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Saint Seiya - Atlântida: Contos dos Renegados (Parte 1)


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Eu li e reli várias vezes o mesmo post e nem percebi o erro. uahsuhaushauhsua sorry, é Propos! XD

Quem manda eu botar meu usuário um nome que rima com o do personagem. kkkk.

 

 

Ah! Tenho que me lembrar de por a pronúncia correta (a pronúncia como eu leio na real) dos personagens quando o nome deles começar a complicar. Propus, Onésio, Mona, Menandro é tudo mais fácil, mas espera que vai ter coisa pior.

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PRÓLOGO Um vulto surgiu no horizonte e logo se revelou. Era um homem que caminhava pelas ruas lentamente, trajando um longo manto esbranquiçado, que balançava com o vento e com cada passo dado. O dia

Eu li e reli várias vezes o mesmo post e nem percebi o erro. uahsuhaushauhsua sorry, é Propos!

Como prometido, cá estou para comentar esta excelente fic! Sei que você gosta de comentar capítulo a capítulo nas outras fics, mas eu quando inicio alguma já relativamente avançada, opto por fazer u

Capitulo lido meu caro.

 

Foi muito grande, mas não foi cansativo, a tua narrativa foi excelente. Fiquei impressionado, tenho que admitir.

 

O garotinho é foda, desde da conversa com a mulher ele foi capaz de perceber algumas coisa que muitos nem notariam. Seria Telicinese ou algo assim?

 

Gostei da altoconfiança dele, sempre seguro de si, de alguma maneira ele sabia que seria o escolhido.

 

Quero só ver como vai ser o proximo capitulo, tem cara que vai ser emocionante.

 

forte abraço

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Capitulo lido meu caro.

 

Foi muito grande, mas não foi cansativo, a tua narrativa foi excelente. Fiquei impressionado, tenho que admitir.

 

O garotinho é foda, desde da conversa com a mulher ele foi capaz de perceber algumas coisa que muitos nem notariam. Seria Telicinese ou algo assim?

 

Gostei da altoconfiança dele, sempre seguro de si, de alguma maneira ele sabia que seria o escolhido.

 

Quero só ver como vai ser o proximo capitulo, tem cara que vai ser emocionante.

 

forte abraço

É, meus capítulos são normalmente grandes, talvez para postar eu dê uma quebrada, mas daí só terminarei de postar a fic (tem 60 capiútlos) em 2016. kkk

O Propus, como eu falei ali pro Gustavo, é um dos personagens que mais gostei de fazer. Ele ainda tem muito o que desenvolver ainda da sua personalidade. Podem se preparar, será uma relação provavelmente de amor e ódio.

 

valeu aí pelo apoio e espero que continue gostando

Editado por Nikos
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Dizer que esse capítulo foi bom é chover no molhado, mas mesmo assim tenho que elogiar o elogiável: Parabéns Nikos, mesmo sendo extramente longo - tente encurtar da próxima vez - ele não foi cansativo em nenhum momento, muito pelo contrário, esteve atraente há todo momento.

 

A sua escrita é simplesmente sensacional. Gostei bastante do seu estilo cara, parabéns!

 

Agora vamos aos comentários sobre o enredo do capítulo:

 

Confesso que achava que a moça da venda de frutas teria alguma importância na historia, mas parece que ela serviu apenas para mostrar os poderes de Propos.

 

E por falar nele... Gostei do personagem, é direto e seco. Não imaginava que ele ia ser o escolhido, pra mim ia ser Menandro, que realmente foi o que mais se dedicou. Talvez ele tenha visto algo a mais em Propos, o que fez que fizesse essa escolha. Mas o bom é que você gerou um bom suspense. Parabéns!

 

O Menandro também é um bom personagem... Espero que ele tenha alguma importância na historia.

 

Mona... De cara já curti ela, não só por sua personalidade, mas como também por sua aparência; Creio que ela seja um protagonistas... Estou certo?

 

É isso. Estou bastante empolgado para o próximo capítulo da Fic. Continue assim e parabéns!

Editado por Perseu
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Dizer que esse capítulo foi bom é chover no molhado, mas mesmo assim tenho que elogiar o elogiável: Parabéns Nikos, mesmo sendo extramente longo - tente encurtar da próxima vez - ele não foi cansativo em nenhum momento, muito pelo contrário, esteve atraente há todo momento.

 

A sua escrita é simplesmente sensacional. Gostei bastante do seu estilo cara, parabéns!

 

Agora vamos aos comentários sobre o enredo do capítulo:

 

Confesso que achava que a moça da venda de frutas teria alguma importância na historia, mas parece que ela serviu apenas para mostrar os poderes de Propos.

 

E por falar nele... Gostei do personagem, é direto e seco. Não imaginava que ele ia ser o escolhido, pra mim ia ser Menandro, que realmente foi o que mais se dedicou. Talvez ele tenha visto algo a mais em Propos, o que fez que fizesse essa escolha. Mas o bom é que você gerou um bom suspense. Parabéns!

 

O Menandro também é um bom personagem... Espero que ele tenha alguma importância na historia.

 

Mona... De cara já curti ela, não só por sua personalidade, mas como também por sua aparência; Creio que ela seja um protagonistas... Estou certo?

 

É isso. Estou bastante empolgado para o próximo capítulo da Fic. Continue assim e parabéns!

Que bom que gostaste do capítulo e da escrita! Fico feliz! É bem difícil trabalhar isso! Mas quanto a encurtar, aí vem a parte difícil! A Fanfic já está pronta e os capítulos tem em média esse tamanho mesmo. O que eu posso fazer é repartir os capítulos em dois, só que daí tem que achar outra deixa e, além do mais, transformar 60 capítulos em 120 vai fazer eu acabar de postar ela em mais de dois anos (socorro!). Fora que o enredo daí andará muito mais devagar! Mas é coisa para se pensar mesmo!

 

Isso não vai fazer diferença na história, então posso revelar: não a moça das frutas não aparecerá mais. Aliás, acostumem-se todos com personagens esporádicos que apenas compõem o momento. Ela estava naquela situação e apenas para o Propus ter sua introdução!

 

E sério que outra pessoa ficou no suspense? Nossa! Criou um efeito que eu nem esperava. É que, como eu falei, para quem escreveu, à maioria das coisas é óbvia, tirando as reviravoltas muito intencionais!

 

Quanto ao Menandro, espere e verás! Simplesmente respondo isso! A Mona é diva! Também só dou essa resposta!

 

E obrigado pelos comentários e valeu! Sei que meu capítulo foi bem grande, mas fazer o que? Vou ver ainda o que posso fazer!

 

 

Abração.

 

 

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Capítulo muito, muito bom!

 

De início estranhei o tamanho também devido ao costume, mas apesar de grande, foi muito fluído, Nikos! Fiquei presa do inicio ao fim e me vi torcendo pelo Propus o tempo todo, que tem um carisma impressionante. Amei a habilidade dele de ler pensamentos e criar pequenas ilusões!

 

Achei muito fofa a amizade que ele tem com a Mona, mas acho que com a escolha dele, os dois vão acabar se separando, mas provavelmente se reencontrado mais tarde. Quem sabe Mona não acaba se tornando forte também... Bem, só o tempo dirá rss Já começo a ter teorias!

 

Rapaz, eu senti pena do Menandro rss Mesmo ele sendo convencido, pude ver claramente a cara dele de derrota, decepção, quando Ário disse que quera conversar com Propus. A propósito, eu e Menandro compartilhamos exatamente do mesmo medo, então eu sei bem o que ele sentiu com relação as aranhas XD

 

Parabéns Nikos! Excelente trabalho!

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Capítulo lido.

 

Gostei imenso do capítulo, assim fiquei a começar o teu estilo. Mesmo sendo grande, não achei cansativo, mas fluído, cativante, continuou e sem aquela quebra ou interrupção.

 

Propus cativou-me, além de ser muito direto, polémico, novo, aparentemente para mim (imaturo, talvez pela idade), por isso gostei da sua personalidade e seu desenvolvimento dele, Mona não ficou atrás, gostei dela e seu relacionamento com ele, Menandro também não ficou para trás, alguém como ele tem de fazer frente para Propus (risos).

 

Sei que meu comentário possa ser pequeno, mas tamanho não qualidade, é o modo como gosto e expresso meu comentário.

 

Parabéns, abraços e espero que continuas a postar sempre.

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Capítulo muito, muito bom!

 

De início estranhei o tamanho também devido ao costume, mas apesar de grande, foi muito fluído, Nikos! Fiquei presa do inicio ao fim e me vi torcendo pelo Propus o tempo todo, que tem um carisma impressionante. Amei a habilidade dele de ler pensamentos e criar pequenas ilusões!

 

Achei muito fofa a amizade que ele tem com a Mona, mas acho que com a escolha dele, os dois vão acabar se separando, mas provavelmente se reencontrado mais tarde. Quem sabe Mona não acaba se tornando forte também... Bem, só o tempo dirá rss Já começo a ter teorias!

 

Rapaz, eu senti pena do Menandro rss Mesmo ele sendo convencido, pude ver claramente a cara dele de derrota, decepção, quando Ário disse que quera conversar com Propus. A propósito, eu e Menandro compartilhamos exatamente do mesmo medo, então eu sei bem o que ele sentiu com relação as aranhas XD

 

Parabéns Nikos! Excelente trabalho!

Ola Jeu! Seja bem vinda agora ao âmago da história!

 

Fiquei muito feliz que gostaste do primeiro capítulo e mais ainda que te cativaste pelo Propus! Como já repeti ali em cima, eu simplesmente o adoro como personagem. É alguém que tem que se ter um trabalho delicado (com o tempo talvez essa resposta fique mais clara), mas mesmo assim, o resultado é muito gratificante.

 

A amizade dele com a Mona também é um aspecto interessante, também não direi porque. kkkkk No final da fic eu esclareço tudo o que eu pensei por causa disso.

 

Já o Menandro, sentiste pena? Eu o fiz para ser uma espécie de valentão do colégio mesmo, não imaginava que alguém ficaria com pena dele! Mas que bom que consegui transparecer um sentimento! Cada leitor é um leitor! Fiquei feliz com isso!

 

No mais, obrigado pelo comentário espero-te aqui nos próximos capítulos, quando a história começa de vez (lá pelo quinto engrena)!

 

Abração!

 

 

Nikos, agora você falando isso, posta os capítulos grandes mesmo. É melhor que 120. /evil

 

Capítulo lido.

 

Gostei imenso do capítulo, assim fiquei a começar o teu estilo. Mesmo sendo grande, não achei cansativo, mas fluído, cativante, continuou e sem aquela quebra ou interrupção.

 

Propus cativou-me, além de ser muito direto, polémico, novo, aparentemente para mim (imaturo, talvez pela idade), por isso gostei da sua personalidade e seu desenvolvimento dele, Mona não ficou atrás, gostei dela e seu relacionamento com ele, Menandro também não ficou para trás, alguém como ele tem de fazer frente para Propus (risos).

 

Sei que meu comentário possa ser pequeno, mas tamanho não qualidade, é o modo como gosto e expresso meu comentário.

 

Parabéns, abraços e espero que continuas a postar sempre.

Que bom que fluiu, eu fiquei com medo que o pessoal não gostasse porque era muito grande. Acho que isso assustou um pouco, mas o povo que leu parece que não sentiu tanto o tamanho. Como já falei, será muito difícil partir o capítulo, porque daí demoraria muito para eu terminar de postar a fic! Mas se eu ver que o pessoal está reclamando (podem reclamar mesmo), daí eu dou uma quebrada! Valeu aí! Ah

 

Agora quanto ao teu comentário, fico feliz que tenha gostado dos personagens. Ainda tem muito para rolar com eles e suas personalidades serão muito mais desmembradas. Com o tempo vais saber.

 

Não te preocupas com o tamanho do comentário, heheh, isso não muda em nada, o importante é escrever o que pensa, sejam críticas ou outras coisas!

 

Valeu aí! Espero que continues gostando! Segunda tem o capítulo 2 e hoje mais no fim da noite (tenho que estudar agora) eu faço uma ficha rapidinha de cada personagem (tipo aquelas de Lost Canvas, sem muitas descriçõeS), só para facilitar o povo que for ler o próximo capítulo a lembrar dos personagens.

 

Abração!

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Ficha dos Personagens: Capítulo 1


 

O tamanho excessivo dos capítulos, a facilidade e The Lost Canvas me incentivaram a criar esse quadro aqui na minha Fic. Não é uma sequência de fichas completas propriamente ditas. Mas apenas descrições leves (como as que tem no próprio TLC) para quem ler o capítulo seguinte estar interado sobre a personalidade e nome de cada personagem usado até agora. Não haverá spoillers, só uma retomada das suas descrições. Falo dos mais importantes mesmo. Não descreverei a vendedora de frutas, por exemplo. Agora segue a primeira ficha:

Propus: Garoto dotado de uma grande perspicácia. Sua mente é um mistério para todos que o olham, enquanto a dos outros parece ser um livro aberto para este garoto de seis anos. Sua aparência é como a de qualquer criança, baixo, mirradinho, mas forte e alto para a sua idade. Seus cabelos são castanhos, lisos e correm até o pescoço. Porém, o que mais chama a atenção são os olhos castanhos e profundos, que parecem devorar todos os detalhes à volta. Membro da Palaestra dos Órfãos, se destaca por sua agilidade, sendo um dos mais hábeis da academia. No último treinamento, realizou um espetáculo que impressionou a todos, mas acabou não fazendo o tempo necessário. Apesar disso, foi escolhido por Ário para conversar sobre uma possível ida à Palaestra dele e uma indicação aos jogos olímpicos.

Mona: Garota doce, mas madura para os seus oito anos. Sua aparência se destaca principalmente pelos olhos verdes e pelos seus bem cuidados cabelos encaracolados, que vão até os ombros. Se mostra altamente preocupada com Propus, devido à arrogância do amigo, mas não deixa de admirar esse lado dele, principalmente suas habilidades. Não entende a extrema autoconfiança do rapaz e, por um momento, se impressionou quando ele foi escolhido por Ário. Filha do dono da academia, é sempre acusada de privilegiar Propus nos treinamentos, mas nega até o fim.

Menandro: Rival de Propus e compartilha de um mesmo desvio de personalidade, a arrogância. Tal fato é confirmado pela sua boa aparência, muito próximo de um aprendiz de guerreiro. Se destaca pela altura e pela força, uma das mais admiradas na Palaestra dos Órfãos. Com sempre um brilho de superioridade nos seus olhos castanhos, ele só treme diante das artimanhas de Propus, mas nunca deixa de respondê-lo à altura, não parecendo nunca intimidado. Tem um grande poder de superação, conseguindo fazer a melhor prova de sua vida para mostrar a Ário. Contudo, isso não foi o suficiente para lhe trazer a vitória, tendo que sair derrotado.

Mestre Onésio: Treinador e dono da Palaestra dos Órfãos. É um mestre rigoroso e aparentemente imparcial, mas não deixa de gostar de atiçar as rivalidades dos alunos, justificando que isso é uma maneira de fazê-los crescer, inclusive. Com uma idade um pouco mais avançada para os adultos da época, ele já começava a transparecer alguns sinais de calvície, mas ainda mantinha um punhado de cabelos, que eram encaracolados e castanhos como os de sua filha Mona. Após os treinamentos na presença de Ário, elogiou a perseverança de Menandro e criticou os alunos que trataram o dia de treinamento como mais uma competição e não como uma evolução própria.

Ário: Jovem indicado como membro de uma das Palaestras mais famosas da Grécia, que indica os principais nomes para os Jogos Olímpicos
. Apesar de sua aparência de adolescente e baixa estatura, era dotado de uma estatura muscular respeitável, além de uma grande postura de guerreiro. Seus traços levemente orientais se destacam nos olhos negros e nos cabelos lisos e longos, também escuros, que vão até metade de suas costas. Visitou a Palaestra dos Órfãos afim de procurar um garoto especial, que saiba explodir o universo que existe dentro de cada um. Após o dia de treinamento, apontou Propus como seu indicado, para o espanto geral.

 



Editado por Nikos
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Bom, vou concordar com meus amigos, foi um capítulo realmente muito bom.

 

Também concordo com o Gustavo quando ele diz que se sentiu lendo um livro, pela narrativa, por usar muitas vezes descrições de situações acontecendo, com diálogos e tudo mais, de forma indireta, "contando" ao invés de mostrar... O que é bem vindo quando usado sem excessos, o que foi exatamente o que fez.

 

Também partilho da opinião de que foi meio... Longo... Veja bem, mas isso não é uma crítica, é apenas uma preferência... Mesmo a leitura sendo fluída acabo eu mesmo dividindo a leitura quando ela é mais longa! XD

 

 

A interação e as situações foram bem legais... Ainda não tenho uma opinião formada a respeito do personagens... Eu costumo demorar a fazer isso! Hehehe... Mas a princípio tenho gostado de todos. Mona é fofa e arrasta uma asinha pro Propus. Este é bem esperto e arrogante... Apesar de ter achado um pouco estranho Propus... Ele não parece nem de longe ser um garoto de 6 anos, mas creio eu que seja essa realmente a intenção... /pensa... Mas também gostei de Menandro por que ele foi esforçado e determinado.

 

 

A escolha não chegou a ser surpresa para mim, por um ponto que Ario mesmo disse: "Ele não queria alguém forte e talz... Mas que tivesse o cosmo". E o garoto mostrou ter.

 

 

No mais é isso e fico no aguardo dos próximos!

 

Abraço!

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Opa, que coincidência, acho que comentamos um no capítulo do outro mais ou menos ao mesmo tempo! kkkk

Primeiramente, obrigado pelos comentário e pelo elogio à narrativa. Quanto ao fato de ser longo, como já respondi ali em cima, seria meio difícil eu quebrar os capítulos, porque daí a história demoraria muito para acabar (tem 60 capítulos) e o ritmo não seria tão firme assim. Contudo, uma coisa que eu vi ontem. Esse capítulo 1 teve 19 páginas em folha A5 no Word. Geralmente, meus capítulos tem de 11 a 16, ou seja, os próximos serão um pouquinho menores mesmo! Além do mais, esse capítulo foi mais corrido, outros capítulos terão quebras, daí tem pontos de divisão mais claros! (o próximo por exemplo).

Quanto aos personagens e a Propus, conforme a história vai se desenvolvendo, será possível uma melhor compreensão dos mesmos.

Então, te espero aqui nos próximos! Abração

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CAPÍTULO 2

O murmúrio foi geral. Ninguém entendia como Propus, que havia apresentado um desempenho abaixo do esperado, pudesse ter sido selecionado por Ário para ter uma conversa. Menandro, que tinha se saído melhor em todas as provas, inclusive na de velocidade, na qual o rival era o destaque, não conseguia conter a raiva e a cara de choro. Por outro lado, o garoto escolhido sorria e mantinha a mesma expressão de vitória que teve durante todo o dia. Mona tinha seus olhos verdes brilhando, não contendo a felicidade.

 

 

Temendo uma briga ou algo do tipo, o mestre Onésio sinalizou para que todos se retirassem e fossem se trocar, que Ário precisava ter uma conversa com Propus. Ainda com uma cara fechada, Menandro deixou o local antes que todos, dando passos largos, respirando bem alto. Mona ficou atrás da coluna, observando o amigo, enquanto o restante se retirava.

 

 

Com um ar de autoridade, Ário se aproximou de Propus e passou a obsevar o garoto. O sorriso vitorioso tinha saído do pequeno e ele estava completamente sério, com os olhos mais uma vez acompanhando cada movimento de Ário. Um pouco intimidado, com aquele olhar penetrante, o jovem quis chamar atenção do garoto para iniciar a conversa, porém foi interrompido:

 

 

– Estou lhe observando desde que chegou, mas o senhor não precisa ficar assustado, apenas gosto de avaliar cada detalhe das pessoas.

 

 

– Eu, assustado? – retrucou Ário com uma expressão serena.

 

 

Porém, não parecia totalmente calmo. Engoliu a saliva e ficou um pouco incomodado com aquela interrupção e audácia do garoto. Mas não queria se estender muito e voltou a tomar a palavra para conversar:

 

 

– Escuta… Propus, não é? Eu gostaria de falar contigo sobre essa escolha que eu fiz. Não penses que…

 

 

– Eu sei por que o senhor me escolheu! – interrompeu Propus rispidamente, deixando Ário um pouco irritado. – Ao contrário dos outros alunos, que deram ao máximo de si nos treinamentos, eu nem perdi tanto tempo com isso, porque sabia das suas intenções.

 

 

Ário não falava nada, apenas rangia os dentes, mostrando irritação por dentro com aquele disparo de palavras do garoto que, de alguma forma tinha razão. Propus parecia não ligar e continuava a falar:

 

 

– Eu prestei atenção em cada palavra do seu discurso inicial, inclusive naquela que dizia em explodir um universo interior. Eu sabia que isso não se resumiria a ter um bom desempenho direto nas lutas, nem nas atividades do mestre Onésio. Eu lhe observei a cada segundo e percebi que o senhor achou tudo isso muito desinteressante. Mas não tirou os olhos de mim nas atividades, principalmente na luta.

 

 

– Não ponhas palavras na minha boca nem atitudes que eu não fiz. – resmungou Ário, saindo do sério.

 

 

– O senhor não precisa mentir. Eu prestei atenção e às vezes sinto exatamente aquilo que o senhor falou do universo. Principalmente quando resolvo produzir algumas ilusões. Eu me concentro ao máximo e, como disse, consigo mandar uma parte do meu universo para fora.

 

 

Ao ouvir essas palavras, Ário tirou um pouco de sua expressão irritada do rosto e passou a ouvir atentamente o garoto, que continuava com um olhar penetrante. O jovem visitante estava mais curioso e com um olhar de satisfação, como se o seu objetivo estivesse muito próximo de ser alcançado. Atento a tudo, Propus voltou a soltar a palavra:

 

 

– Eu não caí na sua conversa, muito menos na do mestre Onésio. O senhor não veio para cá ao léu. Veio com um objetivo pré-determinado. Aquela bobagem de discurso inicial, de jogos olímpicos, eu percebi de cara que era mentira. Aliás, vocês mentiram desde que chegaram para não intimidarem os alunos.

 

 

– Acho melhor tu parares com essa acusação e demonstrar um mínimo de respeito. – resmungou Ário, suando e mordendo os lábios. A irritação era algo facilmente notado.

 

 

– Eu sei que o senhor já sabia que eu estava aqui. Já sabia que eu tinha essa capacidade. O que eu fiz, durante todo o exercício, foi tentar abrir a sua mente, para que me percebesse. E, pelo visto, o senhor conseguiu o que queria.. Agora, eu quero dizer que…

 

 

– SILÊNCIO! – gritou Ário, interrompendo a falação de Propus, que não se abalou com o grito. – Tu és um pirralho metido, egocêntrico e que fala mais do que boca. Acima de tudo, um grande canastrão. Queres saber? Estás enganado sobre tudo. Eu pensei que foste a pessoa que eu estava procurando, mas estava errado. Apenas produziste uma faísca que me iludiu, assim como aquelas tuas aranhas. Passar bem!

 

 

Ário se levantou, virou de costas para o garoto, balançou sua capa e foi em direção aos aposentos. Propus permaneceu imóvel, no meio do pátio, voltando a ter uma expressão vitoriosa em seus lábios. Seus olhos continuavam sérios, acompanhando o andar rude de Ário, que se aproximava de Onésio. O mestre rapidamente foi ao encontro do jovem, com uma expressão duvidosa.

 

 

– O que ouve? Como foi a conversa? Que cara é essa? – indagou o mentor, parecendo preocupado.

 

 

– Nada! – resmungou Ário, colocando a mão direita na testa. – Me desculpe senhor. Aquele garoto conseguiu a proeza de me deixar irritado.

 

 

– Propus consegue tirar qualquer um do sério, até a pessoa mais serena. Ele fala mais do que boca, mas é muito inteligente. Afinal, ele é a pessoa que tu estavas procurando?

 

 

– Eu não sei e nem quero saber! – balbuciou Ário, que bufou depois e se retirou de perto de Onésio.

 

 

Mona observou toda a cena e ouviu parte dos gritos de Ário e a conversa ele teve com seu pai. Seu rosto, que outrora estava coberto de alegria, agora demonstrava tristeza, parecendo pouco assustada. Num impulso, ela correu em direção ao pátio e foi em direção de Propus, que continuava a observar Ário de longe com um sorriso fixo no rosto.

 

 

– O que aconteceu, Propus? – perguntou Mona aparentemente em desespero. – Eu achei que era a tua vitória, mas conseguiste estragar tudo. Pelo que ele gritou, tu mais uma vez falaste mais do que precisa. Eu já te disse para parar com essa coisa de… de saber o que o outro está pensando. Podes ter perdido a oportunidade da tua vida sabias?

 

 

Propus dirigiu seu olhar para Mona, parecendo não ligar para o desespero da amiga. Esboçava uma expressão tão confiante que até arrepiava a garota, que não sabia se chorava ou se ficava mais assustada ainda.

 

 

– Tu ainda tens certeza da tua vitória! – comentou Mona erguendo a sobrancelha. Dessa vez era ela que parecia estar lendo a mente de Propus.

 

 

– Ele vai voltar! – afirmou Propus categoricamente, deixando Mona intrigada.

 

 

– Voltar? – retrucou ela indignada. – Mas como assim voltar? Ele saiu cuspindo fogo e dizendo que nunca mais queria te ver, que não queria mais nem saber de nada. Como podes ficar tão confiante assim?

 

 

– Um dia talvez tu entendas que as coisas não são como parecem. – explicou, colocando a mão no queixo. – Ele vai voltar, porque precisa voltar. Isso estava estampado na cara dele. Logo, a raiva passará e ele repensará seus atos. E, antes que perguntes por que eu fiz isso, eu repito. Eu poderia ter aceitado tudo o que ele tinha a dizer, mas isso não bastava para mim. Eu precisava causar uma impressão, deixá-lo de alguma forma intrigado. Eu tenho certeza que isso me beneficiará no futuro.

 

 

– Tens certeza disso?

 

 

– Espera e verás! Agora vamos embora que precisamos comer e descansar. Será uma noite longa e mais um dia que terei que por o Menandro no lugar dele, porque ele virá para cima de mim tentando massagear o ego ferido.

Mona concordou com a cabeça levemente, ainda com uma cara desapontada e descrente. Propus não ligou e a acompanhou até os aposentos. Em seguida, se despediu, foi para um dos vestiários, tomou banho e colocou uma roupa leve. Na hora do jantar, não disse uma palavra a Mona, que continuava chateada. Após a refeição, se dirigiu ao dormitório para descansar, sem falar com ninguém.

 

 

O dia amanheceu quente e logo o mestre Onésio acordou um a um para irem para a primeira refeição. Mona esperou por Propus na mesa, que não apareceu. Mais tarde, viu um figo em cima da cama do amigo e soube que ele tinha saído mais uma vez. Após ver a fruta, balbuciou baixinho resmungando que ele poderia ter irritado mais uma vez aquela vendedora, mas esse pensamento logo deixou sua mente. Sabia que Propus não estava por perto, pois queria evitar brigas e desapontamento.

 

 

A rotina de treinamentos seguiu normalmente. Propus e Menandro tiveram desempenhos semelhantes e empataram na pontuação final do dia. Antes da última refeição, Mona quis se aproximar do amigo para conversarem. Porém, com seu jeito desengonçado e autoritário, Menandro pisou firme e se meteu na frente do garoto.

 

 

– Cadê aquele sorriso de vitória agora? – gabou-se Menandro, fitando Propus com um sorriso sarcástico. – Achaste que tinhas sido escolhido, mas a impressão real que o moço teve de ti foi a definitiva. Tu és uma fraude como eu sempre imaginei. És tão falso quanto aquelas aranhas que não sei como consegues criar.

 

 

Sem parecer abalado, nem mudar qualquer expressão do rosto, Propus olhou firmemente para Menandro e manteve o mesmo sorriso vitorioso. O garoto corpulento resmungou e, mesmo com uma irritação inicial, não se abateu e voltou a provocar:

 

 

– Cara feia não me assusta! Como eu disse, falas mais do que a boca.

 

 

– Menandro, a inveja em ti é tão grande assim? – retrucou Propus, dando uma risadinha depois. – Ficaste irritado que todo o teu magnífico esforço não foi suficiente para que o senhor Ário te escolhesse. Aí, quando viste que ele tinha se irritado comigo, toda essa fúria e inveja se transformaram em alegria e satisfação, já que, se não obtivesses a vitória, ninguém poderia.

 

 

– O que estás querendo insinu…

 

 

– Aproveita enquanto podes, porque logo todo esse sorrisinho do teu rosto será quebrado. É melhor te conformares, senão a tua decepção será tão grande que cairás em depressão.

 

 

– CALA A BOCA!

 

 

Menandro tentou dar um soco em Propus, que simplesmente se desviou e pisou na perna do rival, para que ele caísse no chão e se espatifasse com a cara na areia do pátio. Vários alunos olharam e não conseguiram conter as risadas. Mona viu de longe, preocupada e se aproximou do amigo, levando-o para longe. Menandro olhava a cara superior de Propus e rosnava de irritação.

 

 

Vendo a aflição de Mona, Propus apenas disse uma palavra para acalmá-la e se despediu para irem dormir. A garota, ainda pouco convencida, pegou na mão do amigo e lhe deu um sorriso, sem grandes forças. Em seguida, foi para o aposento descansar. Propus fez o mesmo e se deitou na cama para dormir.

 

 

O sono parecia que não vinha por algum motivo. Algumas horas se passaram e Propus seguia olhando para cima do aposento, tentando manter o máximo de silêncio possível para não acordar os colegas que dormiam no quarto. Era impossível adivinhar os pensamentos do garoto naquele momento, que continuava sério e altamente pensativo.

 

 

Então, um barulho ecoou ao longe. Era difícil identificar o que poderia ser. Era algo bem sutil, mas foi capaz de agitar Propus. Sem fazer nenhum ruído, desceu cautelosamente da cama e deixou o aposento. Foi se movendo com passos lentos pelo pátio, para não ser visto, nem acordar qualquer um. Se fosse pego fora da cama, seria com certeza castigado pelo mestre Onésio.

 

 

Outro som não demorou a ecoar. Era novamente algo bem sutil e que vinha da entrada da Palaestra. Usando toda a agilidade que tinha, escalou as colunas silenciosamente e ficou abaixado no teto da academia. Arrastou-se por cima dele e foi até a parte superior da entrada, onde continuava agachado, tentando ocultar sua presença.

 

 

Lá de cima, avistou dois vultos à frente do hall de entrada da Palaestra. Com a escuridão da noite, não era possível ver seus traços com minúcias, mas aparentemente eram dois jovens altos e corpulentos, trajando roupas semelhantes à que os alunos da academia usavam. Ao lado deles, havia uma tina cheia por algum líquido e algumas tochas cravadas no chão, com uma chama pequena em cada uma delas.

 

 

Tomando muito cuidado, Propus foi a um ponto onde pudesse ter uma visão melhor. Para a sua sorte, os dois vultos não perceberam a movimentação, pois pareciam estar distraídos conversando.

 

 

Propus se ajeitou e sorriu. Agora, numa localização mais próxima, podiam-se ouvir os murmúrios, ainda que com alguma dificuldade.

 

 

– Tens certeza que queres fazer isso? Não achas que estamos indo longe demais? – indagou um dos vultos, revelando ter uma voz desengonçada, característica de quem está chegando à adolescência.

 

 

– Viemos até aqui, estamos arriscando a nossa permanência na academia e a sermos pegos, não vamos desistir agora. – respondeu o outro vulto, que tinha uma voz mais grossa e determinada do que o primeiro.

 

 

– É tão importante assim?

 

 

– É claro que é, seu idiota. O nosso mestre revelou que vai ter uma grande competição infantil na cidade. Será o maior evento que já tivemos e a premiação será extremamente gorda, tanto para o vencedor, quanto para a Palaestra que obtiver o maior desempenho. Nossa academia é mais focada no treinamento juvenil, portanto não temos como ter crianças tão bem dispostas como as outras. Ainda mais essa Palaestra que é exclusiva para os pequeninos.

 

 

– Sim, tens razão!

 

 

– Além disso, eu soube lá na praça que um membro de uma das Palaestras mais importantes da Grécia estava recrutando um desses alunos para treinar para os jogos olímpicos. Imagina se as crianças lá da nossa academia vão ter chance?

 

 

– Eu concordo contigo nesse ponto. Mas será que é mesmo certo fazer isso? Podemos matar muitas crianças e…

 

 

– Não importa! Elas têm que estar preparadas para morrer. Ou acham que serão guerreiros imortais, ou pertencerão à guarda real de um Deus?

 

 

– Bem…

 

 

– Vamos parar de enrolar e agir logo, antes que percebam. O isolamento de som aí deve ser bom, mas não podemos exagerar. Vamos mergulhar as tochas aqui para aumentar a chama delas e acabar logo com isso. Devemos precisar de muito fogo para destruir toda essa academia. E, além disso, temos que averiguar as outras Palaestras da cidade para ver se existem grandes concorrentes infantis. Aquele prêmio será nosso sim. Nossa academia terá armas novas e, quem sabe, até armaduras bem resistentes.

 

 

– Vamos então!

 

 

O indivíduo mais baixo se agachou para pegar uma das tochas, que continuavam todas com uma chama levemente acesa. Porém, antes que ele pudesse mergulhá-la na tina de combustível, um som ecoou forte, parecendo um gemido. Assustado, ele tropeçou para trás, largando a tocha que segurava, deixando-a cair, se espatifar no chão e se apagar com a terra.

 

 

Com um grunhido alto de irritação, o jovem mais alto se aproximou do companheiro e o pegou pela gola, ameaçando-o. O menor tremia ainda pelo susto, respirando alto.

 

 

– Que diabos pensas que estás fazendo? – resmungou o mais alto. – Não conseguiremos incendiar essa edificação com poucas tochas.

 

 

– Eu ouvi…

 

 

– Ouviu o que?

 

 

– Um grito… parecia um gemido!

 

 

– Aquele barulho? Deve ser o eco! Estamos em uma região montanhosa.

 

 

– Podem ser espíritos famintos mandados por Hades, querendo nos castigar pelo que estamos fazendo. Eu sou muito jovem para cair no Reino dos Mortos.

 

 

– Estás delirando, não falas coisa com coisa!

 

 

– É essa escuridão e esse silêncio! Ou talvez um sentimento de culpa.

 

 

– Cala a boca e vamos logo!

 

 

Após a reclamação, o maior se abaixou para apanhar mais uma tocha. Ainda relutante, o outro pegou também e ambos seguiram ordenadamente para a tina de combustível.

 

 

Entretanto, um barulho de gemido ecoou novamente, dessa vez com uma intensidade bem maior. O menor se assustou e num impulso atirou a tocha que segurava no chão, fazendo com que mais uma se apagasse. Pronto para reclamar, o outro foi em direção dele para castigá-lo. Mas, no preciso momento em estava prestes a fazer isso, um vulto avançou rapidamente por dentre as árvores situadas nas laterais do rochedo.

 

 

Os olhos do pequeno se arregalaram, enquanto o maior ficou atento e tentou verificar do que se tratava. Assim, pediu silêncio para o companheiro e avançou dois passos em direção ao local onde avistaram o vulto. Percebendo que nada estava acontecendo, ele simplesmente apanhou um punhal da sua cintura e arremessou em direção a uma árvore.

 

 

Várias folhas caíram com a pressão, mas nada mais foi percebido. Sentindo-se satisfeito, o maior foi apanhar o punhal novamente e voltar ao plano, avisando o companheiro para que fizesse o mesmo.

 

 

No entanto, quando o menor estava pronto para se levantar, avistou um vulto pulando entre as árvores, parecendo uma pessoa. Seu grito só não foi maior do que o desespero. Sem pensar, saltou correndo e acabou tropeçando na tina de combustível, derramando todo o conteúdo pelo chão e por cima de si próprio. O maior, que estava de costas para as árvores, nada vira e estava gritando, explodindo de raiva:

 

 

– O QUE É QUE TU TENS NA CABEÇA?

 

 

– Eu vi outro vulto. Era alguém pulando ali nas árvores. – dizia o menor, com cara de choro.

 

 

– Essas tuas alucinações estão acabando com o meu plano! Espero que ainda consigamos acender as tochas com esse pouco de combustível que ainda resta na tina.

 

 

– Vamos voltar aqui outro dia, por favor! – implorou o menor, se derramando em lágrimas.

 

 

– Não! Eu vou é verificar essas tuas ilusões. Talvez seja alguém dessa academia espionando. Fica de olhos bem abertos e já prepara teu punhal, talvez precisemos dele. Não deve ter ninguém forte o suficiente aqui para combater nós dois. Afinal, só há crianças!

 

 

Sem perder tempo, ele foi em direção novamente à montoeira de árvores, mas dessa vez adentrou no matagal. Voltou segundos depois ao ver que não havia ninguém naquele lugar, apenas pequenos animais que não poderiam fazer barulhos grandes ou gemer daquela maneira. Assim, resmungou para o companheiro que ele estava vendo coisas e que isso deveria ser causado pela tensão daquele momento.

 

 

Logo, foi apanhar mais uma tocha para tentar terminar de vez o serviço. No entanto, um vulto caiu por dentre as árvores e se manifestou no meio dos jovens. Era Propus, que estava com uma expressão fixa, parecendo preocupado. Sem tardar, o garoto se levantou, parecendo ignorar a presença daqueles dois, que ficaram com os olhos arregalados.

 

 

Como um estalo, o jovem menor, com raiva, apanhou seu punhal e o apontou para Propus, que estava estático, sem ações.

 

 

– Eras tu que estavas me assustando, seu pirralho maldito. Agora tu vais ver! – resmungou o jovem medroso, na mesma hora em que atirava o punhal em direção ao garoto.

 

 

Propus não se mexeu, parecia que não estava percebendo a situação. O punhal seguiu num movimento rotatório, mas, para a surpresa e espanto do atirador, atravessou o garoto como ele se fosse um fantasma.

 

 

Uma pequena quantidade de sangue espirrou por detrás do garoto e bateu na bochecha do jovem atirador. Um grito de dor foi emanado logo em seguida. O indivíduo maior havia sido acertado no peito e, pela surpresa do golpe, não teve tempo de se defender. Agora, gemia de dor, que só aumentou após ele ter arrancado o punhal numa tentativa de contê-la.

 

 

Preocupado com o companheiro, o jovem menor foi em direção a ele, se desculpando ao máximo. Porém, não ouviu reclamações. Sem demorar, o rapaz maior tossiu duas vezes e virou a cara, sem vida. Percebendo a situação, o pequeno se debruçou sobre o amigo, caindo-se em lágrimas.

 

 

Contudo, não demorou muito e um estalo atingiu sua mente. Após a dor da preocupação e da perda, o temor voltou a bater a cara. Num impulso, olhou para a figura do garoto na qual o punhal havia atravessado. Seu coração gelou e começou a tremer diante daquela presença.

 

 

– Tu és… um espírito? – indagou, se perdendo nas palavras.

 

 

Num súbito segundo, a imagem de Propus desapareceu no ar, deixando o jovem ainda mais preocupado e assustado. Queria correr, mas as pernas não respondiam mais aos seus comandos. Estava completamente paralisado e não conseguia dizer nenhuma palavra. Seus braços tremiam e seus olhos não paravam de correr de um lado para o outro, tentando achar aquele garoto.

 

 

Outro barulho ecoou e, uma a uma, as tochas foram caindo no chão e se apagando. A escuridão aumentava, crescendo o medo ainda mais no jovem, que não sabia o que fazer, nem esperava o que ia acontecer. Num segundo seguinte, a imagem de Propus surgiu ao seu lado. Segurava outra tocha. O garoto estava com a última chama de iluminação acesa e não demorou a atirá-la no jovem.

 

 

Abarrotado pelo combustível, ele não demorou a ser tomado pelo fogo completamente, enquanto gemia de dor e de agonia. Propus cruzou os braços e se virou daquela cena. Seu rosto não tinha nenhuma expressão de emoção, apenas revelava cansaço, tendo gotas de suor escorrendo pela face.

 

 

Não tardou e, tomado pelo próprio esforço, Propus caiu no chão. Seu corpo fervia como se uma grande quantidade de energia tivesse sido liberada por ele. Transpirava muito e sua respiração estava alta e descontrolada. Contudo, logo o cansaço cessou e ele se levantou normalmente, como se nada tivesse acontecido. Em seguida, escalou silenciosamente até o teto da academia e seguiu em direção aos aposentos.

 

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O sol não demorou a raiar. Logo, todos os membros estavam se agrupando no pátio, para esperarem as refeições. Porém, a tranquilidade se cessou quando um aluno correu em direção ao mestre Onésio, gritando palavras sem sentido. Todos o seguiram para fora da Palaestra, quando observaram as consequências da noite anterior.

 

 

Eram dois corpos. Um pertencia a um jovem alto, com cabelos loiros curtos e uma barba leve. Estava perfurado por um punhal, com sangue escorrendo no chão. O outro era impossível perceber as feições. Estava dentre as folhas, em uma situação física deplorável.

 

 

A expressão assustada e impressionada tomou conta de todos. Uns observavam atentamente com o queixo caído, enquanto os outros se viravam evitando a cena. Mona estava boquiaberta, praticamente paralisada. Os murmurinhos logo começaram e várias hipóteses foram levantadas. Tentando acabar com o tumulto, o mestre Onésio bateu palmas duas vezes para chamar a atenção dos alunos.

 

 

– Olhem para cá! – ordenou ele, estalando os dedos repetidas vezes. – Eu não sei o que aconteceu aqui e por isso é bom nós deixarmos esse lugar. Pelo uniforme, eles parecem ser membros da Palaestra Sul de Apheleia. Mas isso não importa! Essa não é uma cena agradável. Como futuros guerreiros, vocês devem estar acostumados com a morte e não se abalarem. Contudo, creio que isso não precisa ser lançado assim tão diretamente e neste momento. Agora vamos todos e que este assunto se encerre agora.

 

 

O mestre Onésio estalou mais uma vez o dedo e indicou que todos fossem até o refeitório em silêncio. Os murmurinhos foram contidos de início, mas logo voltaram. Na hora da comida, não se falava em outra coisa na mesa. Muitos criavam as mais bizarras situações, sem parecer fazer sentido algum; outros contavam alguma vantagem, dizendo que um dia mataria muitos guerreiros, e ainda tinha aqueles que se recolhiam num canto, parecendo traumatizados com o ocorrido.

 

 

Em um local ao canto, Propus comia tranquilo, como se nada tivesse acontecido. Mona estava ao lado dele, o observando e respirando alto, ainda abatida com aquela cena. Após a refeição, ela o chamou para um canto e perguntou rispidamente:

 

 

– Tu tens alguma a coisa a ver com isso?

 

 

– Não! – respondeu ele secamente.

 

 

– Estás mentindo, eu sei! Eu te conheço muito bem e sei quando estás mentindo para mim. Aquela cena não se fez sozinha. Não há lógica nenhuma. Alguém interviu!

 

 

Propus olhou para a amiga por alguns segundos e, após um pigarreio, explicou:

 

 

– E se fui eu? Estás assustada com a possibilidade de eu ter sangue-frio o suficiente para matar aqueles dois indivíduos?

 

 

– PARA DE LER A MINHA MENTE! – implorou ela, caindo em choro e balançando a cabeça.

 

 

– Eles iriam tacar fogo na Palaestra. Iriam queimar tudo com a gente dentro. Acho difícil que algum aluno sobrevivesse. Eu estava vendo tudo e certamente conseguiria escapar, mas não teria tempo de avisar ninguém. Por isso não tive escolha! E, antes que me perguntes, eles acabaram matando um ao outro, achando que iriam me atacar. Eu não iria conseguir lutar contra eles. Essa foi a única alternativa que eu consegui. Aliás…

 

 

– O quê?

 

 

– Lembra o que o senhor Ário falou? Aquilo sobre sentir o universo dentro de si e pô-lo para fora? Pois então, eu consegui atacá-los produzindo minhas ilusões. Mas, para isso, eu tive que concentrar toda a energia dentro de mim e expandi-la. Depois disso, porém, um cansaço me abateu e meu corpo ficou quente. Eu preciso saber mais sobre isso.

Mona ouviu aquilo com certa curiosidade e engoliu a saliva, parecendo um pouco preocupada. Propus franziu a sombrancelha, fitando a sua amiga penetrantemente.

 

 

– Tu tens que falar com o meu pai! – ordenou Mona, se afastando. – Ele deve saber sobre isso!

 

 

– Eu não posso falar para ele. Se ele souber de todos os detalhes, posso ser expulso da Palaestra.

 

 

– Fala! Tu darás um jeito que eu sei. Senão, podes me esquecer!

 

 

Em seguida, Mona se retirou do local. Propus avistava a amiga de longe. A expressão estampada no rosto do garoto não mudou diante da ameaça, apenas ficou com um olhar pensativo, que continuou assim durante todo o restante do dia, quando as atividades ocorreram normalmente. Mona não acompanhou Propus em nenhuma situação, apenas o observava com uma expressão de reprovação.

 

 

A noite raiou e todos os alunos deixaram o refeitório para ir dormir. Propus, por outro lado, foi até o centro do pátio, onde o mestre Onésio se encontrava. Após um cumprimento recíproco, o garoto ficou alguns segundos observando o mentor e depois começou a falar:

 

 

– Eu fui o causador daquelas duas mortes de hoje de manhã!

 

 

O mestre Onésio arregalou os olhos, ficando boquiaberto. Todavia, antes que pudesse falar qualquer coisa, Propus já voltava a explicar:

 

 

– O senhor sabe como eu fiz isso e é sobre essa maneira que eu vim falar com o senhor. Ah! Não me culpe antes de saber a verdade. Eu causei a morte dos dois, pois eles estavam prontos para incendiar tudo por aqui. Eu não tinha como avisar e… bem, o senhor já está convencido disso e nem é essa a questão principal.

 

 

– O que estás dizendo?

 

 

– Eu tenho um universo dentro de mim e quero saber tudo sobre ele. Eu entendi cada palavra do que o senhor Ário discursou, porque sentia exatamente aquilo. Porém, ontem essa situação aconteceu de forma extrema e eu quero saber como. Não tentes mentir para mim, pois eu sei que o senhor também sabia do que ele falava.

 

 

– Propus, vai descansar! – ordenou Onésio com uma voz serena e calma. – Estás abatido com tudo isso e acho que até imaginaste todas essas coisas. Aqueles dois são de academias rivais à nossa e acabaram acidentalmente se acertando. Não deixes que a imaginação tome conta de ti. Agora vai dormir, é uma ordem!

 

 

Propus arregalou a sobrancelha como se não acreditasse em uma única palavra do mentor. Porém, obedeceu e foi em direção ao aposento. O mestre Onésio observou de longe e, no momento em que o aluno adentrou no seu dormitório, ele fechou a cara, fazendo uma expressão séria e de preocupação. Em seguida, correu em direção a um dos aposentos, no canto da Palaestra.

 

 

Não tardou e o mestre logo voltou para o pátio. Não escondia um sorriso no rosto, que denotava certa satisfação. Em seguida, olhou em cada dormitório para ver se todos os alunos estavam dormindo. Confirmada a situação, ele foi em direção ao próprio aposento e entrou tranquilamente.

 

 

Entretanto, quando botou os pés para dentro do cômodo, duas lanças foram em direção a ele, ficando a poucos palmos do pescoço. Elas pertenciam a dois homens corpulentos e vestidos com roupas de combate. O suor preencheu o seu rosto. Sentia o coração aumentando o ritmo a cada segundo. A tensão aumentou ainda mais quando um terceiro indivíduo, vestido com um longo manto, se aproximou e avisou em voz alta:

 

 

– Sou Faizel, um dos sete comandantes de Atlântida. O senhor será punido agora por traição e está Palaestra será condenada à destruição.

 

Editado por Nikos
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Excelente capítulo! Narrativa excelente e MUITO boa. As descrições ficam no ponto exato, sem ser cansativo, ou muito simples. Algo raro.

 

Ok, eu digo que Propos é um garoto muito do irritante. hahaha Mas ao mesmo tempo eu gosto dele. Eu crente achando que ele ia se comportar com Ário, mas ele consegue ser travesso até com ele. Acho que é um dos personagens mais carismáticos que eu conheço nessa aba até aqui. Tá fazendo um trabalho excelente com ele.

 

A cena da morte dos dois rapazes que queriam incendiar a academia foi com absoluta certeza o ponto alto do capítulo. Ali, tudo me agradou e esteve na medida certa. Os personagens envolvidos, a qualidade narrativa, as descrições, as personalidades bem destoantes e complementares dos dois e a atuação de Propos que foi esplêndida.

 

Por fim, o final ficou um pouco confuso. Quem foi emboscado ali? O líder da academia ou Propos? E eu estou curtindo os rumos que essa história está tomando. Embora não tenha a pegada Saint Seiya ainda, confesso que estou curtindo bastante e estou ansioso pela continuação.

 

Ah, aproveitando o ensejo:

 

 

Os protagonistas serão Cavaleiros? Porque a impressão que está é que a fic vai seguir uma toada diferente, com os personagens principais como Marinas e o lado "mal" sendo o dos Cavaleiros.

 

 

Abraços e parabéns pelo excelente capítulo!

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Propos é irritante, ele deixou Ário estressado rapidamente, assim como fez no capítulo passado com a mulher da venda de frutas. De qualquer forma estou gostando bastante do personagem. Parabéns!

 

Pelas falas dele acho que ele perdeu em todas as provas para Menandro de proposito, por saber o que Ário queria. Se puder me explicar isso...

 

O final ficou um pouco confuso. Não consegui distinguir quem foi atacado. Foi o líder da academia ou Propos? Acho que foi o líder pela fala do marina no final do capítulo.

 

E enfim surge um guerreiro de Poseidon, parece que agora a historia vai começar a engrenar... A fala do comandante de Poseidon me deixou intrigado, afinal o que o líder fez de tão grave?

 

Os garotos que foram derrotados por Propos humanizaram ainda mais a fic, mostrando a rivalidade que á entre as academias. Isso de certa foma me lembra um pouco Karete Kid, mesmo que seja de forma indireta. Novamente Propos faz uma apresentação boa, reforçando ainda mais o que pensava sobre ele: O personagem é extremamente poderoso comparado com seus companheiros. Agora resta saber se ele vai se tornar um cavaleiro ou um marina...

 

É isso. Parabéns pelo excelente capítulo. Sua narrativa é muitoooooooo boa cara.

 

Até mais!

Editado por Perseu
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Excelente capítulo! Narrativa excelente e MUITO boa. As descrições ficam no ponto exato, sem ser cansativo, ou muito simples. Algo raro.

 

Ok, eu digo que Propos é um garoto muito do irritante. hahaha Mas ao mesmo tempo eu gosto dele. Eu crente achando que ele ia se comportar com Ário, mas ele consegue ser travesso até com ele. Acho que é um dos personagens mais carismáticos que eu conheço nessa aba até aqui. Tá fazendo um trabalho excelente com ele.

 

A cena da morte dos dois rapazes que queriam incendiar a academia foi com absoluta certeza o ponto alto do capítulo. Ali, tudo me agradou e esteve na medida certa. Os personagens envolvidos, a qualidade narrativa, as descrições, as personalidades bem destoantes e complementares dos dois e a atuação de Propos que foi esplêndida.

 

Por fim, o final ficou um pouco confuso. Quem foi emboscado ali? O líder da academia ou Propos? E eu estou curtindo os rumos que essa história está tomando. Embora não tenha a pegada Saint Seiya ainda, confesso que estou curtindo bastante e estou ansioso pela continuação.

 

Ah, aproveitando o ensejo:

 

 

Os protagonistas serão Cavaleiros? Porque a impressão que está é que a fic vai seguir uma toada diferente, com os personagens principais como Marinas e o lado "mal" sendo o dos Cavaleiros.

 

 

Abraços e parabéns pelo excelente capítulo!

 

Que bom que estás gostando da narrativa. Vejo que estás acompanhando bem, mesmo a fic sendo um pouco longa.

 

Quanto ao Propus. Sim, ele é extremamente irritante, mas mesmo assim ele é um personagem espetacular e de longe o meu favorito em todas as minhas fics. No final eu explico por quê. E é bom que estás compartilhando da mesma opinião que eu, sobre ele ser um grande personagem. Fico orgulhoso é sério! Dá trabalho criar um assim! Quanto ao que ele falou do Ário, ele justificou bem depois porque ele fez aquilo. A linha de raciocínio dele é bem mais complexa do que se pode imaginar. Mas vamos lá, ele ainda será bem desenvolvido.

 

Indo ao ponto ápice do capítulo que comentaste foi mais para demonstrar a rivalidade existente e para dar um up também na personalidade de Propus. Veja bem, ele matou a sangue-frio e agiu como se não tivesse feito nada depois. Aliás, esse conto inicial é um dos mais importantes para a trama, um dia vocês vão entender por que também, por isso leiam com bastante atenção. kkkk

 

Falando no final, eu dei uma ajustada agora. Foi o mestre Onésio mesmo que foi emboscado! Por que será?

 

E na pegada de Saint Seiya, a partir de segunda, tua espera acabará, porque ficarás saturado até a morte com SS.

 

 

Será focada nos cavaleiros, como diz o título: contos dos RENEGADOS! Mal se eu criei uma espectativa no prólogo

 

 

 

Propos é irritante, ele deixou Ário estressado rapidamente, assim como fez no capítulo passado com a mulher da venda de frutas. De qualquer forma estou gostando bastante do personagem. Parabéns!

 

Pelas falas dele acho que ele perdeu em todas as provas para Menandro de proposito, por saber o que Ário queria. Se puder me explicar isso...

 

O final ficou um pouco confuso. Não consegui distinguir quem foi atacado. Foi o líder da academia ou Propos? Acho que foi o líder pela fala do marina no final do capítulo.

 

E enfim surge um guerreiro de Poseidon, parece que agora a historia vai começar a engrenar... A fala do comandante de Poseidon me deixou intrigado, afinal o que o líder fez de tão grave?

 

Os garotos que foram derrotados por Propos humanizaram ainda mais a fic, mostrando a rivalidade que á entre as academias. Isso de certa foma me lembra um pouco Karete Kid, mesmo que seja de forma indireta. Novamente Propos faz uma apresentação boa, reforçando ainda mais o que pensava sobre ele: O personagem é extremamente poderoso comparado com seus companheiros. Agora resta saber se ele vai se tornar um cavaleiro ou um marina...

 

É isso. Parabéns pelo excelente capítulo. Sua narrativa é muitoooooooo boa cara.

 

Até mais!

 

 

Sim, como eu já falei ali, o Propus é absurdamente irritante, mas tudo isso tem uma explicação, como ele já deu. Mas como é irritante alguém advinhar tudo o que tu estás pensando e usar isso de maneira completamente debochada? Ninguém se aguenta. E que bom que gostaste do personagem também, vejo que está sendo consenso geral.

 

A mente do Propus é um mistério, não dá de saber se ele perdeu de propósito, não consigo advinhá-la (kkkk). O que dá de dizer é que o que ele fez foi o suficente para conseguir o que ele queria, já que o Ário realmente foi falar com ele.

 

Quanto ao final, respondi ali! Foi o Mestre Onésio, dei uma ajustada! Mal pela confusão. Quando a gente escreve, a gente já sabe o que está acontecendo e tudo fica às claras. Mas é bom ter cuidado porque quem lê não pensa exatamente assim.

 

Sim, apareceu um comandante de Atlântida. E é mesmo, o que será que ele fez de tão grave?

 

Humanizaram e mostraram também o mundo que Atena defende não é mesmo? Querendo ou não, isso acontece em vários lugares do mundo! A fé que ela tem na humanidade é tanta assim, mas que fé é essa? Por isso que eu defendo que Atena apenas é mais uma que está jogando e esses ideais são só pano de fundo.

 

Falando no Propus, que falaste da apresentação. Agora é ver a sequência da história para ver o seu destino. Será que só tem essas opções?

 

E valeu pelos elogios! Que bom que estão gostando da narração!

 

E por fim... mal por eu estar ausente nos últimos dois dias. Domingo fui ver o meu Figueira ser campeão e hoje fique em função de um exame e de um trabalho da facu. No mais abração e na sequência volto aos poucos a avançar nas fics da galera.

 

Falou

 

 

P.S aos dois! É PropUs, kkkk

Editado por Nikos
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Capítulo lido.

 

A narrativa está ao nível da anterior e também suas descrições.

 

Não esperava que Propus fizesse isso, embora já tenha apercebido que seria escolhido.

 

A tentativa de incêndio e infanticídio foi evitada por uma decisão dura para uma criança de seis anos, o final do capítulo deixou um gostinho de crer mais e quero mesmo.

 

Abraços e até à próxima.

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Capítulo lido.

 

A narrativa está ao nível da anterior e também suas descrições.

 

Não esperava que Propus fizesse isso, embora já tenha apercebido que seria escolhido.

 

A tentativa de incêndio e infanticídio foi evitada por uma decisão dura para uma criança de seis anos, o final do capítulo deixou um gostinho de crer mais e quero mesmo.

 

Abraços e até à próxima.

Ótimo que consegui manter o mesmo ritmo da narração que gostaste. Quanto à atitude do Propus (aleluia alguém escreveu certo, kkk), sim, talvez tenha sido meio inesperado, mas ele próprio explicou em seguida por que fez aquilo.

 

Segunda-feira tem mais! Valeu!

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É realmente bem diferente do que eu esperava. E para melhor.

 

Gostei sobremaneira da narrativa. Como já disseram e endosso, tem um excelente estilo e sabe dosar bem os meandros de ser mais denso e serenos dependendo da situação exigida... E isso demonstra talento.

 

Também acabei inclinado a gostar de Propus. Apesar da estranheza do nome, o personagem é rico e suas cenas imbuídas de uma verossimilhança forte... Principalmente, como citou Perseu, para com os derrotados.

 

Parabéns... E desculpe o comentário sucinto. Tempo curto, mas tive que comentar e prestigiar.

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É realmente bem diferente do que eu esperava. E para melhor.

 

Gostei sobremaneira da narrativa. Como já disseram e endosso, tem um excelente estilo e sabe dosar bem os meandros de ser mais denso e serenos dependendo da situação exigida... E isso demonstra talento.

 

Também acabei inclinado a gostar de Propus. Apesar da estranheza do nome, o personagem é rico e suas cenas imbuídas de uma verossimilhança forte... Principalmente, como citou Perseu, para com os derrotados.

 

Parabéns... E desculpe o comentário sucinto. Tempo curto, mas tive que comentar e prestigiar.

 

Opa, que bom que gostasse e melhor ainda que foi diferente do que esperavas.

 

Bem, quanto ao Propus, verás ainda muita coisa rolar (ou não) sobre ele. Espere e verás!

 

Abração e obrigado pelos comentários

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Ficha dos Personagens: Capítulo 2


 

Seguindo o que eu já tinha estabelecido, vou por um resumo de cada personagem e dando uma deixa do que ele já tinha feito no capítulo anterior. Pode parecer um pouco repetitivo, mas é uma boa maneira de se lembrar dos personagens antes de lerem o próximo episódio. Agora lá vai:


Propus: Garoto novo, mas aparentemente avançado para a sua idade. Tem uma perspicácia que impressiona a todos, parecendo ler os pensamentos dos outros, deixando qualquer um que fala com ele irritado ou temeroso. Não parece se importar com isso, pelo contrário, como ele mesmo diz, age assim justamente para demonstrar a sua imponência. Tem uma aparência comum, mas alto e forte para os seis anos que possui, com olhos castanhos e cabelos da mesma cor. Estes tem um aspecto liso e vão até o pescoço. Frio, parece calcular todas as suas atitudes. Foi escolhido para conversar com Ário, dito membro de uma das Palaestras mais importantes, mas sua arrogância e pertinência acabou afastando o jovem. Mestre das ilusões, usou suas artimanhas e liquidou com dois invasores que pretendiam incendiar a Palaestra, causando um tumulto geral no local.

 

Mona: Sua doçura só não é menor do que sua personalidade forte. Temerosa por Propus, acha que a arrogância do garoto sempre lhe será prejudicial, apesar de achar o jeito dele extremamente atraente. Tem olhos verdes e cavelos encaracolados, indo até os ombros. Irritou-se com Propus quando ele destratou Ário, deixando de falar com ele por um tempo. Percebeu rapidamente que foi o amigo que causou as mortes e o obrigou a falar com seu pai, o dono da Palaestra, sobre o ocorrido.

Menandro: A arrogância é marca nesse garoto corpulento de olhos castanhos. É forte, ágil e ábil, sempre se vangloriando de seu sucesso na palaestra. Tem um medo incrível de aranhas, mas é um dos únicos que consegue peitar Propus. Quando viu seu rival ser escolhido por Ário, seu mundo desabou. Tal desilusão, no entanto, se converteu em uma satisfação quando o jovem visitante saiu bufando dizendo que jamais queria ver o pequeno escolhido outra vez.

Mestre Onésio: Pai de Mona e dono da Palaestra dos órfãos. Mestre aparentemente imparcial, sabe lidar com as situações com certa racionalidade. Mesmo diante das mortes dos rapazes que ocorreram em suas escolas, pareceu agir naturalmente para que os alunos não se traumatizassem. Foi surpreendido com a confissão de Propus sobre os assassinatos, mas agiu como se tudo não pasasse de ilusão. Depois que se retirou, voltou aos aposentos e acabou sendo atacado por um comandante de Atlântida.

Ário: Jovem visitante indicado como membro de uma das Palaestras mais famosas da Grécia, que seleciona os principais nomes para os Jogos Olímpicos
. Musculoso, tem cabelos negros, lisos e grossos até metade das suas costas, não escondendo traços orientais. Surpreendido com o desempenho de Propus, resolveu falar com o garoto sobre uma possível escolha, mas saiu resmungando arrependido após a sua demonstração de arrogância.

 

Faizel: Um dos sete comandantes de Atlântida, invadiu a Palaestra dos Órfãos acusando o Mestre Onésio de traição.



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CAPÍTULO 3

O pânico tomou conta do mestre Onésio, que suava sem parar. Os seus olhos piscavam mais vezes do que o normal e sua respiração estava mais forte do que o de costume, podendo perceber de longe o seu acelerado batimento cardíaco. O dito comandante de Atlântida parecia perceber a situação mental do senhor de meia-idade e o fitava de maneira imperativa, como se quisesse pressioná-lo a dizer alguma coisa. Apenas esperando ordens, os dois guardas permaneciam com as lanças apontadas para o seu pescoço.

 

 

A verdade daquelas palavras estavam estampadas no manto do atlante, quando era possível perceber um brasão prateado com um tridente grafado em relevo preso no manto que trajava. Era um homem jovem, com um rosto bonito, mas com a pele um pouco enrugada. Seus cabelos negros eram crespos, grossos e iam até metade das costas. Os olhos negros e altamente imperativos lhe davam uma posição de imponência.

 

 

Ao fazer uma análise rápida do invasor, o mestre Onésio teve a certeza da situação complicada em que se encontrava. Porém, engoliu a saliva e, subitamente, mudou completamente o olhar e a atitude. Não tremia mais, nem respirava forte, apesar de algum suor ainda cair do seu rosto. Tentava manter a compostura e um olhar de autoridade equivalente ao do comandante atlante.

 

 

Assim, num gesto rápido, confirmou um interesse na conversa e que iria prestar algum esclarecimento. Satisfeito, Faizel ordenou para que os dois soldados corpulentos abaixassem as lanças. Mais confortável, Onésio observou os guardas e percebeu que as lanças eram tridentes de ferro e extremamente pontiagudos. Qualquer atitude poderia tê-lo conduzido a uma morte rápida.

 

 

Logo, ignorou a presença de ambos e passou a olhar diretamente para Faizel, que, com uma expressão autoritária, demonstrava impaciência, mas, ao mesmo tempo, um certo respeito por aquele senhor de meia-idade.

 

 

– O senhor disse ser… de Atlântida? – indagou o mestre Onésio, impondo uma tonalidade curiosa.

 

 

– Foi exatamente o que o senhor ouviu, vamos parar com as retóricas e ir direto ao que interessa. – respondeu Faizel, rispidamente.

 

 

– Atlântida… – balbuciou Onésio num ar pensativo, ignorando a clara impaciência de Faizel. – Dizem que, em algum lugar do grande mar, há uma ilha magnífica. Lá, há uma utopia estabelecida, onde uma civilização avançada a habita. Não há fome, guerra, pobreza, mentiras, ódio ou qualquer outro sentimento mesquinho. Um lugar praticamente sagrado, escolhido pelos deuses. Dizem também que essa cidade consegue vigiar e comandar o mundo atual quase que em segredo, castigando os rebeldes. Essa é a lenda de Atlântida. Então tudo isso é verdade?

 

 

Faizel sorriu e balançou a cabeça, confirmando a situação. O mestre Onésio esboçou um rosto de contentamento, tentando esconder um pouco a preocupação. Todavia, logo o comandante atlante retomou a palavra:

 

 

– Já que já sabes do que se trata, vamos ao que interessa! – explicou, circundando o mestre da Palaestra. – Atlântida é uma utopia criada pelo senhor Poseidon, o Deus dos Mares. A cidade é o símbolo da vitória do Imperador sobre sua rival Atena na última guerra santa contra ela, há mais de mil anos, quando ele devastou grande parte da humanidade. Contudo, a maldita Deusa da Sabedoria conseguiu salvar alguns cidadãos que voltaram a fundar várias cidades pelo continente e se espalharam como praga. Já conseguindo fundar a utopia, em Atlântida, nosso senhor resolveu relevar toda a situação, quando descobriu que Atena havia salvo vários humanos. Ele quis evitar uma chacina novamente. Assim, graças a sua imensa piedade e generosidade, ele deixou todos vocês vivos para fazerem o que bem entenderem. Porém, a única coisa que ele não perdoa, nem nunca perdoará é a traição. Isso só tem uma pena… a morte!

 

 

Prestando atenção em cada palavra, o mestre Onésio voltou a suar mais que o normal, mas se continha para não esboçar nenhuma preocupação. Queria se manter na mesma imponência e autoridade que o comandante atlante e, para isso, não poderia demonstrar medo, nem aflição. Assim, logo questionou secamente:

 

 

– O senhor disse que eu estou sendo acusado de traição, mas, afinal, que traição é esta?

 

 

– Dada as circunstâncias com que o senhor estava quando eu cheguei aqui, acho que sabe exatamente do que se trata. – zombou Faizel, com um sorriso no rosto.

 

 

– Que tal parar de usar charadas e ir direto ao assunto?

 

 

A pergunta parecia ter irritado Faizel ao extremo, que mordeu os lábios e avançou diretamente para cima de Onésio, segurando o pescoço do velho e o olhando diretamente nos olhos.

 

 

– Isso não é jeito de falar com seus superiores! – resmungou o atlante. – Eu sou um membro de Atlântida, a utopia de Poseidon, e o senhor é apenas um pobre coitado que nasceu sob a luz de uma pequena cidade que só existe graças à generosidade de nosso Imperador. Então, agradeça que eu ainda não cortei sua cabeça, porque quero evitar uma chacina maior. Seria muito fácil para mim destruir todo este local e assim conseguir meus objetivos. Contudo, isso seria algo baixo e isso não está à altura dos atlantes.

 

 

– Sendo assim, por favor, diga logo a que veio e que traição é essa que o senhor tanto fala. – respondeu Onésio, com a voz um pouco falha, estando agoniado com a agressão do atlante.

 

 

Supondo que o homem realmente não sabia de nada, Faizel o largou no chão, limpou o próprio manto e começou a andar de um lado para o outro. Logo, recomeçou a falar:

 

 

– Como eu falei, o Imperador Poseidon venceu a última guerra contra Atena. Porém, ela insiste várias vezes, em vão, em derrubar tudo o que nosso senhor construiu com tanta dedicação. Para isso, ela conta com um exército de guerreiros que são abençoados por uma constelação do céu, eles são chamados os Cavaleiros do Zodíaco.

 

 

Com um olhar de surpresa, Onésio o fitou e o interrompeu:

 

 

– Isso tudo parece fantasioso de mais! Aonde o senhor quer chegar com tudo isso?

 

 

– Vou direto ao assunto! – resmungou o atlante, um pouco irritado. – Ignorando todo o seu ceticismo que talvez não esteja me convencendo tanto, eu irei afirmar. Me diga qual é o protótipo de cavaleiro que o senhor esconde aqui. Se fizer isso, toda a sua Palaetra e o senhor serão poupados do castigo letal.

 

 

– Protótipo de cavaleiro? Do que o senhor está falando. E por que acha que tem um desses aqui?

 

 

– As profecias indicam! Uma das doze constelações principais do sol brilhou mais forte aqui nas últimas noites. Isso quer dizer que ocorreram as primeiras manifestações do cosmo de um futuro cavaleiro de ouro. Precisamos acabar logo com todos eles antes que causem problemas à Atlântida.

 

 

– Então o senhor vem aqui, me faz acusações e tudo isso por puro medo de um guerreiro?

Faizel apertou os dedos, tentando controlar a raiva. Onésio mantinha cada vez mais a compostura, escondendo completamente todo aquele nervosismo e tensão inicial. Agora parecia que era o mestre da Palaestra que estava tendo o controle da conversa.

 

 

– É melhor o senhor parar de falar assim! – explicou Faizel, segurando a raiva. – Cavaleiros significam inimigos, que significam guerra, que significa mortes. O Imperador Poseidon não deseja isso. Portanto, quer acabar logo com esses seres antes que se tornem o perigo que podem ser.

 

 

– Entendo! – concordou Onésio em um tom de ironia. – Então o que o senhor quer que eu faça? Que pergunte a cada um dos meus alunos se são cavaleiros?

 

 

– CHEGA DE GRACINHAS! – gritou Faizel, socando uma mesa de pedra e a quebrando em duas após o ato.

 

 

Ao observar tudo, Onésio respirou fundo e dessa vez não conseguiu esconder totalmente o temor. O comandante, revoltado, se aproximou dele, enfiando-lhe o dedo na cara.

 

 

– Apenas me diga uma coisa. – ordenou. – O senhor por acaso viu alguma situação estranha nos últimos dias ou uma manifestação de algo extraordinário por parte de alguém dessa Palaestra?

 

 

– Situação estranha está acontecendo agora. De resto, vivemos dias normais como todos os outros. Nada acontece nessa cidade pacata, muito menos nessa Palaestra de órfãos.

 

 

– Compreendo! – afirmou Faizel. – Então não terei escolha, capturarei todos os alunos dessa Palaestra e os eliminarei um por um. A menos que o senhor me diga alguma coisa que pode estar ocultando.

 

 

O mestre Onésio engoliu a saliva e começou a suar novamente. O nervosismo estava cada vez mais aparente e Faizel parecia estar percebendo tudo isso. Entretanto, o velho manteve a compostura e respondeu rapidamente:

 

 

– Não sei de nada! E por que o senhor eliminará todos os alunos, isso não seria “uma atitude abaixo de um atlante”? – zombou Onésio, imitando a voz do comandante. – Vocês não são tão superiores a ponto de crer numa utopia?

 

 

– Talvez sim! Mas do jeito que o senhor se mantém calado, não tenho outra escolha. Matarei alguns para salvar milhares. Os fins justificam os meios. Aliás, como eu disse antes, vocês todos ainda estão vivos graças à generosidade do Imperador Poseidon. Se ele se sentir à vontade, pode acabar com a vida de qualquer um.

 

 

– ESPERE! – suplicou o mestre Onésio.

 

 

– Vai abrir a boca, então? – indagou Faizel, com um sorriso estampado no rosto.

 

 

– Não há o que falar!

 

 

– Que pena! GUARDAS! REVIREM A PALAESTRA E ME TRAGAM ALGO IMPORTANTE!

 

 

A ordem mal foi dada e os dois guardas deixaram o aposento que pertencia ao mestre. Faizel os acompanhou até a entrada. Logo, vários guardas entraram na academia e começaram a se reunir no centro do pátio, à espera de um comando. O mestre Onésio suava muito e tal expressão agradava ao comandante marina.

 

 

Não tardou e um guarda voltou para Faizel. Carregava uma menina pelos braços que chorava, fazendo esforço para se soltar das mãos daquele homem corpulento. Ao perceber a presença de Mona, Onésio deu um grito largo que fez Faizel sorrir mais ainda. Ao perceber a situação, o comandante estalou os dedos e dois outros guardas mais uma vez apontaram a lança para o mestre da academia.

 

 

– PAPAI! – lamentava Mona, aos berros.

 

 

– LARGUEM ELA SEUS MALDITOS! – resmungava Onésio, agora aparentemente muito irritado.

Faizel bateu a palma duas vezes, como se estivesse se divertindo com a situação. Logo, se aproximou de Onésio e sussurrou no seu ouvido:

 

 

– Então ela é sua filha? Seria terrível que algo acontecesse com ela. Sua queridinha ficará intacta se o senhor me disser onde está o protótipo de cavaleiro.

 

 

– Eu ainda não sei o que o senhor está falando! – retrucou o mestre, nervoso.

 

 

– Está certo! GUARDAS! – berrou Faizel, se afastando.

 

 

Ao ouvir a ordem, um dos guardas ergueu o tridente e cortou parte do cabelo de Mona. Ao ver essa cena, o mestre Onésio agarrou rapidamente as duas lanças dos soldados que o ameaçavam e as partiu em duas, golpeando-os em seguida. Logo, partiu para cima do homem que ameaçava a sua filha e cabeceou o estômago dele, antes que ele pudesse tomar qualquer reação. Mona sorriu com a liberdade e o abraçou fortemente.

 

 

– Papai! – choramingava ela.

 

 

– Tudo vai ficar bem agora e…

 

 

Tudo pareceu desaparecer para Mona naquele instante. A voz do seu pai havia sido interrompida rapidamente e os olhos dele ficaram vidrados. Em seguida, caiu no chão, sem vida, com uma uma marca forte de queimadura nas costas, que indicava que algo o havia golpeado por trás.

 

 

A garota entrou em desespero total com aquela situação, não conseguindo gritar nem fazer mais nada. As lágrimas não saíam, nem a voz. O único som que ouvia era as risadas de Faizel que rapidamente pegou uma espécie de casco brilhante, desaparecendo logo em seguida.

 

 

Ignorando o desespero da garota, Faizel deu um ultimato aos guardas para que trouxessem todas as crianças ao pátio, que ele iria começar a procurar o aspirante a cavaleiro e eliminá-lo. Sem demorar, cada soldado obedeceu a ordem, indo de aposento em aposento para recolher os alunos.

 

 

Os gritos ocorreram a cada vez que um soldado entrava nos aposentos. Os alunos assustados tentavam se esconder, mas eram todos capturados e levados até o centro da academia. Não tardou e logo todos os quartos foram esvaziados e havia um bando de crianças amontoadas, a maioria em desespero.

 

 

Satisfeito com a eficiência dos guardas, Faizel os ordenou para que ficassem em uma fileira horizontal, paralela ao amontoado de alunos. Logo, segurou Mona pelo colarinho e a arrastou para a frente da multidão. O sorriso no rosto do comandante havia sumido, aparentando um ar de seriedade.

 

 

Mona observou todo o amontoado e sentiu o coração bater mais forte. Propus não estava lá. Antes que ela pudesse olhar para todas as direções à procura do amigo, ouviu Faizel tomar a palavra, exigindo a atenção de todos:

 

 

– Boa noite! Eu estou aqui por um motivo nada agradável. Sou um comandante de Atlântida, uma cidade utópica que controla todas as outras desse planeta. Infelizmente, um membro desta Palaestra se torna claramente ameaçador a tudo o que construímos. Portanto, estamos aqui somente para caçá-lo e suas vidas poderão voltar ao normal. Se eu não encontrá-lo, creio que o destino de todos esteja traçado. Assim, alguém poderia me dizer se há um aluno estranho por aqui?

 

 

Todos ficaram quietos por causa da supresa. No meio do bando, Menandro pensou em apontar Propus. Porém, não encontrou o rival em lugar nenhum. Quis falar sobre isso, mas uma pontada na consciência o mandou ficar calado por um momento, decidindo esperar que a situação se resolvesse.

 

 

– Ninguém? – indagou Faizel, parecendo decepcionado. – Foi o que eu pensei. Acho que vocês são jovens de mais para notar alguma coisa estranha. Está certo, há métodos mais práticos para determinar isso.

 

 

Sem demorar, Faizel retirou algo do manto. Era uma pedra brilhante. Tinha uma coloração esverdeada, com o diâmetro tendo mais ou menos o tamanho de uma palma da mão. O comandante atlante o segurava, enquanto todos pareciam hipnotizados por aquele artefato. Mona não conseguia conter o nervosismo, tentando imaginar aonde Propus estava.

 

 

– Essa é uma das pedras da profecia de Nereu, o Profeta dos Oceanos, pai de todas as ninfas do mar e o Deus mais próximo de Poseidon em Atlântida. Foi ela que apontou o brilho de uma constelação nesta localização. Quando ela se aproximar do inimigo de Atlântida, terá um brilho mais forte ainda do que vocês estão vendo. Assim, evitaremos uma chacina e só eliminaremos quem desejamos.

 

 

Todos engoliram a saliva, preocupados com que a pedra brilhasse em suas presenças. Menandro começou a entrar em desespero, parecendo ter certeza que era aquele que Faizel estava procurando. Nenhum estava tão preocupado, porém, quanto Mona, que tremia de pânico a cada instante.

 

 

Não demorou e cada um foi sendo chamado. Para a decepção de Faizel, o resultado era sempre o mesmo. A criança se aproximava do comandante, que colocava a pedra próximo a ela, mas nunca brilhava. Após cada procedimento, o aluno rejeitado respirava aliviado, enquanto o desespero aumentava gradativamente em cada um dos restantes.

 

 

Logo, foi a fez de Menandro. Mais do que qualquer um, o jovem corpulento estava tomado pelo pavor. Movido apenas pelo próprio egocentrismo, ele tinha certeza absoluta que seria o inimigo procurado por Atlântida. Suas pernas tremiam, enquanto era arrastado relutantemente até o local onde Faizel o esperava com a pedra para realizar o teste.

 

 

Como ocorreu com todos os outros alunos, a pedra não brilhou. Faizel ficou mais uma vez entendiado, enquanto Menandro esboçou uma expressão completamente desapontada. Vendo mais um fracasso, o comandante marina foi tirando a pedra lentamente do garoto.

 

 

Entretanto, um brilho forte começou a tomar conta dela. Todos olharam espantados e, ao mesmo tempo, um pouco aliviados. O desespero de Menandro voltou a lhe tomar conta, misturado com uma expressão de orgulho. Sabia que morreria como um guerreiro, ao menos. Mona arregelou os olhos espantada, não entendendo como aquilo estava acontecendo.

 

 

Todas as expressões mudaram completamente no segundo seguinte, quando Faizel segurou mais uma vez um casco brilhante e o arremessou diante de Menandro. Sem reações, o garoto recebeu o golpe e caiu no chão, completamente sem vida. O alívio de todos deu lugar a preocupação e espanto. Mona engoliu a saliva, sem ações. Era muita pressão para uma garota de oito anos.

 

 

Faizel comemorou e olhou para todos, ordenando para que os guardas parassem com a pressão. Em seguida, discursou:

 

 

– Bem, é só isso. Eu peço desculpas pelo transtorno que causamos a cada um de vocês. Agora podem retornar para as suas vidas, estão livres e…

 

 

De repente, o comandante sentiu um calor na mão, que o interrompeu. A pedra da profecia voltara a brilhar e, dessa vez, fazia isso fortemente. O espanto inicial do comandante, logo deu lugar a uma grande irritação. Todos começaram a tremer, pois temiam serem vítimas da ira de Faizel. Mona observou o brilho da pedra e ficou preocupada. Estava levemente diferente de quando apontou para Menandro.

 

 

– Então o cavaleiro ainda não foi capturado. – lamentou Faizel, apertando os dedos com muita irritação. – GUARDAS ACABOU A BRINCADEIRA! ELIMINEM TODAS ESSAS CRIANÇAS!

 

 

Com os tridentes empunhados, os guardas foram em direções às crianças, um pouco relutantes, pois não se sentiam à vontade em chacinar pessoas tão jovens e inocentes. Mas, não querendo discutir com Faizel, foram correndo com as lanças apontadas para elas.

 

 

Entretanto, no momento em que iriam começar a chacina, um barulho estrondoso tomou conta do local. Logo, as estátuas que estavam no hall de entrada começaram a se mover e seguir em direção ao pátio central. Assustados, os guardas saíram correndo, não se preocupando com Faizel, que gritava irritado. Mona sorria levemente, ainda um pouco temerosa e sussurrou baixinho:

 

 

– Propus!

 

 

Faizel ouviu tudo e percebeu que ela sabia tudo o que estava acontecendo. A pedra em sua mão brilhava cada vez mais e ele tinha certeza que o aprendiz de cavaleiro se encontrava em algum lugar por ali. Então, arremessou o casco flamejante em direção às estátuas, mas nada aconteceu. O ataque simplesmente atravessou-as, como se fossem fantasmas.

 

 

Os alunos gritavam espantados, enquanto os guardas mal sabiam o que fazer. Logo, rapidamente, Faizel agarrou Mona e produziu o casco flamejante, deixando-o a poucos centímetros dela. Enquanto isso, a pedra verde brilhava cada vez mais forte. Em seguida, começou a gritar:

 

 

– CAVALEIRO! EU SEI QUE ESTÁS AÍ! SE QUISERES QUE SUA AMIGA SOBREVIVA, APARECE LOGO!

 

 

Mona começou a entrar em desespero. Estava preocupada com si mesmo e, ao mesmo tempo com o amigo, torcendo incansavelmente para que ele não aparecesse.

 

 

No entanto, logo a imagem de Propus surgiu no telhado. Faizel não conseguiu esconder o sorriso no rosto e correu em direção do garoto. Com um salto que surpreendeu a todos os alunos, ele arremessou o casco flamejante em Propus, que não mudou sua expressão. Porém, como ocorreu com as estátuas, o casco atravessou o garoto, que simplesmente desapareceu.

 

 

Mona arregalou os olhos, não entendendo o que estava acontecendo. Logo, sentiu um puxão atrás, era Propus, que sussurrava baixinho, pedindo que a seguisse. Os dois íam saindo de mansinho, enquanto os guardas fugiam das estátuas fantasmas e os alunos se dispersavam, tentando escapar de alguma maneira.

 

 

Contudo, no momento seguinte, Propus gritou. Faizel havia arremessado o casco flamejante nas suas costas. Mona berrou desesperada, enquanto o amigo caía no chão. A garota tentou agitá-lo e sentiu um certo alívio ao perceber que ainda respirava. Faizel notou de longe e mais uma vez arremessou o casco flamejante em direção a Propus.

 

 

Num ato heroico, Mona se atirou na frente dele e fechou os olhos, esperando a morte certa. Porém, ela não aconteceu. Após ouvir os resmungos de Faizel, ela abriu os olhos. Um homem de longos cabelos negros, trajando uma roupa protetora e uma capa estava de costas para ela. A surpresa não foi maior que o alívio por estar viva e que a preocupação que estava sentindo por Propus.

 

 

– Ário! – disse a garota.

 

 

O homem salvador se virou e sorriu. Sua expressão adolescente e serena era capaz de cativar a todos. Faizel mordeu os lábios, irritado, enquanto Ário mandava todos os alunos ficarem atrás deles, principalmente Mona.

 

 

Num ato impulsivo, o comandante atlante ordenou que os guardas atacassem o jovem viajante. Com a queda de Propus, todas as estátuas desapareceram e eles puderam voltar a si, obedecendo com prazer às ordens de seu mestre. Assim, foram em direção a Ário com as lanças na mão, prontos para atacá-lo.

 

 

Entretanto, quando eles avançaram uma linha de distância, todos caíram no chão. Estavam com as lanças destruídas e os corpos sem vidas, todos cheios de cortes gigantescos e ensanguentados. Faizel arregalou os olhos, nervoso, mas logo reagiu ao ver que a pedra da profecia queimava com uma intensidade incrível.

 

 

Ao perceber isso, o comandante atlante pulou no chão e passou a encarar o visitante com desprezo. Ário mantinha um ar despreocupado e sereno.

 

 

– Tu és um cavaleiro de ouro! Maldito! – resmungou Faizel, com fogo nos olhos.

 

 

– Foi uma boa observação! – respondeu Ário, calmamente. – Ainda bem que eu vim a tempo, não é, seu marina?

 

 

– CALA A BOCA! – gritou Faizel, arremessando o casco flamejante, que simplesmente evaporou na frente de Ário.

 

 

Faizel arregalou os olhos, não entendendo como isso poderia ser possível. Ário manteve o ar sereno e apenas ergueu o braço direito, fato que causou um corte profundo no pulso esquerdo do comandante atlante, que logo resmungou de dor.

 

 

– Isso não pode estar acontecendo! – gemeu Faizel, colocando a mão direita no corte, afim de tentar conter a saída de sangue. – Porém, se eu te derrotar, terei mais crédito ainda com Poseidon. Vim atrás de um protótipo e acabei achando um já formado. APAREÇAM ESCAMAS!

 

 

Faizel apontou para o hall de entrada e soltou um raio de energia. Logo, uma caixa de cerâmica veio em sua direção, com vários emblemas marinhos grafados nela. Num instante, ela se abriu e uma tartaruga surgiu dela, explodido em vários pedaços, que se encaixaram no corpo do comandante, formando uma proteção, deixando todas as crianças impressionadas. Ário apenas mantinha um olhar de indiferença.

 

 

– Eu sou Faizel de Tartaruga, comandante marina de um dos sete mares. Represento o Mar Cáspio. – dizia o guerreiro. – Agora te exterminarei e acabarei de matar o protótipo de cavaleiro.

 

 

Ário continuou olhando com um olhar indiferente, deixando o comandante ainda mais irritado.

 

 

– Impressionante! Um marina de segunda classe! – comentou Ário, olhando para baixo. – Agora deixa eu te mostrar o meu truque!

 

 

Após dizer essas palavras, o visitante ergueu o dedo para cima e uma caixa de ouro desceu do céu. Não tardou e ela também se abriu, mostrando uma espécie de animal com chifres longos, todo feito de ouro, que se desmanchou, encaixando-se por todo o corpo de Ário, fato que impressionou ainda mais as crianças. Já esperando por algo parecido, devido ao brilho da pedra, Faizel fingiu indiferença e se postou pronto para lutar. O viajante, contudo, mantinha um ar sereno e exclamou:

 

 

– Eu sou Ário de Capricórnio, um dos doze cavaleiros de ouro. Muito prazer!

Editado por Nikos
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Que capítulo longo.

 

Foi impressão minha ou este se mostrou maior que os anteriores?

 

Bem, deixando de lado, Faizel deveria aprender a se controlar. Onésio falava, insistia e o atlante, tomado por um descontrole estranho só gritava.

 

Chegou a ser irritante.

 

Outro ponto, como não sei exatamente em que período histórico se desenvolve a trama, muito me trouxe estranhamento o termo "cáspio" e a ideia de que ha sete mares... Mares de que? De onde?

 

E Ario surge, galante e protetor... Praticamente e literalmente um Cavaleiro de Armadura rs

 

Bom capítulo.

 

Abraços e te vejo em Saint Seiya Middle Age...

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Que capítulo longo.

 

Foi impressão minha ou este se mostrou maior que os anteriores?

 

Bem, deixando de lado, Faizel deveria aprender a se controlar. Onésio falava, insistia e o atlante, tomado por um descontrole estranho só gritava.

 

Chegou a ser irritante.

 

Outro ponto, como não sei exatamente em que período histórico se desenvolve a trama, muito me trouxe estranhamento o termo "cáspio" e a ideia de que ha sete mares... Mares de que? De onde?

 

E Ario surge, galante e protetor... Praticamente e literalmente um Cavaleiro de Armadura rs

 

Bom capítulo.

 

Abraços e te vejo em Saint Seiya Middle Age...

 

O capítulo tem 16 páginas em folha A5 do Word, enquanto o primeiro tem 19 e o segundo 14. Pode estar meio cansativo e se o pessoal começar a reclamar muito, eu particiono.

 

Sim, Faizel deveria aprender a se controlar, mas é comum pessoas com um certo grau de hierarquia se irritarem com várias demonstrações de uma ironia por alguém de posição mais baixa. Atlântida é uma utopia e ele está sendo tirado de lá para castigar "seres inferiores que só existem graças à benevolência de Sua Majestade" e ainda por cima recebe desacatos? Mas isso é característica mais desse comandante, os outros se mostram diferentes.

 

Isso se passa na antiguidade, na época em que Atlântida teria dominado o mundo. Olhando pelos tempos bíblicos, depois do dilúvio (1000 anos depois para ser mais exato, como mostra na sinopse lá. O termo mar Cáspio se refere a um dos sete mares:

 

Adriático, Arábico, Cáspio, Mediterrâneo, Negro, Vermelho e Pérsico

 

Essa ideia me surgiu na minha outra FiC, que se passa bem depois de Atlântida, lá está mais explicadinho tudo isso. Os generais protegem os sete oceanos, enquanto os comandantes os sete mares. Está certo que essa divisão bonitinha só se deu na Idade Média na humanidade (minha outra FIC se passa nesse período), mas para Poseidon, já estava tudo mais claro.

 

Ário surge galante e protetor mesmo, deixa ele. kk

 

Eu estou com o tempo um pouco prejudicado, aí eu estou liquidando em gerais as outras fics de uma vez para depois entrar de vez na Middle Age (que já está longuíssima e minha cabeça está um nó com tantas histórias atrasadas). Acho que em um mês já posso entrar de vez nela, mas seguirei vendo Undercity que começou agora.

 

Abração

Editado por Nikos
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