco, no cair da noite receberia esta luz. A província, mais ao centro-oeste da ilha, era o cinturão da produção de alimentos da ilha, as margens do grande lago Siena. Nesse local abençoado por Demeter, morara Roshi e sua filha Talia.


A família de Roshi era a mais tradicional de Lemúria no ramo da agricultura. O lemuriano seguia o ofício de seu pai e de ser avô, e Talia, fruto da próxima geração da família, já conhecia bem o equilíbrio entre o homem e a natureza.


A casa de porte médio, antiga mas bem conservada, era de madeira de boa qualidade ali mesmo colhida e marcava o centro do grande pomar, que guiava a entrada e a margeava a estrada.


O ambiente rústico era a paisagem da paz, cujo silêncio era apenas rompido pelos sons diversos de aves e animais de criação, soltos em plena harmonia com as plantas e demais elementos do cenário.


Naquele lugar Atena surgia a vontade, certa de estar em reduto de velhos conhecidos há muitas gerações. Era fim da tarde em Lemúria.


Roshi a porta reverencia a deusa com sua aura luminosa, e com sinal de mão orienta Talia a fazer o mesmo. A menina estava encantada, pois estava para conhecer alguém muito falado por seu pai, a deusa da Sabedoria e Guerra Justa, Atena.


Ela se curva, mas ainda sim caminha em direção a luz, ao encontro de Atena. Roshi parece ver uma imagem estranha: uma jovem de cabelos castanhos, ao lado de uma bela mulher lemuriana com os mesmos traços de Talia, lindamente vestida com uma reluzente armadura esverdeada.


Roshi parecia estar sonhando, quando a luz se dissipa, e ele vê imagem invertida, onde a jovem vestida de branco trazia sua filha sorridente.


Ainda caminhando Atena inicia sua narrativa com Roshi, enquanto entrega Talia ao seu pai.


— Roshi, meu guerreiro. Inicia Atena. — Faz um belo trabalho com Talia. As novas gerações de meu exército ganharão uma bela guerreira para o campo de batalha.


Roshi fica feliz em saber que sua linhagem a serviço de Atena seria perpetuada.


— Sim, Senhora Atena. Responde o guerreiro. — Apenas fiz meu dever como pai, preparando a próxima geração.


Atena sorri.


— Sairás de Lemúria. Afirma Atena. — Apenas Talia tens o senso de equilíbrio que possui. As batalhas que virão necessitarão desse legado. Do equilíbrio entre o tigre e o dragão. Lemúria não mais atende ao potencial de Talia.


Roshi atento olha para Talia, como se já soubesse do que falava a deusa.


— Seguiras para as terras altas às margens do mar Mediterrâneo, numa região com cinco montanhas. Complementa Atena.


Roshi acompanhava Atena, mas a devoção no olhar de Talia à deusa causou-lhe admiração. Em breve ele entenderia.


— Preciso que acompanhe meu renascimento de mais longe. Prossegue Atena. — Sentirás o fluxo do equilíbrio em seus dois sentidos, e saberás a hora de retornar.


A deusa olha em volta e contempla a paisagem.


— Em muito Lemúria será útil a batalha que virá, e nos irmãos e sua prole confiarei minha proteção em segredo.


Reconhecendo a atenção de Talia a suas palavras, Atena se dirige a ela.


— Talia. É a semente da nova geração. Afirma — Serás a primeira geração dos meus novos guerreiros. O tempo junto as águas da grande cachoeira será essencial para o seu conhecimento, e para a compreensão do legado de sua família.


A aura de Atena começa a se dissipar, e ele profere suas palavras finais.


— Partirás ao amanhecer. Reúna o necessário a viagem e não se despeça dos seus. Orientarei sua viagem.

Orientados por Atena, Roshi e Talia fizeram a última refeição naquelas terras. A menina estava feliz. Tudo foi arrumado e a menina foi dormir.


Ao amanhecer, na hora da partida, Roshi e sua filha lembram dos seus, e por um momento se entristecem. Eles se lembram da vívida aura de Atena, e se alegram novamente. Estavam a serviço de sua senhora, e isso era motivo para júbilo. Pai e filha estavam sintonizados, e Roshi fica feliz com a demonstração de maturidade de sua menina.


Em Tessalian, Melias e Ankaa sentiam a angústia temporária dos seus. Talia e Ankaa tinham uma ligação silenciosa, apesar da menina esperar um pouco mais. Melias sentia que seu irmão precisaria muito dele a partir de então, só não sabia definir como.


Roshi e Talia partem para seu destino orientado por Atena, e Melias e Ankaa chegariam as terras dos seus no cair da tarde.


No caminho Melias e Ankaa vão sentindo os fragmentos do dissipar dos cosmos de Roshi e Talia, mas também resquícios de um grande cosmo na medida que se aproximavam da casa de madeira. Melias já conhecia a energia, e Ankaa já sentia a acolhida.


Para Ankaa havia uma mensagem no ar, deixada por uma poeira de cosmo que toca a mão aberta do menino.


Ankaa descobrira que era parte de uma missão maior que teu silêncio. Ele aguardaria o retorno do cosmo de Atena, e Melias sabia que deveria zelar para o completo crescimento de seu filho.


ATENA PREPARA SUA ESTRATÉGIA PARA A BATALHA QUE VIRÁ. UMA SAIDA PROGRAMADA MARCA O INÍCIO DE MISSÃO DE UMA FAMÍLIA.

Editado por Phoenix no Ankaa
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