Ir para conteúdo

Saint Seiya: Teomaquia


Posts Recomendados

Olá, Killuminati! Comecei sua fic hoje. Seja bem vindo a aba! Qualquer dúvida, nós da moderação estamos aqui pra ajudá-lo. Segue os comentários:

 

Capítulo 1

 

Primeiramente, que foda a expansão dada ao Mavrou Trypà. Deixou de ser simplesmente um ataque do Cavaleiro de Prata de Lagarto e passou a ser uma dimensão própria onde as bestas se encontram. Não esperava que os Guardiões dos Portais fossem vencidos tão facilmente, mas tudo ficou melhor explicado quando a invasora era ninguém menos que Hera, que aliás, mesmo como uma criança, mostrou-se incrivelmente poderosa e imponente.

 

Gostei dela e aparentemente ela será a vilã da fic. Curti também o fato dela ter desperto diversas bestas mitológicas e agraciado-os com Armaduras Divinas (Não entendi muito bem se elas são as mesmas que conhecemos na franquia, ou seja, se pertencem a mesma classe ou não) das feras que eles são. Ansioso demais pelo próximo, embora eu tenha achado que Lâmia aceitou muito facilmente se submeter a esposa de Zeus.

 

Capítulo 2

 

Gostei bastante dos Guardiões dos Portais serem subordinados diretos de Zeus e do Keraunos ser uma habilidade deles. O mais interessante é que sinto uma atmosfera bastante medieval deles, não sei explicar direito, mas é algo que foge completamente da essência de Saint Seiya e se torna algo mais maduro e mitológico. Curto também essas orações antes de executar uma técnica divina, mostra que os humanos, mesmo os abençoados, ainda possuem um certo respeito e adoração pelas divindades.

 

A luta de Cérbero e os Guardiões me agradou bastante pelo modo como foi conduzida, com estratégias e golpes em conjunto, referenciando claramente que a união faz a força. Uma crítica que eu faço é que não há descrições sobre os personagens ou as vestimentas que eles trajam, o que prejudica muito a visualização das cenas enquanto leio a fic. Uma pergunta... O Cérbero apresentado é um humano ou a própria besta mitológica? E achei muito interessante a explicação para a origem da Barreira de Atena que protege as Doze Casas.

 

Capítulo 3

 

Gostei muito da contextualização do capítulo com relação aos humanos após a batalha contra Hades. Curti demais todo mundo no orfanato e como eles reagem com relação ao estado catatônico em que Seiya de Pégaso se encontra. Foi um capítulo de transição bastante necessário pra explicar e aprofundar mais ainda as relações dos personagens e seus desdobramentos. Fiquei curioso pelo paradeiro do Shiryu, desaparecido. Geralmente Ikki é quem está nesse estado.

 

Achei muito interessante o foco nos sentimentos do Makoto com relação ao Seiya e também ao uso da Seika, me remetendo aos planos originais do filme Prólogo do Céu que não foram adiante. Enfim, achei bem interessante um capítulo mais leve e voltado aos sentimentos dos personagens clássicos. Curioso pra saber quem chegou ao orfanato pra destruir a paz lá instaurada.

 

Lerei os próximos capítulos em breve, mas deixo explícito que gostei bastante da fic. Abraço!

 

Obrigado por comentar. Aprecio muito a sua dedicação ao ler minha Fanfic e apontar as suas impressões. Vamos lá...

 

É por essa e outras razões que peço para que leiam minhas "notas de rodapé" e as respostas às dúvidas dos usuários do fórum:

 

*Como já disse antes, Hera tem a capacidade de manipular mentes. Ao utilizar seu próprio sangue para libertar as feras, ela fez mais do que isso; injetou uma espécie de "anestésico" em sua consciências, que estava "encubado" em seus espíritos até então comandados pelo ódio e desejo de vingança. Esse "veneno" de Hera destilou-se completamente quando a Deusa lhes presenteou com corpos humanos.

 

O "anestésico" nada mais é do que os ideais ou o cosmo da própria Hera, que passaram a reinar sobre o cérebro dos monstros quando estes "evoluíram". Deixaram de ser criaturas estúpidas para transformarem-se em seres inteligentes e astutos (mesmo que manipulados), apoiando a causa de sua Senhora. Imagine isso como uma versão melhorada e mais funcional do "Satã Imperial" de Saga.

 

Mas a questão é que Anteu, que está em um nível muito mais alto que seus novos parceiros, também é o mais inteligente e de mente mais forte entre os seis, não podendo ser totalmente controlado. Ele apenas decidiu seguir as ordens da Deusa por esta lhe dar de presente a oportunidade de lutar mais uma vez e se vingar de seu maior rival. Desde sempre, Hera sabia que ele era uma aposta "arriscada", mas necessária para o cumprimento de seus objetivos, já que era o único capaz de lidar com a tal "ameaça".

 

*Como disse na introdução, tenho a intenção de apresentar ilustrações expondo os personagens da minha estória; algo que já está em produção. Logo estarei postando por aqui ou em outro tópico.

 

Também já dei algumas descrições sobre os trajes dos Guardiões na minha segunda "Nota".

 

*Cérbero, assim como as outras cinco bestas, tem uma forma humana, mas ainda possui algumas características animalescas, como seus caninos e olhos vermelhos.

 

P.S. - Novamente, meus planos deram errado, e eu não pude visitar o fórum durante a semana. O Capítulo 5 ainda está em produção; espero que tenha tempo para postá-lo antes do Domingo.

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • Respostas 56
  • Criado
  • Última resposta

Mais Ativos no Tópico

Mais Ativos no Tópico

Postagens Populares

Olá a todos, sou novo usuário do Fórum. Juntamente com o interesse em discutir sobre a série e expor meus pontos de vista, tenho a vontade de materializar um projeto que já venho trabalhando há pelo m

Olá. Por acaso, arrumei alguns minutos para vir aqui, e vou responder seus questionamentos:   *Embora Atena já esteja quatro anos mais amadurecida e completamente "desperta" como Deusa, ela agora está

Oi pessoal. Vim informar que o projeto está se encaminhando perfeitamente. A única dificuldade está na parte de "hardware" - estou sendo obrigado a escrever pelo celular, o que torna o trabalho muito

Capitulo 3 lido =D

 

Só posso dizer que o Drama foi muito intenso... Os outros capitlos não conseguiram me prender como este, só achei que ficou estranho uma coisinha de nada, a ordem que coloca-se desde a passagem dos dois pelo Ikki, acho que se tivesses cortado antes da passagem deles pelo Ikki para o orfanato até eles sairem e depois cortado de novo para o Ikki onde ele sente o cosmo dos dois e voltado para o orfano daria uma sensação que tudo se passava ao mesmo tempo. Pelo menos para mim, pois senti que se passo muito depois, quando não, pois eles vinham demasiado rapidos.

entendes onde quero chegar?

 

Sei que vai parecer estranho o que eu disse XD

 

Mas algo no incio do corte onde toda a ação volta para o santuario poderias ter posto "um pouco antes" ou algo assim XD Mas com o tempo pegas as manhas XD

 

Outra coisa, os dialogos. Estão muito melhores, sem duvidas, estou gostando, mas tem vezes que parece uma simples fala, outra vez usas os nomes. Fica um pouco confuso. Acho que o Travesão ou aquele traço no meio ficariam melhor.

 

_Mas o seiya é Chato. - Disse o cavaleiro de unicornio.

-Mas o seiya é chato. - Disse o cavaleiro de unicornio.

Mas o Seiya é chato - Disse o cavaleiro de unicornio.

Jabu: Mas o Seiya é Chato

 

Eu prefiro o Travesão pk quando corto dialogos com descrição uso o "-" para fazer estes cortes.

 

No mais é isso.

 

Só uma ultima coisa.

 

Eu sei que fui chato, o que não quer dizer que não gosto da tua fic, só que dizer que gosto mesmo muito da tua fic,

 

Ja agora queria te convidar a ler a minha fic, to rebutando ela, é o crossover com os Anjos da noite.

 

Forte abraço

Link para o post
Compartilhar em outros sites

O Ikki apenas tinha sentido a presença dos dois por um milésimo de segundo, ouvindo suas gargalhadas. Não sabia para onde eles iriam, nem de onde vinham, por isso especifiquei como "algo que nunca havia presenciado antes". Na verdade, realmente há um intervalo de tempo entre o momento que Ikki sente seus cosmos e o que ele chega (algo em torno de uma hora); lembrando que o Cavaleiro de Fênix se encontrava em um local afastado.

 

Só para esclarecer um detalhe, Balius e Xanthos não são exatamente muito mais velozes que os Cavaleiros de Bronze, mas trajando suas Armaduras Especiais, conseguem um alcance muito maior do que alguém que não esteja vestindo uma, como Ikki naquele momento (totalmente despreparado). Diferentemente dos Cavaleiros, os Autômatos dependem muito de seus trajes. Isso vai ser devidamente explicado em breve...

 

A intuição (Sexto Sentido) do Fênix o guiou até o orfanato, pois acreditava que Atena e seus amigos podiam estar em perigo, e a própria Saori, que sabia sua localização exata, o "chamou" por telepatia. Ela não reagiu diretamente às investidas dos Autômatos por questões diplomáticas (um Código de Honra que provavelmente citarei no Capítulo 5), optando por usar o único de seus Guerreiros que ainda tinha sua Armadura em mãos. Esse é outro fator que vai ser muito bem detalhado...

 

P.S. - Farei o máximo possível para postar até Domingo, e semana que vem, finalmente terei um tempinho extra para vir aqui ler e opinar sobre outras fanfics (achava que seria esta semana, mas estava redondamente enganado).

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

Capítulo 5:

Conspiração - A Nova Era do Caos

Dos escombros da explosão, quatro homens se levantam. Eram os Guardiões dos Ventos, exaustos, mas ainda emanando uma poderosa cosmo-energia que aos poucos foi se dissipando.

A partir de agora, sua missão era atravessar o Olimpo e chegar a Zeus. Mal sabiam que isso seria muito mais difícil do que acreditavam.

A bela e infinita noite de Lua Cheia seria manchada com sangue e morte...

Nanuq revela aquilo que seus companheiros já sabiam. O destino faria daquela missão a sua última:

Irmãos... Ao Sacrificarmos nossa imortalidade, a proteção divina com que nossos corpos contavam deixou de existir...

Em poucas horas, o peso do tempo e das forças da natureza nos fará retornar ao estado mais simples da criação... Transformaremo-nos no pó de onde saímos.

Cumprindo nosso dever, morreremos com honra, assim como morreu o grande Fidípedes, Herói de Maratona!!!

 

Os quatro iniciam sua derradeira contenda. Determinados, temiam a morte, mas apenas pelo risco de não chegarem a tempo ao Pico do Monte Olimpo.

 

 

Uma cena horrível é contemplada pelos valorosos Guardiões enquanto avançavam pelos arredores do Templo da Lua – os corpos de várias garotas jovens espalhados pelas escadarias. Uma matança cruel e sem precedentes...

As Tiaras em suas cabeças e os arcos que seguravam as identificavam como Satélites da Deusa Ártemis. Em seu peito, tinham cravadas gigantescas flechas vermelhas, que pareciam ter sido disparadas com muita violência. Um tiro certeiro e mortal...

Mas quem poderia ter sobrepujado as pupilas da Deusa Caçadora?

Que monstro seria capaz de algo tão covarde? São apenas... Jovens... – Indigna-se George.

 

Teria sido a Senhora Hera? – responde Roald, antecipando suas conclusões.

 

Hera não necessita de armas para matar alguém... principalmente algo tão rudimentar. Ela nunca cometeria um crime de tamanha selvageria... – Esclarecendo o acontecido, Nanuq tinha total certeza do que dizia.

 

 

No momento em que ia falar, Aslan é interrompido pelos gemidos de dor de uma mulher que se encontrava presa à uma Torre próxima à antiga Prisão da Lua.

 

Era Calisto, Comandante da Guarda Real de Ártemis. Varada no Abdômen por seu próprio cetro, a fiel representante da Deusa da Lua sofria não apenas por seus ferimentos, mas principalmente por não mais poder servir ao propósito divino.

 

Ao ouvirem os lamentos de Calisto, os quatro vão imediatamente em sua direção, tentando socorrê-la.

 

Senhorita!!! É um milagre que tu ainda estejas viva!!! – Enquanto Nanuq buscava o diálogo, Calisto ergue uma de suas mãos ensanguentadas, que sem sucesso, usou para retirar o cetro fincado em seu corpo. Num esforço dolorido, ela clamava por uma intercessão dos Heróis.

 

 

N... Não permitam... que eles cheguem até a senhora Ártemis... Detenham-nos... por tudo que há de mais sagrado...

 

 

Quem lhe causaste tamanha desgraça? Quem a feriste com tanta brutalidade? – Com os olhos lacrimejando, George tinha sede por justiça. (*)

 

E Calisto aponta para sua direita, destacando a Entrada do Templo. Um nome conhecido em todo o Olimpo sai de sua boca, deixando estarrecidos os Escolhidos de Zeus:

 

 

TOHMA...

Isso é impossível... Como Ícaro foi capaz de se libertar sozinho dos Elos de Zeus? Nem mesmo o Gigante Prometeu conseguiu tal façanha... – Aslan não encontrava lógica na descrição daquele acontecimento.

 

S... Seu poder... era assustador... como se alguém tivesse-lhe retirado das costas o peso de todo o mundo. Estava cheio de...ódio. Vi isso em seus olhos quando me atingiu... – enquanto proferia estas palavras, Calisto ainda tinha guardada em sua mente a terrível visão de Tohma a assolando, num estado de fúria incontrolável.

 

...Ele estava sem sua máscara? – pergunta Roald, desesperado.

 

Sim... sim... eu vi sua face... a mesma face do lendário vingador...

 

...La Scomoune... La Scomoune e suas Caçadoras de Elite estavam com ele... – e antes de concluir sua fala, Calisto cospe sangue pela boca. Eram os segundos finais de sua vida.

 

Por favor... impeçam-no... Por... favor... – A representante de Ártemis dá seu último suspiro olhando para o vazio, enquanto Nanuq a conforta proferindo um rito de passagem. (*)

 

 

Assim como Maalinaa’, o Sol, foge de Aaningaan’, a Lua...

...Teu espírito foge de teu corpo

Livre agora estás...

Aniguut’ já vem lhe buscar...

Fechando os olhos lentamente, Calisto deixa o mundo dos vivos.

 

Com seu poder, Nanuq constrói Tumbas de Gelo(*) para que descansassem todas as vítimas do massacre perpetrado por Tohma. Em sinal de respeito, os quatro Guardiões saem em silêncio.

 

Ao adentrarem pela longa estrada de terra que terminava na Cúpula do Templo da Lua, os senhores dos quatro ventos sentem uma presença hostil logo à sua frente. Iniciava-se a perseguição aos assassinos de Calisto – um choque de forças estava para ocorrer.

 

Ao mesmo tempo, no Orfanato Filho das Estrelas, Atena continua a encurralar os mensageiros do Deus da Metalurgia, que se ajoelham clamando por perdão.

 

 

Não era nossa intenção provocá-la, Grande Deusa!!! Perdoe-nos!!!

Levantem-se por favor!!! – retruca Atena.

 

Com isso, Balius e Xanthos, em estrofes, contam a verdade:

 

 

Um poder inigualável invadiu o Palácio de Hefesto...

Uma força que nem ele mesmo sabia descrever...

...mas que conhecia muito bem...

Fez seus braços moverem-se sozinhos...

...Sua mente agir contra a própria vontade...

...O forçou a conceber algo que jamais pensou...

Seis Mantos Divinos...

Tão perfeitos quanto a Vida Eterna...

Nascidos das Mãos de um Deus...

Tinham formas estranhas, nunca vistas antes...

...Mas eram mais brilhantes que o Sol...

Dignos de um Imortal.

Mantos Divinos? Por acaso está se referindo às Armaduras Divinas? – Reagindo à menção de Balius a respeito dos trajes construídos por Hefesto, Ikki de Fênix mantém-se apreensivo.

 

Sim... As Armaduras Originais, forjadas pelo próprio ferreiro do Olimpo... que nunca deixam de brilhar. A Arte Imortal de Deus!!! – Balius revela a essência das Armaduras de Hefesto, fazendo Ikki olhar para si mesmo e para o que estava vestindo, o Traje Divino de Fênix, único restante entre os cinco principais após a luta nos Campos Elíseos. Algo o chamou a atenção naquela descrição... (*)

 

Quem atacou a morada de Hefesto? – questiona Atena, extremamente impactada pela revelação que acabara de ouvir.

 

Meu Senhor não conseguiu definir quem era, pois o ser parecia estar vestindo uma capa espiritual que selava sua identidade (*), mas o cosmo... o cosmo, assim como ele disse, tinha certeza de já ter sentido várias vezes. Algo muito próximo... como se fosse parte dele próprio. – a resposta de Xanthos fazia crescer o mistério.

 

Só conheci um homem capaz de enganar um Deus... mas ele já está morto. – em sua indagação, Ikki falava de Kanon, irmão gêmeo de Saga; que em vida, realizou o incrível feito de manipular a alma do Deus Poseidon.

 

Nenhum homem comum seria capaz de enganar o Senhor Hefesto, que é o mais sensitivo entre os Olimpianos!!! – Ofendido com a presunção de Ikki, Balius descarta a possibilidade de uma pessoa normal enganar seu mestre.

 

 

E se este for muito mais do que um homem comum? – Cortando a todos, a Filha de Zeus lançava uma hipótese inacreditável:

 

 

Só alguém com um poder igual ou superior ao de Hefesto teria a capacidade de controla-lo. Desde o Fim da Guerra de Troia e o estabelecimento do Cronos Mítico (*), nenhum ser pôde desafiar a autoridade dos Deuses, exceto sob influência dos mesmos.

O meu sangue deu a vocês o poder das Armaduras Divinas... E na História Pós-Era do Caos (*), nenhuma outra Ordem Militar além da dos Cavaleiros recebeu tal dádiva.

Isso significa que há uma Conspiração? – questiona Shun de Andrômeda.

 

Muito provavelmente... e por parte de um dos Doze Olimpianos.A conclusão de Atena desperta em seus Cavaleiros e em todos ali presentes o peso de mais uma batalha, algo que não sentiam propriamente há quatro anos. Até Tatsumi, que trazia novamente para fora Miho, Seika e as crianças do Orfanato, assusta-se com a revelação de sua protegida.

 

Mas porque esse Deus usaria o meu Senhor? Que diabos ele planeja? A quem quer entregar o Manto Divino? – a dúvida de Xanthos era compartilhada por aqueles ao seu redor.

 

Grande Atena... sabes que exceto pelo Senhor Hefesto, todos os Deuses condenaram seus últimos atos como Soberana da Terra. A derrota definitiva de Hades e Poseidon pôs em risco a estabilidade do Cosmos, e todo o Olimpo está em fúria. – alerta Balius à Atena, que havia praticamente destruído o Reino de Atlântida e o Submundo durante a última Guerra Santa.

 

 

Sei muito bem disso... E sei que logo virão para me punir. – Respondendo de imediato, Atena parecia já saber sobre seu futuro, diferentemente dos Cavaleiros de Bronze, que reagem muito mal à notícia de que ela poderia sofrer da Ira dos Deuses.

 

...Mas há algo muito maior em curso. Alguém está mandando uma mensagem para todos nós. A primeira e mais importante Regra de Diplomacia foi quebrada – este ser invadiu os aposentos de um semelhante sem aviso prévio, e em período de paz. Hefesto não estava oferecendo nenhum risco ao Reino de outro Deus, oposto ao que ocorreu aqui, quando vocês indiscriminadamente ameaçaram os habitantes deste lugar, quebrando o Código de Conduta de seu próprio Senhor, o que justificaria minha intervenção direta. (*)

 

Quem quer que seja, esse Deus está construindo um Exército de Guerreiros, e desafia não apenas a Hefesto ou a mim, mas a toda a Ordem estabelecida. – A sabedoria e sagacidade de Atena ao definir com precisão e segurança os acontecimentos do porvir deixam estupefatos os dois Mensageiros, que reforçavam a certeza de Hefesto de que sua irmã era a mais apropriada para aconselhá-lo.

 

 

Então realmente há um motivo para nossa inquietação... – Olhando para Shun, Hyoga lembra-se do mau-pressentimento que já vinha tendo há meses.

 

 

Onde se encontra o meu irmão?

Por escolha pessoal, meu Senhor vive nos confins da Terra de Jamiel, nas fronteiras entre o Lar dos Dragões e a Morada do Deus-Monge (*)... – justifica Xanthos, respondendo a pergunta de Atena.

 

Ao escutarem sobre Jamiel, onde antes também residiam o Dourado Mu e seu discípulo Kiki, últimos da raça dos Lemurianos, os Cavaleiros de Bronze ficam chocados, dividindo um sentimento de surpresa e nostalgia.

 

 

Eu irei com vocês até lá, mas com uma condiçãoOito de meus Cavaleiros também irão. – Atena deixa clara a sua intenção de agir.

 

 

Os dois Autômatos tentam argumentar, mas são silenciados pela voz autoritária da Deusa, que não volta atrás na decisão de levar com ela seus defensores.

 

Mas e Seiya? – pergunta Ichi de Hidra.

 

Deixarei ele aqui, sob os cuidados de sua irmã. – a fala de Atena renova o compromisso de Seika, que volta a guiar a Cadeira de Rodas do Cavaleiro de Pégaso.

 

Os oito de Bronze olham para Seiya, confiando em sua recuperação e prometendo manter a paz enquanto este não pudesse juntar-se a eles, como se carregassem um Estandarte de Guerra em sua homenagem.

 

Saori coloca em Seiya uma pulseira feita de flores retiradas do Jardim do Santuário, para que sempre pudesse vigia-lo e protegê-lo onde estivesse. Virando-se para seus defensores, dá uma última ordem:

 

 

Fênix... Andrômeda... Cisne... Hidra... Unicórnio... Lobo... Leão-Menor... Urso...

É chegada a hora de novamente serem chamados para a batalha...

Mesmo que dois de vocês tenham perdido suas Armaduras Sagradas(*), a coragem e determinação continuam intactas...

O repouso dos Cavaleiros de Atena chegou ao fim!!!

 

Nos Cinco Picos Antigos de Rozan, a gentil Shunrei colhe arroz de uma plantação enquanto segura um bebê em seus braços.

Do nada, a criança começa a chorar incessantemente, e Shunrei tenta acalanta-la, sem sucesso.

 

 

Aaah, Shoryu... Não chore...

 

 

O garotinho então é atraído pela longa trança de Shunrei, que passa a puxar com força, divertindo-se a cada ai da moça que o carregava.

 

Ao chegar a casa em que foi criada desde muito pequena, Shunrei deixa o saco com o arroz colhido perto da porta, pondo Shoryu (que havia dormido) em um berçinho improvisado, o mesmo em que ela foi colocada por Dohko, o Mestre Ancião.

 

Ao entrar na estreita cozinha, Shunrei sente um doce aroma de Chá recém-preparado; mas ela não se lembrava de ter feito nenhum tipo de chá antes de sair. Quando olha para a sacada ao fundo, depara-se com uma figura que lhe causa um grande espanto.

 

Contemplando a Grande Cachoeira, estava Marin, a Amazona de Prata de Águia, que já esperava pela chegada de sua anfitriã.

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

Como esse é um capítulo explicativo e às vezes "intrincado", recomendo MUITO a leitura dessa nota:

 

*Provavelmente devem ter percebido que o início do capítulo se parece muito com uma típica Saga de CDZ – guerreiros numa corrida contra o tempo. Mas a diferença é que a abordagem, no decorrer da História, será um pouquinho diferente do habitual – terá um “ponto de vista” mais versátil;

 

*A morte de Calisto sob as mãos de Tohma e a cena do Templo em geral podem ter saído um pouco “fortes” demais, mas espero que não tenham sido “chocantes”.

 

*Antecipadamente, já digo que modifiquei um pouco a caracterização de Tohma – o tornei mais forte, e mais “conhecido” no Olimpo. Creio que vão gostar do desenrolar de seu papel na história, que também é mais abrangente. Ah, e ele não se libertou “do nada”;

 

*Sim, La Scomoune e sua tropa “traíram” Ártemis. Porquê? Vou explicar nos próximos capítulos;

 

*A Geografia do Templo da Lua é precisamente baseada na descrição vista em Next Dimension;

 

*Os Guardiões do Tempo, por serem os mais nobres entre os homens, são naturalmente altruístas. Buscam a justiça acima de tudo, e nunca seriam indiferentes a um massacre tão cruel como aquele;

 

*O “Rito de Passagem” proferido por Nanuq é uma mistura de crenças antigas do povo Esquimó:

 

-Os irmãos Malina e Aningan/Igaluk são respectivamente, a Deusa do Sol e o Deus da Lua dos Inuítes. Segundo a tradição local, Malina “foge” de Aningan pela eternidade, graças a um desejo incestuoso por parte do irmão, que a fez cortar seus próprios seios, entregando-os a ele e dizendo: “se tanto me desejas, então coma essa parte de mim e deixe-me livre”. Tentando se explicar, Aningan vivia correndo atrás de Malina... para nunca alcança-la. Isso é basicamente uma explicação mitológica para os Dias e as Noites.

 

-Anigut/Anguta é o Deus-Supremo da Mitologia Inuíte, e também o que leva os mortos para o Submundo. Uma espécie de "Caronte" Esquimó.

 

-Para os Inuítes/Esquimós, a morte significava a libertação da alma, que era “presa” nas limitações do corpo durante o período de vida. Eles consideravam o espírito mais importante que o corpo, pois era imortal;

 

*As “Tumbas de Gelo” de Nanuq têm o formato de um Iglu;

 

*Durante a conversa com Balius e Xanthos, Ikki começou a compreender algo que o leitor pode também ter deduzido. Em breve vou detalhar tudo isso, que é uma parte muito importante do enredo.

 

-Isso é diretamente relacionado com o estranho fato de Hyoga, Shun, Shiryu E Seiya (não especifiquei no capítulo, mas sim, o Pégaso e o Dragão também) terem “perdido” suas Armaduras;

 

*A capa espiritual é inspirada no Manto (em algumas versões, um capacete) do Deus Hades, que tinha o poder de tornar imperceptível quem o usasse. O “invasor” se utilizou desse artefato roubado do Reino de Hades, impedindo Hefesto de reconhecer sua face;

 

-A Era do Caos é o período, que na minha estória, antecede a criação da Ordem dos Cavaleiros. A época de Heróis e Semideuses, onde os homens desafiavam a autoridade dos Mestres do Olimpo, onde não havia “hierarquia” ou “organização” real.

 

-O Cronos Mítico da Ordem (já citado no Capítulo 1) nada mais é do que o período que sucede essa época – o fim da Guerra de Troia; que também na minha concepção, é o ponto de partida para toda a “origem” do Mito dos Cavaleiros. Futuramente, vou me aprofundar nesses dois tempos.

 

*Segundo a Mitologia Grega, Atena criou a Diplomacia. Transferindo essa ideia para o Universo de CDZ, construí a noção de que ela inventou “Regras de Conduta” para os Deuses, que justificariam ações e reações, dependendo da situação específica, fazendo “justas” suas respostas às investidas de Poseidon e Hades. De qualquer forma, a maioria dos Deuses viu como uma “irresponsabilidade” por parte de Atena a quase destruição de Atlântida e do Mundo dos Mortos, que causou um abalo no Equilíbrio Cósmico, cujos resultados serão devidamente apresentados nos próximos capítulos;

 

*O “Deus Misterioso” (que muitos provavelmente já sabem que é Hera) realmente vem para “quebrar” essa ordem, e construir uma nova;

 

*Hefesto era um Deus “separado” dos demais. Sendo rejeitado por Hera quando bebê e lançado na Terra, preferia viver entre os mortais antes de ir para o Olimpo. Seu Palácio/Templo ser localizado em Jamiel denota a relação que farei entre o Deus da Metalurgia e o povo de Mu;

 

*O Lar dos Dragões e a Morada do Deus-Monge (Buddha) são respectivamente, China e Índia.

 

*O personagem de ND, Shoryu (bebê órfão encontrado por Shiryu e Shunrei) foi incluído em minha Fanfic, mas sua origem será um pouco diferente. Aqui, ele é achado apenas por Shunrei, quando Shiryu já estava fora.

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

Meus cumprimentos, Killuminati...

 

O quinto capítulo trouxe todos os bons ‘ingredientes’ presentes nos anteriores.

 

Desde a escrita ao desenvolvimento da trama...

 

Tudo com uma dinâmica funcional, tornando a leitura prazerosa do início ao fim.

 

Meus parabéns por esse desempenho notável até aqui!

 

É de se admirar que num capítulo com tantos personagens sendo citados e em atividade o autor consiga, sem tanto esforço literário aparente, arraigar a participação de cada um deles na mente de nós leitores (obviamente que falo por mim).

 

Gosto, sobretudo, das minúcias que se refletiram nesse capítulo na maneira como Nanuq demonstrou um pouco da crendice mitológica do povo Inuíte no momento que Calisto faleceu.

 

Aliás, os quatro Guardiões dos Ventos vem se apresentando muito bem, conquistando o espaço que lhes cabe, a cada nova participação que fazem.

 

Outra que vem conquistando espaço e se firmando é Athena.

 

Longe daquela ‘donzela em perigo’ ou no ‘cordeiro sacrifical’ que estamos tão acostumados de ver nos segmentos das franquias de Saint Seiya, a Deusa, na figura de Saori, vem se mostrando uma líder com autoridade inabalável. Particularmente, estou gostando muito dessa abordagem e a considerando-a bastante apropriada e bem vinda. Fico curioso, inclusive, em saber como tal coisa será traduzida no campo de batalha caso Athena precise combater.

 

A menção de Tohma, Kanon, tanto como Jamiel ser tratado como morada de Hefesto não me passou desapercebido.

 

No mais, vou ficando por aqui e já no aguardo do próximo...

 

Abraços!

Editado por Leandro Maciel Bacelar
Link para o post
Compartilhar em outros sites

Capítulo 4

 

Gostei bastante de ver o trabalho em equipe dos Cavaleiros de Bronze contra os enviados de Hefesto. Todos eles tiveram alguma importância e fiquei ainda mais feliz em ver que os secundários não foram relegados a outros postos e sim lutaram juntamente dos principais. O ponto alto do capítulo foi terem deixado o Seiya, mesmo em estado catatônico, no campo de batalha, com a justificativa de que ele não gostaria de ser tirado dali só por ser um vegetal. Gostei demais.

 

Estou curtindo bastante também o aprofundamento nos personagens do orfanato, na Seika e na Miho. São personagens que não apareceram tanto na franquia e trazem a tona aquela velha e nostálgica sensação do começo do anime clássico, onde tudo era mais humanizado. Sua fic consegue reproduzir isso muito bem. Mudando de assunto, achei bastante interessante o nome dos dois subordinados de Hefesto serem inspirados nos cavalos de Aquiles e gostei bastante também da técnica deles, pois tem muito a ver com o elemento Fogo do Deus e com a carruagem, um dos meios de transporte utilizados pela divindade.

 

A chegada do Ikki não me surpreendeu tanto, mas confesso que você conseguiu reproduzir perfeitamente bem a essência de suas chegadas épicas. Vi no comentário que o Leandro disse que ele estava com a Armadura Divina de Fênix, mas eu não consegui descobrir isso seja pela descrição dada pela fic, ou nas notas de rodapé, então vou considerar que foi minha falta de atenção mesmo. Percebi que Ikki estava conseguindo ser superior, mesmo que momentaneamente, aos adversários e não sei se gostei muito disso, pois fica um pouco desigual com o poder dos demais, embora eu tenha entendido a justificativa para tal.

 

Me surpreendi com uma Saori muito mais imponente do que a do mangá/anime originais e vi que você vai mudar um pouco a postura dela nessa fic, o que me deixa deveras empolgado. Vamos ver o que vai acontecer agora.

 

Capítulo 5

 

Os Guardiões dos Ventos aparentemente são os personagens principais da sua fic, pelo menos pelo que pude entender. Acho que o foco da trama se dividirá na Terra, onde Atena e seus Cavaleiros detém o protagonismo, e no Olimpo, onde seus personagens originais conduzirão a trama. Gosto dessa ideia de multifocos, então fico na expectativa de que ambos os contextos se mesclem em algum ponto. Pelo que pude perceber, você costuma usar muitos elementos mitológicos para o embasamento da sua história, como quando citou o encarceramento do Tohma com o Prometeu da era dos mitos, o que me agrada muito.

 

Pelo que parece, Ícaro estará infinitamente mais poderoso que em Next Dimension ou em Prólogo do Céu, tornando-se realmente um ser temível. Fico na expectativa do motivo pelo qual ele se libertou, ou quem foi capaz de fazer isso. Minhas fichas apontam para Hera, mas prefiro aguardar mais informações. Calisto e as Satélites foram mencionadas, pena que já estavam mortas, pois queria ver mais delas. Fico curioso pelo motivo pelo qual La Scoumone traiu Artêmis, já que em ND ela parecia ser tão fiel a Deusa e a seus deveres.

 

Parece que vai haver uma ligação entre Hefesto e as habilidades de reparação do povo de Mu. Gostei muito dessa ligação, sempre quis que oficializassem em algum momento da história oficial. Será que os Lemurianos seriam treinados pelo Deus da Metalurgia?

 

Hyoga, Shun, Seiya e Shiryu estão sem suas Armaduras? Isso é algo que me despertou muito interesse, juntamente com o sumiço do Shiryu, já que ele não parece ser do tipo que desaparece sem deixar rastros. Não consigo pensar em algo além do pior... O final do capítulo com a Marin nos Cinco Picos me surpreendeu porque é inesperado, o que a mestra de Seiya iria querer conversar com a Shunrei? Elas nunca nem se viram no clássico, então a interação entre eles é algo totalmente inédito. Ansioso demais pelos próximos capítulos. Abraços!

Link para o post
Compartilhar em outros sites

Oi pessoal, obrigado pelos afiadíssimos comentários, parece que finalmente a leitura está ficando mais confortável; o que me alegra muito. Quanto às dúvidas, tudo será muito bem explicado...e só para especificar uma coisa, Ikki está usando sua Armadura Divina, e não a comum - não gostei da ideia de "regressão" em Next Dimension. Como já disse, há uma linha tênue entre as perfeitas condições de seu traje e o estranho "desaparecimento" das Armaduras de seus quatro companheiros; algo que decidi criar para preencher a lacuna do dado que diz que "Fênix" é uma Armadura diferente das demais. Vocês vão ver...

 

Sobre Marin, posso dizer que o papel dela será muito importante na minha Fanfic - com base em certas teorias a respeito do mistério envolvendo a personagem, dei uma "identidade" a ela que talvez poucos tenham imaginado, algo que poderia explicar vários fatos intrigantes sobre a Amazona de Águia; coisas que muitas vezes não prestamos atenção.

 

Pois é...sempre fico dizendo que vou ter uma "folga em algum dia da semana" e prometo ler as Fanfics dos outros usuários, mas nunca cumpro...o que me deixa muito frustrado. Eu trabalho com Design, e muitas vezes, os afazeres aparecem do nada, sem nenhum aviso prévio, atrasando ou simplesmente inviabilizando meus planos. Quando tenho tempo suficiente, é para editar os textos que já construí há dias...e geralmente faço isso pela madrugada (horário em que de vez em quando, estou disponível); mal conseguindo postar no fórum ou navegar pelos diversos tópicos. Costumo fazer "previsões" de datas em que poderei estar livre, mas quase sempre erro...

 

Só vim esclarecer isso para que não tenham a impressão de que não estou interessado nas obras de outros autores. Espero que nessa semana, nenhum trabalho urgente apareça e eu tenha a possibilidade de postar o Capítulo 6 e finalmente opinar sobre as várias fanfics aqui hospedadas.

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • 2 semanas depois...

Capítulo 6:

Espírito - As Correntes do Destino

Sem precisar olhar para o interior da casa, Marin já sentia presença de Shunrei.

Mesmo por trás de uma Máscara, era possível enxergar sua preocupação.

O que ela estaria fazendo ali?

V... Você... é a Mestra de Seiya? – pergunta Shunrei, ainda assustada. Os cabelos ruivos de Marin (que estava vestida como uma nômade) eram inconfundíveis.

 

Sim, sou eu, Marin de Águia. Virando-se, a Amazona confirma as impressões de Shunrei ao revelar o seu nome.

 

 

Marin, que por muito tempo viveu no Santuário de Atena, demonstrava uma grande habilidade no preparo do tradicional chá chinês, chamando a atenção de Shunrei, que não acreditava que uma mulher guerreira possuiria tanta delicadeza.

A Amazona serve o chá para sua anfitriã, uma prática muito incomum. De maneira totalmente inesperada, retira sua Máscara.

 

 

Senhorita Marin, o que está faze... – antes de dizer qualquer coisa, Shunrei é surpreendida pela face de Marin, que era algo simplesmente inconcebível.

 

 

Ao invés de um rosto, se via uma conjuntura de galáxias, estrelas e outros corpos celestes; um “vácuo” sem começo, meio ou fim, que deixava em transe aquele que o observasse.

Marin inicia um interrogatório:

 

Preciso lhe perguntar uma coisa, e necessito que colabore comigo...

 

Sei que quatro dos cinco Cavaleiros de Bronze perderam suas Armaduras Sagradas, e que o Dragão foi um deles; mas há algo muito mais sério a respeito de Shiryu... Algo que só você poderia explicar.

 

Já fazem quatro anos que não conseguimos sentir sua presença. Não há mais vestígios dele em lugar algum, e desde a última batalha contra Hades, o Santuário não teve sequer uma informação sobre seu paradeiro; é como se ele tivesse desertado...

 

Seus companheiros já vieram aqui pedir informações, mas você nunca disse nada, sempre tentando escapar dessa questão ou fingir que ela não existe...

 

 

Afinal, onde está Shiryu?

M... Me desculpe... Mas eu não posso responder!!! – como se guardasse um segredo, Shunrei mais uma vez se recusa a revelar a localização do Cavaleiro de Dragão.

 

Muito bem... Eu não queria ter que fazer isso, mas a situação é urgente. Por favor... Perdoe-me Shunrei... Perdoe-me... – Enquanto falava, Marin lançava uma técnica única em sua opositora.

 

 

O rosto sem forma de Marin converte-se em uma espiral infinita, que literalmente retira o brilho dos olhos de Shunrei. O Cosmo da Amazona é transportado pela espiral ao cérebro da jovem, que por sua vez, é levada a uma realidade totalmente distorcida de seus próprios pensamentos. Marin agora adentrava em suas memórias mais profundas...

A misteriosa tutora de Seiya vasculha a mente de Shunrei, passando por vários momentos de sua vida até chegar em uma memória recente – a de um rapaz de cabelos longos desaparecendo no horizonte, acompanhado por outra pessoa.

 

Quando tentava extrair lembranças mais específicas, Marin é repelida por uma força desconhecida. Seu Cosmo era barrado por um outro, de natureza diferente – não era agressivo, mas sim de Paz, como se fosse feito simplesmente de Fé e Amor. Essa mesma Cosmo-Energia um dia incomodou o Cavaleiro de Ouro de Câncer, Máscara da Morte, quando este estava prestes a lançar Shiryu no Mundo dos Mortos. (*)

 

A Fé e o juramento de Shunrei para com o Dragão faziam-na resistir a uma técnica incrivelmente poderosa, causando em Marin uma dor insuportável na cabeça, obrigando-a a parar. Percebendo que Shunrei já recobrava sua consciência, a Águia coloca novamente sua Máscara.

 

 

A Senhorita... não pode. Não permitirei que invada minhas memórias... Fiz uma promessa a Shiryu, e não irei quebrá-la!!! – logo ao despertar, Shunrei opõe-se corajosamente à Marin, que ainda estava impressionada com o que acabara de sentir. Como uma simples moça poderia ter neutralizado um ataque provindo de alguém capaz de manipular o Cosmo?

 

Então esse poder realmente existe... O Cosmo também pode se manifestar entre os seres-humanos comuns, na forma da confiança e do amor. Sua devoção a Shiryu é mais forte que tudo... e por isso, sobrepujou a minha técnica. – conclui Marin, que ainda precisava daquela informação.

 

...Mas Shunrei... Está para acontecer o pior de todos os eventos já registrados na História; um cataclismo inimaginável. Nenhuma de todas as batalhas já travadas pelos Cavaleiros de Bronze será tão grandiosa quanto essa, nem mesmo a última Guerra Santa...

 

Shiryu deve estar ao lado de Atena, assim como os outros Cavaleiros... Ele precisa voltar imediatamente. Por favor... Diga-me onde ele está!!! – o desespero de Marin traz uma enorme pressão à Shunrei, que passa a temer pelo futuro enquanto também temia trair a confiança de Shiryu.

 

 

...D...Do que está falando? – questiona Shunrei.

 

 

...Já há algum tempo, venho sentindo uma movimentação estranha nas forças do Universo, como se algo ou alguém(*) estivesse fora do lugar... e hoje, vi o despertar de um poder selado há milhares de anos; uma Cosmo-Energia tão ameaçadora que só possui equivalentes na Era Mitológica.

Havia um combate ocorrendo... Um choque de poderes gigantescos... e num segundo, tudo acaba. Então há uma separação... várias forças distintas viajando entre o Cosmos...

 

Uma Estrela massiva e furiosa aproximando-se cada vez mais... enquanto outras dirigem-se para longe... Um destas, a Líder, emana de si mesmo um brilho que ofusca a todo o resto.

Não sei quem são... mas sua presença... trata-se de algo muito antigo... algo maligno... atormentador...

 

Quer dizer que... Há algo vindo em direção à Terra? – Shunrei já temia a resposta antes mesmo de perguntar.

 

Sim... e vem para destruir tudo que estiver em seu caminho... Um poder silencioso, mas assassino. – ao responder, Marin passava um sentimento apocalíptico; sabia que o que estava por vir era além da compreensão.

 

 

***********

Nas Dobras do Espaço-Tempo(*), Hera ordena que seus seguidores parem numa determinada superfície que se assimilava à uma grandiosa Cordilheira iluminada por um Sol tímido(*).

 

 

Meus leais súditos, este é o momento que tanto esperava... O momento em que inicio minha Guerra Santa contra a injustiça de Zeus!!!

 

Daqui, farei minha Revolução...

Um Novo Olimpo, sob o comando da maior entre os Deuses!!!

 

Os soldados de Hera não entendem o que sua Ama queria dizer, mas a observam atentamente.

 

Fechando seus olhos, a pequena Deusa concentra uma grande quantidade de energia – novamente, sua majestosa Aura destaca-se no ambiente, e dessa vez, de forma ainda mais intensa, se espalhando como uma tempestade de energia cósmica.

 

 

E quando menos se esperava, surgem as estruturas de um luxuoso palácio. Transportada diretamente do Olimpo(*), lá estava a morada da Deusa Ciumenta, toda feita do mais puro mármore.

Na cúpula, encontrava-se um Templo dedicado a sua dona, e na entrada deste, três Estátuas de Bronze representando a mesma – A Garota, a Mulher Adulta e a Divorciada.

 

Hera então descreve a seus seguidores do que se tratava aquela colossal maravilha arquitetônica:

 

 

Está é minha casa, e que a partir de agora, também será a de vocês. Jurem fidelidade a mim, e eu vos deixarei pisar no solo sagrado do meu Templo!!!

Em sinal de respeito e devoção, os cinco curvam-se diante de Hera, que logo após os chama para entrar.

 

Dentro do grande Templo, haviam dezenas de servas, todas honrando a chegada de sua senhora; uma destas cobrindo a jovem Imortal com um elaborado manto de seda. Para elas, nada havia acontecido – Hera as privava de qualquer sentimento ou emoção; viviam apenas para servi-la, e nada mais.

 

A Deusa dirige-se a um magnífico trono, que tinha a forma da Cauda de um Pavão (seu animal-símbolo) enquanto outra serva lhe punha na cabeça a imponente Coroa dos Céus(*), que era a materialização de seu poder. Ao sentar, serve-se de uma romã, sua fruta predileta. (*)

 

Seus mais novos subordinados ainda admiravam a grandeza de sua residência, observando as belíssimas pinturas nas paredes e no teto. Ainda com a boca cheia, Hera faz uma pergunta retórica:

 

 

Estão impressionados? Hahahaha...

 

 

Rapidamente, os cinco Semideuses retornam sua atenção à Hera, que agora lhes explicaria parte de sua estratégia.

 

Devem estar se perguntando... “porque ela traria seu palácio para um lugar como este?”... Muito bem, eis o motivo:

 

O Olimpo não é simplesmente a morada dos Deuses... Ele compõe os pilares de sustentação do Universo, zelando pelo equilíbrio das forças materiais. A via que une cada uma das Leis protegidas por nós, Deuses, é a própria matéria; o Olimpo não é apenas um lugar físico, mas sim toda a complexidade do plano existencial. A Terra com Atena, o Submundo com Hades, os Mares com Poseidon, os Céus com Zeus, a Lua com Ártemis, o Sol com Apolo, os Elementos com Hefesto, e todo o resto... cada um faz parte da grande cadeia que é o Olimpo.

 

Em mais uma de suas lutas infantis, Atena prejudicou a ordem e o equilíbrio ao destruir quase que por completo a Cidade de Poseidon, e tornar disfuncional o Inferno de Hades. Para qualquer outro Deus, isso é simplesmente odioso, mas no meu ponto de vista, é ótimo. A distorção nas Leis Universais trará, ou melhor, já está trazendo o pano de fundo perfeito para a minha ascensão... É o momento que sempre esperei. A tribulação nos céus e na terra lembra uma corrente que tem seus elos partidos ao meio - deixa de funcionar e liberta a grande Besta, que leva o caos e a destruição por onde passa.

 

Meu papel e o de Zeus é exatamente cuidar para que todas as Leis abaixo de nós sejam cumpridas. Se um de nós quebrar os elos da corrente, o Olimpo inteiro cairá...

 

Eu agora quebrei os elos desta corrente, retirando meu Templo do Olimpo e reconstruindo-o no ponto de cisão entre as dimensões(*). Quando souberem disso, Zeus e seus filhos virão até mim, sem saber que já agi muito antes deles sequer imaginarem. Digo-lhes que neste momento, meu plano já caminha para um ponto decisivo... e uma pessoa o fará prosperar... e ele agora está muito perto de instaurar o caos total nos céus. Neste momento vocês, meus guerreiros, entrarão em ação, e derrubarão a farsa de Zeus para sempre!!!

 

No final, a fuga dos Quatro Guardiões dos Ventos terá muita serventia para meus objetivos. A notícia alarmará os Deuses, que reagirão imediatamente, deixando o campo livre para minhas manobras...

 

Tolos... Pensavam que poderiam atrasar a conquista da Grande Hera? Hahahahaha...

 

 

Os concretizadores do sonho de Hera finalmente entendem o seu papel em toda a contenda divina, mas ainda não faziam ideia de quantas coisas sua Deusa escondia deles.

 

 

Agora necessito repousar meu espírito...

Daqui a algumas horas, renascerei ainda mais forte e bela. Finalmente estarei pronta para a batalha!!! A Flor do Olimpo irá mais uma vez desabrochar...

 

 

Com estas palavras, Hera, a Garota, cerra seus olhos como alguém que parte para o outro mundo, apagando totalmente o seu Cosmo, assim como o brilho multicolor de seu Trono. Seus cabelos tornam-se brancos como a neve, e também sua pele. A Rainha dos Céus estava morta...

 

As servas da Deusa levam as cinco poderosas Bestas Mitológicas para fora do Templo, instruindo-as para que esperassem na parte mais baixa do Palácio. Ninguém mais poderia participar do ritual que ali se sucederia além das virgens Sacerdotisas.

 

Cérbero observa as três estátuas de Hera construídas na entrada do Templo, atentando para o fato de que uma delas, a que representava a Deusa-Criança, não era mais feita de Bronze esculpido, e sim de mármore fosco. Assim como sua inspiração, a efígie também havia perdido a vida.

 

 

***********

No Orfanato, Balius e Xanthos, os Autômatos de Hefesto, explicavam uma maneira de chegar à terra de Jamiel através de um ensinamento secreto do Deus da Metalurgia.

 

 

Para um simples mortal, o Templo de nosso senhor não é visível a olho nu. Apenas os homens com dons especiais são capazes de enxergá-lo, mas isso não significa que poderão entrar – somente os que tiverem o corpo físico e o espiritual em total harmonia

podem pisar firmemente no solo da morada de Hefesto, caso contrário, cairão diretamente no poço da morte.

 

A revelação de Xanthos deixa preocupados os Cavaleiros de Bronze, já que sabiam que harmonizar as duas naturezas da força levava anos de total abstenção e meditação. Na história recente, apenas dois homens haviam conseguido tal feito: um foi o Cavaleiro Shaka de Virgem, considerado o “Homem Mais Próximo de Deus”, o outro foi Krishna de Crisaor, General-Marina Guardião do Pilar do Oceano Índico, conhecido por sua lança e defesa inquebráveis.

 

 

Mas há uma forma de superar essa limitação – uma técnica milenar repassada por Hefesto à antiga Civilização Lemuriana, que por muitos anos serviu ao nosso Mestre, aprendendo com ele as Artes da Metalurgia e da Telecinese.

Para que pudessem separar os elementos sagrados que compunham as Armaduras, os Lemurianos utilizavam-se de sete distintos Selos Manuais, chamados Mudras, que energizavam e reorganizavam as sete forças que compõem o corpo e o espírito.(*) Só assim poderiam manipular o poder destrutivo do Cosmo...

 

 

Por acaso... é essa a origem do Sétimo Sentido? – ao ouvir a descrição de Balius, Nachi de Lobo concluiu que ele se referia ao Sétimo Sentido, a essência dos Cavaleiros de Ouro.

 

Sim, mas não é de nível de poder que estamos falando... trata-se de equilíbrio. Muitos homens já conseguiram chegar ou até mesmo superar o Sétimo Sentido, inclusive cinco de vocês, que usaram este poder para entrar no Mundo dos Mortos... mas nenhum dos mortais conseguiram encontrar o caminho da iluminação, exceto por Shaka de Virgem e Krishna de Crisaor.

 

Mesmo assim, ambos necessitavam de abdicar de uma de suas características naturais para isso: Shaka privou-se do sentido da Visão para elevar seu corpo espiritual, enquanto Krishna praticamente não se movia, vivendo quase que eternamente em meditação apenas para manter seus Chakras em ordem, na necessidade de um combate.

 

Após centenas de anos de guerras, massacres e destruição, os mortais perderam o contato com sua espiritualidade, e seu corpo tornou-se caótico... impuro, fechando os portais da Alma. A capacidade dos pacíficos Lemurianos de controlar esse poder alimentou a ambição de homens inescrupulosos e selvagens, que provocaram a extinção da raça tão amada por Hefesto.

 

Meu Mestre decidiu nunca mais ensinar sequer uma arte aos humanos, compartilhando apenas conosco o segredo da iluminação. Nem mesmo os poucos descendentes dos Lemurianos conseguiram preservar esse conhecimento, que acabou desaparecendo para sempre da História... – ao responder, Balius expunha seu desprezo pela humanidade, que tanto fez sofrer o seu Criador.

 

Se os seres-humanos perderam sua conexão com o outro lado, como poderemos entrar? – indaga Shun de Andrômeda.

 

Iremos purificar a natureza de seus corpos com as Sete Mudras Sagradas. Dessa maneira, o caos espiritual herdado de seus antepassados será controlado, e sua Aura passará a fluir em pleno equilíbrio. Em compensação, levará um tempo até que possam utilizar o poder destrutivo de seus Cosmos novamente... mas quando sua força despertar, será algo fora do comum. O controle sobre a matéria chegará a níveis inimagináveis. – dirigindo-se a Shun, Xanthos prometia a ascensão dos espíritos dos jovens guerreiros, que agora poderiam cruzar os limites de ambos os corpos físico e espiritual.

 

 

Após alguns ritos preparatórios, Balius e Xanthos sentam-se na Posição de Lótus(*), emanando um Cosmo muito diferente daquele que tinham usado para atacar os Cavaleiros de Atena. Nem pareciam os mesmos guerreiros implacáveis de alguns minutos atrás...

Do nada, um brilhante feixe de luz escapa de suas testas, e ambos passam a levitar.

Um anel de ouro composto por quarenta labaredas de fogo rodeia suas costas...

 

Lām Vām Rām Yām Hām... ōm Āum

Repetindo estes sete Mantras por diversas vezes, os Autômatos sinalizavam cada um dos soldados de Atena (também sentados em pose de meditação) com os selos purificadores correspondentes aos Chakras que regem as forças do corpo físico e espiritual.

A cada Mantra... a cada gesto com as mãos, o Cosmo dos oito Cavaleiros de Bronze era exaltado...

...subia de baixo para cima, como se viesse da planta dos pés até o topo da cabeça...

 

Krim...

 

Com um Mantra de Liberação, o ritual é encerrado, e a Cosmo-Energia agressiva dos Cavaleiros é selada em sua testa, materializando-se no símbolo do Ajna, o Terceiro Olho.

 

 

O processo foi concluído, Grande Deusa...

Com as almas purificadas, teus Cavaleiros poderão ir até nosso Mestre sem que sejam consumidos pelo fogo da justiça divina...

Agora digam-me... Como chegaremos a Jamiel antes que o pior aconteça? – de pé, Atena ansiava por uma resposta rápida.

 

Acalme-se senhora, há uma solução... – sugere Balius.

 

Sim... a joia de Hefesto... a Arte que teve o prazer de ensinar aos Lemurianos e a outros povos; o dom de cruzar longas distâncias apenas manipulando a matéria – o Teleporte!!! - Ao ouvirem a frase de Xanthos , Atena e seus seguidores lembram-se dos vários Cavaleiros que já usufruíram deste dom, como Mu, Shion, Shaka, Dohko e Máscara da Morte.

 

Enquanto despedia-se mentalmente de Seiya, Miho, Tatsumi e as crianças pela última vez, Atena olha diretamente para o rosto de Seika. Ela não necessitava de palavras para dizer que deixava uma importante missão nas mãos da irmã mais velha de seu guerreiro mais corajoso, e que confiava em seu sucesso.

 

 

Não se preocupe senhorita Saori, nós cuidaremos dele!!! Por favor, acabem com esses idiotas!!!

 

 

Com seus gritos estalados, Makoto passava confiança a Atena, que sorrindo, retorna sua atenção para o centro da roda formada por ela e por seus Cavaleiros, onde encontravam-se Balius e Xanthos novamente elevando sua infinita energia espiritual.

 

Com o erguer das mãos iluminadas dos Autômatos, seus corpos e os dos a sua volta desmaterializam-se num piscar de olhos. Entre os espectadores, apenas silêncio...

 

Determinada a protegê-lo de qualquer ameaça que se colocasse em seu caminho, Seika segura firme os ombros imóveis, mas ainda aquecidos de seu irmão.

 

 

***********

 

Em sua casa nos Cinco Picos Antigos de Rozan, Shunrei é finalmente convencida a dizer a verdade:

 

 

...Shiryu deixou de se ser um Cavaleiro.

 

Quando a Armadura de Dragão foi destruída, ele decidiu seguir os passos do Mestre Ancião, sentando-se em frente à Cachoeira de Rozan para meditar e observar a Torre dos Espectros pelo resto de sua vida. Para agradar a mim, ele abdicou de seu próprio poder... prometendo nunca mais se envolver em batalhas.

 

Shiryu finalmente tinha feito aquilo que sempre desejei... mas eu não me sentia feliz. Aquele não era mais o Shiryu que eu conhecia... seu espírito era frio e cinzento; parecia que algo o havia deixado triste... depressivo. Quase não falava...

 

A morte do Mestre Ancião abriu uma ferida incurável em seu coração. Muitas vezes o vi em prantos enquanto segurava o seu cajado. Fosse chuva ou fosse sol, ele continuava lá... em silêncio... meditando... e sofrendo.

 

Mas um dia, Kiki, o discípulo de Mu, veio até aqui e prostrou-se diante de Shiryu, pedindo para que ele o treinasse. No decorrer das inúmeras batalhas que enfrentaram, os dois criaram um laço de amizade muito forte, assim como o do Mestre Dohko e do Mestre Shion(*). Kiki disse que ninguém mais poderia transforma-lo em um verdadeiro Cavaleiro senão Shiryu...

 

No primeiro momento, Shiryu negou o pedido de Kiki, mas se comoveu com a sua coragem. Ele não era mais aquele garotinho bobo, e sim um jovem disposto até mesmo a suportar os violentos ataques de um homem que já havia vestido uma Armadura Sagrada.

 

Kiki havia passado no teste, e então Shiryu decidiu treiná-lo. Despedindo-se de mim, ele disse para que nunca contasse para ninguém o destino de sua viagem... nem para seus antigos companheiros.

 

Eles iam para Jamiel, o lar do povo de Kiki e de seu falecido Mestre, prometendo que logo estariam de volta. Shiryu levou consigo o cajado do Mestre Ancião, como um símbolo de sabedoria que pudesse visualizar toda vez que estivesse em dúvida sobre o que é certo ou errado...

 

Eu não entendo... Se Shiryu foi para o Tibete, que é tão próximo daqui, porque nem eu nem os outros Cavaleiros fomos capazes de sentir sua presença? – Perguntava-se Marin.

 

Na época em que Shiryu viajou para a mesma região no intuito de consertar as Armaduras de Pégaso e Dragão, o Mestre Ancião me disse que há uma lenda em torno daquele lugar – a de que existe uma barreira espiritual feita para confundir os viajantes e impedir que intrusos cheguem até lá sem serem destinados a isso... – a resposta imediata de Shunrei faz Marin deduzir que realmente havia um propósito para que o Cavaleiro de Dragão voltasse à Jamiel.

 

Então é isso... Durante todo esse tempo, alguma força desconhecida esteve trabalhando para impedir que nós descobríssemos o paradeiro de Shiryu, e atrapalhássemos a roda do destino... Ha... Hahaha...

 

Enquanto observava você da sacada, percebi que carregava um bebê em seus braços. Quem é essa criança? - curiosa, Marin queria saber a identidade do menino que brincava com os cabelos da bela Shunrei.

 

É apenas um menininho abandonado que achei perto daqui. Como não tinha nome, passei a chama-lo de Shoryu, o Dragão Ascendente. (*) É uma criança adorável... eu já o amo como se fosse meu próprio filho... – sanando a curiosidade de sua interlocutora, Shunrei demonstrava um imenso afeto pelo pequeno Shoryu.

 

Curioso... se não me engano, o Mestre Dohko também lhe achou desta maneira, não? – aponta Marin.

 

Sim, foi mesmo dessa maneira. É uma coincidência inacreditável... – de forma simples e direta, Shunrei responde ao questionamento da Águia.

 

...Será mesmo uma coincidência? – a indagação de Marin deixa pensativa a órfã que agora cuidava de um órfão. Olhando para o quarto onde dormia o menino, Shunrei finalmente leva em conta a peculiaridade daquele acontecimento.

 

Muito bem... Eu tenho que ir. Cuide bem desta criança; sinto que quem lhe escolheu para ser mãe dele não fez isso por acaso... – direcionando-se novamente à sacada, Marin estava prestes a saltar para fora.

 

A... A senhorita vai atrás de Shiryu? – questiona Shunrei, amedrontada.

 

Não... Isso não será necessário... O destino levará o Dragão para o lado de Atena novamente, quer ele queira ou não. Uma vez escolhido pelas Estrelas, um homem nunca deixará de ser um Cavaleiro – esse é o Carma de Shiryu desde quando nasceu, e sempre será. Logo ele irá perceber... – Marin já sabia do que tinha acabado de acontecer no Orfanato.

 

Então... Para onde vai? – Shunrei insistia em saber o destino da Amazona de Prata.

 

Há algo que preciso fazer... Finalmente chegou a hora de eu assumir minha verdadeira identidade. Com isso, Marin parte em direção às montanhas, deixando Shunrei ainda mais apreensiva.

 

Só a enigmática guerreira sabia para onde estava indo...

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

*O sexto Capítulo foi o mais difícil de transcrever até o momento. Mesmo já tendo a história em mente, tive que rever várias referências para não produzir algo impreciso.

 

Novamente, recomendo MUITO a leitura destas notas.

 

*Talvez o texto tenha ficado longo demais, mas eu precisava definir algumas coisas importantes e não podia mais esperar para isso, já que denotar esses pontos em um momento posterior prejudicaria a fluidez da história;

 

*Como já falei antes, Marin será uma personagem muito importante na trama. Tentarei explorar os mistérios envolvendo a Mestra de Seiya, primeiramente o seu rosto. A base para a ideia da “face” sem definição da Amazona vem do episódio 25, quando o Cavaleiro de Prata Asterion de Cães de Caça tenta ler seus pensamentos, mas encontra um “vácuo” inexplicável em sua mente.

 

Afinal... como Marin já sabia que Atena estava entre nós, sendo que tinha apenas três anos quando Saga tentou matar a Deusa recém-nascida? (lembram-se da frase Seiya, Guard Athena, deixada por ela na areia da praia?)... essa é uma pergunta feita por muitos fãs... e além disso, como ela parecia sempre estar um passo a frente de todo mundo, sabendo de coisas que ninguém imaginava? Para mim, Marin é muito mais do que apenas uma Amazona de Prata, e esse pode ser o motivo pelo qual esconde sua identidade;

 

*Segundo Masami Kurumada, a ideia do “Cosmo” é de que todas as pessoas o possuem, mesmo aqueles que não são Cavaleiros. Ou seja, os humanos comuns também podem manifestar esse poder, mas provavelmente de forma diferente da dos defensores de Atena.

 

No episódio 49, quando Máscara da Morte está prestes a lançar Shiryu no buraco do Yomotsu, uma estranha energia provinda da oração de Shunrei incomoda o Cavaleiro de Ouro, obrigando-o a tentar matá-la por meio de telecinese. Que energia era essa? Como o próprio MDM disse, não se tratava de um Cosmo agressivo lhe atacando, mas algo “diferente”. Partindo daí, criei a noção de que existe outra fonte de energia cósmica além da habitual – algo mais voltado à espiritualidade, e não ao combate propriamente dito (detalhe: Balius e Xanthos faziam uso dessa mesma energia durante o ritual);

 

*Quando Marin fala sobre “alguém fora do lugar”, sem saber, está se referindo a Tohma de Ícaro, seu irmão mais novo;

 

*Quando digo “as Dobras do Espaço-Tempo”, me baseio na teoria dos Buracos de Minhoca de Einstein, onde é possível achar “atalhos” ou “dobras” entre as dimensões para se locomover entre as mesmas ou viajar no tempo;

 

*O ponto em que Hera ordena que seus subordinados parem é inspirado pela geografia da região do Peloponeso, na Grécia, conhecida pelas intrincadas cadeias de montanhas e pelo difundido culto à Rainha do Olimpo durante o período clássico;

 

*A ideia de Hera sendo capaz de “transportar” seu Templo de um lugar para outro vem da clássica série de TV Hercules: A Lendária Jornada (exibida várias vezes no Brasil, juntamente com Xena: A Princesa Guerreira), onde a Deusa fazia sua morada surgir e desaparecer num piscar de olhos;

 

*A Coroa de Hera é chamada de Polos, muito relacionada com antigas Deusas do Oriente Médio e da Anatólia (atual Turquia), sendo adotada pelos Gregos na Era Clássica, servindo como um símbolo matriarcal;

 

*A Romã era um dos símbolos da Esposa de Zeus;

 

*Neste capítulo, Hera começou a revelar quão extenso é seu plano. Há muitas coisas que ela ainda não disse, mas como viram, ela basicamente está se aproveitando dos problemas criados por Atena, visando surgir das cinzas do Olimpo como a governante soberana. Seu desejo é “bagunçar” tudo o que já existe, e construir por cima um novo sistema.

 

A narrativa de que as coisas estão “conectadas” tem base na noção da organização dos Chakras, do corpo físico e do corpo espiritual – o equilíbrio da relação homem/universo. Aqui, esse sistema envolve tanto a “lógica” do Olimpo explicada por Hera quanto a diferença entre os tipos de energia e seu uso – do “macro” ao “micro”. Isso será melhor detalhado nos próximos capítulos.

 

*Como alguns já haviam deduzido, há uma forte ligação entre o Deus Hefesto e os Lemurianos na minha história. Ele os ensinou várias técnicas, inclusive a construção e o conserto das Armaduras, além do modo de viver.

 

Segundo várias culturas antigas e alguns setores do Esoterismo e da Teosofia, os Lemurianos eram seres “perfeitos”, que possuíam dons inimagináveis – exemplos a serem seguidos. Falando sobre essa raça, e necessário dizer que há uma diferença entre o mito ensinado pela Teosofia e sua descrição em CDZ – no universo da série, eles não são o “povo ancestral”, mas apenas uma Civilização muito avançada, responsável pela construção das Armaduras Sagradas – à partir daí, tudo que concebi sobre seu passado é pura licença poética.

 

*Existiram outros povos que partilharam das técnicas ensinadas por Hefesto. Em breve falarei deles;

 

*Tanto no Budismo quanto no Hinduísmo, dá-se o nome de Mudras aos gestos feitos com as mãos ou outras partes do corpo para invocar ou repelir certos tipos de energias. Os Mantras, como muitos devem saber, são sílabas ou dizeres usados para materializar as mesmas energias.

 

*A “Posição de Lótus” é a posição básica de meditação;

 

*Minha intenção de “unir” os mitos gregos com características do Budismo e Hinduísmo tem inspiração no próprio autor da série, que a todo tempo, misturava diversas culturas, fazendo-as parte de um mesmo universo;

 

*A ligação entre os signos de Áries e Libra (Dohko e Shion) é algo que queria continuar em minha história, por isso uni novamente os personagens Shiryu e Kiki;

 

*Kiki agora tem doze anos;

 

*Graças aos ensinamentos do Mestre Ancião, Shiryu sempre foi visto como o Cavaleiro mais sábio e maduro. Transformá-lo também em uma espécie de “Mestre” é algo que sempre quis para essa Fanfic;

 

*Em japonês, a palavra Shoryu significa Dragão Ascendente.

 

P.S. – Só pra lembrar, o fato de Atena ser uma Deusa de Espírito Imortal já garante sua entrada no Palácio de Hefesto sem maiores complicações, principalmente após já ter “morrido” uma vez apenas para renascer mais forte durante a Saga de Hades; portanto, não achei necessário ela passar pelo mesmo processo que seus Cavaleiros.

 

-O quesito “ação” ficou um pouco de lado nos dois últimos capítulos, mas logo as batalhas estarão de volta.

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

É uma imensa satisfação em poder estar aqui lendo e comentando mais um de seus capítulos, Killuminati...

 

como sua própria nota de rodapé enfatiza, este acabou sendo mais carregado que os anteriores. E isso não refletiu apenas no tamanho do texto, como também no conteúdo em suas inúmeras implicações e relevâncias.

 

Mais uma vez o bom emprego de nossa língua, mediante acréscimos mitológicos e alusões de certos mistérios da trama clássica de Saint Seiya, fizeram da história algo bastante agradável de acompanhar.

 

E aqui devo enaltecer o autor por continuar mantendo o alto nível...

 

Parabéns!

 

Pela maneira como certos pontos decisivos se arrastaram até seu desenrolar, acabei considerando tudo um tanto truncado e até mesmo de difícil assimilação. Me refiro, principalmente, a cena com Marin e Shunrei e a partida dos Cavaleiros e Athena para junto de Hefestos onde os argumentos foram, ao invés de incorporar-se a dinâmica textual, super valorizados pairando de forma praticamente desprendida do resto (leia-se a particularidade da identidade supostamente misteriosa de Marin, a habilidade sobrenatural de Shunrei e todo embasamento hindu para este mesmo poder expresso em seguida, pelos construtos de Hefestos). Claro que essa é minha impressão, possivelmente o autor e outros leitores não pensarão assim.

 

Em relação ao Shiryu é falado que sua Armadura, de Dragão, fora destruída. Fiquei sem entender essa parte. No Clássico, em meio ao Elíseos desmoronando sob suas cabeças, Saori aparece segurando o corpo sem vida de Seiya, tendo esta, a sua volta os demais (Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki) e dentre eles, estava Shiryu com a Armadura Divina do Dragão. Ou seja, é colocado aqui na história que a Armadura de Dragão fora destruída, no Clássico vemos claramente que isso não ocorreu. Como a Fanfic parte de onde o Clássico foi finalizado. Enfim, se o autor puder me explicar melhor isso, agradeceria.

 

Gostei da adição de Shiryu tomar para si a tarefa que fora de seu falecido mestre. Inclusive, portando o seu cajado. As emoções do Dragão ficaram bastante explícitas, mesmo que vistas pela ótica de outro. Outro ponto favorável dessa parte fora a inclusão de Kiki.

 

A parte com Hera passaria desapercebida se não fosse pela particularidade do seu templo em ficar se deslocando.

 

Creio ser isso... no aguardo pela chegada de Anteu!

Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • 2 semanas depois...

Obrigado pelo comentário; estarei disposto a responder qualquer questionamento sobre as possíveis "complexidades" da minha narrativa.

 

-O destaque para esses pontos vem do meu objetivo de dar sentido à algumas características da história (a principal sendo a relação entre homem/universo/energia) que poderiam gerar enormes lacunas se não fossem muito bem explicadas neste momento. Para se ter uma ideia geral, a energia provinda de Shunrei tem uma distante ligação com aquela usada pelos Autômatos (capaz de "neutralizar" a agressividade do Cosmo), e a breve explicação feita pelos dois do que se entende pelo equilíbrio cósmico/espiritual tem algo a ver com a explicação de Hera sobre o Olimpo e sua organização, assim como sua intenção de quebrar o ciclo atual. Há uma conexão entre cada fator aqui apresentado, e no decorrer dos capítulos, os "nós" serão desenrolados.

 

Sobre o fato da Armadura de Shiryu e as de três de seus companheiros estarem "destruídas", quero lembrar que a Fanfic se passa 4 anos depois da batalha contra Hades - na minha concepção, esse fato ainda não compreendido pelos cinco de Bronze ocorreu no "intervalo de tempo" entre esses períodos (alguns meses, para ser mais preciso). Ou seja, não mexi em absolutamente nada do enredo oficial; eu "criei" uma cronologia totalmente nova a partir desse ponto.

 

No próximo capítulo, tanto o Dragão quanto Kiki farão sua primeira aparição real, e Anteu dará seus primeiros passos na Terra. Se possível (digo; se até este ponto, o texto não tiver excedido os limites), também farei a apresentação de novos personagens.

Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • 4 semanas depois...

Capítulo 5

 

Gostei muito do capítulo! Achei inicialmente estranho ver Marin sem uma face, mas como li nas suas explicações posteriores, haverá uma explicação e fico ansioso por isso. Só que em Saintia Shô é explicado o motivo dela conhecer Atena primeiro que os Bronzeados, então quero ver qual será a sua explicação referente a isso e outros fatores. Fiquei feliz também de ver Shunrei usando sua força de vontade para ocultar a informação de Shiryu e principalmente de ver que você explicou que o Cosmo pode ser utilizado sob outras formas por seres humanos normais, mostrando que todos possuem essa energia.

 

Achei interessante a explicação dos Autômatos para que entrassem no Templo de Hefesto e as menções à Shaka e Krishna não me passaram despercebidas. Imagino que após essa purificação espiritual que os Cavaleiros de Bronze foram submetidos, eles finalmente vão alcançar um estágio de poder ainda maior do que já possuem. A parte da Hera me agradou muito, principalmente com a questão de transformação dela, de uma criança para a próxima etapa, como foi mostrado pelas estátuas em seu recinto. E fico esperando pelas lutas envolvendo as Feras que ela ressuscitou.

 

Por fim, gostei da explicação referente ao paradeiro do Shiryu e mais ainda de vê-lo treinando Kiki, mostrando que o legado de Libra e Áries possuírem uma relação bem próxima se manteve. Também achei oportuno isso deles serem mestre e discípulo porque desde o clássico Kiki possui maior intimidade com o Cavaleiro de Dragão. E agora aguardo a justificativa para a Armadura de Bronze estar destruída.

Link para o post
Compartilhar em outros sites

Parabéns. Comecei a ler a fic agora e me empolguei bastante.

 

Quando li a sua explicação inicial sobre ser uma Guerra do Olimpo eu já imaginei que fosse ser repetitivo (pois existem várias fics envolvendo Olimpo), mas você conseguiu me surpreender muito.

 

Continue publicando.

Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • 2 semanas depois...

Oi pessoal, dei uma passada aqui apenas para explicar a ausência dos últimos dias. Ao contrário da maioria das pessoas, a minha quantidade de trabalho aumenta durante o final do ano e datas comemorativas, e por essa razão, não tive tempo suficiente para organizar o conteúdo da minha Fanfic de maneira desejada. Felizmente, a pressão diminuiu bastante, o que me faz crer que poderei postar o próximo capítulo durante esta semana.

 

@Gustavo Fernandes

 

*Assim como a minha história, "Saintia Sho" trata-se de um enredo original (Spin-Off) que tem como pano de fundo o universo criado por Masami Kurumada. A forma como a autora decidiu explicar o mistério envolvendo a personagem Marin é uma propriedade exclusivamente sua, que não necessariamente se entrelaça com os planos ou ideias de Kurumada (pelo menos até o momento); ou seja, não é de necessidade extrema que eu considere a versão de Chimaki Kuori como fonte para meu enredo, já que ela se encontra numa situação hierárquica semelhante à minha no quesito "canonicidade" (esse não é o caso de "Lost Canvas", por exemplo).

 

Fora isso, embora eu goste muito de "Saintia Sho", não consigo achar uma maneira de assimilar o conteúdo de sua história com a minha, pois muito do que é apresentado neste Mangá é visto ou "interpretado" por mim de uma maneira totalmente diferente em relação ao trabalho que estou realizando, e se eu tentasse encaixar tais elementos aqui, geraria uma grande confusão para mim mesmo e para os leitores. Por esse motivo, tanto "Saintia Sho" quanto "Omega" estão por enquanto na lista de "não-relacionados" a respeito de quais obras me inspirarei ou usarei como fontes de dados ou recursos.

Link para o post
Compartilhar em outros sites

Oi Killuminti. Lia até o 04

 

Gostei da Fic. A mitologia é fabulosa e praticamente infinita.

 

A estória se desprende do Universo CDZ, apesar de se manter os clichês, necessários para a amarração com a obra do tio Kuru.

 

Os personagens são bem construídos. A lutas na medida certa. Um bom jogo de diálogos. Até o ritmo está bom, sem correrias ou lentidões

 

Me amarrei nos Automatons de Hefesto.

 

Vê-se que construiu um universo novo, conforme o nome da fic pede.

 

Fic nota 10.

 

Aproveito para convidar a ler a minha: http://www.cdz.com.br/forum/topic/9921-a-ordem-de-serpentario-a-lenda-dos-guardioes-de-atena/.

Ela está adiantada fora do fórum, mas acessando vc poderá curtir bem.

Link para o post
Compartilhar em outros sites

Capítulo 7:

Valor - O Caminho do Herói

Nas elevadas e brancas montanhas de Jamiel, reinava a paz e o silêncio.

Nenhum outro som se ouvia além dos assobios do vento e o canto dos pássaros no céu.

Mas vindo de longe, um grunhido ensurdecedor faz estourar a extensa manada de iaques, e assusta até mesmo um solitário lobo que rondava os pastos.

O som ecoava por todos os cantos, amedrontando aqueles que alcançava como uma antiga canção de terror e morte.

Uma jovem moça corre entre as densas florestas tibetanas. As longas mechas de seus cabelos louros pareciam ser feitas de fios de ouro puro, e exalavam um perfume que atraía a grande besta que vivia nas cavernas do extremo-oriente desde as eras mais remotas. Era o mesmo monstro reptiliano contemplado por Alexandre Magno, conquistador da Macedônia, milhares de anos antes. (*)

A trilha de aroma e brilho cintilante deixada pelas madeixas douradas da donzela fazia crescer o furor do grande lagarto, que a perseguia com mais e mais sede a cada centímetro.

A mulher, que gritava de pavor enquanto fugia de seu algoz, finalmente cai sobre a raiz exposta de uma gigantesca árvore. O monstro, que agora a tinha em suas mãos, dá um salto aniquilador. O fim estava próximo...

Muralha de Cristal!!!

O réptil é repelido pela impenetrável Muralha transparente construída num instante por um pequeno e corajoso rapaz.

 

A criatura ergue-se novamente, desta vez mirando seu agressor, mas é afugentada pela poderosa aura de um homem que vinha logo atrás. O calor de sua determinação era como a de um Dragão prestes a ascender das águas milenares da Cachoeira de Rozan.

 

 

Ele chegou antes de mim... É quase inacreditável ver como esse garoto cresceu. – Em pensamento, Shiryu de Dragão, o Cavaleiro recluso, admirava o talento de seu aprendiz, o valente Kiki, que já era capaz de invocar uma técnica de nível consideravelmente avançado.

A senhorita está bem? – Pergunta Kiki à jovem que acabara de salvar, enquanto desmaterializava sua Muralha. Atônita, a moça observava as sobrancelhas peculiares de seu herói. Sua forma, como de círculos, remetia às práticas ritualísticas dos antigos Muvianos, a principal tribo do continente perdido de Lemúria, também chamado de Mu; lar de muitos povos altamente avançados tecnológica e espiritualmente. Seus vizinhos os conheciam generalizadamente como Lemurianos, e assim foram nomeados por várias eras.

 

Então é você... O último... – com esta frase, a mulher apontava as origens de Kiki, o último descendente vivo da lendária raça alquimista que juntamente com os Atlantes da Europa e das Américas e os Arianos do Oriente, formava a trindade que servia ao Deus Hefesto numa época antecedente às Guerras Santas. (*)

 

O... O que quer dizer com isso? – Sem entender absolutamente nada, Kiki questionava a garota.

 

Sem aviso prévio, a donzela passa a acariciar a face de Kiki, deixando-o totalmente sem jeito. Em pouco tempo, ela desmaia graças a um ferimento que lhe minava o sangue, revelando ser totalmente feita de ouro e bronze, fato que deixa aluno e mestre estarrecidos.

 

Shiryu e Kiki rapidamente levam-na para um acampamento improvisado que possuíam nas montanhas, e o Dragão estanca seu sangramento utilizando o conhecimento sobre os pontos de pressão, habilidade passada a ele pelo Dragão Negro, um grande rival do passado.

 

Já sentados sobre uma rocha, os valorosos heróis pensavam na grandeza daquele acontecimento, mais especificamente sobre a bela criatura que haviam acabado de salvar.

 

Que tipo de ser é essa garota? – Pergunta Shiryu a seu aluno.

 

Não faço a mínima ideia... mas...quando ela tocou no meu rosto, tive a sensação de estar próximo de “casa”; algo diferente de tudo que já senti antes. – ao responder, Kiki olhava para baixo, como se tivesse mais dúvidas do que certezas.

 

Diga-me Kiki... De onde você veio? – Shiryu faz um questionamento direto.

 

Assim como muitos de vocês, eu não conheci meus pais. Dos meus primeiros anos de vida, só me lembro de andar pelos campos e ser observado de longe por duas pessoas. Um era o Mestre Mu, e a outra era uma senhora muito velha, com quem nunca conversei. Alguns anos mais tarde, Mu me disse que aquela senhora havia ido embora, e que ele seria responsável por mim a partir daquele momento. Ele mesmo cortou minhas sobrancelhas, e me ensinou a Telecinese e outras habilidades...

 

Embora eu nunca tivesse chegado ao nível dele, Mu falava que eu tinha muito talento, e que me tornaria tão poderoso quanto o Mestre Shion. Creio que dizia isso apenas para me apoiar... – Duvidando de suas próprias habilidades, Kiki descrevia o grande mistério que o incomodava desde muito pequeno.

 

Mas você É poderoso... veja o que fez hoje... Nada é impossível para quem acredita na vitória. Não se esqueça dos ensinamentos de Mu; ele tinha um propósito para você... Não o desaponte. - Ao incentivar seu aluno, Shiryu lembrava-se de seu próprio treinamento nos Cinco Picos Antigos, especialmente a hora em que encarava a grande cachoeira, crendo ser impossível revertê-la apenas com o poder de seu cosmo.

 

Sim... Você está certo, Shiryu. Ter como discípulo um bebê-chorão seria uma vergonha para o Mestre Mu... e acho que para você também, hahaha.naquele momento, Kiki voltava a ser o moleque brincalhão que Shiryu conhecia tão bem. Isso reconfortava seu coração como tutor...

 

Ambos decidem checar o estado da jovem que deixaram descansando, mas são surpreendidos pelo fato desta ter desaparecido. O Ex-Cavaleiro e seu aprendiz logo sentem uma estranha energia, que passava como um “rastro” adentrado na floresta e subindo as mais altas cadeias do Himalaia. Era algo tão intenso que sobrepujava toda e qualquer outra influência ali presente.

 

É o mesmo Cosmo que presenciei antes!!! É ela!!! – afirma Kiki, com toda a certeza.

 

Os efeitos colaterais da técnica que lhe apliquei podem ser terríveis se ela não repousar por pelo menos algumas horas, é perigoso demais deixá-la sozinha. Odeio ter que dizer isso, mas precisamos trazê-la de volta antes que seja tarde!!! – com estas palavras, Shiryu parte em busca da jovem misteriosa, ao lado de seu aluno. Mal sabiam os dois que as Moiras do Destino já haviam escrito o desfecho daquela história...

 

 

 

***********

Na extensão do Mar Mediterrâneo, encontrava-se a lendária Ilha Canon, que possuía um profundo vulcão cuja fumaça curava os ferimentos dos guerreiros desde os tempos mitológicos.

Acreditava-se que o interior do vulcão era o contato direto com a essência primordial da força e vitalidade – a Terra. Durante a Era do Caos, foi a morada de Anteu, o poderoso Gigante filho de Poseidon e Gaia, e logo após a primeira Guerra Santa, tornou-se a salvaguarda dos Cavaleiros de Atena, que visitavam o local para se recuperarem e novamente lutarem por seu ideal.

Nos arredores do grande vulcão, formou-se uma pequena comunidade, que historicamente auxiliava os Cavaleiros durante sua estadia na ilha, mas com o passar dos anos, os valorosos defensores de Atena tornaram-se quase que um mito na região, pois raríssimas eram as ocasiões que algum deles aparecia.

Numa tarde como qualquer outra, a jovem Helen, neta adolescente do antigo Ancião da Ilha ia à praia buscar água; uma atividade rotineira e árdua. Enquanto realizava sua tarefa, lembrava-se de um homem que lhe salvou da morte certa quando tinha somente dez anos. Era um Cavaleiro, exatamente como os das histórias que seu avô lhe contava – forte, corajoso e justo. Durante todo esse tempo, a menina perguntava a si mesma se um dia o veria de novo... mas a cada dia que passava, a dura realidade de sua vida a fazia esquecer dos sonhos da infância.

 

 

Mas eis que do fundo do mar, sai andando uma figura cuja silhueta encobria até o Sol. Um homem medindo mais de dois metros, vestido da cabeça aos pés com uma espessa e brilhante Armadura. Era a mais imponente visão já presenciada por Helen, que não se decidia entre medo ou fascinação...

Você, criança... Mostre-me o caminho para o Coração de Gaia. – a voz grave do homem intimida a garota, que nada responde de imediato.

 

O... O senhor é um Cavaleiro? – pergunta Helen, ainda insegura.

 

Um Cavaleiro? Hahaha... – a resposta do gigante deixa Helen em dúvida, algo que fica estampado em seu sorriso tímido.

 

Este lugar mudou muito... Sinto a presença de várias pessoas vivendo por aqui, e a vegetação tomou conta da Ilha. Leve-me até seu líder!!! – determinado, o homem não tinha tempo a perder.

 

Desculpe-me Cavaleiro, mas não sei se será bem recebido... – Helen atentava ao fato do descontentamento local com Atena e seus Cavaleiros graças à invasão perpetrada pelos Exércitos do Santuário, que causou a morte de vários camponeses, inclusive do Ancião, respeitado por todos. A imagem dos defensores da paz e da justiça havia sido manchada pelas maldades do Mestre Ares, e ninguém mais acreditava na benevolência daqueles guerreiros; uma simples citação sobre os Cavaleiros era motivo de punição.

 

Esta Ilha é propriedade da Mãe-Terra, e eu a tomarei de volta, nem que seja necessário o uso da força!!! – a mensagem era clara – o grande guerreiro de armadura estava pronto para destruir quem quer que se ponha em seu caminho. Sem capacidade de argumentação, Helen aponta para a vila onde morava, e passa a seguir o homem.

 

Ao chegar no vilarejo, o Gigante causava espanto ao olhos de quem o observava. Ele demandava a presença imediata do monarca local, que logo foi alertado pela temerosa Helen, que agora não passava de uma subordinada da nova aristocracia.

 

Em poucos minutos, a praça principal estava lotada de civis, alguns corajosos o suficiente para despejar ofensas no novo visitante, que ouvia tudo sem reagir.

 

E sentado sobre um trono móvel, surge o atual líder do povoado, o arrogante Dorius, a quem todos temiam por seu tamanho e força física, chegando ao ponto de abaixar a cabeça apenas por estarem em sua presença. Para manter-se sozinho no poder, assassinou toda a linhagem dos antigos líderes, poupando apenas Helen, que queria como sua futura esposa.

 

Quem é você, e o que deseja? – pergunta Dorius, com autoridade.

 

 

 

Eu sou Anteu, filho de Gaia!!! Ceifador de mil vidas, colecionador de ossos!!! O Protetor desta Terra, ventre de minha mãe!!!

 

Vim pegar de volta o que é meu por direito, e que foi tirado de mim pela vontade dos Olimpianos!!!

HAHAHAHAHAHA!!! – As debochadas gargalhadas de Dorius são seguidas pelas de seus súditos, que pareciam tentar replicar o humor de seu senhor pelo medo de morrer.

 

Por acaso está bêbado? Este lugar é MINHA propriedade, pois EU o conquistei com minhas próprias mãos!!! Sou o Senhor e Deus desta Ilha, e somente alguém mais forte que eu poderia reclamá-la. Tu não passas de um louco vestindo uma sucata... Como ousa me afrontar? – as duras palavras de Dorius faziam acender uma chama no espírito guerreiro de Anteu. Após milhares de anos enclausurado, a iminência de um combate fazia-lhe sorrir de euforia. Seus olhos brilhavam...

 

Eu o desafio, Campeão de Guerra!!!(*) Mostre-me o seu valor, e prove sua força!!! – Anteu desafia Dorius a um combate, o que enfurece o autoproclamado “dono” da Ilha Canon, que se levanta abruptamente, derrubando a jovem Helen no processo.

 

Vou fazê-lo pagar caro por me humilhar na frente de meus súditos, maldito bastardo!!! – Dorius desembainha a espada que usou para matar centenas, confiante que o Gigante Anteu seria mais uma vítima.

 

 

 

O Rei Dorius parte para cima de Anteu, que de olhos cerrados, apenas o espera...

Com sua espada, o monarca atinge o pescoço de Anteu tentando decapitá-lo, mas é surpreendido da maneira mais improvável. Seu sabre é feito em pedaços pela espessura da pele do Filho de Gaia, que se via mais como uma verdadeira “couraça” concebida pelos mais resistentes minerais encontrados no solo.

 

Minha espada!!! O que você fez? – perguntava Dorius, desesperado.

 

Crê ser o Rei de todo o mundo, mas é apenas uma minhoca rastejando em meio a terra. A minhoca que pensa ser senhora de todo o solo fértil, mas que na verdade, não compreende a grandeza da Mãe-Terra, que lhe dá o sustento para a vida todos os dias.

 

Que pena para a pobre minhoca, pois essa não imagina que o mesmo poder que lhe presenteia com vida, também pode esmagá-la num instante... – ao proferir a última sentença, Anteu invoca os poderes ocultos em sua alma renascida, e traz de seu interior uma Cosmo-Energia imensurável, que destrói até o último dos átomos do corpo avantajado de Dorius.

 

Então ESSE é o Líder de vocês? Um homem que pensa como uma minhoca? – Anteu decepcionara-se com a fraqueza de seu adversário.

 

O silêncio toma conta do vilarejo, seguido pela prostração de todos os habitantes diante dos pés do Gigante, que reage irritadamente.

 

 

 

Eu não sou seu Rei!!!

O brado de Anteu silencia ainda mais o povo, mas Helen continuava mirando-o nos olhos. Ela não tinha medo... e sim admiração por aquele homem. Isso chama a atenção do filho da Mãe-Terra – em milênios, aquela era a primeira pessoa que após presenciar o seu verdadeiro poder, não se apavorou. Ele caminha em direção à garota, e sem dizer uma única palavra, ajuda-a a se levantar.

 

Finalmente, o protetor da Ilha Canon segue sua jornada, indo diretamente para o núcleo do mítico vulcão, observado atentamente por Helen e toda a comunidade. Seu objetivo era entrar em contato com as verdadeiras fontes da força, e preparar-se para o grande combate que mais cedo ou mais tarde, seria travado entre ele e seu maior rival.

 

 

 

***********

Na estrada que levava à cúpula do Templo da Lua, La Scoumoune, antiga Chefe do Esquadrão de Ataque das Satélites de Ártemis e agora uma traidora, percebe a presença de quatro cosmos altamente agressivos a perseguindo. Astutamente, a mulher dá sinal de parada à suas fiéis subordinadas(*), e prepara uma emboscada enquanto Tohma de Ícaro, o líder da insurgência assassina continua sua corrida em direção ao repouso da Deusa Caçadora.

 

Os guardiões dos ventos Nanuq, Roald, Aslan e George chegam à metade da trilha, e estranham a diminuição da frequência de energia cósmica a partir daquele ponto, apenas quebrada pela distante, mas ainda atormentadora presença de Ícaro. Havia algo de estranho no ar, e os quatro guerreiros sabiam disso...

 

 

 

E das nuvens que circundavam a longa estrada, uma chuva de flechas mortais é despejada sobre as cabeças dos heróis pelos dois lados. Protegidas pela névoa, as experientes arqueiras de La Scoumoune atacavam de um corredor adjacente já conhecido pelas mesmas há muito tempo.

Num instante, Nanuq eleva do chão uma grande redoma de gelo capaz de segurar o ataque sorrateiro, mas as flechas são muitas, e suas pontas afiadas racham a estrutura criada pelo protetor do Norte em poucos segundos. Tudo estava perdido...

Mas então Aslan, o Leão do Oriente, explode como um vulcão em erupção, dispersando a névoa e lançando vapores ardentes contra suas oponentes, que saltam sobre as ondas escaldantes antes que as mesmas as derretessem.

Sua posição havia sido revelada, mas as cinquenta guerreiras de elite, que nasceram sob o calor da batalha e lutavam como uma unidade, novamente entram em formação, barrando a passagem dos invasores.

 

Do centro da barricada, sai caminhando a engenhosa líder.

Já imaginava que não seriam derrotados tão facilmente... Perdoem-nos a grosseria, Soldados de Zeus, mas esse assunto não lhes diz respeito. – de maneira cínica, La Scoumoune impunha um obstáculo no caminho dos Guardiões dos Ventos.

 

Então teu Esquadrão foi realmente o responsável pelo banho de sangue? – olhando para as flechas cor de escarlate portadas por La Scoumoune e sua tropa, George do Ocidente tinha a dolorosa confirmação daquilo que ouviu da boca de Calisto; algo que não queria que fosse verdade.

 

...Por que... Por que as mataste? Por que traístes a tua Deusa? - Aslan, o homem que não entendia os pecados humanos da traição e da covardia, indignava-se com a sua opositora.

 

A justiça é medida pela força de seu executor. O advento de uma nova autoridade moral, superior a tudo que já existiu até o momento, porá em cheque o sistema em vigor. Não há mais esperanças para quem segue a ordem existente, e Calisto foi o exemplo máximo disso. Sua cegueira ideológica a levou à morte, assim como a de suas seguidoras.

 

Há uma revolução em curso, e todos que resistirem a ela serão aniquilados, e completamente apagados da história. O reinado de Zeus está morto, e eu não morrerei com ele... – convencida pelo discurso de Hera(*), La Scoumoune mostrava seu lado pragmático e realista. Não estava disposta a entregar sua vida por uma causa que acreditava ser inexistente, e dessa forma também viam suas arqueiras.

 

Então está certo... Para ti, a lei do mais forte prevalece sobre o bem e o mal... típico pensamento humano. Tal falta de fé nos levou aos caminhos mais negros de nossa história. Somos facilmente enganados por palavras bonitas carregadas de demagogia... e capazes de aplaudir aquele que está prestes a cortar-nos a cabeça. – sem nem mesmo conhecer a história humana pós-Século XIX, Roald apontava para uma das maiores imperfeições dos homens.

 

Não me dê aulas sobre a humanidade, eu a conheço muito bem. É chegada a hora de passar o universo a limpo, e o mundo humano também será alvo desta limpeza. – as ideias apaixonadas de La Scoumoune faziam-na esquecer de sua própria identidade como mortal. Parecia estar sob uma terrível lavagem cerebral. (*)

 

Para ti, não há mais salvação... Foste enganada pela maior das mentiras, e não lhe resta mais nada. Pois bem... se queres um combate, o terás. – pondo um fim no enfrentamento ideológico, Nanuq decide agir. Mesmo relutantes, seus companheiros percebem que a única maneira de passar seria derrotando as cinquenta e uma guerreiras rebeldes.

 

 

 

Sorrindo, La Scoumoune ordena a disparada da primeira bateria de flechas, enquanto vinte unidades de infantaria partem para o combate corpo-a-corpo. Hábeis usuárias do Xiphos, a tradicional espada grega, a linha de frente do Esquadrão de Elite cerca os quatro guardiões, que por regra de conduta, decidem lutar de igual para igual.

Enquanto as inúmeras flechas eram disparadas da retaguarda, o grupo avança contra os quatro heróis, que por instrução prévia de Nanuq, apenas esquivam-se das investidas de suas oponentes.

A luta toma outras proporções quando chega o momento de contra-atacar. Com uma incrível agilidade, Roald salta sobre as Satélites renegadas, e passa a desarmá-las uma por uma. Nanuq aciona uma poderosa clava feita de gelo, que usa para se defender e nocautear a infantaria inimiga. Com o movimentar de seus braços e a dureza de seu traje, Aslan consegue repelir as flechas de suas adversárias como se fossem de papel.

Quando a batalha parecia já ter um lado vitorioso, La Scoumoune ordena que seu centro troque o arco e flecha pelos pesados dardos de madeira. Secretamente, atira três flechas vermelhas e as manipula com seu Cosmo, fazendo-as passar despercebidas por entre a chuva de dardos. As flechas da comandante tinham um alvo certo: os protetores do Norte, Sul e Oriente, que estavam ocupados derrubando suas últimas adversárias. Nada e nem ninguém podia escapar com vida dos tiros de La Scoumoune...

Mas num único giro de corpo, o guerreiro que observava a batalha com olhos de águia corta ao meio as víboras assassinas de La Scoumoune, assim como os dardos de suas Satélites. Era George, armado com a grandiosa Espada Longa, o sabre mais temido da Europa Medieval.(*)

Em toda minha vida como Cavaleiro(*), nunca empunhei a espada contra uma mulher, e hoje, triste estou em ter que fazê-lo. Acabemos com isso de uma vez, antes que meu sofrimento me prive de cumprir o propósito divino... – fechando seu elmo, George estava pronto para o verdadeiro combate. Seu Cosmo queimava como se fosse pela última vez, e assim também o de seus parceiros.

 

Longe dali, Tohma de Ícaro continuava sua marcha para a parte mais alta do Templo; determinado, não pensava em mais nada. Mas eis que de repente, sente uma intensa gama de energia vindo de um lugar que já havia passado há vários minutos. Aqueles cosmos lhe traziam lembranças muito pessoais, e um sentimento de ódio incontrolável, que o impedia de prosseguir.

 

Seus punhos estavam fechados, seu rosto enfurecido... Seus olhos voltam-se para trás. A sede de vingança o enlouquecia...

 

 

 

***********

Em Jamiel, um grupo de onze pessoas caminha em direção ao grande Monastério que se encontrava na parte mais alta da cordilheira que dividia a fronteira com a Índia. A visão magnífica do Templo de Hefesto deixava impressionados Atena e seus Cavaleiros.

 

Ali está a morada de meu Mestre!!! - orgulhoso, Balius apontava para o lar do Deus da Metalurgia. Em poucos minutos, Atena e seu irmão mais próximo se reencontrariam pela primeira vez em mais de cinco séculos.

 

No lado oposto da cadeia de montanhas, Shiryu e seu aprendiz, Kiki, cruzam o abismo onde antes habitavam as almas dos Cavaleiros mortos que falharam em achar Mu, o mestre reparador de Armaduras. Ao olhar para baixo, o Dragão percebe que nem mais um esqueleto se encontrava ali, e o ar sombrio do local havia desaparecido completamente. Era como se os espíritos dos antigos guerreiros finalmente houvessem descansado. Isso dava paz a Shiryu, que aprendeu a ter respeito por aqueles espíritos após enfrentá-los em um árduo combate, desejando que finalmente encontrassem a luz.

 

Mestre e Aluno chegam ao final do rastro deixado pela misteriosa moça de cabelos dourados. A trilha que seguiram parava em um pequeno portão cavado em rocha sólida.

 

Ao adentrarem, percebem que se tratava de um extenso corredor escuro, com uma luz visível no horizonte, indicando que resultava em uma sala iluminada. Após muito correrem, Shiryu e seu aprendiz notam que o caminho parecia ser infinito, já que nunca se aproximavam da tal luz. O Dragão tem a mesma sensação que o incomodava em sua passagem pela terceira casa do Zodíaco, a de Gêmeos – a de que tudo não passava de uma ilusão; mas quando se deu conta, já era tarde demais.

 

O corredor se transforma num espaço negro e indefinido. Não havia mais luz, nem direção a ser percorrida...

E logo, o caminho torna-se um abismo, lançando Shiryu e Kiki num Lago de Fogo infernal. Seria este o fim dos valorosos mártires?

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

Para melhor entendimento do capítulo, confiram esta nota:

 

*O monstro que persegue a moça é uma alusão à suposta fera vista por Alexandre, o Grande em sua viagem ao extremo-oriente. Pesquisadores contemporâneos acreditam que se tal visão foi real, a criatura poderia ser uma espécie de Dinossauro moderno, um “elo perdido” entre os répteis, já que a descrição de Alexandre indicava características similares a de um lagarto pré-histórico;

 

*Há muita discussão a respeito do continente dos ancestrais de Mu e Kiki. Alguns fãs dizem que a definição correta para os mesmos é “Raça Lemuriana”, enquanto outros, sem nenhuma evidência real, apontam para “Muvianos”. A questão é que as terras míticas de “Mu” e “Lemúria” tratam-se basicamente do mesmo lugar – um continente perdido no meio do pacífico. Por essa razão, criei meu próprio mito, transformando os dois continentes em um só, e fazendo dos tais “Muvianos” a tribo dominante de tal continente; hierarquia essa que até mesmo influía na nomenclatura do lugar (o nome secundário – “Mu”).

 

-Para ilustrar, digamos que “Lemúria/Mu” era o país, e os tais “Muvianos” formavam um “estado”, dividindo a “federação” com outras tribos locais. Cada tribo tinha sua própria organização e cultura independente, mas todos faziam parte da mesma raça/etnia – a Lemuriana, assim como todos somos humanos, mas o país/federação que nascemos define nossa nacionalidade (brasileiro, português, espanhol, russo, etc);

 

*Como visto aqui, haviam outras raças discípulas de Hefesto – os Atlantes e os Arianos. Em capítulos anteriores, mencionei que técnicas como o teletransporte e a telecinese não eram exclusivas dos Lemurianos, o que explicaria o fato de personagens não-membros desta civilização possuírem habilidades similares (como Shaka, Dohko e Máscara da Morte). As origens de tais personagens os ligarão com essa trindade milenar – em breve, isso será melhor explicado.

 

-Ah, e quando falo sobre “Arianos”, me refiro aos Indo-Arianos, a hipotética etnia ancestral que “colonizou” o subcontinente Indiano e expandiu seus domínios até a Pérsia e parte da Eurásia durante o fim da Idade da Pedra e início da Idade do Bronze, e NÃO à “raça pura”, segundo a ideologia Nazista.

 

-A denominação “Ariano” ou “Arya” é muito identificada com os Hindus, Budistas e Jainistas (daí construirei a relação dessas culturas e crenças com a tal raça), e inclusive é de extrema importância na organização do sistema de castas da Índia;

 

*Se por acaso não lembram, Helen é a garota salva por Ikki das mãos de Ágora e Shiva durantes os episódios 54 e 55 da série clássica. Deduzi que ela tinha 10 anos na época, já que parecia ser mais velha que Kiki, por exemplo.

 

-Ela terá um papel importante no desenvolvimento da história do personagem Anteu;

 

* ”Campeão de Guerra” ou simplesmente “Campeão” era o título dado aos chefes dos exércitos durante a Idade do Bronze (período onde surgem os mitos dos heróis e dos gigantes, como Anteu). Era costume da época haverem combates mano-a-mano entre Campeões para decidir-se o desfecho de uma grande batalha. Podemos ver tal costume representado na batalha entre Aquiles e Heitor (um como o principal líder militar de Micenas, e o outro como Príncipe de Tróia), encontrada na Ilíada de Homero;

 

*As Tropas de La Scoumoune são fiéis a sua líder, e praticamente a mais ninguém, pois obedecem apenas ao valor conquistado em batalha.

 

-Quis fazer com que cada “exército” divino tivesse suas próprias características e peculiaridades, para que as coisas não fossem repetitivas. Na minha visão, “incorruptibilidade” não é uma dádiva de todos os soldados, e a linha tênue entre lealdade e traição é recorrente neste capítulo;

 

*O discurso de Hera cativa seus ouvintes, pois é carregado de energia cósmica. Assim como foi descrito, é uma espécie de “Lavagem Cerebral”;

 

* Em um dado momento, George se auto-intitula “Cavaleiro”. Aqui, a palavra refere-se aos nobres guerreiros encouraçados da Idade Média;

 

*A “Espada Longa” (na Escócia, chamada de “Claymore”) era um dos mais mortais sabres da Era Medieval. Seu punho media de 16 a 38 centímetros, e a lâmina podia chegar até um metro e meio de comprimento. Como um Cavaleiro Medieval, George carregava a Espada em suas costas, e só a empunhava em ocasiões especiais.

 

-Normalmente, os Cavaleiros montados optavam pela lança, que usavam para abater a infantaria inimiga em batalha ou rivais nas competições de Justa. George também possui essa lança, e a usou no combate contra Cérbero.

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • 3 semanas depois...
05, 06 e 07 Lidos.


A estória segue boa. Novos elementos como detalhes do Tártaro e o universo do Olimpo apoiado em pilares dos reinos dos deuses foi muito boa.


Acho que Atena ainda está meio desorientada, mas a conotação de conspiração traz um ar mais claro a trama. E leia que Hera é o ponto de desequilíbrio.


Para ajudar tem a versão mitologica que Hefestos foi largado por Hera por ser cocho, e jogado nas montanhas foi treinado pelos gigantes nas artes da metalurgia. Esse ódio pode ser fato interessante no desenvolvimento da sua estória.


Acho importante que haja blocos mais narrativos para que possamos compreender a estória. As lutas são consequencia do desenvolvimento.


Uma coisa que acho estranho é que os guardiões dos ventos são um tanto mais fracos que seus adversários. Ele não deveriam ser um pouco mais fortes. Os bronzeados notadamente mais fracos se apresentam mais fortes. Não sei.


Vamos que vamos.

Link para o post
Compartilhar em outros sites

Olá. Por acaso, arrumei alguns minutos para vir aqui, e vou responder seus questionamentos:

 

*Embora Atena já esteja quatro anos mais amadurecida e completamente "desperta" como Deusa, ela agora está enfrentando uma situação única. Não se trata mais de uma luta pela hegemonia da Terra, e sim um verdadeiro "Golpe de Estado" perpetrado por um inimigo desconhecido, que pegará o Olimpo de surpresa ao se revelar. De uma maneira ou de outra, todos os Deuses estão "presos" à armadilha montada por Hera (que terá sua amplitude revelada a cada capítulo), e suas reações os levarão direto para onde ela quer.

 

Mesmo "perdida", Atena foi a primeira a deduzir o que poderia estar ocorrendo, e lembrava até mesmo dos nomes dos Autômatos, isso graças a sua perspicácia e conhecimento do universo, que evoluíram muito, embora ainda não fossem capazes de descobrir onde se localizava o Templo de Hefesto (protegido por uma barreira). Pretendo fazer uma Atena forte, convicta e sábia. Sua posição será como a de uma verdadeira líder em relação aos Cavaleiros, e como a "voz da razão" do Olimpo.

 

*Há uma grande diferença de poder entre os Autômatos de Hefesto e os Semideuses de Hera. Imagine a seguinte hierarquia - em teoria, os Autômatos são levemente mais poderosos que os Cavaleiros de Ouro em razão de terem sido constituídos à partir de pura energia cósmica, já os Guardiões são no mínimo dez vezes mais poderosos que os Autômatos, enquanto os Semideuses são cerca de cem vezes mais fortes que um Cavaleiro de Atena, pois são frutos da essência pura e do sangue de Hera.

 

Partindo desse raciocínio, é compreensível que os Cavaleiros de Bronze sejam capazes de apresentar uma certa ameaça à integridade dos Autômatos, pois atingiram o sétimo sentido, e já sobrepujaram o Cosmo dos Cavaleiros de Ouro. Até o momento da aparição de Ikki (que vestia uma Armadura Divina), os dois estavam apenas "brincando" com seus adversários, que lutavam desprotegidos. Isso mudou com a chegada do Fênix, e assim também seria se os oito de bronze estivessem vestindo suas armaduras.

 

A respeito dos Guardiões, o que se pode dizer sobre eles é o seguinte - ainda não demonstraram toda a extensão de seu poder. Mesmo enfrentando um inimigo dezenas de vezes mais forte (Cérbero), os quatro conseguiram dar um certo trabalho a ele, que subestimou as suas capacidades ao não lutar sério. Fora isso, temos um fator de desequilíbrio muito importante - a experiência. Enquanto os Guardiões de Zeus eram homens com muita experiência de vida e treinados pelo próprio Senhor do Olimpo, Cérbero acabara de ganhar seus poderes, e mesmo tendo noção de como usá-los, ainda não possuía experiência de combate, algo que o ajudaria muito. Isso será um ponto importante no decorrer das batalhas.

 

Podemos ver exatamente o contrário no esquadrão de La Scoumoune. Embora não possuindo habilidades especiais, suas tropas conheciam muito bem as táticas de guerra, e principalmente o território. Sua líder sabia que não podia atacar os quatro diretamente, e conhecendo seu código de conduta (não usar golpes especiais contra inimigos comuns, exceto sob risco de morte), enviou a infantaria, que foi repelida em questão de minutos. Tudo isso era na verdade uma maneira de distrair seus rivais e achar uma brecha para mata-los com sua Víbora Carmesin/Crimson Viper. Ela não contava com a exímia percepção de George, que viu seu golpe e o neutralizou no momento exato. Nessa hora, George percebe que para passar, teria que fazer algo, mesmo que tal atitude fosse contra suas convicções pessoais. A partir de agora, os quatro mostrarão sua verdadeira força, pois a situação dispensa formalidades. Espere pra ver...

 

P.S. Aliás, estarei postando uma "ficha" básica dos personagens de minha Fanfic neste tópico (http://www.cdz.com.br/forum/topic/1293-crie-seu-proprio-cavaleiro/). Os Guardiões dos Ventos serão os primeiros a serem descritos. Lá, o que não pode ser especificado no meio da história por questões de fluidez, estará muito bem detalhado. Dê uma conferida quando puder...

  • Like 1
Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • 3 semanas depois...

Capítulo 8

Reencontro - A Vontade Divina

 

Enquanto caía direto para a morte, Shiryu visualizava o cajado do Mestre Ancião, que despencava junto com ele.

Por um momento, o Dragão lembrou-se de um dos mais importantes e misteriosos ensinamentos de seu mentor – o de que o corpo era apenas uma casca... uma casca feita para prender o espírito.

A lição que Shiryu nunca conseguiu compreender totalmente parecia fazer sentido agora. Pela vontade soberana do universo, chegava a hora em que sua alma finalmente se libertaria, e ele, como um instrumento dessa vontade, deveria se render e aceitar o destino traçado pelas estrelas. Nada poderia fazer para mudá-lo...

Em pleno contraste, o jovem Kiki questionava Deus, o mundo e a si mesmo – Por que tinha que acabar assim? Então esse era seu destino?

Longe dali, numa modesta cúpula de meditação, um homem observava as centenas de velas posicionadas a seu redor. A chama de uma destas torna-se azul e neutra, em contrariedade com todas as outras.

Os olhos brancos do homem se voltam para a chama, como se esta lhe estivesse falando diretamente.

Enfim, os Autômatos de Hefesto guiam Atena e seus Cavaleiros até a entrada do Palácio do criador das Armaduras Sagradas. A beleza da estrutura e seus tons em vermelho e branco eram capazes de mesmerizar qualquer mortal, e não foi diferente com os defensores da Deusa da Guerra.

 

 

Ao passar pelo elaborado portão de rocha esculpida, a Atena do Século XX é atingida por várias lembranças desconexas; memórias de épocas passadas até então ocultas nos confins de sua mente. Muitas gerações antes desta (*), a filha de Zeus havia visitado seu solitário meio-irmão em busca de respostas sobre o tempo de vida das Armaduras Sagradas. Naquela ocasião, centenas de assassinos do Deus Ares, os chamados Berserkers, atacaram a morada de Hefesto em busca da cabeça de Atena, causando uma enorme destruição. Enfurecido com os resultados de tamanha selvageria, Hefesto entrou em combate, matando vários inimigos somente com o poder do Cosmo. O contra-ataque causou baixas gigantescas no Batalhão do Medo (uma das quatro Legiões de Ares), e foi a primeira reviravolta da Guerra Santa considerada a mais violenta em toda a história.

Posteriormente, enquanto subia os 146 degraus que levavam ao salão principal do templo, a Deusa reencarnada finalmente se lembra da última vez que viu Hefesto. Ao fim da Guerra Santa ocorrida no Século XVI, quando Hades teve a alma expulsa de seu hospedeiro e seu exército humilhado pelo poder da Armadura de Atena, o Artesão de Cobre(*) compartilhou com a irmã o conhecimento secreto que lhe seria muito útil nos próximos séculos – Hefesto lhe deu os frutos do Salgueiro do Inferno, a Árvore do Submundo. Tais frutos, enriquecidos com o sangue da grande cascata da Sétima Prisão, tinham propriedades naturais capazes de neutralizar o poder dos trajes usados pelos Espectros de Hades. Na Guerra seguinte, eles foram usados na concepção do Rosário de Cento e Oito Contas, que tinha a função de indicar a morte de cada Espectro vivo e selar sua alma por 250 anos, impedindo assim que o Senhor dos Mortos o ressuscitasse de imediato.(*)

 

Ao adentrarem no Palácio, feito inteiramente de Bronze, Balius e Xanthos posicionam as mãos sobre as mais de duas mil Rodas de Oração(*) presentes no silencioso corredor de acesso ao Altar onde Hefesto professava seus ensinamentos, fazendo com que estas girassem e trouxessem paz de espírito aos visitantes. Os Autômatos pedem aos Cavaleiros de Atena que repitam o procedimento, pois assim demonstrariam seu respeito pelo solo onde pisavam.

Sem que fosse solicitada, Atena faz o mesmo que seus subordinados. O som do giro e os milhares de mantras escritos nas Rodas faziam-na lembrar do quanto seu irmão era aficionado pelo equilíbrio perfeito do cosmos e amante da paz, crenças estas que lhe fizeram entrar em profunda tristeza ao contemplar a terrível involução(*) da raça humana, que já foi pura e totalmente livre de sentimentos ruins; mais perfeita até do que os próprios Deuses.

 

No interior do Grande Altar, a Deusa e seus protetores deparam-se com oito estupas(*) de ouro puro, rodeadas por centenas de velas cerimoniais. No ponto mais alto, encontravam-se repousados um martelo e um cinzel de escultor, as ferramentas originais do Pai da Metalurgia. Ambas queimavam eternamente sob um pequeno fragmento da Pira Olímpica. Na Era Mitológica, o Titã Prometeu roubou parte da chama desta pira e a levou aos mortais contra a vontade de Zeus, iniciando assim o período de autodeterminação da humanidade.

Isso... é maravilhoso... – diz Shun de Andrômeda, estupefato.

 

Este lugar... é tão pacífico... É como se pudesse confortar o coração dos homens mais desesperados... É a verdadeira definição da palavra “beleza”!!! – Ichi de Hidra, que acreditava na vitória decidida pela beleza, acabara de encontrar sua inspiração.

 

Mas... Aonde esta o Senhor Hefesto? Eu não sinto a sua presença... – questiona Hyoga, o Cavaleiro de Cisne, enquanto mirava os quatro cantos do Altar.

 

Como não? Ele está aqui, entre nós... Sempre esteve... – respondendo a Hyoga, Atena não parecia fazer sentido para ninguém, exceto para os dois Autômatos.

 

 

 

A Filha de Zeus caminha até a parte central do Salão, e erguendo os braços, age como se fosse abraçar alguém...

Do vácuo, surge então um homem trajando uma belíssima túnica dourada, que brilhava como o pó das estrelas. Em seu pescoço, carregava centenas de colares de bronze e prata...

Ele também abraçava Atena, e com um afeto maior do que o mais poderoso dos cosmos...

A Vontade Divina novamente nos uniu, minha sábia irmã... – com uma voz surpreendentemente terna, o Senhor dos Metais saudava a única entre os Deuses que não lhe desprezou.

 

Parece que sim, meu grande irmão... após mais de cinco séculos, Atena voltava a trocar palavras com aquele que sempre esteve ao seu lado; tanto nas batalhas, quanto nos ideais. Suas memórias, antes turvas, agora estavam completas.

 

 

Então... Esse é Hefesto? – em pensamento, Nachi de Lobo se impressionara com a aparência do Deus; sentimento este compartilhado por seus amigos – A pele do imortal era vermelha como sangue, e ele não possuía sobrancelhas ou sequer um fio de cabelo. As pupilas eram brancas, como as de um cego...

 

Atena... Você continua exatamente igual. Seu Cosmo ainda possui o mesmo brilho e determinação de centenas de anos atrás... a Hefesto, custava-lhe acreditar que a fé de sua irmã continuava inabalável, mesmo após tantas decepções com os homens. O Deus não poderia dizer o mesmo sobre sua própria...

 

Também percebo que minha presença ainda faz seus Cavaleiros reagirem da mesma maneira. Isso chega a ser divertido, Hahahahaha... após milhares de anos estudando os mistérios do Cosmo, Hefesto desenvolveu a capacidade de sentir cada som ou vibração a seu redor, inclusive a pulsação e as batidas do coração de um ser vivo.

 

Perdoe-nos, Mestre. Atena exigiu que seus Cavaleiros marchassem com ela, e nada pudemos fazer para impedir... – falando em conjunto, Balius e Xanthos desculpavam-se com seu Senhor.

 

Deveriam me pedir perdão pelo desrespeito para com a Diplomacia Divina, criada por esta mesma Atena!!! Como foram capazes de erguer os punhos contra um grupo de aliados, e ainda por cima na presença de crianças? A sorte de vocês, Asuras inquietos(*), é que Atena é uma Deusa paciente... de maneira ríspida, Hefesto repreende seus dois discípulos, que se sentem envergonhados. Como se tivesse simplesmente esquecido aquele fato, a Deusa sorri.

 

Como já deve imaginar, estes jovens são alguns dos poucos sobreviventes da última Guerra Santa. Seu valor no campo de batalha os honrou ao título de meus guardiões. Seus nomes estarão gravados nas Muralhas do Parthenon por toda a eternidade... para os oito Cavaleiros de Bronze, sua líder parecia falar em outro idioma.

 

As Guerras Civis entre os Cavaleiros e as mortes de tantos destes quase custaram a derrota de seu Exército durante a batalha contra os Espectros. Por um momento, quase pensei em novamente intervir... o Deus da Metalurgia referia-se a possibilidade de usar novamente suas habilidades únicas no objetivo de reforçar as defesas de Atena e de seus Cavaleiros, como quando convenceu sua irmã mais velha a autorizar a concepção dos Mantos Sagrados na guerra contra Poseidon, e a criação das Doze Armas do Traje de Libra, forjadas a partir de suas próprias ferramentas. Tempos depois, estas seriam a chave para a vitória contra as violentas hordas de Ares.

 

...Até hoje me pergunto se não havia uma espécie de “força maior” manipulando os acontecimentos e semeando a discórdia no intuito de me atingir indiretamente... – Atena levantava uma hipótese que ninguém tinha imaginado, nem ela mesma, antes de amadurecer completamente.

 

É possível... já que nada parecido ocorreu em épocas passadas. – Hefesto perguntava a si mesmo se a nova ameaça que se apresentara poderia ter alguma relação com os conflitos internos no Exército de Atena.

 

 

Após cinco gerações em reclusão, Hefesto invocava o Trono de Fogo, a peça simbólica onde tomava decisões importantes, e que em períodos conturbados, usava como Carruagem de Guerra.(*)

 

 

Desde o início, um Cavaleiro sempre esteve ao seu lado. Protegendo-lhe como um escudo vivo, ele se lançava nas mais terríveis batalhas... Sacrificando tudo em defesa de um ideal...

 

Ele não está presente nesta sala... mas ainda consigo sentir o seu Cosmo... vindo de muito longe, como se fizesse um enorme esforço para chegar até aqui...

 

O Pégaso realmente não desiste... Mesmo sofrendo da terrível Maldição de Hades, aquele homem continua lutando... Sua perseverança é invejável. – ao ouvir as palavras de seu irmão, a reencarnação de Atena expõe seu lado humano. A incapacidade de poder prever o futuro lhe angustiava o coração.

 

Os Cavaleiros de Bronze, acostumados a enfrentarem divindades arrogantes, ficam pasmos com a postura de Hefesto, e ainda mais surpresos com sua habilidade de enxergar acontecimentos tão distantes. Mal eles sabiam que o Deus já os conhecia como a palma da mão.

 

É chegada a hora de discutir o porquê do meu chamado... - Sentado em seu trono, Hefesto passa a descrever o episódio em que um invasor misterioso tomou posse de sua consciência:

 

Estava há exatos trinta dias em plena meditação, quando uma força externa quebrou completamente a minha concentração. De início, tive a impressão de que se tratava de uma invasão perpetrada por Hades, pois o indivíduo emanava o mesmo cosmo sombrio de sua Mortalha... mas logo notei que tal energia cósmica era apenas superficial. O invasor vestia a capa do Deus do Submundo, mas não era ele...

 

Num instante, todas as velas do Palácio se apagaram, e eu perdi totalmente a visão. Tudo que senti foi o toque de uma mão muito pequena em meu rosto, e então fui possuído por uma essência terrivelmente apaixonada e convicta. Assemelhando-se a um poderoso veneno, a influência daquele cosmo era destilada por todo o meu espírito, e eu não mais tinha controle sobre minhas próprias ações ou pensamentos...

Como uma máquina, passei a agir sob instruções, trabalhando incessantemente na construção de seis Armaduras Divinas, que imitavam a forma de seres mitológicos. Parecia estar preso em um universo paralelo, onde não havia tempo ou espaço... mas apenas uma ideia.

 

Quando finalmente acabou, percebi que continuava parado no mesmo lugar. Só nesse momento tive a capacidade de assimilar tamanho poder. Com certeza, se tratava de outro Ser Divino... um com habilidades muito superiores. Você acertou, Atena... a descrição do Deus Hefesto batia exatamente com o pensamento de sua irmã, quando esta ainda se encontrava a milhares de quilômetros de distância daquele local.

 

Seus mensageiros haviam dito que de certa forma, você sentiu uma proximidade com este Cosmo... O que queria dizer com isso? perguntava Atena.

 

Não entendo o porquê, mas aquela pessoa me trazia sensações familiares... como se de certa forma, fossem lembranças que retornaram para me perseguir... havia uma forte ligação entre Hefesto e o indivíduo que lhe manipulou.

 

Nada pudemos fazer para defender nosso Mestre, já que a criatura passou despercebida pela barreira, e também por nós; não manifestando um único sinal de vida. Xanthos custava a entender como alguém seria capaz de atravessar a redoma sensorial do Palácio de Hefesto sem ser notado. O invólucro existia desde o fim da Guerra contra Ares, quando o Deus Ferreiro optou por estar diretamente conectado com o ambiente ao seu redor, prevenindo assim ataques ou visitas indesejadas.

 

Para um Deus, nada é impossível... Balius já reconhecia o enorme poder do invasor como características divinas. Não havia outra explicação...

 

Quem quer que seja esta pessoa, suas intenções são apocalípticas... Estas seis Armaduras são minhas obras mais perfeitas desde o Relâmpago de Zeus. Vestindo uma delas, até mesmo um homem comum teria um poder tão grande quanto o de Semideuses, e dependendo de seu controle sobre o cosmo, chegaria a ser comparado a um dos temíveis Gigas... Hefesto conhecia a grandeza de sua arte mais do que ninguém... e sabia que, nas mãos erradas, ela poderia se tornar uma arma capaz de destruir todas as formas de vida existentes no cosmos.

 

Muito antes das batalhas conhecidas como Guerras Santas, os Gigas, filhos legítimos ou descendentes de Gaia, a Mãe Terra, representaram a maior ameaça que a ordem cósmica já enfrentou em toda a sua existência. O maior deles, Tífon, chamado de O Senhor dos Monstros, deu origem à infinidade de bestas que atormentaram os homens de todo o mundo durante a Era Mitológica. Sua batalha contra Zeus , de quem queria retirar o posto de Mestre Supremo do Olimpo e especialmente se vingar pela prisão de sua mãe no confins do Tártaro, foi considerada como o evento mais decisivo na história do universo desde o Big Bang. A simples menção de Tífon e de seus irmãos e filhos causava um temor incomparável em qualquer Olimpiano, até mesmo no próprio Zeus. O uso de um poder similar ao dos Gigas significaria o fim literal dos tempos... o verdadeiro Armageddon.

 

Um silêncio tomou conta de todo o Salão. A preocupação via-se estampada nos rostos de Atena e de seu irmão, enquanto Balius, Xanthos e os Oito de Bronze, não totalmente preparados para entenderem o que tudo aquilo significava, apenas adaptavam-se ao clima.

 

Juramos fidelidade a ti, Atena, e lutaremos ao seu lado!!! É missão dos Cavaleiros protegerem o mundo das forças do mal, mesmo que isso signifique sacrificar a própria vida!!! as palavras reconfortantes de Jabu de Unicórnio, fiel à Atena desde quando a conhecia apenas por Saori, são apreciadas por todos. Prostrados diante de sua Deusa, os oito valorosos soldados posicionam o punho esquerdo sobre o peito a continência original da Ordem dos Santos Guerreiros.

 

Ao lado de seu Mestre-Criador, os Autômatos admiravam o eterno pacto que os Cavaleiros tinham com Atena; uma união que transcendia os séculos. Pela primeira vez em suas extensas vidas, os poderosos serventes de Hefesto sentiam que podiam aprender algo com os mortais.

 

Creio que essa batalha realmente será a mais dura de todas... Como poderão se proteger sem suas Armaduras? ...Shun... mentalizando os riscos de um combate onde exceto por ele, todos os Cavaleiros haviam perdido o poder de suas Armaduras, Ikki preocupava-se com seu irmão mais novo.

 

Fênix... muito poderoso, mas de pouca fé... durante todo aquele tempo, o Ferreiro dos Deuses lia as emoções e pensamentos de cada um presente naquela sala.

 

O... O quê? o mais forte e decidido entre os Cavaleiros de Bronze é pego de surpresa pelas afirmações de Hefesto.

 

No início, os defensores da Deusa Atena lutavam sem Armaduras, usando apenas a extensão de seus Cosmos como armas. Faziam milagres apenas com a força de seus punhos e o poder de seus chutes...

 

E então surgiu Poseidon...

 

...Com seus Sete Marinas encouraçados por trajes compostos de Oricalco, o metal divino, ele assassinou centenas de Cavaleiros, e quase pôs fim ao mundo que conhecíamos. Foi nesse momento que intervi, convencendo Atena a permitir a confecção dos Mantos Sagrados por meus aprendizes Lemurianos. Feitos de uma liga de Oricalco e Gamânio, que proporcionava resistência e concentração de energia, as Armaduras de Atena sobrepujaram as Escamas de Poseidon, e o Rei dos Mares foi derrotado...

 

Entre as inúmeras Armaduras, existia uma diferente de todas as outras... Uma que supostamente não podia ser danificada, muito menos destruída. Era o traje de Fênix, que assim como a Ave Mitológica, renascia das cinzas. Muitos Cavaleiros morreram tentando vesti-lo, pois juntamente com Pégaso e Dragão, a Armadura foi uma das primeiras a adquirem uma consciência própria, literalmente incinerando aqueles que não enxergava como merecedores do seu poder. Até mesmo os nascidos sob a Constelação de Fênix falharam em conquistar aquela vestimenta...

 

Por muito tempo, Fênix foi conhecido como o “Cavaleiro Sem Armadura”, sempre trilhando o caminho entre o bem e o mal...

 

Você deseja saber porque diferentemente das outras, sua Armadura é eterna, e simplesmente não repousa? Hefesto, o idealizador de todo o conceito por trás das Armaduras de Atena, estava prestes a fazer uma revelação bombástica.

 

A Armadura de Fênix... foi feita por MIM. Ela é o protótipo de todas as Armaduras dos Cavaleiros!!! o segredo por trás da imortalidade do traje de Ikki era finalmente revelado. Não era apenas o espírito do Pássaro de Fogo que habitava em sua Armadura, mas a arte de um Deus.

 

Sim, Ikki, isso é verdade... Você foi escolhido pela Armadura de Fênix... Este traje está ligado a você, como os outros sempre estarão ligados a seus hóspedes originais. Você é o primeiro... a Atena Mitológica(*) foi a única a compartilhar do segredo de Fênix, e somente agora, após milhares de anos, ela podia revelá-lo a seu Cavaleiro.

Então eu... sou o Fênix original? - chocado com tamanha revelação, Ikki olhava para os punhos de sua Armadura. Seu irmão Shun e os outros Cavaleiros o observavam com orgulho e emoção. Para o Santo de Andrômeda, era mais um motivo para admirar aquele que sempre lhe protegeu.

 

E quanto a vocês, Cisne e Andrômeda!!! Desejam saber porque suas Armaduras foram transformadas em pó? Eu lhes direi... a partir de agora, Hefesto contaria a Shun e Hyoga o mesmo que havia contado a Atena durante a Guerra contra Ares:

 

As Armaduras criadas a partir de Fênix tinham como artesãos o Clã dos Muvianos, a tribo alquimista mais elevada entre o povo de Lemúria. Embora pudessem materializar as mesmas energias que eu controlava, não conseguiam transformá-las em uma fórmula imortal, pois suas ferramentas não eram como as minhas. Por essa razão, a maior parte das Armaduras de Atena possui um “tempo de vida”, que se estende do momento em que estas criam uma consciência até quando chegam a uma quantidade máxima de energia concentrada.

 

As Estrelas consomem e sintetizam matéria combustível durante toda a sua existência, e dessa forma também funcionam as Armaduras consideradas “mortais”, que passam a vida toda concentrando energia cósmica e liberando-a em forma de explosão. Quando são totalmente destruídas, passam por um estágio de “quase morte”, onde podem ser ressuscitadas a partir do sangue de um Cavaleiro... mas sua grande limitação está no próprio uso desta em vida. Quanto mais energia uma Armadura consome, menos tempo de vida restante ela terá...

 

Quando os trajes de Dragão, Andrômeda e Cisne foram banhados com o sangue de Atena pela quinta vez na história das Guerras Santas, atingiram um nível de poder até então nunca registrado. Pégaso, que já foi abençoado mais de dez vezes, ainda resistiu muito além do que se esperava... mas acabou tendo o mesmo destino durante esta era.

 

Aquelas eram suas Armaduras “definitivas”, pois chegaram ao máximo de sua capacidade...

 

Assim como o Sol e outras estrelas um dia irão explodir após chegarem a um nível de massa e consumo de energia insustentável, suas Armaduras explodiram após atingirem uma carga de energia cósmica impossível de ser controlada. As ligas de Oricalco e Gamânio não foram capazes de segurar o poder contido nos mantos, e a essência destes simplesmente “escapou”...

 

Então... Quer dizer que perdemos nossas Armaduras para sempre? assustado, Shun tirava uma conclusão chocante.

 

Tudo dependerá de sua disposição em conhecer a verdade... respondendo ao Cavaleiro de Andrômeda, o Deus Hefesto fazia uma última revelação:

 

Para se libertarem das dúvidas que cercam a natureza humana, cada um de vocês necessita buscar as origens de seus próprios mitos, e para que propósito vieram ao mundo. Para um Cavaleiro, isso se dá a partir do contato com os portadores originais de seu poder.

 

As marcas em suas testas não são simplesmente o selamento de sua energia destrutiva; também são o símbolo da iluminação, alcançada somente após sete grandes provações. O Sexto Sentido, baseado no conceito da percepção extrassensorial, é o primeiro estágio além dos cinco sentidos primários. Quando um ser abre o portão do Manashiki, conhecido por vocês como “O Sétimo Sentido”, suas capacidades tornam-se infinitas. Os sentidos primários e as limitações naturais do corpo tornam-se irrelevantes, pois o homem pode superá-las com o poder do Cosmo. Isso naturalmente o leva ao caminho do Nirvana, que é comumente chamado de “Oitavo Sentido”, ou Arayashiki. Essa é a capacidade literal de “sentir” a expansão do Universo e conhecê-lo completamente, um estágio que se inicia após a superação total da realidade terrena e seu conceito imutável – a vida e a morte. É talvez o nível de percepção mais alto que exista, e também o mais difícil de se alcançar. Originalmente, apenas um grupo seleto de Deuses foi adepto ao Nirvana, e eu não sou um deles...

 

...Mas um mortal provavelmente o alcançou, e até hoje é venerado por este feito. Seu nome era Siddhartha Gautama, o homem mais puro que conheci. Por ter chegado à iluminação espiritual por meio da meditação, ele passou a ser chamado de Buddha, O Desperto.

 

Ao ouvir a citação sobre o fundador do Budismo, Ikki lembra-se de seu combate com Shaka de Virgem. O Cavaleiro de Ouro era conhecido por todos como a reencarnação de Buda”.

 

...Por sua fidelidade a mim e pelo bem da humanidade, vocês superaram as sete provações, e ainda vivos, enfrentaram Hades em seu próprio território. Este é claramente um sinal de que estão no caminho para a iluminação... e de que são muito mais do que apenas mortais.

 

O reencontro com meu irmão me trouxe de volta memórias de uma época esquecida... e agora eu entendo tudo... Já estava previsto que seriam testados... que teriam que fazer escolhas difíceis... que chegariam ao ponto de entregar suas próprias vidas nas mãos do destino... que encarariam a morte de frente...

 

Todas as dificuldades que entram em seu caminho... estão destinadas a serem vencidas. serena, a Deusa Atena finalmente compreendia os motivos para as adversidades enfrentadas por seus cinco principais Cavaleiros, e especialmente a razão do sumiço de Shiryu e o triste estado em que se encontrava Seiya.

 

Saibam que três de vocês já encontraram a sua própria jornada... desde o início, Hefesto já sabia exatamente onde Shiryu estava, e que Seiya já lutava contra seu próprio eu interior. Mas quem era o terceiro Cavaleiro?

 

Naquele exato momento, um belíssimo colar surge no pescoço do Deus da Metalurgia. Suas contas de ouro e bronze estavam repletas de rachaduras, como se alguém as tivesse devastado.

 

Hefesto, meu irmão... devo retornar ao Santuário imediatamente; há algo muito importante que preciso fazer. Eu deixarei Cisne e Andrômeda sob seus cuidados, pois só você poderá levá-los até ... Shun e Hyoga voltam-se para sua senhora. O que ela queria dizer com isso?

 

Atena... Perdoe-me, mas eu preciso ficar!!!

 

Por muito tempo, pensei que as palavras “fé” e “destino” não passassem de tolices. Neguei o meu irmão, os meus amigos e até mesmo a senhorita... Sequei minhas lágrimas e meu coração, tudo em nome do ódio e do desejo de vingança. Houve uma época em que até mesmo pensei que minha Armadura era o símbolo da minha ira, e que com ela, destruiria tudo e a todos.

 

Mesmo após me redimir, algo ainda me perturbava: Quem eu era? Porque a Armadura de Fênix me escolheu, sendo que um dia, fui o homem que vendeu a própria alma ao diabo?

 

Hoje, percebi que há uma razão para tudo, e preciso saber qual foi a minha... o astuto Cavaleiro de Fênix já sabia por que Shun e Hyoga deveriam continuar ali. Ele finalmente achara a oportunidade para sanar suas dúvidas.

 

Você tem certeza disso? – Atena lhe fazia uma pergunta direta.

 

Sim senhora... – e o Fênix lhe respondia com total confiança. Logo ele saberia por que sua Deusa havia insistido.

 

Mas o que está acontecendo? Para onde vamos? – assim como Hyoga e os outros cinco Cavaleiros de Bronze, Shun de Andrômeda queria entender os motivos para a decisão de Atena.

 

Não sejam tolos... Vocês não perceberam? O Senhor Hefesto nos deu a resposta durante todo o tempo!!! Essa é a única forma de Seiya, Shiryu, Shun e Hyoga recuperarem suas Armaduras!!! ao ouvir a afirmação de Ikki, Hefesto sorri de maneira orgulhosa. Poucos conseguiam entender seu vocabulário complexo.

 

Atena se despede de seu irmão e de seus três Cavaleiros. Enquanto se direcionava para o centro do salão, Jabu faz uma pergunta ao Deus Hefesto; algo que lhe incomodava muito:

 

Senhor... E quanto a nós?... Logo após o fim da última Guerra Santa, nossas Armaduras retornaram a seu estado de repouso. Desde então, nunca mais as vimos... Como poderemos nos proteger?

 

Jovem... Por acaso se lembra do último Santo de Libra, a quem chamavam de “Mestre Ancião”? Ele ficou 243 anos sem vestir sua Armadura, apenas esperando pelo momento certo. Você não a usa há apenas algum tempo, e já está ansioso?

 

Quando for a hora, suas Armaduras certamente estarão com vocês... Será o momento em que finalmente lutarão ao lado de Atena. Agora é sua vez, fiel Cavaleiro de Unicórnio... Lembre-se disso... com estas palavras, Hefesto teletransporta seus visitantes direto para a Grécia.

 

Agora, sua atenção se voltava aos três que sobraram.

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

Novamente, lhes trago um texto complexo e muito explicativo. Por essa razão, a leitura desta nota (praticamente um “glossário”) é de suma importância para o entendimento do capítulo como um todo.

 

 

*Uma de minhas bases informativas para a construção dessa Fanfic é o chamado “Hipermito”. Embora sua canonicidade seja discutível, creio que é uma boa fonte de inspiração. Obviamente, tive que adaptar algumas coisas para construir algo “sólido” a partir de algumas lacunas deixadas pelas descrições da obra;

 

 

*Este capítulo focou-se em um único cenário. A razão para isso vem do meu objetivo de juntar o passado com o presente. Às vezes, isso acaba consumindo muitas linhas para dar certo, mas prometo que as coisas não ficarão “paradas”... a história vai fluir naturalmente;

 

 

*Há algumas mensagens ocultas no texto, mensagens essas que podem ser captadas agora ou mais tarde, dependendo da relação que têm com a história;

 

 

*Como podem ter observado, Hefesto é uma verdadeira “Enciclopédia” quando o assunto é sobre Armaduras. Isso deveria ser o “padrão” do Ferreiro dos Deuses, creio eu...

 

 

Toda a sua linguagem científica é inspirada pela própria série, que mistura ciência com “mágica” – os princípios da alquimia;

 

 

*Sobre sua aparência, idealizei uma divindade não-convencional, mas no sentido de cor da pele, a ausência de cabelo e sobrancelhas e pupilas descoloridas. Segundo a Mitologia, a "feiura" de Hefesto foi um dos motivos para que sua mãe, Hera, o rejeitasse. Aqui, não o vejo como "feio", mas apenas "diferente". Tudo isso seria um resultado da união fracassada de Zeus e Hera, que também seria visto em Éris, uma mulher azul como um cadáver e completamente maluca, e Ares, que ainda não defini totalmente;

 

 

*Segundo o Hipermito, a Guerra contra Ares e seus Berserkers ocorreu em uma época muito remota. Após coletarem certo número de informações ditas como oficiais, fãs latinos chegaram à conclusão de que esta Guerra Santa provavelmente ocorreu entre os anos de 2000 a.C. ou 1000 a.C;

 

 

*O Palácio de Hefesto é inspirado no Ganden Sumtsenling, o monastério Budista Tibetano mais importante do Sudoeste da China;

 

 

* “O Artesão de Cobre” (χαλκεύς) é um dos epítetos/títulos do Deus Hefesto;

 

 

*Sobre toda a questão envolvendo o Rosário de 108 Contas, ambas as versões apresentadas na série original quanto em Lost Canvas não fazem muito sentido. Enquanto em uma, o objeto foi “um presente dos Deuses” que não tinha funções de selamento e apenas servia para demarcar as mortes dos espectros, na outra, é simplesmente um Rosário criado por Asmita de Virgem com base em frutos nascidos no Submundo, capaz de selar a alma dos Espectros e até de Deuses. Como não queria criar uma confusão maior do que a que já existe, juntei as duas descrições, e construí algo mais sólido e literal;

 

 

*Rodas de Oração são peças cilíndricas ou “rolos” giráveis onde são escritos ou esculpidos Mantras que afastam a negatividade e os sentimentos ruins. São muito comuns nas tradições Budistas do Tibet;

 

 

*Estupas são torres ou hemisférios muito presentes nas culturas Budistas do Sudeste da Ásia e do Tibet. Têm vários significados, mas os três principais são: homenagem póstuma a uma pessoa importante (uma espécie de mausoléu), um lugar de meditação representando o Cosmo em si ou as oito etapas da vida de Buda.

 

O Domo presente no topo da Casa de Áries, por exemplo, tem formato similar a uma Estupa;

 

 

A “involução” é o processo oposto à evolução, ou seja, é uma regressão;

 

 

*Nas tradições Hindus e Budistas, Asuras são pessoas, espíritos ou ainda “demônios”, que dependendo de sua forma de agir, podem ser considerados benignos ou malignos. Para os Hindus, os Asuras malignos (Adityas) são os adversários dos benevolentes Devas, enquanto os benignos (Danavas) praticam boas ações e são abençoados. Já para os Budistas, os Asuras são totalmente malignos, ou “corrompidos” por sentimentos de ódio, inveja, orgulho e falsidade.

 

Em ambas as tradições, os Asuras são vistos como seres “inquietos”, às vezes furiosos ou descontrolados. São o oposto da calmaria e do autocontrole;

 

 

O “Trono de Fogo” de Hefesto é inspirado pelas Vimanas, carruagens ou palácios voadores descritos nos épicos em sânscrito;

 

 

*Sobre os Gigas, é necessário que eu esclareça que pego algumas referências de ambos Episódio G e Gigantomaquia, mas não exatamente os enredos. Por exemplo, desconsidero totalmente a ideia destes seres aparecerem durante o Século XX;

 

 

*Quando falo que a “Atena Mitológica” foi a única a conhecer o segredo de Fênix, falo literalmente. Após ela, nenhuma de suas reencarnações lembrou-se disso, e essa memória ficaria “trancada” até o momento em que ela finalmente tivesse a oportunidade de revelar tudo ao primeiro Cavaleiro a vestir a Armadura de Fênix;

 

 

*Só pra complementar, não tirei a ideia de Atena “destrancar” memórias “do nada”. A partir do Episódio 25, quando Saori é revelada como a reencarnação da Deusa Grega, podemos ver que ela claramente foi “possuída” por Atena, tanto que o Cosmo dos Cavaleiros de Bronze reage naturalmente com sua presença, e até seu comportamento muda. Ao longo dos episódios posteriores, ela adquire conhecimento sobre fatos que certamente não possuía antes de sua manifestação como Deusa, o que é uma evidência de que suas memórias ficam encubadas até um determinado “gatilho” ativá-las imediatamente.

 

 

P.S. – Logo estarei trazendo os “Gaidens” dos cinco Cavaleiros de Bronze, onde eles irão encontrar a fonte original de seu poder, passando por momentos importantes da Mitologia de Saint Seiya. Ainda não decidi se seguirão a sequência oficial de capítulos ou se serão lançados de forma “separada” (para não comprometer a fluidez). Poderiam dizer o que vocês preferem?

Editado por Killuminati
Link para o post
Compartilhar em outros sites

Capítulo muito bom.

 

Fiquei meio confuso só com os diálogos/pensamentos, pois as vezes não sabia o autor, mas flui.

As explicações inovaram, acrescentando informações que complementam nosso conhecimento.

A questão do verdadeiro sentido da vida ficou legal.

Gostei da Phoenix ser o protótipo, por razões obvias, Kkkkkk.

 

Muito bom. Ansioso pelo próximo.

Editado por Phoenix no Ankaa
Link para o post
Compartilhar em outros sites
  • 1 mês depois...

Oi pessoal, queria deixar um recado para quem está acompanhando esta Fanfic:

 

Por razões desconhecidas, meu PC simplesmente morreu. Em razão disso, terei que fazer uma pausa no lançamento de novos capítulos, mas em breve, estarei de volta.

 

Moderadores, não coloquem esta Fanfic na lista de inativas, por favor.

Link para o post
Compartilhar em outros sites

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.


×
×
  • Criar Novo...