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[Torneio] Minos de Griffon x Dégel de Aquário


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PRÓLOGO

UMA FESTA MISTERIOSA

 

 

Uma exuberante construção anunciava-se na paisagem que pouco a pouco se revelava com o trotar dos cavalos que guiavam uma suntuosa carruagem por entre as trilhas de terra das proximidades da mansão de Vouivre, que vasta se apresentava opulenta em todo o seu estilo francês do século XV.

As torres se destacavam por sua arquitetura inspirada no estilo gótico, as quais também bebiam do cálice renascentista, mas sem aparentar a sua época, como se suas paredes resistissem com ímpeto ao tempo, mas sem abrir mão de toda elegância e modernidade, num contrate de artes e eras.

O caminho pedregoso breve deu lugar ao ladrilhado que mostrava o início de toda aquela construção. Robustos portões dourados se abriram como que se num passe de mágica, e a carruagem seguiu em direção à mansão por mais alguns minutos. O marulho das águas podia ser escutado, aquele palacete fora levantado à beira mar. 

Ao chegar no pátio que dava para a construção, a carruagem logo contornou uma fonte esculpida em três pias de mármore, com formatos crescentes, as quais jorravam águas cristalinas. Um jovem apresentável, de longos cabelos esverdeados e roupas elegantes de gala descera primeiro, estendendo a mão para a donzela que o acompanhava. A moçoila era do tipo aristocrata, com uma feição firme e delicada ao mesmo tempo, cabelos azuis platinados e corpo que salta aos olhos de qualquer rapaz. Seu vestido salmão cumprido era volumoso, bordado em armação de filó e contrastava com a cor em bordô dos trajes do acompanhante, mas sem perder o ar virtuoso que os cercava.

 Chegamos! Lembre-se: a princípio vamos nos misturar aos convidados em busca de informações. Deixe a parte mais difícil comigo – disse em voz tenra o rapaz de cabelos esverdeados  – Aliás, a senhorita está deveras elegante.

 

[Seraphine] Sinto-me lisonjeada pela companhia, senhor Degel  –enrubesceu – Gentil como sempre.



Era o cavaleiro de aquário, acompanhado da doce Seraphine, filha do senhor de Bluegraad, amiga de infância do guerreiro. Estes estavam ali em uma missão secreta do Santuário para descobrir o paradeiro do cavaleiro que durante séculos lutou em diversas batalhas em prol de Athena, enfrentando deuses poderosos para que a paz pudesse ser mantida na Terra. Este era Krest, o cavaleiro da décima primeira casa do século XV, e mestre de Degel, o qual, em letras garrafais, redigiu uma carta com o seu pedido de socorro.

Uma divertida festa acontecia. A música era alegre e muitos convidados se divertiam, entre risadas, danças e conversas. Todos nobres de diferentes nacionalidades e com seus próprios interesses em jogo – ou assim acreditava o cavaleiro.

Degel estava com uma máscara dourada cobrindo o seu rosto, enquanto observava o ambiente, fotografando com a mente portas, passagens e corredores, além dos convidados presentes, afinal, cada detalhe poderia ser um diferencial na consumação daquela investigação. O nobre salão era composto de pedras aparelhadas em cores claras e grossos almofadados, ladeadas por colunas com capitéis encimados por frontões triangulares. Em muitos locais, espalhados por todo o ambiente, essas pedras tinham talhadas figuras de Vouivre, fator que Degel já estava observando havia algum tempo.

Estranhamente, os convidados sentiam calafrios, como que se as janelas estivessem escancaradas, e o frio de um inverno ainda em seu berço se apresentasse. O mago por onde passava, deixava resquícios de sua presença gélida, com flocos de gelo esvoaçando pelo solo e ar.

Com uma taça em sua mão, Degel andava vagaroso ouvindo com seus sentidos aguçados as conversas que se seguiam, até que uma sinistra presença no recinto chamou a sua atenção. Seu olhar passeou pelo ambiente, entendendo tão logo do que se tratava.

 

CONTINUA
 
 

*O enredo foi adaptado para encaixar a luta, portanto, há nuances diferentes das apresentadas no mangá, apesar do cenário ser o mesmo.

 
 
 

 

 

 

 

 

 

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  • 2 weeks later...

 

[...]A noite estava propícia para uma festa descomunal. O véu noturno se estende como o vestido jubiloso da mãe Luna, que é adornada por suas pequeninas estrelas que reluzem seu brilho como diamantes preciosos. Uma colossal mansão é o palco desta peça, esta, cujo qual será lembrada pelo decorrer dos séculos, sendo o evento que representará a conciliação do paraíso e inferno...

O clima é ameno, o que permite deliberada sensação. O Kyoto infernal faz parte da composição daquele luxuoso cenário, estando há mais tempo do que previsto naquele meio. Suas vestimentas evidenciam seu Vitae de alta casta, exaltando-o entre tantos. Belas mulheres o observam, e os homens o invejam, alimentam-se todos daquela celestial visão. O homem de belas madeixas sedosas e platinadas, aparência angelical, e de postura imponente, é como uma escultura que até mesmo o mais tolo pararia para apreciar. Trajado com um sobretudo arroxeado,  camiseta branca, calça de ébano, e sapatos tão obscuros quanto o abismo. Ele se deleita de sua bebida, no mesmo instante em que uma senhorita se aproxima, trajando um belo vestido vermelho, longo em cumprimento, alçando seus belos e pequeninos pés; o suntuoso vestido reverbera suas belas curvas, tornando-a minimamente interessante, e digna da companhia do Juiz, fazendo com que o mesmo tenha sua atenção tomada; ela se pronuncia, seu tom de voz é aveludado como os das ninfas dos campos Elíseos:

— Boa noite, cavalheiro, bela noite não é mesmo? - Griffon a mede dos pés à cabeça, deixando que um sorriso ladino lhe escape, os belos lábios empalidecidos e os dentes brancos como os de Berenice: 
 — Boa noite, Senhorita. Belíssima noite, concordo... O que me diz de sentar-se e desfrutar de minha companhia? - De forma charmosa ele se levanta, e a acompanha, dando a volta na mesa, chegando até o lado oposto onde uma cadeira de mogno é desenhada com couro vermelho. Ele a puxa para si, e com toda a pompa, segurando o tecido de seu vestido na região da cintura, ela se senta:  
— Fico lisonjeada... A proposito, adorei sua máscara, mesmo não a reconhecendo. O que seria? Um falcão? - Ele ouve aquelas palavras, mantendo um sorrisinho sacana em seus lábios enquanto caminha de volta até que se senta em seu lugar. Ele cruza as pernas, fecha os olhos, e respira profundamente, o perfume dela é adocicado, e Minos é um homem que aprecia a boa arte; assim ele diz:
— Se trata de Griffon, uma figura mitológica que elucida os grandes reis, se me permite... Irei te contar uma breve história sobre... - Ela demonstrou entusiasmo, e por um bom tempo ele se prontificou em prende-la com suas epopeias...

                                                  [...]

Um predador audaz, um lobo na pele de cordeiro, o algoz recôndito aos olhares. Ele espreita nos cantos mais obscuros daquela construção, esgueirando-se entre as pilastras jônicas e corredores. Parece que seu deleite viria de forma muito mais doce do que a esperada, fazendo com que o sádico sorrisse por de trás de sua máscara régia. Lá estava a bela e solitária, desfrutando da noite, como num toque de mágica, igual aos livros de contos de fadas. Ele é um fantasma, adentra o recinto sem que ela perceba, e tão sutilmente, se prosta ao piano. Os dedos esguios dedilham as teclas de forma mórbida, até que ele encontra o tom. Seraphine que estava debruçada no parapeito, vira-se rapidamente, um tanto quanto assustada, notando essa exaltação de medo, Minos se alimenta de seu odor.

— Perdoe-me, senhorita... Não quis assustá-la. Se me permite uma canção. - O dedilhar é suave no tom C#m, e ele sabe como alcançar e arrepiar sem mesmo toca-la. A canção toma forma, e ele indaga: 
— Uma jovem como você de aparência nobre, não deveria caminhar sozinha. Pelos corredores ouvi que há um assassino entre nós.- Aquele brilho de escárnio em seu olhar, e o sorriso malicioso, ele compreendia o quão excitante era a situação. A jovem o questiona: 
— B-bethoveen??... e, estou bem acompanhada. Só precisava colocar as ideias no lugar, e bem...estou-me indo. - Algo se moldava na atmosfera, na medida em que a música soava:
— Compreendo jovem dama, fico feliz por você. De qualquer forma, fique, ao menos deixe que a música chegue ao seu fim, por acaso, não aprecia a boa arte? -
— Sim, eu aprecio. Tudo bem, senhor. - Havia algo nele que chamava atenção, e como num transe, ela não possuía forças para se retirar dali. Ele fechou os olhos e então falou:
— Me chamo, Minos, e você?-
— Seraphine de Bluegraad- Um suspiro escapou por entre os lábios: 
— Eu sei quem você é... está escrito nas estrelas o nosso encontro, Senhorita das terras gélidas. Não sabe o quão feliz estou. Cada fibra de meu corpo vibra com essa ocasião. - Ela não entende bem, então antes que ele termine, pede licença e caminha até a direção da saída; e neste instante a canção é finalizada, ainda de costas Minos se levanta:
— Não é nenhum pouco educado sair enquanto uma peça está sendo tocada. - E a porta dupla de madeira é selada para todo o sempre. As luzes se apagam, e Minos a toma em seus braços, segurando-lhe firmemente a mão e cintura, tal como numa dança. Apenas uma meia luz os ilumina na completa penumbra. Ele a fita de cima, e ela paralisada, sequer possuía forças para gritar, o magnetismo e transe eram maiores do que sua vontade.
— Dance para mim. Está música inaudível é a última que desfrutará em vida. Te farei minha mais nova marionete, será minha para todo o sempre. - Ele se aproxima calmamente para beija-la...



 
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ROUND I

UMA DANÇA GELADA

 

 

A festa continuava ao som de uma valsa ritmada em melodia clássica. Os olhos do cavaleiro vagavam atentos pelo ambiente, pelo qual passeava enquanto investigava as ações dos convidados em busca de respostas para o motivo de sua viagem para aquele luxuoso evento. Porém, uma presença sinistra chamara a sua atenção, algo como que se estivesse interno, no mais profundo de seu âmago, incomodando o seu sexto sentido.

Entendera de quem vinha desde que o viu engraçando-se com Seraphine. Ela, em resposta, entregava-se ao charme do estranho. Um claro sinal de que desconfiara de algo, tal como a orientação do aquariano. Em todas as histórias dos livros que lera, os suspeitos entregavam suas ações de maneiras peculiares, mas sempre deixavam um aviso de que agiriam, como se fossem motivados por um gatilho.

Por debaixo de sua máscara, seu rosto transmitia o brio com que interpretava cada movimento. Deveria ser estratégico. Sua mente maquinava as possibilidades. Respirava profundamente, sem deixar de se movimentar por nenhum minuto: envolvia-se em algumas conversas, petiscava e mantinha o champanhe sempre gelado. Era importante manter o disfarce, e deixá-la atuar. Ela por sua vez, em nenhum momento direcionava o seu olhar para o amigo, não queria estragar a ação.

Preocupava-se com Seraphine, sim, mas tinha confiança na moça. Ele a tiraria dali. Ao passar ao lado da mesa, seguiu por entre os convidados, mantendo suas intenções que desde o início foram apresentadas.

(....)

O tempo passou e Seraphine, ao se levantar da mesa, não olhou para Degel. A ideia estava plantada, e ela mostrava claramente que não recuaria. Ela se movimenta, em direção a uma saleta não muito distante dali, com uma sacada de tamanho considerável. Debruçada no parapeito, ela é surpreendida por notas de pianos. Degel então mistura-se às sombras. Quando percebe a ação nociva do homem, então entende que era hora de agir.

 Você não entendeu que a moça já está acompanhada? – Enquanto falava, agia, lançando em direção ao inimigo a sua taça de champanhe, na intenção de atingi-lo.

Nesse ínterim, agiria sob efeito da luz, expandindo o seu cosmo dourado e multiplicando as suas centelhas gélidas. Uma luz dourada se fez presente., invadindo o local. As paredes, o solo, são tomados pelo ar gélido, embranquecendo-se. Será que o homem sentira calafrios? Afinal, Degel desde o início causava nos convidados essa sensação. Eram os seus cristais gélidos dançantes a envolvê-los, prontos para agirem ao ordenar do mago do gelo.

Sua intenção desde o início em que adentrou à festa, era preencher o ambiente com os seus cristais, incluindo os presentes, e ele mesmo, dessa forma, seria mais eficaz e célere a sua ação diante de uma emergência, até porque ele não tinha conhecimento do que se poderia encontrar naquele lugar.

Com o guiar de seu cosmo, os cristais – que já envolviam Seraphine, uma vez que ela era uma convidada – movimentavam-se a fim de protegê-la. O objetivo do cavaleiro era manipular tudo o que estivesse no ambiente ao seu favor.

Ora, perto demais dela estava o homem para negar, talvez, a proximidade com os seus cristais? Era o que veria, pois sua investida para impedir aquele beijo e já dar cabo ao homem logo fora nomeada.

 

                                  GRAN KOLTSO



Era uma variação mais intensa da sua técnica Koltso, esta que originalmente é constituído de círculos de gelos que envolvem o alvo. Nesse caso, Degel manipulou o ar gélido desde o início para não criar círculos, mas desenhar-se à figura do inimigo, se obtivesse êxito em sua ação. O efeito da técnica seria a imediata paralisação, para dar o tempo necessário para Seraphine se soltar, esta que entendera, acalmara-se, e intentou desvencilhar-se do inimigo, buscando a proteção de Degel.

Degel é um nato artesão do ar gélido, e teve o cuidado de não fazer nenhum movimento que pudesse ferir a dama, revestindo-a com a intenção de evitar qualquer ação do inimigo. E, em caso desse o fazer, para que gerasse uma reação imediata de sua técnica.

Se obtivesse êxito, o inimigo sentiria a temperatura próxima ao zero absoluto enquanto estes cristais exerceriam intensa pressão sobre ele, onde qualquer movimento pode fazer com que o corpo fosse esmagado e destruído.

 

CONTINUA
 
 

*Todos os movimentos foram embasados no próprio prólogo. À disposição para esclarecer quaisquer dúvidas.

 
 
 

 

 

 

 

 

 

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  • 2 weeks later...

 

[...]O suave dedilhar sob a pele alva, cada pequeno centímetro que percorria, o calor, o doce aroma, as madeixas a bailar. Eles estavam interligados pelo restante da eternidade, e nada, nem ninguém seria capaz de impedi-los de viverem tal dissabor. Nem mesmo o cavaleiro de Athena... Para Minos, rei e nobre - homem cujo qual recebeu um título que não é entregue à qualquer existência -, aquele seria o ato mais puro e cruel possível. Os dedos esguios a tocarem na nuca da doce jovem, a forma com a qual ele a tomava para si, as pequeninas fieiras tal como as de um aracnídeo, vos tornaram um só. Ele sorriu maliciosamente, compreendendo, sentindo no mais pueril da atmosfera, que aquilo não passava de uma dança macabra, e de que o Atheniense havia entregue sua companheira como oferenda ao próprio Satan. 
 
 — Oras... quanta insolência, garoto.- A voz repercutira pelos ares, tal como a metamorfose púrpura, que já fazia parte daquela mansão, mesmo antes da invasão solene do Aquariano. Ele se veria em apuros, num emaranhado meticulosamente estruturado:  
— Você não tem voz, nem mesmo lugar de direito aqui...A brisa solene tentou o castigar, e tal como o calor do verão expulsando o inverno, os pequeninos frágeis e gélidos cristais, não se solidificaram. Os ventos esmagadores ao derredor de Minos induziam ao pecado, e neste momento, como jamais, ele excitou-se, sentindo cada célula de seu corpo vibrar. Seraphine o acompanhava, hipnotizada, entregue de corpo e alma.
— Perceba cavaleiro... sinta... a sua amiga aos poucos se esvai em meus braços. As pequeninas e hediondas fadas do submundo, hão de ceifá-la...Da narina esquerda da dama vertia uma linha tênue e carmesim. Com o braço esquerdo, Griffon a envolveu pela cintura, enquanto a mão direita - a recôndita dos olhos alheios -, agora se desprendia aos poucos. Como a seda de uma caterpillar, a cosmo energia avança por todo o ambiente, camuflando a real intenção do assassino:
— A princípio, eu pretendi agir rapidamente para acabar duma vez com esse joguete, porém, acho que me envolvi demais, principalmente quando notei que você passou a agir sutilmente na rede que eu próprio alimentei. Admito, que se não tivesse sido precavido, muito provavelmente eu teria sido pego por sua técnica...Esticara os dedos, evidenciando-os, o dedo indicador e médio foram puxados para trás, como num comando:
— Entretanto, a sapiência e experiência, me acompanham há muito tempo... Esse é o preço que se paga pela prepotência... Agora sem mais delongas, morra! - Se tratava de sua técnica silenciosa e letal, a Marionete Cósmica, essa que se pronunciava na escuridão. A ideia era de acorrentá-lo às suas linhas invisíveis a fim de torná-lo uma de suas presas. 
O poder ameaçador do juiz do inferno se fez presente, ele julgaria Degel de Aquário por todos os seus pecados, e por fim o conduziria ao mais profundo do inferno. Se o cavaleiro demorasse um segundo mais a agir, isso lhe custaria a vida. Será que aquele era seria o seu desfecho?
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  • 2 weeks later...
 

 

 

ROUND II

DOIS PASSOS À FRENTE

 

 

Degel apesar de sua face irrepreensível, sua mente girava como se fosse à velocidade da luz. Não compreendia como todos os seus cálculos, minimamente arquitetados, não surtiram efeito algum no inimigo. Em todo o momento havia deixado resquícios de sua energia gélida espalhados pelo ambiente e envolvendo a todos os presentes, para que, no momento certo, agisse em alguma hora de perigo iminente que exigisse ações céleres.

Seu olhar fixava-se em Seraphine, seu coração palpitava intensamente.

Mas ainda havia um trunfo em sua manga.

O ambiente fora tomado pelo cosmo do dourado, que fizera toda a preparação a fim de mantê-lo ao seu favor, caso as coisas piorassem, afinal, não sabia de quem se tratava o inimigo à sua frente, e o prevenir ainda era melhor do que o remediar.

E o fez bem.

 O quê?!

Seus olhos rapidamente capitaram o brilho gélido que se formou quando pequeninos fios saíram do raio de cosmo sinistro que se expandia, e ultrapassaram a barreira gélida que criara no recinto uma brisa densa, a qual pouco a pouco transformava-se em uma névoa.

Suas mãos logo se movimentaram, expelindo delas uma concentração de cosmo abundante, tão poderosa que o ar gelado foi tomado por um ofusco dourado. Era a força do sétimo sentido munido da luz que fazia a sua opulência ser notada.

 

                                  PÓ DE DIAMANETE



A técnica, apesar de reduzida, fora direcionada aquelas que foram tomadas pelo brilho gélido. Não sabia ao certo do que se tratava, mas seu sexto sentido lhe atiçava uma sensação de perigo que o fizera agir. As linhas logo eram congeladas, não movimentando-se mais.

Não obstante, o líquido derramado de sua taça – a saber champanhe – ao que tudo indicava estava em seu inimigo. Agora, ele manipulava o seu ar gélido para que aquele líquido se solidificasse, na intenção dele ser o ponto inicial de um congelamento. A partir dele, o mago das terras frias da Sibéria, esculpiria a sua técnica a fim de moldá-la ao seu favor. A intenção era clara: prender o inimigo em um caixão de gelo tomado pelo zero absoluto, aos moldes de sua silhueta, para não atingir Seraphine, agora sua maior prioridade.

 Você fala demais! Durma nos braços de gelo eterno – seu coração continuava a palpitar intensamente.

 

CONTINUA
 
 

 

 
 
 

 

 

 

 

 

 

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  • 4 weeks later...
As aranhas são seres incríveis, elas possuem diversas formas e espécimes, tal também, como cores e sabores. Os humanos não percebem a grandiosidade destas pequeninas, então com seu instinto animalesco, as matam sem nem mesmo entenderem os motivos... As linhas que são tensionadas por toda a mansão, trabalham interligadamente, criando uma espécie de rede de informações, e também como a maior de todas as teias, resistente, simbólica e recôndita de olhares alheios. Essa foi a forma cujo qual Minos se manteve  passos a frente nesse jogo de Xadrez. Pobre cavaleiro de ouro, tão cheio de si, tão confiante, mas tão frágil e tão tolo. Um único movimento de dedo, mínimo, milimétrico, o suficiente para ceifar e arredar.
 — Hahahaha- A gargalhada repercutira pelos ares num gutural bestial, a metamorfose púrpura se completara, e de forma alusiva a figura de sua proteção o acolhe em suas asas. O calor cósmico de Griffon protegera o espectro para que não sofresse a austeridade do golpe do Aquariano, que evapora na atmosfera bruxuleante, e se dissipa como um perfume numa ventania; não só isso, bailando como numa dança com Seraphine, ele flexiona os joelhos para trás, saltando logo em seguida, retorcendo novamente os dedos, tal como se praticasse seus acordes no corpo frágil da bela presa:  
— Você consegue ouvir o quão frágil ela é? Uma boneca de porcelana... Seus ossos e carne se retorcendo é a mais doce melodia. - E dessa vez essa voz repercute por todo o ambiente. Seraphine naquela escuridão, está presa em um casulo, em algum lugar dali, na gigantesca teia tecida pelo maior dos tecelões. Um movimento, e a porcelana já trincada, se espatifa. 
— Tic tac... Tic tac... Que horas são, Degel?.Fios por todos os lados, avareza por toda a dimensão, como um coelho prestes a ser afugentado pela águia. Com as mãos, e também os pés - estes, fixados no solo enegrecido -, as fieiras se movimentam tão rápidas, que parecem ter sido feitas diretamente sob a figura Atheniense.
— O que te faz frágil, é a sua capacidade de acreditar ser alguém! Você é tão vaidoso, mal percebeu que estava adentrando um grande labirinto meticulosamente estruturado pelo medo.Esticara os dedos, evidenciando-os, o dedo indicador e médio - canhotos - foram puxados para trás, como num comando:
— Eu irei te esmagar, e não sobrará nada. Seus ossos, sua carne, sua persona e existência, tudo! Tudo será expurgado pelo Rei Minos! Quando estiver vagando pelo inferno, todos te olharão e saberão que é Degel de Aquário, o prepotente cavaleiro de ouro, que achou ser páreo ao Juiz do Inferno mais poderoso!  - As palavras são tão violentas quanto as ações, ele usa isso para adentrar a mente de seu oponente, pois possuí uma carta na mangá, e também uma refém. Observando todas essas horas a fio, foi capaz de compreender a relação que Degel e Seraphine possuem, e que a frieza demonstrada pelo Aquariano, é tão rasa quanto os rios plácidos dos arredores da mansão. Obviamente, sendo um caçador audaz, ele não subestima seu oponente, mantendo-se em vantagem, projetando os possíveis próximos passos de seu inimigo. A mente estratégica age numa velocidade inimaginável. 
A bocarra com dentes afiados e brancos como marfim, é tudo o que Degel poderá ver em meio a escuridão, um ponto cego, alimentado pelo cosmos de seu oponente. 

 

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  • 4 weeks later...

 

 

ROUND III

A hora do xeque

 

 

O inimigo não era um qualquer, estava ali bem provado o diferente. Ele adotara a sua figura como o é: um demônio, cuja imagem horripilante não deixou o cavaleiro alarmado, mas preocupado.

 Quem é você, seu desgraçado?! – deixou escapar. Por mais intrépido que fosse, por mais decoro que quisesse demonstrar, por mais frieza que quisesse transparecer, deixou escapar um doce contentamento para o inimigo: a sua preocupação, esta que não lhe era comum. Sabia dos seus dotes de santo, e como tal, não deveria nutrir sentimento algum por ninguém a não ser o de extremo zelo pela vida. Mas a sensação dolorosa de ver Seraphine sendo lançado nos braços daquela técnica, o enfraqueceu – não em cosmo, mas em postura – ainda que por breves segundos.

Como se tivesse sua resposta tão logo quanto raciocinou, o quebra-cabeça se completou. As hostes do inferno estavam naquele palacete; mas a troco do quê? A Guerra tão prenunciada estava dando os seus primeiros passos ainda, e o que tudo aquilo significaria, ainda mais para um juiz se fazer presente.

Sua mente confundia-se agora, pois seu coração agora gritava. Onde estava Seraphine? Seu olhar estava atento, passeava pelo ambiente. Precisava calcular cada centímetro de seus passos, não poderia deixar nenhum sentimento tirá-lo de seu objetivo.


No entanto, o local estava escuro por demais. Sua voz repercutiu por seu cosmo, e sua manta adentrou trazendo consigo a imensidão dourada. Ele tinha uma missão, esta agora ameaçada por um inimigo poderoso. Mas, acima de tudo, haviam vidas ali que dependiam de suas ações assertivas. Krest, Seraphine, e todos os inocentes que poderiam estar nas mãos daquele homem e de quantos mais existissem. Seu cosmo aflorou, enquanto era revestido pela manta dourada, revelando ser o cavaleiro de Aquário, no esplendor do sétimo sentido.

Os cristais de gelo continuavam a cercá-lo, bailavam livremente. E por mais que sua técnica fora dissipada pelo inimigo, as centelhas gélidas tornaram-se poeira, poeira gelada que se arrastava pelos cantos – e úteis para o mago. E Degel, ainda que perturbado, criou ao redor de si e de outros pontos, camadas de gelo, com um manipular tênue de seu cosmo, a fim de não chamar atenção. Uma variação de seu escudo de gelo, que agora cobria a sua manta de ouro e pele.

Ele precisava descobrir onde seus companheiros estavam, a saber Seraphine antes de tomar qualquer ação ofensiva, mas, para isso, só haveria uma forma.

Seus dedos se entrelaçaram, formando o conceito de um vaso. Mas, antes de elevar suas mãos para o alto, deixou de sentir seus movimentos.

 O que está acontecendo?

 

CONTINUA
 
 

 

 
 
 

 

 

 

 

 

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