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ATLÂNTIDA - Contos dos Renegados - One Shots


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Gente, voltando à aba das fics, vou postar um one Shot que se passa na minha fic principal: Atlântida. É bem simples, não tem nenhuma trama mais apurada, como eu gosto de fazer. É só uma cena que eu acho que faltou após o Capítulo 4 da parte 1.

Quem não conhece a fic, vai ter um spoiller, mas também não é nada tão grandioso. Segue o primeiro One Shot

CHEIRO DE MORTE

Uma mulher se materializou nos meios do pátio daquele lugar. Corria a visão de um lado para o outro, provavelmente tentando procurar alguma coisa… ou alguém. Um olhar preocupado se revelava em seu rosto branco e caprichado, ao mesmo passo em que fitava constantemente uma pedra esverdeada sem brilho na sua mão esquerda.


Estava em uma espécie de academia, com um pátio central, rodeado por uma edificação grega, um pouco desgastada. Havia marcas de sangue por todo o chão de barro, que já estava castigado por algum motivo desconhecido.


Como que num estalo, seus olhos miraram um corpo caído no chão. Ela fez uma expressão incrédula de preocupação e correu em direção a ele.


– Faizel! – ela se abaixou e agitou o corpo inerte do guerreiro, mas ele não respondeu.


A mulher virou o cadáver, atenta às diversas marcas de cortes profundos que havia à mostra. O corpo estava banhado por sangue, que manchava toda a roupa. Havia destroços de uma espécie de proteção escamosa ao redor do local onde eles estavam. Ela mordeu os lábios e olhou novamente para a pedra esverdeada, que continuava apagada.


– A morte de um comandante marina não poderia ter se dado de maneira tão rápida, sem que houvesse tempo para agirmos. – disse ela com um tom melódico, mas não menos lamentoso. – Ainda mais nessa missão tão simples. Minha irmã traidora vai nos acusar novamente.


A mulher mordeu os lábios e se ergueu. O resplendor de sua beleza reluzia no meio daquele ambiente mórbido. Trajava uma proteção escamosa brilhante e esverdeada, que reforçava seus olhos verdes e pequenos. No todo, a guerreira parecia uma esmeralda no meio das profundezas abissais do oceano.


Com um pesar na face, ela se virou, pronta para deixar aquela academia, quando um forte brilho verde chamou a sua atenção. Um forte cheiro de putrefação tomou conta do local, afetando suas narinas sensíveis. Um buraco surgiu no céu, descendo por ele dezenas de massas esfumacentas e acinzentadas. A mulher arregalou os olhos e colocou as mãos para frente, pronta para se defender do que viesse.


Completando o espetáculo macabro, um brilho dourado submergiu daquele buraco no céu. Era um indivíduo baixo, com cabelos negros e compridos que se agitavam no ar e uma armadura de ouro extremamente imponente. Os olhos da mulher se cruzaram com os negros do guerreiro, fazendo-a engolir a saliva preocupada. Havia um tom completamente mórbido e macabro na face daquele homem.


Parecendo ignorar a mulher, o guerreiro pisou os pés levemente no chão e caminhou até o corpo inerte de Faizel. Ele se abaixou e pigarreou um pouco. Atenta, ela puxou uma espécie de galho de coral da cintura e apontou para ele.


– Isso é obra do meu irmão! – o guerreiro colocou as mãos no comandante morto, ignorando a mulher. – Parece que ele evoluiu um pouco.


– A tua identidade me é conhecida. A tua presença aqui é ofensiva, seu terrorista! – a mulher agitou o galho, concentrando uma grande energia nele. – RAJADA DE CONCHAS!


Centenas de conchas afiadas foram produzidas, indo em direção ao homem. Sem mover o rosto, ele agitou o indicador direito, controlando as massas esfumacentas rapidamente, fazendo uma espécie de muralha. Com outro agitar de dedos, o muro se incendiou, desintegrando todas as conchas com suas chamas azuladas.


A mulher recuou para trás, impressionada. Agitou mais uma vez o galho, quando o vulto dourado surgiu à frente dele e agarrou seu pescoço. Ela se debateu desesperada e abriu levemente os olhos. A expressão do cavaleiro de ouro estava ainda mais sinistra, tendo tons de sadismo.


– Nereida imunda… – ele ergueu a sobrancelha e concentrou o cosmo nas mãos. – Não sabes como eu odeio… esse cheiro de peixe.


Ela tentou falar ou fazer alguma coisa, mas parecia impossível escapar daquelas mãos sinistras ou parar de encarar aqueles olhos maníacos. Havia algo além da força física empregada pelo cavaleiro de ouro que a impedia de se mover livremente.


O guerreiro apertou com mais força o pescoço da mulher e a atirou no chão em seguida. Ela se agitou paralisada, enquanto dezenas de massas esfumacentas dançavam ao redor do seu corpo.


– Eu sinto a presença de morte e foi isso que me trouxe até aqui. – ele moveu os dedos de um lado para o outro, fazendo as massas tomarem um brilho azulado. – Agora te junta a essas almas no sofrimento eterno. CHAMAS INFERNAIS!


As massas se incendiaram, bombardeando a nereida, fazendo-a incendiar juntamente com as almas. Ela gritava e tentava se agitar, mas isso só fazia o fogo se espalhar mais rápido, aumentando o sofrimento. O cavaleiro observava a agonia da adversária, sem demonstrar nenhuma piedade. Após alguns segundos, ele agitou a capa e conduziu as chamas para atingir também o corpo do comandante marina.


O guerreiro moveu as mãos, conduzindo a fumaça para cima, até que tomassem a forma de letras gregas, formando uma frase:


“Morte à Atlântida, e vida longa à Legião de Atena!”


Com o trabalho concluído, ele olhou para os dois cadáveres incendiados, ergueu os olhos sinistros e saltou para o buraco por onde veio, deixando o local vazio e com um forte cheiro de morte.


Editado por Nikos
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One Shot do capítulo 4 parte 1 lido

 

Foi muito gratificante ter lido algo da tua fic, mesmo que seja apenas este trecho escondido que parecia um gaiden ou side history foi excelente em ler esta parte, bem escondida, mas retratada de forma simples e bem impactante.

 

Achei pequeno para o costume da dimensão extensiva que estava habituado a ler capítulos extensivos, porém nada tirou este brilho.

 

Certamente aquele homem que manipulou as chamas elogiou seu irmãozinho em segredo.

 

Abraços e parabéns por este one shor, nikos!

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Lido, Ninos.

 

Cara, sempre acho muito legal quando tomamos conhecimento desse tipo de cena "off-screen". Por essas e outras acho legal o conceito dos Gaidens, e gostava muito da ideia inicial de Saintia Shô (que infelizmente se perdeu depois). Prefiro, como já comentei num debate lá no grupo, estes eventos permeados pela trama principal, embora veja que isso tem uma desvantagem: a história progride de forma mais lenta. Mas por outro lado, tem a vantagem de não se perder o 'timing' do momento, visto que as coisas ocorrem de forma cronológica.

 

Seguindo.

 

Me levou um momento para conseguir me situar nos acontecimentos, mas quando foi revelado que o cadáver era de Faizel, rapidamente me "achei".

 

Foi um trecho bem curto, e que realmente não houve (salvo eu não tenha pego a referência) alguma revelação que pudesse agregar à história central. Mas valeu pela presença sempre imponente de Sertan (po, o "não saber como eu odeio... esse cheiro de peixe" foi sensacional), e também pelo reconhecimento à evolução de seu irmão mais novo (também conhecido como meu personagem preferido da fic rs).

 

Curioso que, ao lançar ao ar a famosa frase da Legião de Atena, ele meio que aproveitou a situação para roubar os créditos da destruição da academia e da morte do Comandante Marina para seu grupo rebelde, quando na verdade ele só chegou lá no apagar das luzes.

 

Só me refreque a memória: quando ela menciona sua "irmã traidora", quem seria? Realmente não me lembro.

 

E como previsto a leitura do one shot me aguçou a vontade de retomar sua fic. Preciso só ver uma forma melhor de comentar, que fique mais prática para mim, mas sem trazer prejuízos aos detalhes que gosto de incluir nos comentários.

 

É isso, Ninos. Abraço!

Editado por Bizzy
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One Shot do capítulo 4 parte 1 lido

 

Foi muito gratificante ter lido algo da tua fic, mesmo que seja apenas este trecho escondido que parecia um gaiden ou side history foi excelente em ler esta parte, bem escondida, mas retratada de forma simples e bem impactante.

 

Achei pequeno para o costume da dimensão extensiva que estava habituado a ler capítulos extensivos, porém nada tirou este brilho.

 

Certamente aquele homem que manipulou as chamas elogiou seu irmãozinho em segredo.

 

Abraços e parabéns por este one shor, nikos!

Olá Saint,

 

Esse é um trecho que eu vejo que se encaixaria muito bem na época. Ele faz mais sentido à medida que se avança na fic. Como um one shot isolado fica meio estranho.

 

É pequeno porque é só uma cena a mais, não é uma trama.

 

Aquele homem??? Não sabes quem é aquele homem? E o irmão dele?

 

Obrigado pelo comentário, abraços

 

 

Sertan of doom!

 

Volta com a fic!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!-!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Vou voltar, vou voltar!

 

Valeu Grimlock!

 

 

Lido, Ninos.

 

Cara, sempre acho muito legal quando tomamos conhecimento desse tipo de cena "off-screen". Por essas e outras acho legal o conceito dos Gaidens, e gostava muito da ideia inicial de Saintia Shô (que infelizmente se perdeu depois). Prefiro, como já comentei num debate lá no grupo, estes eventos permeados pela trama principal, embora veja que isso tem uma desvantagem: a história progride de forma mais lenta. Mas por outro lado, tem a vantagem de não se perder o 'timing' do momento, visto que as coisas ocorrem de forma cronológica.

 

Seguindo.

 

Me levou um momento para conseguir me situar nos acontecimentos, mas quando foi revelado que o cadáver era de Faizel, rapidamente me "achei".

 

Foi um trecho bem curto, e que realmente não houve (salvo eu não tenha pego a referência) alguma revelação que pudesse agregar à história central. Mas valeu pela presença sempre imponente de Sertan (po, o "não saber como eu odeio... esse cheiro de peixe" foi sensacional), e também pelo reconhecimento à evolução de seu irmão mais novo (também conhecido como meu personagem preferido da fic rs).

 

Curioso que, ao lançar ao ar a famosa frase da Legião de Atena, ele meio que aproveitou a situação para roubar os créditos da destruição da academia e da morte do Comandante Marina para seu grupo rebelde, quando na verdade ele só chegou lá no apagar das luzes.

 

Só me refreque a memória: quando ela menciona sua "irmã traidora", quem seria? Realmente não me lembro.

 

E como previsto a leitura do one shot me aguçou a vontade de retomar sua fic. Preciso só ver uma forma melhor de comentar, que fique mais prática para mim, mas sem trazer prejuízos aos detalhes que gosto de incluir nos comentários.

 

É isso, Ninos. Abraço!

 

 

 

 

Olá Renato,

 

Eu também prefiro permeado na trama principal, mas como todo o escritor de fics, a trama foi ganhando mais densidade conforme ela ia sendo publicada. Daí, pelas circunstâncias atuais, achei legal colocara essa cena, que eu imaginaria casar muito bem com a época.

 

Se eu tivesse publicado na época, ela faria muito pouco sentido, mas acho que eu preferiria também. Porque gosto quando as coisas, ao se avançar na trama vão ganhando nexo.

 

Natural se perder, foi um One Shot lançado do nada kkk, ninguém se lembra da numeração total dos capítulos eu acho.

 

Não houve realment enenhuma revelação, mas, como eu disse, a cena faz mais sentido à medida que se avança na trama. Como por exemplo, a habilidade de Sertan se comunicar com os mortos e perceber a morte (o que ele fez para achar Alhena); ou a irmã traidora (Thetis).

 

Que bom que gostasse da presença imponente de Sertan e sua frase. O canceriano realmente odeia Atlântida e as nereidas, por isso elimina os adveersários sem piedade.

 

Sertan quando deixou o refúgio, Ário nem era um cavaleiro, mas o canceriano já devia saber a constelação dele de alguma forma (isso vai ser explicado um dia, eu acho).

 

A academia não foi bem destruída, só houve um massacre e um abandono, mas a estrutura continua intacta. Acho que Sertan só usou aquilo para mostrar a morte de dois combatentes de renome de Atlântida.

 

A irmã traidora seria Thetis, que rompeu uma espécie de pacto com alma com nereu, para fazê-lo com Poseidon, como visto desde o início da parte 2.

 

Que bom que aguçou a vontade de reles, te aguardo lá bizzy, sinto falta dos teus comentários detalhados.

 

Abraços

 

Editado por Nikos
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A academia não foi bem destruída, só houve um massacre e um abandono, mas a estrutura continua intacta. Acho que Sertan só usou aquilo para mostrar a morte de dois combatentes de renome de Atlântida.

 

 

 

Quando li o trecho abaixo, realmente ficou a sensação do fogo se espalhando, o que fatalmente acabaria consumindo a estrutura (ao meu ver). Mas valeu pelo esclarecimento!

 

"As massas se incendiaram, bombardeando a nereida, fazendo-a incendiar juntamente com as almas. Ela gritava e tentava se agitar, mas isso só fazia o fogo se espalhar mais rápido, aumentando o sofrimento. O cavaleiro observava a agonia da adversária, sem demonstrar nenhuma piedade. Após alguns segundos, ele agitou a capa e conduziu as chamas para atingir também o corpo do comandante marina.

 

O guerreiro moveu as mãos, conduzindo a fumaça para cima (...)"

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Muito legal o oneshot, na realidade me fez relembrar de sua escrita, já que faz bastante tempo que não tinha lido algo que você tinha escrito.

 

O oneshot na realidade é bem simples e não tem nenhuma informação muito relevante a trama, mas gostei mesmo de retomar aquele momento da história com personagem que eu jamais imaginaria que estaria ali, Sertan, seu xodó hahaha Achei bem legal a forma superior que ele foi, ignorou a nereida e depois a humilhou vencendo-a com tanta facilidade. Ele não só a venceu, como brincou com ela. Não gosto tanto do personagem, mas gostei bastante dele no oneshot.

 

Acho que já comentei com você que só não gosto dos nomes das técnicas da sua fic né? =\ Acho Chamas Infernais e Rajada de conchar literal demais hahaha

 

Mas fora isso, escrita impecável, como sempre. Uma descrição agradável, sem carregar o texto. Enfim, aquele monte de coisa que você sabe que faz bem.

 

Parabéns Ninos e ansioso pelo próximo.

 

Obs.: Bateu uma nostalgia ver o Faizel haha

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Muito legal o oneshot, na realidade me fez relembrar de sua escrita, já que faz bastante tempo que não tinha lido algo que você tinha escrito.

 

O oneshot na realidade é bem simples e não tem nenhuma informação muito relevante a trama, mas gostei mesmo de retomar aquele momento da história com personagem que eu jamais imaginaria que estaria ali, Sertan, seu xodó hahaha Achei bem legal a forma superior que ele foi, ignorou a nereida e depois a humilhou vencendo-a com tanta facilidade. Ele não só a venceu, como brincou com ela. Não gosto tanto do personagem, mas gostei bastante dele no oneshot.

 

Acho que já comentei com você que só não gosto dos nomes das técnicas da sua fic né? =\ Acho Chamas Infernais e Rajada de conchar literal demais hahaha

 

Mas fora isso, escrita impecável, como sempre. Uma descrição agradável, sem carregar o texto. Enfim, aquele monte de coisa que você sabe que faz bem.

 

Parabéns Ninos e ansioso pelo próximo.

 

Obs.: Bateu uma nostalgia ver o Faizel haha

 

Oi Mark, quanto tempo não vejo os teus comentários!

 

O One shot é realmente mais uma cena a mais que eu achei que ficaria bem encaixada naquela época. Não citei nome de ninguém, mas, quem já tá mais adiantado sabe do que se trata. E, quanto mais adiantado se está, mais as coisas ficam claras, principalmente os pequenos detalhes.

 

Sertan divo! uhauha. Na realidade, ele não brincou com ela. Ele a estrangulou e depois a queimou para dar o ataque final.

 

Uma dúvida e é bom para saber. Tu não gosta do personagem ou acha que ele foi mal construído? Só para saber mesmo. Porque eu me lembro que falasse que era um grande personagem no arco dele.

 

Concordo, o nome das técnicas são terríveis, auhuhau, não tenho esse poder. E, me defendendo, Chamas Infernais é coisa da Shiori, não minha. Rajada de Conchas todas as nereidas com galhos tem.

 

Que bom que gostasse da escrita, eu tive dificuldade na fluidez ao fazer esse one shot.

 

Obrigado Mark, te aguardo no próximo também

 

Abraçoss

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Oi Mark, quanto tempo não vejo os teus comentários!

 

O One shot é realmente mais uma cena a mais que eu achei que ficaria bem encaixada naquela época. Não citei nome de ninguém, mas, quem já tá mais adiantado sabe do que se trata. E, quanto mais adiantado se está, mais as coisas ficam claras, principalmente os pequenos detalhes.

 

Sertan divo! uhauha. Na realidade, ele não brincou com ela. Ele a estrangulou e depois a queimou para dar o ataque final.

 

Uma dúvida e é bom para saber. Tu não gosta do personagem ou acha que ele foi mal construído? Só para saber mesmo. Porque eu me lembro que falasse que era um grande personagem no arco dele.

 

Concordo, o nome das técnicas são terríveis, auhuhau, não tenho esse poder. E, me defendendo, Chamas Infernais é coisa da Shiori, não minha. Rajada de Conchas todas as nereidas com galhos tem.

 

Que bom que gostasse da escrita, eu tive dificuldade na fluidez ao fazer esse one shot.

 

Obrigado Mark, te aguardo no próximo também

 

Abraçoss

 

Não gosto muito do Sertan, mas ele é um ótimo personagem sim!!!!!!

 

Único personagem mal construído seu que me lembro é o Propus. hehe

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Li o oneshot de acordo com as especificações cronológicas que me passou.

 

Gostei. E acho que não deve ter sido apenas um especial sem nenhuma ligação com a trama principal. Posso estar enganado quanto a suposição, mas no capítulo 4, quando Propus e Ário chegam no refúgio, eles dão de cara com o Grande Mestre e um Cavaleiro de Prata que informa que a Legião de Atena atacou novamente. Ao ler esse oneshot penso que o que esse Prateado disse era supondo que o ataque da Legião fosse esse do Sertan. Porque os únicos que sabiam do ocorrido eram Propus e Ário, e como Sertan colocou nos céus a mensagem da Legião de Atena, é compreensível quem vê de fora achar que ele foi o responsável pela chacina que ocorreu na Palaestra dos Órfãos. Porém, nada impede do Ário ter desmentido em off no relatório que deu ao chegar.

 

Achei meio ruim o fato de não ter nomeado a Nereida que lamentou pelo Faizel. Desse modo ficou reforçando ainda mais que ela não tinha relevância alguma, exceto para introduzir cronologicamente o líder da Legião de Atena em primeiro lugar. As menções a Ário e a Thetis indiretamente não me passaram despercebidas.

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Não gosto muito do Sertan, mas ele é um ótimo personagem sim!!!!!!

 

Único personagem mal construído seu que me lembro é o Propus. hehe

Entendi, valeu Mark!

 

Li o oneshot de acordo com as especificações cronológicas que me passou.

 

Gostei. E acho que não deve ter sido apenas um especial sem nenhuma ligação com a trama principal. Posso estar enganado quanto a suposição, mas no capítulo 4, quando Propus e Ário chegam no refúgio, eles dão de cara com o Grande Mestre e um Cavaleiro de Prata que informa que a Legião de Atena atacou novamente. Ao ler esse oneshot penso que o que esse Prateado disse era supondo que o ataque da Legião fosse esse do Sertan. Porque os únicos que sabiam do ocorrido eram Propus e Ário, e como Sertan colocou nos céus a mensagem da Legião de Atena, é compreensível quem vê de fora achar que ele foi o responsável pela chacina que ocorreu na Palaestra dos Órfãos. Porém, nada impede do Ário ter desmentido em off no relatório que deu ao chegar.

 

Achei meio ruim o fato de não ter nomeado a Nereida que lamentou pelo Faizel. Desse modo ficou reforçando ainda mais que ela não tinha relevância alguma, exceto para introduzir cronologicamente o líder da Legião de Atena em primeiro lugar. As menções a Ário e a Thetis indiretamente não me passaram despercebidas.

 

 

OI GF

 

Mudou de avatar de novo?

 

Que bom que gostasse! No capítulo 4, um cavaleiro de prata avisa que uma das COLÔNIAS DE ATLÂNTIDA foi destruída. Não tem relação com isso. Alguns elementos que dá para tirar ATÉ AGORA, além da aparição de Sertan, é a Thetis ser a irmã traidora de alma.

 

Tem outras coisas que, com a leitura mais avançada, tu vais pescando. Mas com certeza não é um evento sem ligaçaõ alguma.

 

Poderia tê-la nomeado mesmo. Essa foi uma falha minha, confesso. O sertan não era para ter nomeado.

 

Sim, seria uma pista que Ário teria um irmão. E Thetis já respondi.

 

Valeu GG,

 

Abraços

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Outro One Shot gente! Requisito seria ler após o capítulo 8 da parte 1, mas ele funciona muito bem por si só e não é necessário.

A CRIANÇA ABENÇOADA

 

A chuva caía de maneira incessante naquele pequeno vilarejo. Apesar do entardecer estar distante, a escuridão dava ares sombrios e assustadores na região. As condições climáticas, no entanto, não pareciam incomodar aquela mulher, que corria na chuva, vestindo uma capa de pele de animal como proteção. Em suas mãos, havia um bebê, que, mesmo com o soar dos trovões, não chorava de lamentação ou susto. Apenas acompanhava a mãe, protegido no meio daquela vestimenta pesada.


A mulher marchou por pouco mais de dez minutos, passando por entre as casas e seguindo até a periferia do vilarejo. Não havia mais ninguém nas ruas. Todos deveriam estar assustados com os raios e com os prejuízos que aquele temporal poderia causar nas plantações.


Ela pisou em mais uma poça d’água e sumiu longe das casas do vilarejo. Andou por entre uma estrada de barro, pisando distante das poças de lama. O caminho era sinuoso, mas isso não parecia impedir sua determinação. Caminhava mordendo os lábios, com uma expressão entristecida, mas com ar esperançoso, que contrastava com seu rosto encharcado.


Chegou em frente a uma casa após mais alguns minutos de caminhada. Era uma residência de madeira, isolada do restante da civilização. A mulher não pareceu se importar e começou a bater constantemente na porta, gritando palavras de súplica.


A porta se abriu lentamente e a imagem de outra mulher emergiu. Possuía cabelos negros e curtos e um olhar cansado. A visitante deu um grande sorriso, se ajoelhou e ergueu o bebê.


– Eu peço a sua ajuda, por favor… senhora Althaia, não? – a visitante suspirou e lágrimas começaram a jorrar de seus olhos. – Meu filho não escuta nada desde que nasceu. Eu sei que só aqui se pode resolver esse problema. Meu nome é Yone, sou mulher de um rico nobre da cidade ao lado, posso te dar qualquer coisa.


– Não somos milagreiros, com licença! – a anfitriã moveu a porta, pronta para fechá-la, quando foi interrompida pela outra.


– Eu imploro, eu suplico, eu faço qualquer coisa! – as lágrimas caíam cada vez mais no rosto de Yone e sua expressão estava cada vez mais desesperada. – Eu ouvi sobre esta casa naquele vilarejo. Eu soube que teu filho é abençoado e faz milagres… com certeza é um descendente divino!


– Eu sempre fui fiel ao meu marido, tanto que tive dois filhos com ele. – Althaia grunhiu e ergueu a sobrancelha irritada. – Nenhuma divindade passou por essa casa. Agora te retira e vai rezar para esses deuses.


A dona da casa fechou a porta com força, deixando Yone desesperada. A visitante continuou a bater na porta, gritando súplicas e promessas. Althaia colocou a mão no coração, tentando ignorá-la.


Um vulto surgiu no corredor da casa. Era uma criança de cabelos curtos e negros e um olhar bondoso.


– Mãe… vamos ajudá-la, por favor! – o garoto se aproximou dela e suspirou, com uma grande expressão de pena.


– Meu querido Tamuz! Tu és um anjo! – Althaia abraçou o filho com força. – Mas nós não somos deuses. Já é a terceira pessoa só essa semana. Nós não teremos sossego!


– Não importa! Eu acho que devemos sempre ajudar outras pessoas. – o garoto ergueu o pescoço, encarando a mãe. – Nós recebemos um poder, porque não usar para os outros?


A dona da casa olhou mais uma vez para a expressão pedinte do filho e respirou fundo. Foi em direção a porta e a abriu. A visitante entrou, agradecendo muito.


– Tamuz, leva essa mulher lá para o teu quarto! – Althaia colocou a mão no rosto e fechou a porta de entrada da casa. – Já sabes o que deve ser feito.


Tamuz balançou a cabeça, conduziu Yone com o filho pela sala, entrou no corredor e se fechou com ela em um quarto.


Althaia respirou fundo e mordeu os lábios, aparentemente entristecida. A grande manifestação da aura do filho era facilmente percebida, mesmo com as portas fechadas. Ela, por sua vez, não aparentava alegria ou entusiasmo com aquilo. Ter um descendente abençoado parecia lhe ser um grande fardo.


Um grito feminino foi ouvido do quarto. Yone abriu a porta rapidamente, com o próprio filho no colo e correu pelo corredor em direção a Althaia. Lágrimas jorravam dos seus olhos e um grande sorriso estava emanado dos seus lábios.

– Meu filho! Ele está escutando! – Yone estalou os dedos próximos da criança, que mexeu as mãozinhas alegre. – Senhora Althaia, a senhora é uma deusa. Teu filho é maravilhoso! Eu te darei tudo e…


Sem pensar duas vezes, ela retirou uma joia de ouro puro do bolso e ergueu para a anfitriã. Althaia bufou e devolveu rapidamente o artefato para Yone.


– Não precisamos disso! Agora te retira e nos deixa em paz. – Althaia foi em direção a porta e a abriu.


Não discutindo com a salvadora, a visitante cantou algumas melodias para o próprio filho, agradeceu mais uma vez e deixou a casa.


Althaia colocou a mão no rosto outra vez, mordendo os lábios, exausta. Em seguida, foi em direção a porta e a fechou com força, colocando uma espécie de madeira, que a impediria de ser aberta.


Ela se virou para a sala, quando a figura de Tamuz surgiu novamente pelo corredor. O garoto estava com um leve sorriso no rosto, fitando a mãe com serenidade.


– Tamuz! Eu queria saber o que passa nessa tua cabeça! – Althaia correu em direção ao filho e o abraçou com força. – Tanta pressão e ainda ages como uma boa pessoa. Apesar de tudo, tu ainda cuidas do teu irmão, tratando-o como um igual. Eu não sei se agiria como tu. Tu és uma dádiva divina. Aliás, tanto tu, quanto Dario são muito especiais. Eu não tenho distinção entre os dois!


– Eu sei disso… Mãe! – Tamuz retribuiu o abraço e beijou seu rosto.


Após alguns minutos de confraternização, Tamuz pediu licença, se retirou e foi para o quarto.


Era um cômodo de médio porte, com uma cama de madeira e uma espécie de berço, onde uma criança relaxava. Tamuz se aproximou do bebê e acariciou sua testa.


– Dario! Tu és meu irmão querido!


Tamuz beijou a testa do irmão, foi para a própria cama e relaxou.


~~~~~~~~

Althaia despertou do seu leito rapidamente. Batidas rítmicas na porta ecoavam pela casa inteira. Não tinham o mesmo tom desesperado de antes, quando Yone ou qualquer outra pessoa pedia para entrar e fazer súplicas. A dona da casa estava acostumada com gritos, súplicas e até agressões; que surgiram desde que seu filho criara a fatídica fama de milagreiro.


Um pouco impaciente, Althaia colocou as sandálias e deixou o próprio quarto. A noite já havia chegado a algumas horas e não a agradava nenhum pouco essa interrupção. Ainda mais sendo a segunda no mesmo dia. Pensou, por um momento, que não deveria ter deixado Yone entrar. Fazer uma pessoa desprovida de audição tornar a escutar é um milagre tão grandioso, que só serviria para acabar com o sossego da sua família.


Althaia marchou em direção à porta e a abriu. Seus olhos se arregalaram de surpresa ao ver quem estava do outro lado.


Era uma mulher jovem que parecia desconhecer a miséria. Estava cheia de luxo, roupas elegantes e joias por todo o corpo. Possuía cabelos negros, longos e lisos, além de olhos castanhos e profundos. Althaia já estava acostumada com pessoas de alta classe vindo lhe pedir ajuda e as detestava sempre. No entanto, essa visitante parecia ter um olhar tão decidido e firme, que não aparentava, nem por um momento, que estava pedindo ajuda.


– Com licença, és a mulher cujo nome é Althaia! – a visitante chegou com um tom de afirmação e se curvou, cumprimentando-a educadamente. – Eu me chamo Evarne, venho de um local muito distante.


– A que devo a honra? – Althaia retribuiu o cumprimento e apontou a casa para que entrasse. – Pode se sentar!


– Não te preocupes, minha estadia aqui será breve! – Evarne deu um sorriso e correu rapidamente os olhos pela casa.


– Sente-se, eu faço questão de oferecer um chá!


Evarne concordou, enquanto Althaia se virou para a cozinha, pronta para servi-la.


– Eu venho de um local muito distante… sou filha de um nobre regente de um Império muito glorioso. – Evarne pegou a xícara que Althaia trouxe e bebeu um gole. – O chá está delicioso!


– E o que a traz aqui? Para essa residência tão comum? – Althaia começou a olhar de um lado para o outro. Suas mãos tremiam um pouco.


– Sabes o motivo, eu sinto! – Evarne olhou para a anfitriã de maneira carinhosa e devolveu a xícara para ela. – És especial, Althaia! Tens dois filhos lindos e um deles é ainda mais especial.


Althaia deixou cair a xícara, produzindo um forte barulho. Em seguida, colocou a mão no peito, respirando rapidamente.


– Calma! Não precisa ficar assim. – a visitante se levantou e juntou os cacos, retomando a forma da xícara magicamente, deixando a anfitriã impressionada. – Não quero que percas teus objetos por minha causa.


– O que queres com meu filho? – perguntou ela rispidamente.


– Tens um filho especial, é o que dizem por todos os cantos. – Evarne pegou a xícara do chão e colocou em cima da mesa. – Eu quero que ele me faça um favor.


Althaia respirou fundo e fez uma expressão séria por um momento.


– Sou uma nobre, detenho alguma magia, mas não tenho a capacidade dele… a capacidade de curar. – Evarne colocou a mão no próprio coração e começou a chorar. – Tenho dinheiro, poder, mas minha saúde está debilitada. O teu filho é a minha última esperança de continuar a viver.


A anfitriã a olhou, fez um minuto de silêncio e se virou para o corredor.


– Só um momento, eu vou acordar meu filho e preparar a situação. – Althaia deu um leve sorriso e foi em direção ao corredor.


Ela marchou lentamente em direção à porta do quarto e ergueu a mão para abrir a maçaneta.


Algo, no entanto, a segurou por trás. Evarne surgira magicamente nas suas costas e a agarrou, impedindo que se movesse ou falasse qualquer coisa.


– Já sabes das minhas intenções não é? – a visitante sussurrou em seu ouvido, a tomando com uma grande força. – Irias avisar para os teus filhos fugirem, enquanto me atrasavas aqui.


Althaia se debateu e seus olhos se arregalaram, em desespero.


– Eu sabia, mulher incauta. – Evarne respirou irritada, erguendo o braço e apontando para o peito de Althaia. – Não pode esconder nada de uma das filhas de Nereu. Meu pai e a maioria das minhas irmãs seria contra o que eu vou fazer agora. Sempre me pediram para não matar inocentes, mas eu nunca me importei. Eu podia ter te deixado viva, mas tentaste me enganar. Além do mais, se produziste um guerreiro abençoado por Atena uma vez, quem garante que não o fará de novo?


A dona da casa tentou se mexer, mas não conseguia fazer nada frente à força de Evarne. A invasora avançou o punho e o cravou no peito da anfitriã. Uma mancha de sangue caiu lentamente pelo assoalho. O rosto de Althaia estava virado, sem vida alguma.


Evarne a depositou silenciosamente no sofá e voltou para a porta do quarto. Foi em direção à porta de maneira lenta, com o punho levantado. Iria matar mais uma vez.


Ela abriu a porta rapidamente e saltou para uma das camas, cravando o punho.


Seus olhos se encheram de ódio ao ver que havia acertado o colchão. A janela estava aberta, a cama e o berço vazios. Não havia mais ninguém ali.


– Mas como? A mulher não teve tempo de… a xícara! Era um sinal, com certeza!


Evarne rosnou de ódio, retirou uma espécie de pedra esverdeada do bolso de sua roupa e saltou pela janela, com um brilho assassino nos olhos.


~~~~

Tamuz corria pela grama molhada com o irmão Dario no colo. A mata fechada e a escuridão da noite os camuflavam. O bebê chorava de desespero a cada instante, balbuciando palavras que pareciam chamar pela mãe deles. O primogênito o tentava acalmar, acariciando enquanto continuava a se esconder por entre aquela mata.


Um barulho soou por detrás deles. Uma explosão. Tamuz olhou rapidamente para trás e viu um ponto incandescente em meio à escuridão. Sua casa havia sido incendiada e agora só restaria destroços. Sua mãe estava certa, um dia alguém viria e acabaria com toda essa paz. Althaia sempre abominara aquele poder e agora ele entendia o porquê.


Sua mãe… Lágrimas começaram a cair dos olhos de Tamuz. Estaria ela viva? Provavelmente não. Estava sozinho com o irmão, espalhado no mundo, onde deveria buscar a sobrevivência. O dom da criação com certeza lhes dariam condições de viver e ganhar dinheiro, mas de que adiantaria? Althaia não estava mais ali. A única pessoa que sempre cuidou deles possivelmente jazia sobre os destroços daquela casa.


As palavras de Althaia ainda ecoavam na mente de Tamuz. As mesmas que provavelmente estavam lhe garantindo a vida.


“Tamuz, o mundo é um lugar ambicioso e cruel. Um dia, uma mulher que lia os oráculos me disse que eu daria luz a um guerreiro maravilhoso, que lutaria pela justiça. E que, por causa disso, inimigos de um Império distante viriam atrás dele. Filho! Se tu ouvires o barulho de uma xícara quebrando, deves fugir imediatamente. E promete que cuidarás e protegerás teu irmão a todo o custo e…”.


Um barulho interrompeu os pensamentos de Tamuz. Passos acelerados cortavam a mata. O garoto não sabia como, mas pressentia que alguém se aproximava muito rapidamente.


O coração de Tamuz congelou e ele se arrastou em direção a uma espécie de arbusto, se escondendo por ali.


Os passos se tornaram mais sonoros. O coração de Tamuz disparava. Dario não chorava mais, apenas ficava calado, como se entendesse que o silêncio era necessário.


Então, tudo se cessou. Não havia mais nenhum sinal de perseguição, mas isso não acalmou Tamuz. Ele colocou as mãos na cabeça, tentando se encolher e ocultar o irmão. Sabia que aquela segurança poderia ser falsa e fazer qualquer coisa poria tudo a perder.


Por instinto, Tamuz abriu os olhos e seu coração congelou naquele momento. Uma mulher flutuava sobre as poças, segurando uma pedra esverdeada, que brilhava.


– Está próximo! – ela pronunciou com um tom frio. – Enviado de Atena, sai do teu ninho ou então sentirás a ira de Evarne. Te torturarei e acabarei contigo e com teu irmão, assim como fiz com a tua mãe.


Tamuz segurou o choro. Não entendera metade daquelas palavras, mas havia algo entre elas que o atingiu de maneira brutal. Então era verdade. Sua mãe havia morrido. Não havia mais nada a ser feito. Ele logo seria achado e morreria.


“…promete que cuidarás e protegerás o teu irmão a todo custo…”


Aquilo o despertou. Ele ainda tinha algo a perder. Não poderia abandonar tudo, não quando jurara proteger Dario a todo custo. Ele podia fazer alguma coisa ainda. Podia cumprir a promessa que fizera à sua mãe. Poderia mostrar seu valor.


Num ato pensado, Tamuz retirou sua camisa e embrulhou Dario, protegendo-o da chuva. O bebê fez uma cara lamentosa, pronto para chorar, mas seu irmão mais velho sorriu de forma acalentadora. Escondeu-o em baixo de outro arbusto e ergueu o dedo, pedindo silêncio. Como se obedecesse, o caçula se calou. Tamuz assentiu com a cabeça e segurou firme nas mãos dele.


De repente, Tamuz se ergueu no meio da mata, encarando Evarne. Ela arregalou os olhos, impressionada com aquela determinação e a revelação.


– Finalmente o coelho deixou a toca. – Evarne ergueu o punho, fazendo surgir garras das unhas. – Vou acabar com esse mal antes que se torne uma ameaça para o Império.


– Eu… vou… acabar contigo!


O corpo do garoto começou a brilhar. Evarne olhou rapidamente para a pedra esverdeada, que agora reluzia um verde extremamente intenso. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Tamuz saltou e começou a golpear o peito dela, causando diversos ferimentos. A mulher mordeu os lábios, não compreendendo como uma criança pudesse ter tanto poder.


Não entendendo o que estava acontecendo, o garoto continuou avançando e golpeando. Sentia a força dentro de si, uma aura incrível, algo que jamais havia se manifestado. Poderia fazer qualquer coisa. Iria salvar o irmão e vingar a morte da mãe. Ninguém poderia segurá-lo. O brilho verde ficava cada vez mais forte e intenso.


Então, tudo ficou escuro e o poder se cessou, bem como se findou a esperança. Sangue se diluía por entre as poças d’água. O punho de Evarne estava cravado no peito de Tamuz e ficou ali até os olhos do garoto vidrarem e a esmeralda na mão dela perder o brilho.


– Eu nunca pensei que… uma criança tivesse essa manifestação de poder. – ela retirou o punho do coração de Tamuz e o arremessou no chão. – Menos mal que o Império se livrou dessa ameaça o mais cedo possível. Meu pai ficará feliz. Um cavaleiro de ouro foi liquidado antes de ser treinado. Vou me retirar!


Evarne agitou o vestido, deixou Tamuz ali e desapareceu no meio da chuva.

~~~~~~

Um velho senhor de mexas ruivos caminhava por entre a grama daquela floresta. Carregava uma cesta de pequenas frutas, enquanto a outra mão se apoiava em uma bengala de madeira. A chuva havia se cessado e os raios de sol batiam na careca daquele homem. Havia apenas algumas poças restantes, marcas do temporal da noite anterior.


Ele andou por mais alguns minutos, quando um forte cheiro lhe chamou a atenção. Um nervosismo surgiu no seu rosto ao ver uma imensa poça de sangue no chão. O velho agitou os arbustos e fez uma expressão assustada. Havia o corpo de um garoto de cabelos curtos, com o peito nu e perfurado.


– O que é isso? Um assassinato?


Um suspiro interrompeu seus pensamentos. Ele andou lentamente em direção a uma das moitas e se surpreendeu. Havia um bebê chorando sem parar, envolto em uma camisa grande.


– Parece que… houve um assalto aqui e aquele garoto o protegeu! – o velho deixou o cesto no chão e ergueu o bebê, que continuava a chorar. – Eu não posso te deixar aqui… Eu vou te levar comigo! Eu tenho um neto, que o crio desde que meu filho morreu. Aliás, que nome eu vou te dar?


O velho olhou para a camisa, havia uma escrita atrás dela. O bebê continuava a chorar.


– Com certeza é o nome desse outro garoto, será o teu irmão? Como não sei o teu, vou homenageá-lo por esse sacrifício. A partir de hoje, esse será o teu nome. Tamuz. Tenho certeza que tu e meu neto se darão muito bem. O nome dele é Ras e é uma grande criança. Agora vamos!


O velho pegou a bengala deixou a cesta no chão e partiu com o bebê, desaparecendo por entre a mata verde. O sol brilhava no céu, refletindo um novo dia, uma nova vida e… esperança.

Editado por Nikos
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  • 2 semanas depois...

Yo Nikos!

 

Este one shot foi mais extenso que o primeiro, não foi?

 

Porém, teve muito mais ler e gostei imenso sobre isso.

 

Este esteve mais para um gaiden, mas gostei de saber como começou um origem de Cavaleiro, de modo trágica, bem ao estilo de CDZ, então este Tamuz que conheci não passa de um impostor (enganaste-me muito bem, seu malandro), imagino que tipo de Cavaleiro ele seria em favor de Atena, porém fico a pensar em que fação ele estaria, seja na Legião ou sobre as ordens do cobarde GM.

 

Este me deixou emocionado com a morte de uma criança, sempre fico assim quando há uma morte de uma pobre criança.

 

O final foi melhor para o pobre bebé indefeso e ainda explicaste por este excerto de como Tamuz (falso) e Ras, quando o li sobre Tamuz, tive de lembrar se ele era assim e não parecia nada mesmo e até mesmo o nome, qualquer das maneiras, eu felicito e gosto deste teu estilo na narrativa de plot twist, reviravoltas e surpresas.

 

Meus parabéns e abraços, mon ami!

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Olá Saint, obrigado pela leitura

Esse One shot foi mais parecido com um gaiden mesmo. foi uma história fechadinha, com iinício, meio e fim.

No final, a origem da origem de Tamuz foi revelado, já que o cavaleiro que vocês conhecem (amigo de Ras) na realidade só apareceu como bebê e mal teve ações. Destaque foi para a mãe dele e para o primogênito, que o defenderam com tatna honra e dedicação. Mal sabe Evarne que o verdadeiro perigo estava oculto.

Eu não acho que o Tamuz (primogenito) seja realmente um cavaleiro. Acho que o dourado sempre foi o Dario. Ela que não julgou que a ameaça pudesse ser um bebe.

Que bom que gostasse do one shot!

Abraços Saint.

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  • 2 meses depois...

Estou de volta como o prometido e já queria logo de antemão perguntar ao autor se teremos mais One Shots ou se esses dois serão os únicos?

 

 

 

Indo em frente...

 

Gostei muito desses dois One Shots. Principalmente de como eles se insinuam sem comprometer a obra principal da qual fazem parte (Atlântida) e de como ao mesmo tempo somam-se a ela enriquecendo-a (principalmente a revelação sobre a verdadeira identidade de Tamuz, francamente vibrei com essa passagem achando-a, além de comovente (o sacrifício da mãe, do irmão... seus comportamentos e ações... a própria história que os acercava, tudo foi tão bem descrito e colocado no seu lugar que foi impossível não me emocionar), conferiu ao personagem (Tamuz) uma dimensão a mais daquela que ele já havia alcançado na obra principal).

 

Como sempre o autor conseguiu manter seus padrões com uma regularidade exemplar e foi capaz de sobressair-se no segundo One Shot, onde este tratava de uma trama de verdade (particularmente eu vejo o primeiro One Shot mais como um complemento, quase um epílogo, de toda situação que envolveu o recrutamento do Propus. Bem diferente do segundo com o passado de Tamuz onde tivemos todo o desenvolvimento de um arco).

 

 

 

Para encerrarmos queria deixar duas observações críticas que me causaram certo desagrado:

 

Houve um típico caso de Ctrl+C e Ctrl+V. No começo do primeiro One Shot (“Uma mulher se materializou nos meios do pátio daquele lugar. Corria a visão de um lado para o outro, provavelmente tentando procurar alguma coisa… ou alguém. Um olhar preocupado se revelava em seu rosto branco e caprichado, ao mesmo passo em que fitava constantemente uma pedra esverdeada sem brilho na sua mão esquerda...”) é idêntico ao começo do segundo (“Uma mulher se materializou nos meios do pátio daquele lugar. Corria a visão de um lado para o outro, provavelmente tentando procurar alguma coisa… ou alguém. Um olhar preocupado se revelava em seu rosto branco e caprichado, ao mesmo passo em que fitava constantemente uma pedra esverdeada sem brilho na sua mão esquerda...”);

 

Considerei pouco impactante e até um desperdício a cena com o irmão de Tamuz indo para cima da Nereida Evarne. Essa parte deveria ser o clímax da história já que se desenhava em todo o transcorrer do One Shot (creio que todos que leram esperavam que o combate esses dois ocorresse). Não estou aqui a criticar o tamanho textual diminuto de como toda a batalha transcorreu e sim a qualidade, que na minha insuportável opinião, esteve muito, mas muito baixa e que em mim causou, certa frustração;

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  • 2 semanas depois...

Olá Leandro de novo!


Que bom que gostasse dos One Shots e eles realmente são o que falaasse: o primeiro foi só uma cena rápida que eu achei legal ter inserido (para quem já leu o arco invasão sabe que ela faz mais sentido); enquanto o segundo foi realmente uma trama.

Que bom que achasse o segundo comovente e emocionante. Fico bem satisfeito quando isso ocorre. O personagem foi intensificado assim e esse era realmente o objetivo do One Shot. Demonstrar um pouco da origem de Tamuz e como ele conheceu Ras.

O caso de Ctrl+C e Ctrl+V eu expliquei em off, mas vou responder aqui. Realmente foi isso mesmo, mas não foi com io intuito de manter o mesmo início. A questão é que, no fórum, eu copio o título e o primeiro parágrafo do capítulo anterior, afim de manter a mesma formatação. Só que nesse caso eu esqueci de apagar o parágrafo e ficou repetido. kkkk. Já corrigi, naturalmente,

Bem, o irmaõ de Tamuz não tinha como combater a nereida, visto que ele não eera um guerreiro. Ele foi abençoado por Tamuz (da mesma forma como ele faria com Ras poserteriormente) e teve um deslumbre de cosmo, o que não era nada páreo para a nereida.

Como o foco foi que o Tamuz ali não era o Tamuz de Atlantida e sim o irmão dele, era necessário essa derrota para deixar o leitor encucado (como assim o Tamuz morreu?).

No mais é isso Leandro! Um abraço e valeu






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